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História Elements - Aruna.


Escrita por: TaigaMelo

Notas do Autor


Olá...apesar do tempo sem atualizar, finalmente vou poder estar em dia com os capítulos.
Espero que gostem e boa leitura!

Capítulo 2 - Aruna.


Fanfic / Fanfiction Elements - Aruna.

“Corre Aruna… não deixe que ele te encontre. Não deixe… Fuja, fuja daí, fuja agora. Aruna!”

Despertei com o coração disparando com o pesadelo que acabara de ter. Estava suada e descomposta, aqueles sonhos estavam ficando cada vez mais persistentes. 

Me levantei e me olhei no espelho. Droga!

Eu estava transformada. 

Meus cabelos estavam em sua cor natural branca e meus olhos pareciam a própria lua estampada. Olhei para o meu abdômen sentindo um leve desconforto e lá estava. Outra marca, só que maior, ela formava um triângulo aberto e cintilava na minha pele.

Fechei os olhos e me concentrei, eu precisava voltar a minha forma. 

Abri os olhos, e ainda nada. 

Tudo estava igual. Os cabelos brancos, as marcas em evidência e os olhos cintilantes. 

Fechei novamente os olhos e esperei. Abri lentamente e nada. 

O que vou fazer?

Gleen! Ele poderia me ajudar. Com certeza teria alguma poção ou algo parecido para me trazer de volta. 

Chamei uma das crianças da aldeia e pedi que fosse buscá-lo. Enquanto o esperava tentei por diversas vezes voltar a outra forma mas não consegui. 

Na verdade todo meu esforço estava fazendo com que as marcas tomassem uma coloração diferente. Estavam ficando esbranquiçadas e meus olhos estavam ficando brancos por completo.

-Calma, Aruna, você precisa relaxar! - eu dizia a mim mesma enquanto andava pela casa. 

Logo alguém bateu na porta e corri para abrir, e para minha surpresa Gleen não estava sozinho.

-Dorothy? - a encarei um pouco assustada. 

-A quanto tempo está assim? - ela perguntou entrando junto com Gleen. 

-Começou a uma semana. - digo não me importando em ter minha casa invadida por ela.

-Porque demorou tanto para me avisar? - ela pergunta, e mesmo com sua voz baixa dava pra ver o temor em seus olhos.

-O que está acontecendo? - pergunto a ela me referindo ao fato de não estar conseguindo voltar a minha outra forma.

-Ele te achou, e está tentando se conectar a você. - ela diz e retira as luvas de suas mãos,  segura em meus braços e analisa as marcas.

-A profecia tem que se cumprir. - Gleen diz parecendo um tanto assustado. 

-Do que vocês estão falando ? - pergunto e me afasto deles. - Não me diga que… - tento falar mas sinto meu peito apertar. - Não me diga que…-  cambaleei um pouco e segurei em uma das cadeiras.

-Calma Aruna, nós vamos tentar resolver e… - Dorothy começa mas eu a interrompo.

Aquilo não podia estar acontecendo. 

-Calma? Ela se sacrificou para que isso não acontecesse, ela me deixou, pra ele jamais me encontrar e não voltar.- digo sentindo as lágrimas arderem em meus olhos. 

-Ninguém pode ir contra a profecia Aruna, nem mesmo ela. - Dorothy diz e me deixa com ainda mais raiva.

-Já se passaram 50 anos desde que ela se foi. Ela garantiu que ele não me acharia. - cuspo as palavras sentindo todo meu corpo tremer de raiva e decepção.

-Ela sabia o que estava fazendo, ela estava adiando a volta dele, mas ela sabia que não ia para-lo Aruna, ela sabia. - ela diz e segura meus braços gentilmente.

Sinto meu peito ainda mais vazio com uma dor latente. Eu não queria, não podia acreditar que tudo que ela fez… tudo que ela fez foi em vão…

-O que vamos fazer? - pergunto derrotada.

-Vamos lutar. - Gleen diz atrás de mim. 

-Não estamos no nosso reino, não podemos trazer uma guerra nossa para cá. - digo.

-Nem podemos levar uma guerra para lá, nosso reino está fraco demais. Uma guerra dessas acabaria com ele. - Dorothy diz parecendo estar pensando em algo.

-E o que faremos então? - Gleen pergunta.

-Aruna. - ela diz e segura minhas mãos. - Você não pode mais ficar aqui. 

-Pra onde eu vou e… por quanto tempo? - pergunto me sentindo o ser mais inútil de toda a terra. Novamente eu iria fugir.

-Longe o bastante para que ele não te encontre e… sobre o tempo… o tempo que for necessário. - ela diz e fecha os olhos -Siúl amach agus scaoil saor í. Ag agairt cumhacht athair mór na talún, ordaím duit imeacht. - Dorothy profere as palavras e minha forma volta ao normal.

-Durante isso evite usar seus poderes e não se transforme. - ela diz e solta minhas mãos.

-Mas como vou treinar sem eles? - pergunto.

-Treine a sua mente Aruna, leia, busque feitiços e aprenda-os mentalmente. Você melhor do que ninguém sabe manusear seus poderes, agora o que é preciso estar forte, é a sua mente e a sua alma. Você não pode deixar que ele consiga ter controle sobre o seu corpo Aruna. Se não será o fim de todos nós.  - ela diz e coloca suas luvas.

-E a aldeia? O que será dessas pessoas? - pergunto. Não colocando empecilho na minha partida, eu sabia o que tinha que fazer. Mas aquelas pessoas não tinham ninguém por elas. Eles só tinham a mim.

-Nós vamos cuidar de tudo por aqui - Dorothy me acalmando. 

-Continuem dando as aulas para os pequeninos, e deixem as fadas fazerem o trabalho delas. De todo modo eu vou garantir que nenhum mal entre aqui. - falo.

-Mas Aruna, agora não é hora de você usar seus poderes.

-Vai ser a última vez Dorothy, eu preciso ir embora sabendo que eles vão ficar bem. - falo, e ela apenas concorda com a cabeça. - Quando anoitecer eu vou montar o círculo de proteção. - falo e ela concorda.

-Quando você voltar tudo vai ser diferente. - Gleen diz e me abraça de lado.

-Eu espero Gleen, eu espero. - falei retribuindo seu terno abraço. 

Dorothy vai até a porta mas antes de ir ela para e me olha, seu olhar era profundo e derrotado, assim como o meu.

-Você é a nossa rainha Aruna, em seus olhos está o brilho das estrelas e a força da Grande Lua corre pelas suas veias, a saída está dentro de você. - ela diz e sai.

Sinto meu corpo tremer. Eu não queria que aquilo estivesse acontecendo, mas jamais fugiria das minhas responsabilidades. 

Se eu precisasse fugir, eu fugiria,se eu precisasse lutar, eu lutaria, eu faria o que fosse preciso para salvar a todos.

 

 

A noite chegou depressa. 

Todos na aldeia já estavam dormindo. 

A terra estava sendo meu lar a mais de 50 anos, depois que saímos do primeiro céu. Ali eu aprendi a cuidar da terra, ensinei os feitiços e magias para aqueles que queriam aprender. 

A aldeia estava repleta de criaturas mágicas que vieram do primeiro céu conosco. Os reis da terra só se preocupavam com eles mesmo e em tomar territórios, mas com a minha ajuda e de tantos outros, aquelas pessoas conseguiram se estabelecer, tiveram esperança. 

No começo tinha sido difícil mostrar a eles o que podiam fazer, mas com esforço nós conseguimos.

Olhei ao redor da aldeia. Era uma aldeia bonita, vasta em vegetação. As fadas tinham feito um trabalho incrível. 

Fui até o meio da aldeia e fiz um círculo com o pé. Um círculo de proteção seria o suficiente para manter tanto os humanos quanto as fadas e todos os outros seres seguros. 

-Mo chaomhnóir agus mo mháthair, gealach. Larraim ort gach duine a chosaint anseo. - Proferi as palavras e tirei minha túnica revelando minha forma natural. 

Meus olhos clareavam o lugar com a sua luz, meus longos cabelos brancos voavam e meu corpo flutuava enquanto eu erguia as mãos formando o círculo. 

O círculo foi se formando e as marcas em minha pele foram se estendendo. Um vento forte corria por toda aldeia levantando as folhas, a água do lago parou de correr e todos os animais ficaram imóveis.

Senti um formigamento em meu corpo enquanto eu lançava o feitiço, o círculo protetor estava se formando e se expandia cada vez que eu proferia as palavras. 

-Mo chaomhnóir agus mo mháthair, gealach. Larraim ort gach duine a chosaint anseo. 

Senti uma leve pontada no abdômen onde tinha a marca maior, e mesmo assim não parei de proferir as palavras e continuar com o círculo. 

Quando enfim estava pronto e grande o suficiente para cobrir toda a região deixei que meu corpo descansasse no chão. 

Eu me sentia exausta, meu corpo estava fraco. 

Meu corpo já não era o mesmo desde a partida de minha mãe. Não ter contato com nenhum ser de luz me deixava naquele estado. 

Os seres de luz eram conhecidos como os seres mais dependentes que existiam. Por sermos do primeiro céu nosso povo foi feito para ser forte e unânimes em tudo. Nossa força vinha um dos outros e da nossa união, estarmos juntos nos mantinha fortes. 

Meu pai Uriah, que era do terceiro céu, vinha da linhagem dos grandes guerreiros selvagens, e a força que eles tinham acontecia de repente, raramente as mulheres conseguiam ter o estalo dessa habilidade. Então basicamente o meu lado de luz falava mais alto e por isso meu corpo estava tão cansado. 

Os seres de luz tinham sido massacrados desde a última guerra, mas dizia-se que alguns deles estavam escondidos por toda a terra.

Eu não sabia para onde ir, mas podia começar por aí, se eu precisava me afastar eu me afastaria, mas eu precisava encontrar aqueles que poderiam me dar forças. 

Levantei os olhos até encontrar aquela que me guardava. A Grande Lua brilhava e me confortava, ao ver o seu brilho eu conseguia sentir o seu toque, as vibrações que ela emanava me levava a um estado de paz que fazia meu coração quase parar em reverência. 

A conexão entre nós estava além da minha compreensão, tudo que ela tinha a me passar e tudo o que o seu poder podia fazer através de mim ainda não cabia no meu entendimento.

Levantei-me do chão sentindo o chão firme debaixo dos meus pés. Eu estava pronta para ir apesar de não querer. 

Saí da minha forma natural e voltei ao meu estado de proteção.

Meus cabelos longos voltaram a cor escura e o brilho dos meus olhos se esvaiu deixando os com uma coloração cinza escuro. Ainda me lembro de quando minha mãe pediu a Dorothy para colocar o feitiço de aparência em mim, me achar na minha forma natural seria fácil demais já que eu era a única a ser assim. 

-Me guie grande Lua, e me proteja. 

E assim eu parti daquela terra sem nada em minhas mãos a não ser minha pequena coragem e minha grande esperança.

 


Notas Finais


Obrigado por chegarem até aqui.
Espero que estejam gostando.


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