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História Ele vai voltar? - Às vezes, momentos felizes vem em dias sombrios.


Escrita por: yAnja

Notas do Autor


Oi, olha eu aqui de novo! Nem demorei dessa vez...
Ocupei a imagem no episódio 31 para capa de hoje e a modifiquei! E não, o Kentin não fumou um verdinho, ele só estava prestes a chorar na imagem, rs’ u.u
Alonguei esse capítulo o máximo que consegui, porque eu estava com saudade de momentos só da Lilith com Kentin, mas sem ser enrolada, claro... Tentei responder a maior parte de dúvidas que foram deixadas para trás na fanfic.

MAIS UMA COISINHA, comecei uma fanfic nova recentemente, é Amor Doce junto com Slender Man, de terror, quem quiser dar uma passada lá pra me ajudar, ou divulgar, vou deixar o link da fic nas notas finais!!!

Boa leitura!

Capítulo 26 - Às vezes, momentos felizes vem em dias sombrios.


Fanfic / Fanfiction Ele vai voltar? - Às vezes, momentos felizes vem em dias sombrios.

Por sorte, o parque era bem próximo da minha casa, assim não ficamos em uma situação silenciosa e constrangedora por muito tempo.

– Chegamos... – Ken foi o primeiro a se pronunciar.

Não falei nada, apenas acenei positivamente com a cabeça, até porque eu não tinha o que dizer, não agora, ainda me sentia incapacitada para um diálogo. Se eu acabasse deixando meus sentimentos falarem no lugar do meu cérebro é bem possível que eu acabe desabando com as lembranças de tudo que passei.

Eu não queria cair nos braços de Kentin, eu nem sei se o conheço mais.

Paramos de caminhar em meio a calçada de passagem do parque.

Em um ato fingindo descontração, peguei meu casaco preto de dentro da minha bolsa e o coloquei, tudo em tentativas inúteis de disfarçar o desconforto e desespero que sentia.

Um, dois, três, quatro segundos...

Meu peito inflava e esvaziava com ar, pesadamente. E eu mal sentia minhas pernas até tal momento.

– Quer se sentar? – perguntou.

Neguei com a cabeça, soltando uma pequena risada, um riso nervoso.

Eu nem arriscara encarar seu rosto, porque se eu o olhasse só me deixaria mais perdida ainda.

Doze, treze, quatorze, quinze segundos...

Aguenta firme, Lilith.

– Você poderia ao menos olhar para mim, enquanto tento me esforçar para conseguir falar algo descente?

Dezenove, vinte, vinte um segundos...

Puxei uma lufada de ar nasal, juntando o pouco de coragem que havia em mim.

Olhei para ele, de primeira tentei encará-lo mas deixei meu olhar em um nada paralelo, de segunda, o olhei de verdade, e senti uma eletricidade desconhecida passando por meu corpo inteiro. No fundo, eu gostei.

– Pronto. – minha primeira palavra – Podemos conversar, finalmente. – agradeci mentalmente por soar menos esganiçada do que pensei que soaria.

Seus olhos verdes me encaravam como os de alguém que estava em suplica, um sorriso ladeado brotava no canto dos lábios do mesmo, e eu me perguntei inconscientemente como meu cérebro conseguia captar cada mínimo movimento dele, e foi nessa hora que eu perdi a conta de quantos segundos mais tinham passado... Que se dane.

– Lilith... – prendeu seu olhar com o meu – Eu queria que você me respondesse algumas coisas sobre as mensagens que me enviou... – e aquele contato visual parecia durar a eternidade.

Não. Eu nem tinha como responder, aliás, eu nem tinha que responder nada.

Optei pelo óbvio.

– Quem deve respostas aqui é você a mim. – fui rápida e curta com as palavras, eu nem piscava mais.

Pensei que ele iria descordar, persistir, mas esqueci que nem todo mundo é insistente como Castiel.

– Tem razão, eu te devo muitas respostas, então, sinta-se livre para perguntar! – riu desajeitado.

Kentin afastou-se com dois passos traseiros, saindo da trilha do parque e sentando-se em meio a grama.

Ainda um pouco incapacitada, dei um jeito de fazer o mesmo, sentei-me próxima à ele, mas com uma distância entre nós significativa. Larguei minha bolsa ao meu lado, junto a ela coloquei a coroa de flores que usava, cuidando para não estragar. Não conseguia me aproximar muito, porque sentia que se eu chegasse perto demais, ou que se eu virasse meu rosto, poderia ser apunhalada de novo ali mesmo. Medo definia essa sensação maldita.

– Como foi lá? – essa não era a pergunta certa, mas eu não sabia se eu devia continuar fingindo para Kentin que ele era só um velho amigo.

– A escola militar? Foi uma bosta, mas aprendi a gostar com o tempo. – deu de ombros – Seja direta, Lily, eu sei que não é esse o ponto.

Eu não esperava uma resposta tão firme vinda dele, eu nem ganhei tempo para pensar.

Vamos, Lilith... Pergunta logo!

– Se você sabe qual é o ponto, então por que não respondeu ainda? – pressionei minhas mãos sobre minhas pernas cruzadas.

Idiota, era para perguntar ao invés de ser indireta!

– Simples, porque quero que a pergunta saia da sua boca. – fitava-me intensivamente.

Minha boca escancarou-se em surpresa.

– Mas se faz questão, eu te respondo mesmo assim. – ele reprimiu os lábios por um momento, franzindo o cenho.

Por favor, diga que você não mentiu para mim.

– Eu menti Lilith. – contrariou meus pensamentos.

Aquilo doeu, é claro que doeu. Eu já sabia, mas doeu mesmo assim, e eu nem podia fazer nada para mudar isso.

Arreganhei os dentes, frustrada, balançando a cabeça e finalmente tirando meu olhar do rosto dele, porque era torturante, porque simplesmente não deu pra mim.

– Sinto muito... – desculpou-se num murmúrio mortificado.

Foi mais forte do que eu, não consegui me controlar.

Eu estava me controlando há tempo demais, eu tinha de arrancar do meu peito toda a raiva e angustia.

– Três meses contando os dias um por um... – comecei a falar em um resmungo baixo, mas sabendo que ele ouviria tudo – Quatro meses me convencendo de que mudando meu jeito e escondendo para mim mesma meus sentimentos, tudo iria ficar bem... – fui aumentando minha voz e fiquei de joelhos nas gramas – Mais um mês para acreditar de que realmente havia esquecido tudo e deixado as memórias para trás... – aproximava-me dele, apertando minhas mãos em punhos – Ao total foram oito meses, e aí... – dei uma gargalhada – Aí magicamente você apareceu, e eu mal acreditei nisso. – meus braços tremiam ao lado do corpo – E eu fiquei feliz sim, mas também fiquei confusa...

Kentin me olhava intacto, como se o corpo dele tivesse criado raízes no chão. Os olhos levemente arregalados pelas despejadas de informações, mas eu estava esgotada demais, somente continuei falando como se fosse um áudio incapaz de ser parado.

– Então aconteceu o que aconteceu, não é? Você venho falar comigo como se mal tivesse me conhecido um dia realmente, e depois aquela cena ridícula com a Ambre... – ri outra vez, um riso tão irritante por lembrar daquele beijo – E depois... Depois você começou a insistir assunto comigo, só por que leu umas mensagens no seu celular? Aí eu voltei a ter algum significado? – estava prestes a grunhir – Agora, o melhor que você tem a me dizer por ter me feito de idiota por meses é “sinto muito”? Enfia esse sinto muito no seu cu! ­– terminei entredentes.

Não deu outra, já estava próxima o suficiente dele, comecei estapeá-lo freneticamente em seus braços, ombros e peito.

­– Idiota, idiota! – falava entre tapas, sentindo meus olhos pegarem fogo e eu estava louca para cair deitada nas gramas e chorar.

Em meio a tapas e empurrões que eu dava em Kentin, ele saiu do transe em que estava e segurou meus pulsos firmemente, se colocando de joelhos também, comecei a contorcer meus braços e cintura para me livrar de suas mãos.

– Me solta, cretino! – mexia minhas mãos ainda tentando enchê-lo de tapas.

Nunca fui agressiva, mais já não aguentava mais aquilo, e muito menos acreditava na cara de pau dele de vir atrás de mim.

– Chega! Para agora com isso, Lilith! – ordenou, pressionando mais um pouco suas mãos em meus pulsos, falando com uma severidade tão grande que meus fios de cabelos arrepiaram-se inteiros.

Congelei, agora encarando-o nos olhos com pura raiva, sentia que por mais um pouco meus olhos iriam transbordar em lágrimas.

Antes que eu pudesse pensar em outros insultos verbais foi a vez de Kentin falar.

– Eu realmente não esperava por um reencontro assim. – comentou atordoado.

– Isso não é um reencontro, nosso reencontro foi quando você se agarrou na Ambre, babaca! – cuspi as palavras para o mesmo, voltando a movimentar meus braços na tentativa falha de soltá-los.

Me levantei no chão freneticamente, e Kentin se colocou em pé também.

– Eu disse pra parar com isso! Que droga! – sua voz aumentou um décimo, e ele segurou-me com mais força impedindo de me debater.

Kentin me encarava, pude jurar que vi tristeza em seu olhar, e eu não sabia se aquilo me satisfazia ou me deixava pior.

Deixei minha cabeça cair para frente, fazendo-me encarar nossos pés que mal eram visíveis há olhos nus naquela noite.

– Olha pra mim, Lilith... – pediu, voltando a diminuir a voz.

Minhas pernas tremiam e eu já estava hiperventilando de nervosismo.

Ergui a cabeça, mordendo meu lábio com tanta força que senti um gosto de ferrugem, ou até mesmo sal. Sangue.

– Eu menti sim, mas quando fui embora nós estávamos recém ficando perto um do outro realmente, antes mal nos falávamos, porque você não queria, porque eu só te incomodava e te seguia, eu lembro de como você se arrependeu disso e foi até minha casa me pedir desculpas, lembro de cada coisa que passamos juntos, mas eu não queria te deixar com um peso nas costas quando fui embora – Kentin largou meus pulsos finalmente e me segurou pelo rosto, para evitar qualquer desvio visual – Eu sabia que eu ia demorar bem mais que três meses, mas me despedir de você já tinha sido ruim o suficiente, eu não queria que as coisas ficassem mais horríveis ainda, preferi mentir, admito...

Era possível sentir as mãos dele tremendo em contato com minhas bochechas, e eu estava com a mente viajando em cada palavra que ele dizia.

– Achei que até o fim desses três meses você nem ia recordar que eu era seu amigo, que eu ia ter sumido da sua vida já, subestimei nossa amizade, eu sei, mas, tudo isso porque eu nunca me achei suficiente... – ele deu um sorriso deprimente – Mas mesmo pensando assim, eu me esforcei muito na minha outra escola, e todo, todo dia mesmo eu me ultrapassava só para voltar o mais rápido possível e ver você e minha mãe outra vez.

Com a pouco de luz que a lua proporcionava podia-se ver em seus olhos que ele segurava o choro assim como eu.

E meu coração batia descontroladamente.

– Eu não dediquei meu tempo lá fora para nada além disto, não fiz amigos, porque o que eu queria era só voltar logo pra cá, então, sim Lilith, eu sinto muito, muito mesmo, e eu vou repetir quantas vezes precisar: Eu. Sinto. Muito. – redimiu-se às suplicas, ainda tendo meu rosto em suas mãos.

Meus ombros amoleceram, e minhas pernas já fracas antes, agora nem pareciam existir mais. Estava ficando ridículo o quanto eu queria chorar com tudo o que ele dizia. Mal acreditava em tudo que ouvira, podia acabar com todo aquele conflito naquele exato momento, mas eu ainda sentia medo.

– E isso explica o jeito que me tratou quando voltou? – falei com a garganta apertada, meus olhos marejaram finalmente, começando aos poucos embaçar minha visão.

Kentin suspirou, não era frustração, mas sim em descontentamento.

– Em parte sim, mas por outro lado não, aquilo foi só uma vingança estúpida, e seu amigo me fez acordar logo e perceber o erro que cometi. – antes mesmo de eu perguntar ele já respondeu – O tal de Castiel, venho me dar uma lição de moral naquele mesmo dia. – riu amargurado – Você não deve ter visto, mas depois daquilo eu praticamente pisei em Ambre, e por hora fiquei satisfeito por ter feito ela pagar por todo mal que me causou, mas depois que seu amigo venho me falar o quanto você ficou incomodada no tempo que estive fora, não parei de pensar nisso, e quando fui ver suas mensagens, era tarde demais... Eu agi como um babaca mesmo, tem razão... – ele largou meu rosto devagar, pegando uma mecha do meu cabelo e enrolando na ponta do dedo distraidamente – Fingi que éramos somente velhos amigos, porque reparei que você já estava em outra, e estava bem... E não te culpo por isso, oito meses realmente foram demais...

– Foram sim... Foi muito... – concordei, trêmula.

Ele franziu o cenho com tristeza, abaixando o queixo em desistência.

– Mas não deixei de pensar em você nem um dia se quer... – falei no meu último fio de voz, brincando com meus próprios dedos, mas ainda assim, o fitando.

Kentin travou antes de deixar seu rosto abaixar completamente, o levantou rápido, as sobrancelhas quase se escondendo atrás dos cabelos bagunçados em surpresa. Seus olhos estavam vermelhos, e eu sabia que ele estava trancando o choro dentro de si, e foi o que enfim me fez desabar de vez.

– O q-quê? – perguntou, foi a primeira vez que o vi gaguejar.

– Isso mesmo. – deixei minhas mãos apertadas sobre meu peito, como se evitasse me desmontar na frente dele ali mesmo.

Inesperadamente fui puxada pelos braços dele, em um abraço desesperado, de primeira choque, de segunda alivio. Sem pensar me atirei sem medo nos braços do mesmo, enterrando meu rosto em seu peito em plena ansiedade e saudade.

Lágrimas teimosas umedeciam minhas órbitas, e não pude evitar fechar meus olhos e apertá-lo contra mim com força, atos desesperados e sem precisar tomar consciência de cada um deles, porque não era importante... Eu só queria fundi-lo em um abraço eterno, e sentia que ele queria fazer o mesmo comigo, enquanto me agarrava de tal forma que me fez sentir que jamais iria me soltar.

– Eu senti tanta, tanta, tanta saudade... – murmurava ele com a voz embargada de melancolia, o queixo apoiado sobre minha cabeça, um braço firme em volta de mim e o outro de forma carinhosa afagava meus cabelos.

Pela primeira vez em tanto tempo senti algo em mim mais leve, mais solto, algo novo, e eu sabia que era a sensação de deixar o rancor ir embora, era a sensação de perdoar alguém, era paz.

E eu não imaginava que haveria um tipo de alivio tão desesperado como esse, que fazia meu peito se reprimir contra si mesmo, doendo de felicidade, enquanto eu me enterrava naquele abraço que só Deus sabia o tanto queria.

Não sei quanto tempo aquilo durou, mas sendo segundos ou minutos, eu não queria soltá-lo mesmo assim.

Quando finalmente nos acalmamos de toda aquela euforia, nos afastamos, devagar, bem lentamente...

Eu mal o enxergava, minha visão estava completamente borrada, pisquei algumas vezes, e senti finalmente as lágrimas que eu tanto segurei correrem por meu rosto, mas elas não eram de tristeza, e sim, felicidade.

– Me perdoe por ter feito você sofrer, nunca foi minha intenção... – começou a acariciar minha bochecha, seus olhos brilhavam. E eu estava perdida na imensidão daquela cor esmeralda que um dia pensei jamais ver de novo.

– Eu te perdoo. – balancei minha cabeça, sem conseguir conter um sorriso no canto dos lábios.

Kentin me puxou para outro abraço, dessa vez mais calmo, mais sossegado e carinhoso.

– Esperei por isso a tanto tempo! – exclamou com emoção, passando seus braços por minha cintura e me levantando do chão em um abraço de urso.

– Eu também! – falei risonha ainda desacreditada que quem estava ali comigo era ele mesmo, e que tudo estava bem.

Rodou-me no ar antes de me pôr no chão novamente. Desde quando ele tinha ficado tão forte?

– Você está tão mudado! – comentei, limpando meu rosto com as costas das mãos, mas sem parar de sorrir – O que houve com seus óculos? – inclinei minha cabeça para o lado, pensativa.

– Não houve nada, eu apenas os uso em casa agora. – deu de ombros – Estou com lentes de contato. – explicou.

– Entendi... Confesso que vou sentir saudade dos óculos, mas logo me acostumo. – sorri sem jeito, o olhando, eu tinha que ficar com o queixo erguido para fita-lo nos olhos – Está bem mais alto também... – analisei-o.

– É, eu cresci, acho que antes de ter ido eu não tinha chegado a... Puberdade direito ainda. – riu, coçando a nuca enquanto olhava para os lados, completamente vermelho de vergonha.

Ah, eu adorava essa mania dele.

– Mas pelo o que vejo continua sendo o mesmo Ken de sempre... – estava louca para flexionar os joelhos e pular em cima dele de novo.

– Por favor, me chame apenas de Kentin agora, Ken é meio... Vergonhoso. – ele colocou as mãos nos bolsos das calças, estava ficando mais corado ainda.

Na verdade, parando para pensar, Ken era um apelido bem maldoso que Lety tinha colocado nele, para perturbá-lo.

– Tudo bem! Sem problemas! – concordei.

– E você, vejo que mudou também... Deixou os cabelos ficarem mais longos ainda... E parece mais rebelde também. – analisou-me de cima abaixo.

– S-sim... – gaguejei, nervosa – Não mudei tanto assim. Só estou menos indefesa, creio eu...

– Não tenho dúvidas disto. Mas tem algo que me intriga...  – cruzou os braços.

– O quê?!

– Desde quando você fuma? – arqueou a sobrancelha.

Por essa eu não esperava.

– Como você sabe? – perguntei com a voz falha.

– Ontem quando cheguei na escola, você estava com Rosalya e Alexy no pátio, e bom, na hora que fui na direção de vocês, você levantou e esmagou algo no chão, quando cheguei mais perto, vi que era um cigarro... Fiquei realmente surpreso.

Nossa, eu nem sabia aonde enfiar a cara, talvez cavar um buraco e me enterrar seria uma boa.

– Eu n-não fumo sempre... – tentei explicar – Só quando estou um pouco estressada mesmo.

– Imagino que foi Castiel que te apresentou isso.

O olhei, boquiaberta, sem saber o que responder.

– Foi o que pensei. – resmungou com um sorriso amargurado – Acho bem desnecessário isso, até um pouco nojento... – encolheu os ombros – Mas quem sou eu pra falar algo né.

Ai meu Deus, alguém me ajuda.

– Não, você está certo... – concordei, embasbacada. Onde eu estava com a cabeça.

Kentin abriu um sorriso para mim, ao ver concordar com ele.

– Sabia que era esperta. – levantou a mão até minha cabeça e bagunçou meus cabelos.

Eu ri, sem jeito ainda pelo assunto constrangedor.

Ficamos nos encarando, eu não podia evitar o sorriso, muito menos ele, e por algum motivo a luz da lua deixava ele ainda mais lindo.

Meu celular começou a tocar dentro da bolsa, fazendo eu e Kentin sair do nosso pequeno transe. Agradeci mentalmente, mais alguns segundos e era capaz de eu deixar uma saliva escorrer pela minha boca, pois eu estava praticamente babando pelo Kentin.

Agachei-me pegando a bolsa do chão e tirando o celular. Era uma mensagem da Agatha.

“Espero que tenham “conversado” o suficiente, mas está na hora de ir pra casa antes que fique muito tarde. Beijinhos da fada.”

– Tenho ir para casa. – falei a contragosto, suspirando.

– Eu te acompanho. – ofereceu-se.

E eu não era louca de recusar a companhia dele né.

Peguei minha coroa de flores do chão, a colocando de novo na minha cabeça e pendurei a alça da bolsa no meu ombro, logo começando a caminhar junto com Kentin.

Durante todo o caminho Kentin e eu trocamos alguns olhares e pequenos sorrisos calmos, mas por dentro eu me sentia como se estivesse prestes a voar.

– Tenho que pedir uma coisa... – começou Kentin assim que chegamos em frente do portão da minha casa.

– O quê? – segurava minha bolsa com as duas mãos em frente ao corpo.

– Seja lá onde for que você guardou o urso que te dei, não esconda-o mais, dei ele pra você porque eu gostava... Gosto... muito, muito de ti. – riu levemente, mas podia ver o quando se sentia incomodado.

– Desculpe por isso... – suspirei, olhando para meus pés.

– Desculpe tu a mim, de novo, por tudo e tal... – pôs sua mão sobre meu ombro.

Levantei meu olhar para ele.

– Tudo bem... – sorri com o canto dos lábios.

Sustentamos nosso olhar por mais algum tempo, e ele continuava com sua mão apoiada em meu ombro, sentia como se meu coração fosse pular para fora do peito, como nos desenhos animados.

– Já ia esquecendo... – Kentin franziu a testa, ainda encarando-me – Sobre suas mensagens, teve uma parte... Em que você falou que Castiel te salvou no dia em que foi até minha casa, e bom... Eu queria saber se você... – ele tentava escolher palavra por palavra.

– Não quero falar sobre isso... Já passou. – falei firme. Com certeza não queria tocar em um assunto tão ruim nesse momento tão bom.

– Tem certeza?

– Absoluta!

– Está bem, então, hm, bom... – ele abaixou sua mão, parecendo hesitante.

– Eu vou entrando então, antes que minha tia apareça aqui. – ri.

Kentin apenas acenou com a cabeça, e eu continuei parada o olhando e ele olhando para mim.

– Boba. – disse, me puxando pelo braço para si, dando outro abraço apertado.

Relaxei em seus braços, sorrindo idiotamente, porque eu me sentia uma completa idiota por estar tão encantada com cada toque dele. Abraça-lo era tão bom e aconchegante, poderia passar o dia trocando abraços e mais abraços...

Quando finalmente nos afastamos, sentia meu rosto completamente quente, e meu coração palpitava fora do normal.

– Até amanhã na escola... – despedi-me dele.

– Até... – acenou com a cabeça.

Entrei em casa, Kentin ficou me observando até o último instante em que fechei a porta de casa e não podendo o ver mais. E eu estava me sentindo nas nuvens.

– Você só não se encosta na porta e desliza até o chão que nem uma apaixona, porque não está dentro de um filme. – comentou Agatha ao me ver entrar.

Coloquei a mãos no rosto risonha, balançando a cabeça envergonhada.

– Deixe de bobagens, tia. – subi as escadas correndo antes que ela fizesse um questionário sem fim.

Abri a porta do meu quarto, sorrindo grandemente, em seguida me trancando lá.

Eu tinha que tirar um certo urso de pelúcia de cima do meu armário antes de dormir esta noite.

Estendi meu braço até o interruptor do quarto, para acender a luz.

– Você nunca mais vai esquecer a janela do seu quarto aberta, docinho. – falou uma voz bem ao meu lado, escondido no canto escuro do quarto.

Antes mesmo de sentir minha espinha gelar de medo, algum tipo de pano foi pressionado com força contra minha boca, e tudo se apagou, deixando-me na escuridão absoluta.


Notas Finais


Não contavam com minha astúcia, não é mesmo? Agora dá pra entender porque o nome do capítulo é esse, com um final assim também... Haha!
Aposto que tinha muita gente achando que ia aparecer um Castiel no meio da melosidade do Kentin e da Lilith, enganaram-se amargamente HAHAHA, parei.
Gente, estamos no capítulo 26 já, eu pretendia fazê-lo até o 35, por aí, mas não sei, até porque a fanfic é “Ele vai voltar?” e no caso, ele já voltou, então! Não sei se eu vou optar por alongar a fanfic, não tenho ideia, depende do que me der na telha...
Aqui tá o link da minha nova fanfic que falei nas notas iniciais: https://spiritfanfics.com/fanfics/historia/fanfiction-amor-doce-os-proxys-de-slender-man-6129494
Enfim, por favor comentem, adoro ler e responder o comentários de todos. Beijinho e até mais.


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