História Eleitos pela morte - Encontrada

-Meu pai acorda às 07:30, tenho que chegar antes disso, se não ficarei mais fudida do que já estou! –Foi a primeira condição que Taylor deu antes de entrar no carro do amigo.

Harry fez uma feição dramática de surpresa.

-Senhorita Taylor, a certinha, xingando?!

-Ah cala boca! Eu estou nervosa –Swift deu um soco em seu ombro– Aproveita e fecha logo a capota desse carro. Não quero pegar pneumonia!

A viagem em si foi tranquila, Taylor sabia como chegar à estrada que apareceu no sonho, o complicado foi lembrar em quais curvas a fumaça negra virara, porém com a ajuda de Harry, em pouco mais de uma hora eles chegaram ao Local onde deveriam saltar do carro e entrar no matagal.

-Aqui que as coisas começam a complicar! –Harry disse enquanto acionava o alarme do automóvel.

-Vamos! –Taylor começou a andar na frente.

- Ah, talvez você precise desta lanterna! –Harry advertiu-a.

Swift revirou os olhos, puxou a lanterna da mão do amigo e continuou andando, afastando as folhas de seu caminho.

 Taylor frequentemente parava para relembrar-se do trajeto no sonho, porém depois de cerca de vinte minutos de caminhada, os dois chegaram ao topo do morro (que poderia também ser chamado de barranco) e avistaram a poucos metros abaixo, a cabana.

-Então o sonho estava certo! –Harry sussurrou com um sorriso.

-Basta saber como vamos descer isso... –A loira apontou para a grande ladeira repleta barro, mato e pedras à sua frente.

-Isso é muito fácil, só precisa de agilidade e um pouco de cuidado... coisas que não me faltam!  –Harry disse abaixando para começar a descer.

-Cuidado, pois sua humildade pode pesar e fazer você cair!  –Taylor não perdeu a chance de fazer a brincadeira.

O menino estava indo bem, ele descia como se fizesse uma escalada. Até que na metade do caminho algo deu errado e Harry começou a rolar morro abaixo.

-Oh meu Deus! –Swift soltou um grito– Está tudo bem?

Ela apontou a lanterna para o final do barranco e viu Harry se levantando.

-ESTOU BEM! Eu só pisei em uma pedra solta e me desequilibrei. –Ele respondeu.

Taylor suspirou aliviada e disse.

-Agora pare de gritar e fique me esperando aí em baixo... qualquer coisa me segure.

Mas não foi preciso. A garota desceu facilmente o morro e quando chegou, deu um sorriso triunfante para o amigo.

-E quem tem agilidade e um pouco de cuidado mesmo? –Ela riu pegando a dianteira.

-Ahh foi só sorte de principiante! –Harry argumentou emburrado.

Os dois amigos caminharam atenciosamente até os fundos da cabana, onde encontraram uma pequena janela.

-Está escuro lá dentro! –Styles disse, colando o rosto no vidro para tentar enxergar algo.

-Claro né! Você acha mesmo que um fugitivo da polícia iria deixar as luzes ligadas para que qualquer um visse? –Taylor sussurrou– Além do mais, a cabana nem deve ter eletricidade.

-Pelo visto tem sim! –Harry corrigiu-a apontando para a lateral da casa onde escapava, por baixo da telha, frestas de luz fluorescente vermelha.

Taylor e Harry ficaram curiosos e foram até o lugar, porém naquela parte da cabana não havia janela, então deram a volta na casa e entraram na varanda velha e gasta onde se depararam com a janela principal.

-Será que devemos apontar a lanterna lá para dentro? –Styles perguntou– Sabe, se tem aquela luz vermelha no outro cômodo, talvez homem esteja lá.

-Não temos outra opção... –Taylor disse– Mas se prepare para correr a qualquer hora!

Lentamente Swift guiou a lanterna para dentro da casa. O cômodo parecia uma sala e a mesma era extremamente perturbadora.

Existiam fotos coladas em todas as paredes, de cima a baixo, fotos de diferentes meninas, em diversos ângulos. Quando Taylor levou a luz até um canto mais afastado da sala encontrou um rosto conhecido entre as diversas fotografias, Perrie Edwards.

-O cara é um psicopata! –Harry conseguiu exclamar em meio ao espanto– Ele tira fotos das meninas antes de matá-las.

Porém a surpresa veio quando Swift apontou a luz da lanterna para o chão abaixo das fotos de Perrie. Lá estava ela, encolhida contra a parede e totalmente amarrada numa corda.

-Achei a Demi! –A loira sussurrou animada– Ela parece estar dormindo...

-E se ela estiver... –Harry começou a dizer, mas Swift interrompeu-o.

-Não vamos pensar o pior! A sala parece estar vazia, o assassino deve mesmo estar no outro cômodo... Precisamos entrar, pegar a Demi e sair antes que ele apareça!

Quando os amigos chegaram à porta, viram que a mesma estava presa por uma grossa correndo e trancada com dois cadeados.

-Ok! Como vamos entrar? –Styles perguntou.

-Eu preciso de um canivete suíço...  –Ela olhou apreensiva para Harry – Por favor, me diz que você tem um canivete suíço?

-Claro que tenho! –Ele respondeu– Você acha mesmo que eu viria para cá desprevenido?

Sem perder tempo, Taylor pegou o canivete e começou a trabalhar nos cadeados.

-Não acredito que você sabe abrir cadeados com canivete suíço?! –O menino parecia impressionado– Você realmente é uma caixinha de surpresa, sra. Swift!

-Anos e anos assistindo séries investigativas, Baby! –A loira disse, sem tirar os olhos do trabalho.

Todo o processo com os dois cadeados, demorou só quinze minutos. O que para uma adolescente inexperiente era um recorde.

-Vamos entrar devagar, sem fazer barulho! –Ela falou para o amigo, enquanto abria apenas uma fresta da porta.

E então eles andaram cuidadosamente até onde estava o corpo da Demi e Taylor apontou a luz forte para seu rosto.

Sentindo a pulsação no pescoço da menina, Swift confirmou que ela ainda estava viva.

-Toma o canivete Harry. –Ela deu o objeto para o amigo– Corta rápido essa corda enquanto eu tento acorda-la.

O menino de cachinhos concordou e começou a agir.

-Demi? Acorda, somos nós, seus amigos! –Taylor cutucou a menina.

-Não, por favor...  por favor me deixe ir embora... Eu não conto para ninguém! –Demi respondeu apertando os olhos.

-Calma, somos nós... –Swift virou-se para o menino– Harry anda com isso! 

-Já estou terminando, essa corda é grossa demais!

Ao ouvir a voz do menino, Demi abriu os olhos.

-Vocês vieram. Vocês vieram me buscar... Eu pensei que iria morrer! –Ela disse tampando a visão para barrar a luz da lanterna. Um fraco sorriso brotou em seu rosto.

-Todos nós vamos morrer se Harry não andar logo! –Taylor apressou-o– Alias, o que tem naquela sala com as luzes vermelhas?

Harry terminou de cortar a corda e Demi foi liberta.

Ela se levantou, mas estava tonta demais para andar sozinha. Existia um corte enorme em seu rosto.

-Vamos sair daqui. No caminho eu conto!

Os três correram para fora da cabana. Demi andava com a ajuda dos amigos.

Harry fechou a porta atrás de si, só que barulho foi maior do que o esperado.

-Oh não... Acho melhor aumentarmos o passo! –Ele disse correndo mais ainda.

Quando chegaram ao pé do morro, Taylor disse.

-Eu vou na frente, logo atrás vem Demi e Harry vai por último, ajudando Demi a subir.

A escalada foi mais difícil dessa vez, já que Lovato estava fraca demais e precisou do auxilio dos amigos.

Assim que os três levantaram-se seguros no topo, ouviram o grito.

- NÃO AJA ASSIM, NOSSA BRINCADEIRA ESTAVA TÃO LEGAL... VOCÊ NÃO VAI TÃO LONGE FRACA DO JEITO QUE ESTÁ!

-Corre! –Foi na única coisa que Styles precisou dizer para os amigos fugirem para dentro do matagal.

No meio do caminho a lanterna parou de funcionar, mas eles já tinham a luz fraca do sol nascente para ajudar no percurso.

-Deveríamos ter deixado pedaços de pão no caminho, que nem na história de João e Maria... Seria bem mais fácil!  –Harry resmungou.

 -Não daria certo... –Demi falou– Você comeria tudo antes!

-Mesmo machucada você mantêm seu bom humor! –Ele respondeu ofegante.

Os três só pararam quando saíram do mato e chegaram ao carro.

-Acho que estamos seguros! –Taylor disse entrando na parte de trás do veiculo e deitando-se.

-Esse seu corte está horrível, precisamos trata-lo logo! –Harry falou, acariciando a bochecha de Lovato.

-Isso pode esperar! –Ela disse.

E então puxou a camiseta de Styles e o beijou. No começo Harry ficou sem reação, mas logo a abraçou e retribuiu o gesto.

-Se você não toma a atitude, eu tomo! –Ela disse mordendo os lábios.

De dentro do carro Taylor abriu um grande sorriso e falou.

-Ô casalzinho, acho que isso também pode esperar. Vamos logo para casa antes que aquele maluco nos ache... Além do mais, todos nós precisamos de um banho.