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História Ele é só meu amigo - Bem vindo à família


Escrita por: Heidi_Biersack

Notas do Autor


Oi gente! Só hoje a tia conseguiu atualizar, por favor me perdoem! Sei que é péssimo ficar esperando, mas o bloqueio não anda me dando uma folga...
Se ainda estiverem aí, agradeço pela paciência e boa leitura!

Capítulo 13 - Bem vindo à família


                — Mãe? — interroguei preocupado. — Conversar sobre o que? Vai dizer que o que eu fiz foi uma vergonha?

                — Não, Matthew! — retrucou. — Primeiro, antes de tudo, queria saber que sangue é aquele no nosso banheiro. Andou se cortando de novo?

                — Sim... — respondi. — Eu fiquei desesperado e não sabia como lidar com aquela situação, eu senti raiva de mim por ter feito meu pai perder o emprego! Resolvi descontar todo aquele ódio de mim com a navalha, então... A senhora já sabe!

                — Filho, eu e seu pai não estamos preocupados com isso, o que importa para nós é você! — ela me abraçou, afagando meus cabelos. — E também precisamos conversar sobre você e o Kol, no mínimo você deve estar... Assustado ou confuso, não?

                — Tudo bem, mãe! — respondi. — Vamos para casa, lá podemos conversar sobre isso.

                — Diga para Kol vir também, quero falar com ele! — disse minha mãe.

                Acenei que sim e fiz um gesto para Kol, que veio até a porta. Sussurrei em seu ouvido o recado de minha mãe. Kol concordou comigo e fomos nos despedir dos amigos.

                Entramos no carro prateado e percorremos uma longa estrada. O silêncio reinava, sendo quebrado apenas pelo som do rádio que minha mãe havia ligado.

                Ao estacionar em frente à nossa casa, descemos do carro. Os pequeninos correram até mim, abraçando fortemente e agarrando minhas pernas, me fazendo perder o equilíbrio e quase cair.

                — Ei, vão devagar! — exclamei, abraçando as crianças.

                — Estávamos com saudades! — disse Sabine, me agarrando com ainda mais força. — Onde você estava?

                — Bom... Eu saí com os amigos, fiquei cansado e acabei dormindo na casa do pai da Jaydah... — respondi. — Mas agora voltei para a casa, vamos compensar todo o tempo perdido ontem!

                — Vamos brincar! — exclamou Stephan, me puxando pela mão. — Ei, não é esse aquele menino que você... Ér... Anda com ele?

                — Sim, é ele mesmo! — respondi. — Vão lá para cima, depois vamos brincar e eu explico para vocês!

                Os pequenos balançaram a cabeça e adentraram a porta, enquanto eu ouvia seus passos apressados pelas escadas.

                Gelei ao ver a grande sombra projetar-se à nossa frente. A expressão que meu pai levava não era das melhores, provavelmente iria começar uma grande briga naquele momento.

                — Então é você o garoto que anda se envolvendo com Matt? — sua voz soou fria enquanto encarava Kol dos pés à cabeça. — Bem vindo à família, garoto! — sua expressão séria se desfez em um sorriso, enquanto ele abraçou Kol com força.

                — Jamais faça isso de novo, pai! — resmunguei, sendo interrompido por seu abraço apertado.

                — Estava só vendo qual seria sua reação! Aliás, você deveria ter visto a sua cara! — meu pai ria enquanto acariciava meus cabelos.

                — Isso não se faz! — continuei reclamando. — Eu achei que o senhor ia nos matar!

                — Por que achou isso? — perguntou.

                —Porque a maioria dos pais não consegue lidar com a orientação sexual dos filhos! — respondi. — Como os pais dele...

                — Não tem para onde ir... Não é, garoto? — perguntou meu pai, olhando para Kol.

                — Não... Meus pais me matariam se me vissem depois do que aconteceu! — o polonês respondeu, apoiando-se sobre meu peito. — Eles não conseguem aceitar o fato de que eu e o Matt nos gostamos!

                — Percebi isso, seus pais são um tipinho meio difícil... — respondeu meu pai. — Mas até que você arrume algum lugar para ficar, pode dormir por aqui por uns dias. Só não vá aprontar com o Matt, hein? Venham para dentro!

                Entramos e nos sentamos no sofá vermelho. Minha mãe voltou da cozinha com algumas xícaras de café e biscoitos.

                — Já tomamos café na casa do senhor Wilson! — Kol disse educadamente, sorrindo para minha mãe.

                — Ainda é cedo para o almoço, comam mais! — ela insistiu e Kol acabou cedendo e pegando um biscoito. Também peguei um e comecei a comer.

                — Estão bons? — meu pai perguntou. — Hoje resolvi ajudar sua mãe com o café e fiz os biscoitos!

                — E o senhor não botou fogo na casa? — ri.

                — É claro que não! — ele retrucou. — Eu morava sozinho antes de conhecer sua mãe, acha que a comida vinha de onde? Eu sei cozinhar, e muito bem! Daqui a pouco tempo você irá para a faculdade, que tal aprender com o mestre?

                — Já que o senhor é tão bom assim... Um dia pode me ensinar os truques! — respondi, pegando a xícara com café. — Mas não vamos conversar sobre o ocorrido? Por que você e a mamãe agiram tão naturalmente? Minha sexualidade não os incomoda?

                — Claro que não! — meu pai respondeu. — É que eu... Não queria cometer o mesmo erro que seu avô. Sabe seu tio Michael?

                — Sei sim. — respondi. — O que tem ele?

                — Vendo ele casado e cheio de filhos, você nunca imaginaria que um dia ele foi até seu avô e... Se assumiu. — disse meu pai.

                — O tio Michael é... Gay? — interroguei espantado. — E o que o vovô disse?

                — Sim, ele é. — confirmou. — Bem, seu avô... Ele surtou e disse que Michael era uma vergonha para toda família, que isso que ele fazia era uma imundície. E eu fiquei vendo aquilo, até que resolvi defender meu irmão...

                — E o que aconteceu? — Kol acabou entrando na conversa e perguntando.

                — Ele disse que eu era outro e depois que não sabia o que havia de errado que fazia ele só pôr filhos podres no mundo... — meu pai suspirou. — O tempo passou e eu e Michael nos casamos com mulheres. Eu porque realmente amava uma, já ele...

                — Eu não sabia disso... — disse. — Então o senhor não quer repetir o erro do vovô, pois sabe o que eu sinto... Mas...

                — Mas nada, filho! — retrucou. — Eu só quero você feliz, não importa ao lado de quem! Se você ama esse garoto, vá em frente e continue o amando! Ao contrário de meu pai, eu só quero te ver feliz! Filho, eu te amo e só quero sua alegria!

                — Eu também te amo, pai! E a senhora também, mãe! — eu os abracei forte. — Então não se importam se eu fizer isso?

                Toquei os lábios de Kol, cuja face enrubesceu-se instantaneamente antes de retribuir o beijo.

                — Eu vi tudo! — ouvi a voz de Sabine, que se pendurava no corrimão junto com Stephan.

                — Bine, Steph... — minha mãe reclamou. — Não deviam bisbilhotar o namoro do seu irmão, são muito jovens para isso!

                — Quando crescer eu vou poder beijar alguém também? — Sabine perguntou.

                — Daqui a muito, muito, muito, muito tempo, vai sim! — exclamou meu pai.

                — Para que tanto tempo, papai? — a pequenina cruzou os braços.

                — Porque você ainda é uma menininha e menininhas não namoram, ok? — disse meu pai. — Agora vá fazer algo certo para sua idade, brincar com seus irmãos! Mas antes, vamos comer!

                A pequena me arrastou pela mão, me levando até a cozinha. Chegando lá, todos nos servimos da deliciosa comida de minha mãe. Eu pretendia ajudá-la com a bagunça após o almoço, mas Stephan e Sabine me arrastaram pela escada, me deixando no quarto.

                Passamos o resto da tarde entre carrinhos, bonecas, quebra-cabeças e joguinhos infantis. No fim de tudo, eu estava exausto. Me joguei em uma das caminhas e logo os pequenos já se deitaram sobre mim, deixando seus pezinhos sobre meu rosto. Acabei adormecendo por ali junto com eles, que me abraçavam forte.

                No meio do sono, só me lembro de alguém ter deixado um cobertor sobre nós três e dos lábios finos e macios dele tocarem os meus. 



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