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História Ele é só meu amigo - Bêbado


Escrita por: Heidi_Biersack

Capítulo 9 - Bêbado


                Após Kol me puxar pela mão, nos escondemos nos fundos da casa. Nos sentamos próximos à parede, enquanto Kol se esticava para ver se sua prima estava ali por perto.

                — Parece que escapamos! — exclamou.

                — Por que estamos nos escondendo delas? — perguntei.

                — Ludwika adora colocar sua amiguinha para me paquerar, é insuportável! — Kol respondeu. — E se tem algo que não quero, é Alicja e minha prima nos meus pés!

                — Ah... — suspirei. — Mas ainda não entendi o seu avô. Ele só te tratou daquele jeito por causa de seu estilo meio...

                — Emo? — completou. — Por isso também, mas ele também segue umas regrinhas de etiqueta bem chatas... E para evitar isso de novo, terei que te chamar de Matthew e você também terá que dizer meu nome, aquela coisa ridícula!

                — Mas Kol não é seu nome completo? — perguntei. — E sempre quis saber por que você tinha um nome norueguês sendo da Polônia!

                — Mas meu nome é mesmo polonês! — Kol respondeu. — Kol é apenas um apelido, meu nome completo é  Mikołaj!

                — Mikołaj? — tentei pronunciar, me embolando um pouco.

                — Sim, isso mesmo! — retrucou. — É a versão polonesa de Nicholas!

                — Posso te chamar de Nick? — brinquei.

                — Não, só Kol! — disse ele. — E Mick seria mais apropriado, mas eu prefiro Kol mesmo!

                — Tudo bem! — exclamei. — Não vou mais te chamar assim, Mick!

                — Matt! — se irritou. — Eu já disse que... Ah, esquece!

                — Pensou que ia fugir de mim, é? — disse a garota alta de cabelos dourados, que segurava parte de seu longo vestido azul que se arrastava pelo chão.

                — Oh droga... — praguejou Kol. — Não devia estar se maquiando com sua amiguinha?

                — Olá... — seus olhos brilharam ao olhar para meu rosto. — Sou Ludwika Jedynak Brant, a prima do Mikołaj!

                — Matthew Miles. — respondi, apertando sua mão.

                — Mikołaj falou muito de você! — disse a garota. — Ah, finalmente você chegou, Alicja!

                — Oi Mikołaj, oi... — pausou.

                — Matthew! — Ludwika respondeu por mim.

                — Está muito elegante hoje, Mikołaj! — exclamou a garota morena de vestido vermelho, abraçando Kol. — Vem, já vai começar!

                As garotas nos arrastaram pelo jardim, até que entrássemos no salão. Fiquei maravilhado ao ver que a casa era ainda mais bonita por dentro. Nas paredes, havia todos os tipos de quadros. Sob meus pés, o enorme e macio carpete vermelho que cobria todo o chão. Fiquei olhando para o enorme e brilhante lustre que pendia do teto.

                Após um tempo, me sentei a uma das mesas reservadas aos funcionários junto da minha família. O garçom veio e nos serviu alguns pratos estranhos que eu nunca havia nem visto antes. Pessoas ricas são estranhas, comem tão pouco e ainda por cima coisas tão esquisitas... Eu preferia macarrão com queijo, hambúrguer ou pizza.

                Como eu sabia que eu era realmente um imã de azar, um dos garçons mais desajeitados veio apressado e tropeçou em nossa mesa, derrubando uma bandeja cheia de taças com vinho sobre mim.

                — Minha nossa, desculpe-me! — exclamou o garçom. — Como pude ser tão desastrado!

                — Está tudo bem, eu vou ao banheiro me trocar! — respondi me levantando. — Mãe, por acaso trouxe algo que eu possa vestir?

                — Infelizmente não, filho. — respondeu.

                — Tudo bem, eu me viro! — respondi, indo em direção ao banheiro.

                Entrei no banheiro e tirei o blazer e a camisa. Abri a torneira e passei água em meus cabelos, que também tinham se sujado com o vinho. Enquanto lavava meu rosto e cabelo, ouvi a porta sendo aberta.

                — Matt? — escutei a voz de Kol se aproximar. — Eu trouxe uma camisa minha, pode vestir se quiser.

                — Eu não entendo... — disse.

                — Não entende o quê? —perguntou Kol.

                — Por que está sendo tão bom comigo hoje? — retruquei, lançando outra questão.

                — Mas eu sempre fui bom com você, não? — disse ele.

                — Sempre, até conhecer a tal Freya! — respondi. — Nesses últimos dias só brigamos e você se entupiu com pensamentos suicidas! Ela está compartilhando a maconha com você, é isso?

                — Não, eu não estou me drogando com ela! Você me disse que já se cortou por dois anos seguidos, não foi? — perguntou. — Por que fazia isso?

                — Eu era uma criança, tinha doze anos e tinha perdido meu melhor amigo! — respondi.

                — Que melhor amigo? — Kol questionou.

                — Danny, meu cachorro. — disse. — E na época as coisas não iam bem. Minha mãe estava doente, meu pai trabalhava longe e eu mal o via... Foi uma época complicada. Mas tudo acabou se resolvendo e hoje posso dizer que somos uma família saudável e feliz. E você, por que se corta? Aliás, por que quer se matar?

                — Quando eu era pequeno, nunca tive dos meus pais a atenção que precisava. Era só trabalho, trabalho e mais trabalho. Nunca me ouviam, nunca pensavam em mim por um segundo. Tudo era movido pelo dinheiro, mais nada. Na Polônia, eu não era aceito pelos colegas da escola pública, sempre me batiam e diziam que eu era o filhinho da mamãe. Mas nas escolas particulares ainda era insuportável. Ninguém era amigo de ninguém, aquilo era uma competição de pirralhos para saber qual família era mais rica e aquilo era ridículo! Mas aí, eu cresci... E me mudei para a América. — disse Kol.

                — E depois, o que aconteceu quando veio para os Estados Unidos? — perguntei.

                — Por aqui, eu ainda era o mimado filhinho da mamãe. — respondeu Kol. — No dia do baile, participei de um jogo de verdade ou desafio. O garoto desafiado me beijou, e depois da festa disse que gostava de mim. Como eu era um idiota que se apaixonava fácil, eu caí nessa e começamos a namorar. Dois meses depois, ele me chutou. E é por isso que vivo assim hoje, amargo, sem vontade de continuar nessa vida!

                — Olha, eu também já tive uma decepção amorosa! — disse. — O cara resolveu me jogar na friendzone só porque a irmã dele gosta de mim! Ele resolveu “respeitar” a irmã, e isso acabou me machucando! Mas eu resolvi seguir em frente, e o que me fazia seguir eram aqueles beijos que nós trocamos! Eu sempre gostei de você, aí você vai lá e faz o quê? Começa a querer se matar por “amor” com uma garota fumada que você mal conhece! Sinceramente? Deixe de ser um mal-comido que quer se matar só porque teve uma porra de uma decepção amorosa quando se tem alguém que te quer bem na sua frente, pronto para fazer tudo por você, seu idiota!

                — Ah, está bravo comigo, é? — perguntou, enlaçando os braços em volta de meu pescoço e chegando mais perto de mim.

                — Mas o que você está fazendo? — questionei confuso.

                — Vendo se você está mesmo bravo comigo! — Kol retrucou, acariciando meus cabelos.

                — Quer parar de me provocar? — me irritei. — Está bêbado? O vinho foi forte demais?

                — Andou malhando? — disse, deslizando suas mãos por meu abdômen, me causando um arrepio. — Você está mais forte que antes!

                — Kol, é sério! Está bêbado? — perguntei, tentando me conter.

                — Talvez um pouco... — respondeu Kol. — Mas você não disse que sentia falta dos nossos beijos? Estou bem aqui, dando bobeira...

                — Kol, não me provoque... — disse, mas foi inútil. — Ah, dane-se se você estiver bêbado!

                Após ter dito isso o puxei contra mim, tocando seus lábios. Fui largando o selinho e aos poucos fui usando minha língua. Eu ainda não era muito experiente naqueles movimentos, mas seguia seu ritmo acelerado.

                Deslizei minhas mãos por suas coxas, puxando-o para cima e tirando-o do chão. Kol envolveu suas pernas em minha cintura, enquanto suas mãos puxavam com força meus cabelos médios. Continuei percorrendo minhas mãos por seu corpo, acariciando de leve seus quadris.

                — Pare! — interrompi o beijo e o coloquei no chão. — Droga, não devia ter feito isso!

                — Por que não? — perguntou.

                — Porque você está bêbado e eu estava bravo com você, Kol! — exclamei.

                — Estava, não está mais! — sorriu. — Não é porque estou bêbado que você fica automaticamente proibido de me pegar!

                — Mas estávamos tento uma conversa séria e... Droga! — exclamei ao olhar para baixo. — Todos vão desconfiar agora!

                — Não terão como provar nada! — retrucou.

                — Não? Estávamos esse tempo todo sozinhos no banheiro, nossos lábios estão vermelhos, os cabelos amassados e... Nem se atreva a me dizer que não vão notar isso! — disse, olhando para a ereção.

                — Somos jovens, Matt! Ficamos excitados até quando vemos uma mosca voar, é normal! — respondeu Kol rindo.

                — Ah, bêbados! — resmunguei, batendo os pés. — Na mesma hora em que a criatura me conta a história de sua vida, já vem me agarrando que nem maluco!

                Após vestir a camisa limpa, saímos do banheiro discretamente e voltamos para o salão, evitando olhares de todas aquelas pessoas ali presentes.



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