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História Eleanor - Sofrimento e egoísmo


Escrita por: FoxChan

Notas do Autor


Olá!

Aqui está mais um capítulo... Desculpe a demora!

Boa leitura!

Capítulo 5 - Sofrimento e egoísmo


Fanfic / Fanfiction Eleanor - Sofrimento e egoísmo

            Olhei o rapaz ali na minha frente, tinha cabelos negros e olhos negros como os de Benjamin, mas fora isso não pareciam ter nada em comum. Tinha um sorriso arrogante no rosto enquanto me olhava, não era feio, mas não tinha metade do charme de Ben... Ben... Eu estava noiva do irmão de Benjamin.

            Senti um frio na barriga me invadir, era forte e não era nada bom como os que sentia quando via Benjamin. Meu peito se apertou, meu nariz ardeu empurrando as lagrimas para os meus olhos, senti como se tivesse uma batata entalada na minha garganta que eu não conseguia engolir. Eu estava noiva do irmão dele. Eu teria de vê-lo com frequência. Isso era mais do que eu podia suportar.

- Eleanor, sorria – minha mãe sussurrou para mim.

            Eu estava a ponto de chorar como é que podia sorrir? Engoli em seco, o que não ajudou a batata a me descer pela garganta e abri um sorriso, simples. Ele não me conhecia não podia saber se eu era extrovertida ou não, talvez eu fosse tímida e isso fosse meu melhor.

            A família toda dele sorriu de volta, menos Ben e Rosaleen que nos olhavam estranho. Ela então cutucou a mãe.

- Mamãe? E o Ben?

- O que tem o Ben, filha?

            Mas eu percebi que a Sra. Gray não deu a mínima atenção a Rosaleen, que então saiu de perto dela e correu até Ben e o abraçou.

- Ben, o que está havendo? – vi ela perguntar.

- Depois conversamos sobre isso, meu amor – ele respondeu a ela.

- Eleanor gosta de você, por que vai se casar com Dylan?

- Depois, tudo bem?

            Ela o olhou triste.

- Tudo bem.

            Mas continuou ali abraçada ao irmão mais velho.

            Fui obrigada é claro a dançar com ele, uma dança. Ele parecia radiante, sorria o tempo todo. Aryana quando passou por mim na dança ressaltou que o tinha achado lindo. Ela que não sabia da história metade. Eu tentei sorrir, mas quando eu me via estava tão séria que meu rosto parecia gelo, aí eu tentava sorrir de novo.

            Depois de dançar me sentei em uma cadeira ao lado de Dylan e passei a noite lá, respondi as perguntas que ele me fez com sim e não, e não fiz nenhuma pergunta, eu só queria poder ir para o meu quarto e poder chorar em paz. Rosaleen não largou Benjamin a noite toda e eu o segui com olhar sempre que podia, o peguei me olhando algumas vezes. Mas eu não me lembro muito da noite, só de ter segurado o choro por horas.

            Em um momento da noite Aryana veio se sentar ao meu lado, comentou que meu noivo era muito bonito, parecia promissor. Mas que tinha achado o irmão mais velho dele um charme, que era um homem mais velho e tinha um carisma de cair o queixo e apontou Benjamin para mim na cara dura, até o próprio Benjamin notou ela fazendo isso. Quando a ouvi falar aquilo dele, queria virar para ela e dizer: é, eu beijei ele, e você não sabe nada sobre ele, eu sei.

            Quando finalmente o ultimo convidado saiu eu saí da cadeira onde estava e corri em direção a escada. Minha mãe me pegou pelo braço no caminho. Meu pai, Aryana, Marianne, Riley e minha tia, ainda estavam todos ali.

- O que deu em você? Parecia uma estátua nem olhou para seu noivo.

- Me solta! - eu gritei para ela.

            Ela me olhou horrorizada. Eu nunca tinha gritado com ela. Todos na sala parecia boquiabertos.

- Está ficando louca? Da próxima vez que o vir não vai agir assim, está me entendendo?

            A próxima vez... É teriam muitas próximas vezes. Eu nem tinha pensado nisso, encarei o chão enquanto pensava nessa possível próxima vez. E os olhos magoados de Ben vieram à minha mente. As lagrimas vieram antes que eu pudesse evitar e agora eu chorava muito. Minha mãe me deu um puxão.

- Olhe para mim e responda. Você me entendeu?

            Eu a olhei. Ela me soltou imediatamente e me olhou assustada e arrependida, levando a mão a boca.

- Eu odeio você! - disse a ela. Então olhei em volta - Odeio todos você!

            Então corri escada acima.

- Ellie?! – Aryana me chamou assustada.

- Não! Eu vou – ouvi minha tia falar.

            Corri até meu quarto e me joguei na cama. E chorei, chorei de soluçar como não chorava há anos. Aquilo era pior que tortura. Meu peito doía como se alguém o amassasse. Eu sabia que teria de me casar, mas logo com irmão dele? Não, isso era castigo, eu não tinha feito nada para merece isso.

            Bateram na porta.

- Vá embora!

- Você precisa conversar, Ellie – era tia Maya.

            Eu me levantei e abri a porta. Ela entrou e a trancou de novo. Então me puxou e me sentou na cama com ela.

- A senhora sabia! – eu a acusei.

- Descobri hoje à tarde...

- Por que não me contou?

- Pense bem, Eleanor. Você faria um escândalo, acabaria contando o que não devia, e colocaria você e Benjamin em problemas. Na frente de tanta gente na festa, você não se arriscaria.

            Ela estava certa eu sabia que estava, mas eu tinha raiva.

- Por que a senhora não falou com meus pais?

- Eu disse que você questionaria isso. Mas eu fiz uma coisa que você não está muito apta no momento.

- O que?

- Eu pensei, Ellie. Em quem você acha que cairia o peso desse envolvimento de vocês? - ela me encarou, mas não me deixou responder como se adivinhasse minha resposta - Não, não seria em você. Seria sobre ele. Ele seria acusado de te seduzir, de abusar de você...

- Ele nunca fez isso!

- Acha que eles se importam? Ele é homem feito, adulto e responsável por si mesmo. Estranho e solitário, pelo que entendi morou muito tempo longe. A responsabilidade seria toda dele e você seria a vítima.

- Eu não sou a vítima! Não quero ser a vítima! Eu o beijei!

- Você o que? – minha tia quase gritou.

            Bom, ele tinha me beijado primeiro, mas tinha sido algo tão simples e ele tinha ficado tão apavorado, que eu nem ia contar a ela. Eu não seria a vítima, eu não era a vítima. Era tão responsável por tudo isso quanto ele, eu me colocaria como vilã se preciso.

- Ellie? Como assim você o beijou? O que quer dizer com isso?

            Ela parecia mais assustada com isso do que eu esperava.

- Eu o beijei. Eu o abracei pelo pescoço e beijei seus lábios.

            A boca dela abriu como se ela tivesse ouvido a coisa mais impressionante de sua vida.

- Mas como? Você já tinha feito isso antes?

- Não... Mas quando eu estava ali frente a frente com ele, em um lugar onde ninguém podia nos ver. Eu fiz quase automaticamente.

            Ela sorriu e me olhou como se tivesse acabado de descobrir um mundo de maravilhas.

- Tia, por que está sorrindo assim?

- Eu não sabia que era assim?

- Assim o que?

- Estar apaixonada... Eu não descobri o que era um beijo até que meu marido me beijou, e posso te dizer que demorei a me acostumar com aquilo...

- Eu amei. Eu tenho vontade de beija-lo sempre que o vejo, tenho vontade se sentir seus braços a minha volta o tempo todo...

- Ellie! Isso é perigoso! Você vai conviver com ele agora, é noiva do irmão dele. Vai vê-lo com frequência, não pode atender a esses desejos de modo algum.

            Meu sorriso sumiu assim como o dela.

- Eu sei disso. Acha que não me lembro do porquê de estar com essa dor no peito o tempo todo e essa agonia não me deixar? Eu nunca mais vou me esquecer tia. Mas vou dar um jeito nisso, nem que no final tenha que dar uma de louca.

            Ela me olhou meio assustada.

- Não faça isso!

- Não vai depender de mim.

            Tia Maya suspirou derrotada e me abraçou.

            Minha semana passou comigo trancada no quarto, Marianne tinha ido embora naquele mesmo dia, eu ignorava meus pais e Aryana não fazia ideia do que estava acontecendo. Meus pais não faziam ideia do porque de eu não falar com eles também. Só conversava com minha tia e Aryana, e mesmo assim não era o tempo todo. E com Aryana era o de sempre, e sempre que ela mencionava o noivado eu a fazia sair do meu quarto e eu voltava a me trancar lá, até o ponto que ela não falava mais nisso. Meu pai me intimou no final da semana para me avisar que eu teria um encontro no parque com meu noivo naquele sábado. Eu só assenti ao que ele disse, para ele saber que entendi. Minha tia me avisou que ficaria por aqui o tempo que fosse necessário, eu não fazia ideia de quanto tempo era isso.

            No sábado a tarde minha tia e Aryana me ajudaram a me arrumar, nada muito extravagante. Então me acompanharam até a porta onde eles me pegariam para o passeio. Pelo que entendi a família dele era responsável pela vigia de hoje. Depois de alguns minutos a carruagem deles parou ali, era bem maior que a do meu pai, o cocheiro abriu a porta para mim e me ajudou a entrar. Quase tive uma ataque do coração quando vi as pessoas ali dentro, eu esperava a Sra. Gray, talvez o Sr. Gray, mas além de Dylan e Rosaleen, quem estava ali era um magoado e seríssimo Benjamin. Quase não subi na carruagem. Rosaleen estava propositalmente, desconfiei, sentada ao lado de Dylan e tive de me sentar ao lado de Benjamin, o que talvez fosse melhor do que me sentar de frente para ele.

            Olhei minha tia lá fora, com uma expressão de quase pedido de socorro, e ela me acenou, mas seu expressão empalideceu quando viu quem estava ao meu lado. Aryana ficou por entender qual era meu problema.

            Olhei para o lado contrário ao que estava Benjamin. Eu não conseguia ficar olhando para ele.

- Então, Srta. Eleanor? Como passou de sábado passado? – Dylan me perguntou.

            Eu respirei fundo e o olhei com o melhor sorriso que consegui.

- Bem e o senhor?

            Acho que minha tia tinha conseguido disfarçar bem as olheiras das noites mal dormidas, mas Rosaleen me olhava como se soubesse que eu mentia.

- Ótimo.

- Que bom.

            Ele não falou mais nada até que a carruagem parou e nós descemos já no lado do parque. Estávamos em uma parte do parque onde eu nunca tinha ido. Benjamin se afastou imediatamente e Rosaleen correu atrás dele. Dylan sorriu, parecia contente com o distanciamento deles, mas eu não estava. Eu queria correr atrás de Ben como Rosaleen e abraçar o outro braço dele e ficar ali.

- Então, o que a senhorita gosta de fazer? - ele me perguntou.

            Olhei a procura de Benjamin e o encontrei sentado em um banco lá atrás com Rosaleen.

- Eu gosto de ler. Costumava vir ao parque todas as tardes... ler.

- A senhorita lê? Eu odeio ler. Nunca gostei, acho que é por isso que meu pai fala que eu nunca chegarei aos pés de Ben.

            Eu posso te dar uma lista de razões pela qual você nunca vai chegar aos pés de Ben! Pensei comigo.

- Eu gosto, passo meus dias lendo. Gosto muito de conversar com pessoas que leem também – afirmei.

- Hmmm...

            Ele entortou a boca. Era como se eu tivesse acabado de esnoba-lo, e era exatamente o que eu estava fazendo.

- Ah! Eu gosto de sair, sabe? Andar por aí...

            Não, eu não sabia, idiota. Eu era mulher. Ele então destampou a falar de si mesmo. Não parecia mais nem um pouco interessado em mim, desde que eu estivesse ali para ouvir suas histórias estupidas. Algumas envolviam até mulheres, o tipo de coisa que, definitivamente, não se conta a uma futura esposa. Esse cara era exatamente como Riley, meu futuro seria como o de Marianne. Olhei para trás e vi Ben sentado lá, fitando o nada, pensativo, silencioso, tranquilo, como ele só. O outro extremo. O extremo onde eu queria estar. Deixe de escutar as palavras de Dylan e ele nem notou. Eu pensava nos dias que estive com Ben não muito longe dali, conversei com ele, não foram coisas intelectuais, nem interessantes, mas ele não quis impor sua pessoas a mim. Me perguntou coisas me ouviu, falou e foi ouvido em mesma intensidade. Me lembrei de seu olhos escuros me fitando de perto, então a sensação de seu beijo me invadiu. Eu estremeci. Fechei minhas mão em punho.

- Srta. Eleanor? - Dylan me chamava.

- Sim?

- Está me ouvindo?

- Sim, estou – respondi.

- E não foi legal?

- Claro, com certeza - disse pro rumo.

            Ele sorriu e voltou a falar sobre seja lá o que for que falava. Eu não tinha ouvido nada, e continuei a não ouvir. Era como se a presença de Ben ali atrás de repente brilhasse. Isso porque estávamos no meio de um parque e se algum dia acontecesse de ficarmos a sós em alguma cômodo da casa dele ou da minha, ou alguma coisa desse tipo? Eu não podia fazer isso era impossível. Era doloroso e tentador demais para eu suportar. Parei de andar ao lado de Dylan, ele levou alguns segundos para notar que eu tinha parado. As lagrimas tinham chegado aos meus olhos de novos.

- Srta. Eleanor? Tudo bem? - Dylan perguntou.

- Não... Eu não... Não posso fazer isso. Simplesmente não posso.

- O que você está dizendo?

- Desculpe. Eu não posso.

            Eu saí correndo na direção oposta a Dylan, que por acaso era a direção em que estava Ben. Mas eu fui pelo caminho que contornava o lago, por ali eu poderia chegar à frente da minha casa.

            Ben se levantou quando me viu passar, a essa altura eu já chorava. Dylan vinha atrás de mim. Eu fiz o possível para fugir, mas então uma mão me pegou pelo pulso.

- Me deixe ir - eu pedi.

- Srta. Eleanor?

            Um frio na barriga me tomou e meu coração disparou só por ouvir aquela voz. Era Benjamin.


Notas Finais


E aí? O que acharam? Espero que tenham gostado!

Até mais o/


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