História Eles Estão Mudando - Kim

– Kim, hora de acordar.

Anie manteve a voz suave o suficiente para não acordar seu parceiro Hoseok; Um sorriso tocou seu rosto sKim enrolado sob seu cobertor com um olhar quase inocente em seu rosto. Ela estendeu os dedos e afastou os cabelos escuros de seus olhos quando ele se mexeu, conseguiu não pular desta vez quando ele pegou sua mão e começou a mordê-la.

Ele nunca rasgou a pele, mas seus dentes eram afiados e suas mordidas ainda doíam. Ela esperava que pudesse tirá-lo desse hábito antes que os cientistas o considerassem pronto para se juntar ao resto da sociedade.

– Vamos, cabeça sonolenta.- ela riu suavemente, puxando o cobertor dele e recebeu um suspiro um pouco descontente em resposta.- Precisamos te alimentar e te limpar, você tem mais testes a fazer hoje.

Ele estava começando a entender certas palavras muito claramente nos dias de hoje, e "testes" era um deles, seus olhos escuros, cinza-prateados se voltaram para olhar para ela com triateza.

– Eu sei ... mas não posso fazer nada, no entanto, eu quero ser capaz de ir para a cidade algum dia, e quanto mais cedo terminarmos seus testes, mais cedo nós poderemos entrar. E quando estivermos lá, você pode ter todos os cookies que você quiser! 

Houve um gemido em toda a tenda que fez Anie rolar os olhos, e suspirou brevemente. Hoseok rolou para uma posição sentada e olhou para ela, balançando a cabeça e murmurando para si mesmo.

– Ele e seus biscoitos, juro, se ele me atacar de novo enquanto eu estou tentando comer, vou atirar nele, você ou os militares gostem ou não.

– Acordou do lado errado do saco de dormir de novo, querido?- Anie falou em resposta, vendo Kim rolar como um cão em sua cama enquanto ele tentava se acordar.

– Eu só ... eu não sei ... Eu quero ir para a cidade também, mas eu não quero ir para a cidade com ele atrás. Quanto mais cedo lavarmos as mãos dele, melhor.- Hoseok arrastou os dedos pelo cabelo, resmungando um pouco mais enquanto se movia para preparar suas roupas para o dia.

– Nós nunca poderemos lavar as mãos disto agora, nós somos os que o trouxeram de volta, lembra?- Anie protestou, pegando o braço de Kim e puxando-o para seus pés.- O garoto é bastante desamparado, especialmente para um dos infectados, e como sabemos que você não está imune e não está mudando ou sendo infectado por estar perto dele, é seguro assumir que ele é diferente dos outros.

– Você está obcecada por ele, você e eu quase nunca mais conversamos, não desde que arrastámos o traseiro arrependido dele para cima daquela borda- Hoseok apontou acusadoramente para Kim enquanto ele falava, o Hunter completamente alheio ao fato de que eles estavam falando sobre ele . Ele estava ocupado agachado no chão procurando um pacote de biscoito através do quarto na esperança de encontrar algum alimento.- Olhe para ele, ele é como um ... retardado.

Anie aproveitou a oportunidade para se sentar, Hoseok caminhou até ele e o chutou profundamente nas canelas, o grito resultante e o olhar chocado de indignação no rosto de Taehyung fez tudo valer a pena.

– Cale-se e seja simpático, há uma boa chance de ele te entender, e como eu disse, ele ainda está infectado ... Super raiva, lembre-se, não o aborreça, estamos tentando passar uma boa impressão.- Quando ela se levantou para ajudar Kim novamente, Hoseok olhou para ela com os olhos arregalados.- São pessoas doentes, não monstros, pessoas doentes que não conhecem nada, o fato é que este parece conhecer melhor e parece realmente querer mudar e ser apenas uma boa pessoa. Você odeia ele e eu não sei por quê!

– Você quer saber por quê?- A voz de Hoseok era muito suave, e Anie olhou para ele, um lampejo de culpa cruzou seu rosto quando viu sua expressão.- Você quer saber porque eu odeio tanto essa coisa?

– Se você acha que eu vou deixar você por ele, você está errado, este garoto é como um irmão para mim.- Anie respondeu secamente.

– Não é que ... Nós finalmente chegamos em segurança, finalmente chegamos na base vivos e longe dessa cidade infestada de morte e doença, mas não temos permissão para voltar ao resto da sociedade e você quer saber por que não temos. Porque você decidiu trazer para casa um vadio. Eu quero ir para dentro, ter comida real, dormir em uma cama de verdade, falar com outros sobreviventes, mas porque ele entrou em nossas vidas, eu estou fodido e tudo que eu tenho é isso.- Ele gesticulou em volta da tenda, lágrimas escorrendo por suas bochechas.- Tudo o que tenho é terreno duro, rações e sua companhia, e seu vagabundo cheirando e agindo como um animal.

– Você quer sabe?- A voz de Anie tinha caído para perigosamente macia, mas mesmo o tom de advertência em sua voz não limpou o olhar ferido do rosto de Hoseok.- Se você quiser, você pode ir, eu não vou apenas abandonar Kim para uma refeição quente, um chuveiro de trabalho real e a possibilidade de dormir sem ter que tomar turnos para vigiar, Hoseok. Ele é um sobrevivente, assim como nós somos.

– Talvez eu não queira apenas sobreviver, eu tenho sobrevivido tempo suficiente, não tenho?- Hoseok soltou uma risada suave e incrédula. - Quer dizer, nós dois temos. Por que não deveríamos ser autorizados a viver?

– Porque ninguém neste mundo abalado está realmente vivendo, Hoseok, todos nós somos sobreviventes agora.- Ela acenou com a mão em despedida para ele.- Vá para os portões, diga a eles que quer entrar. Kim e eu estaremos bem sozinhos.

Durante esta conversa, Kim tinha-se virado para considerá-los com a cabeça inclinada para o lado, com cara feia. Ele costumava fazer isso enquanto falavam, como se estivesse tentando entender o que estavam tentando dizer. Uma das únicas razões pelas quais Anie o trouxera consigo era sua própria capacidade de falar, por mais quebrada que fosse. Ele lhes pediu ajuda, ela havia fornecido.

O infectado haviam sido severamente desidratado, ferido e exausto quando conseguiram desalojar seu braço da parede do Hospital e arrastá-lo para terreno sólido; Ela ficou surpresa que eles conseguiram salvar seu braço depois de todo seu peso ter sido apoiado por ele por quase cinco dias.

Hoseok se surpreendeu no começo, mas o espanto se transformou num amargo silêncio e no silêncio, quando percebeu que não podiam ir à cidade imediatamente. O silêncio se transformaram em raiva rapidamente, fazendo-o atacar e muitas vezes tirar suas frustrações em Kim.

O Hunter tomou tudo com calma, mas Anie tentou fazer com que Hoseok parasse.

Coisas ruins aconteceram a um cão se você punir com demasiada frequência.

Ela sabia que o ciúme era definitivamente parte do problema. O olhar quente que Hoseok dera a Kim quando o pobre garoto se agarrou a ela no helicóptero, tremendo e choramingando, não podia ser confundido com mais nada.

A voz de Hoseok trouxe sua mente de volta ao presente, Anie franziu as sobrancelhas enquanto o ouvia.

– Você prefere que eu vá embora do que sofrer aqui no banimento, como nobre ... Vejo agora quem é mais importa para você.- Enquanto se inclinava para pegar suas coisas, Anie respirou fundo.

– Quando Kim vir a ser a resposta para que tudo isso vá embora e nossas vidas poderem finalmente voltar ao normal, Hoseok ... você estará cantando uma melodia diferente.- Ela caminhou e abriu a aba da tenda para ele; Os dois se encararam durante um longo momento em silêncio antes que Hoseok finalmente carregasse sua mochila e saísse.

... …

Ele observou a discussão com a cabeça inclinada, tentando identificar palavras, mas eles estavam falando muito rápido para ele. Ele ouviu a palavra que eles lhe deram como um nome várias vezes, então a conversa que eles tinham deveria ser sobre ele. A palavra que usavam para ele era diferente da que sua fêmea usara.

Sua fêmea chamou-lhe algo que era um pouco mais fácil para ele dizer ... ele estava praticando quando os dois humanos que agora o abrigavam estavam adormecidos. O nome que esses humanos lhe haviam dado era um pouco diferente e ele ainda não tinha conseguido o jeito dele. Talvez, quando as coisas estivessem um pouco mais calmas, ele iria dizer a essa nova mulher o nome que lhe fora dado antes.

Parte dele se sentia um pouco perdido e solitário ao pensar em sua fêmea; Parte dele se sentia um pouco culpado por não saber o nome dela.

Quando o macho deixou a tenda, a nova fêmea não se moveu por algum tempo, nem mesmo se importou em olhar para ele. Ela ficou olhando para o chão, então respirou um suave suspiro e veio para se juntar a ele, o sorriso que tocou em seu rosto não muito genuíno.

Ela disse algo e depois gesticulou para fora, o que significava que provavelmente era hora de ele ser limpo para seus exames.

Odiava as provas por qual passva: as agulhas, as perguntas e a observação cuidadosa, tratavam-no como uma coisa e não como um ser vivo; E todos usavam trajes e máscaras como se tivessem medo de que ele lhes transmitiria essa terrível doença.

A nova fêmea estava reunindo suas roupas, provavelmente em antecipação de poder lavá-las enquanto estavam no laboratório para seus testes, piscou surpreso quando algo caiu do bolso de seu casaco.

Ele se arrastou até ela para ver o que era; afinal, ele não se lembrava de colocar nada nos bolsos.

Quando ela o virou em sua mão, um olhar um tanto triste cruzou seu rosto; Ela olhou para ele com um sorriso que estava cheio de tristea. Depois de hesitar, estendeu a mão e entregou o objeto a ele.

Pela primeira vez desde que ouviu as vozes da fêmea e seu companheiro no telhado, cinco dias depois que o helicóptero partiu, seu coração encheu de alívio.

O objeto era um cartão; O cartão tinha uma pequena foto nele ...

Uma foto de sua fêmea.