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História Ele vai voltar? - Isso não é um Adeus


Escrita por: yAnja

Capítulo 9 - Isso não é um Adeus


Fanfic / Fanfiction Ele vai voltar? - Isso não é um Adeus

Pela manhã acordei meio zonza, acho que tinha dado no máximo um cochilo de 2 horas. Eu levantei da cama, escovei os dentes e tomei um banho. Coloquei uma camisa listrada preta e branca de mangas compridas e um short azul-claro com alguns rasgados na frente, uma sandália preta, como sempre deixei meu cabelo solto e peguei minha bolsa com meus pertences.

"Não precisa me ligar, vou te esperar no ponto de ônibus perto da minha casa." era Kentin novamente.

Estava impaciente então nem quis tomar café da manhã. Tia Agatha me ofereceu carona até a escola, mal sabia ela que eu estava indo matar aula, e espero que seja por uma boa causa. Inventei que ia encontrar uns amigos durante o trajeto para a escola então ela não insistiu mais no assunto.

"Estou a caminho." mandei para Kentin logo após me sentar no banco do ônibus.

"Já estou te esperando na parada aonde você vai descer." ele respondeu.

Demorou alguns minutos mas logo cheguei aonde Kentin me aguardava, ao descer do ônibus fui na direção dele.

- Oi...

Kentin estava pálido, ele usava uma camisa xadrez que ficava frouxa em seu corpo, o cabelo liso dele estava bagunçado, presumi que ele apenas levantou e venho ao meu encontro. Parecia acabado de certa forma. Não quis já colocá-lo contra parede perguntando o que estava acontecendo logo de cara.

- Oi... - cumprimentou sério - Venha, vamos à minha casa.

- Sua mãe não se importa?

- Não se preocupe, só eu estou em casa.

- Aconteceu algo com seus pais? -minha voz se alterou um pouco.

- Não, quando chegarmos lá conversamos. Agradeço por ter vindo. - ele permanecia sério, algo estava muito errado.

No final da mesma rua aonde tinha a parada de ônibus, estava a casa de Kentin, nós entramos sem falar nada, ele trancou a porta e me guiou até a sala.

- Fique à vontade. - ele estava totalmente inexpressivo.

Me sentei, ele fez o mesmo sentando-se ao meu lado. Nós encaramos por algum tempo. Ele parecia escolher as palavras certas a dizer.

Eu coloquei minha mão em seu ombro para acalmá-lo, ele deu um meio sorriso.

- Eu vou sair da nossa escola, na verdade, já sai - falou todas as palavras com dureza.

- Como assim? Por quê? O que acontec..

- Shhh... Se acalme. Eu vou falar tudo o que aconteceu de uma vez só, e se tiver perguntas, você as faz quando eu terminar.

- Está bem - concordei.

- Ontem, depois do que Ambre fez, voltei para casa, e meus pais me obrigaram a falar o que tinha acontecido com meu tornozelo e meus óculos - ele apontou para seu óculos mostrando a parte quebrada da lente.

Eu me torci desconfortável no sofá lembrando do acontecido. Ele prosseguiu, tentando falar o mais calmo possível:

- Depois de muita insistência dos dois, eu falei a verdade, que tinham me empurrado da escadaria da escola de propósito e que também roubaram meu dinheiro - ele respirou fundo - Até comentei que você me protegeu... Porém, eu sei que você lembra de como meu pai é sério e quando ele toma uma decisão não há nada que o faça mudar de ideia.

Sua voz começou a ficar trêmula, mas mesmo assim não parou de falar.

- Ontem mesmo ele foi até nossa escola, dizer que eu estava saindo de lá, ele me disse que... - ele abaixou sua cabeça - Que ia fazer de mim um homem, que amanhã mesmo eu vou para uma escola interna... Uma... Uma escola militar, que nunca mais vou passar vergonha de novo, ainda mais por causa de 3 garotas mimadas de uma escola. - uma lágrima começou a escorrer pelo rosto dele.

Eu fiquei muda por alguns segundos. Escola militar? Kentin não ia aguentar conviver no meio de um monte de valentões. Tentei ajustar todas as informações que ele me dera na cabeça.

- ... Você vai embora? - foi o que consegui dizer.

- Infelizmente. - ele mal conseguia direcionar seu rosto para mim.

- Quanto tempo...? - estava perplexa.

- Não faço ideia, talvez uns 3 meses, ou mais.

Senti algo muito ruim no meu peito, foi como se tivesse tomado um soco. Eu ignorava tanto Kentin há um tempo atrás, mas agora, agora era diferente, eu estava acostumada com sua presença, eu estava apegada à ele.

- Eu... - não fazia ideia do que dizer.

- Talvez isso seja bom, talvez eu cresça, talvez quando eu volte ninguém mais vai ousar me chamar de pirralho. Eu só fico com raiva de ser tão fraco, por que essa fraqueza agora vai me deixar longe de você e dos meus pais!

Nunca tinha o visto tão abatido.

- O-olha Ken.. – aproximei-me dele. - Tudo vai ficar bem, você tem seu celular, certo? Nós podemos trocar mensagens durante todo tempo que estiver fora. - não tinha nada melhor que pudesse falar - Assim nós não vamos ficar afastados completamente.

- Eu já pensei nisso! - ele falou alto - Mas numa escola interna esse tipo de aparelho é proibido, somente se acontecer algo eu poderei receber ou fazer alguma ligação! - começou a chorar mais e mais, eu nem reconhecia sua voz até aquele ponto.

Não pude me conter, meus olhos se encheram de lágrimas e começaram a escorrer por meu rosto também.

- Eu espero você voltar! - falei com determinação limpando minhas bochechas com as costas das minhas mãos.

- O q-quê? - perguntou em meio a um soluço se virando para mim.

- Você é a melhor pessoa que entrou na minha vida Kentin, não vai ser uma maldita escola militar que vai mudar algo - coloquei minha mão sobre sua perna - Não se preocupe, isso não será um adeus.

Ele pôs sua mão sobre a minha, carinhosamente. Um arrepio passou por todo meu braço, inesperadamente.

- Você promete?

- Prometo! 

Kentin desfez o espaço que havia entre nós me dando um grande abraço apertado. Eu o abracei forte também. Parecia que o tempo tinha parado, mas sei que ficamos daquele jeito por um bom tempo.

- Eu vou embora amanhã de manhã apenas, talvez seja pedir demais, mas temos o dia todo hoje ainda. Então, você topa sair comigo à noite? Gostaria de aproveitar sua companhia antes de tudo na minha vida mudar.

- Claro, mas porquê de noite? - perguntei confusa.

- Eu tenho que arrumar minhas malas, e também tenho algumas coisas pra resolver durante a tarde.

- Está bem! Aonde vamos?

- Eu já tenho uma ideia. A noite eu te busco na sua casa, ok?

- Ok!

Eu passei o resto da manhã na casa de Kentin, queríamos aproveitar o máximo que desse com a presença um do outro enquanto tínhamos chance. Kentin fez café e torradas para comermos enquanto assistíamos desenhos na TV. Sempre que eu podia eu fazia ele rir com alguma bobagem. Quando estava no horário da aula acabar na escola eu me despedi dele com um abraço, dizendo que o aguardava de noite, por fim fui para minha casa me perguntando por quê ele tinha que ir embora, logo agora que eu estava me sentindo tão próxima e bem com ele?



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