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História Eles nunca sabem. - Deixa as correntes soltarem.


Escrita por: NasooLover

Notas do Autor


E aí? Tudo certo com vocês. Então, achava que ia demorar pra postar esse capítulo, até hoje mais cedo eu não tinha quase nada pronto. AUHAUAHU, mas como as ideias surgiram de boa, terminei! Ufa! kkkkk, então... Mais um capítulo para vocês! Como sempre, espero que gostem! BJ BJ BJ

Capítulo 7 - Deixa as correntes soltarem.


O mais absurdo na situação toda é que eu não me afasto como nas outras vezes. Me mantenho lá, não retribuo, é mais como se eu tivesse entrado em uma espécie de transe. Para minha surpresa, quem se afasta é Chanyeol. Levanta, caminha até a parede e então senta-se.

Me mantenho onde estava, estou apenas caótico. Dentro de mim nada mais há do que uma mente perturbada.

Park apenas me encara, não parece querer falar algo. Parece apenas... Sofrer? Me pergunto o que há de errado com ele. Mais de uma vez tenho vontade de quebrar o silêncio, mas tenho medo de que isso o faça sair correndo por vergonha do que fez.

Não sei quanto tempo passou quando Dumbo resolve finalmente falar. Parece extremamente triste, diria que, receoso?

- Baekhyun? – Pergunta ainda me olhando.

- Sim? – Respondo.

- Por favor, não me ignore. – Diz em um tom de voz que me faz ter certeza de que por pouco não está chorando.

- Hã? – Pergunto confuso.

- Não me ignore. Eu acho que não posso suportar isso mais uma vez. – Diz e abaixa a cabeça.

- Mais uma vez? – Pergunto mais confuso ainda.

Chanyeol não me responde. Espero, porém nada é dito.

Aproximo-me de Park e então ouço soluços. Estaria chorando? Quando chego perto o bastante para o tocar, Dumbo simplesmente me abraça. Abraça tão apertado que até sinto o ar faltar.

Não retribuo seu abraço mas também não me afasto. Como poderia? Park Chanyeol parece transtornado.

Depois de um tempo Chanyeol me solta. Olho para ele e o que vejo em seus olhos é desespero.

- O que houve? – Pergunto.

- Só não me ignore. Prometa que não vai fazer isso. – Diz com a voz suplicante.

Como concordar com algo assim? Especialmente quando ele não explica o motivo pelo qual está pedindo tal coisa. O não surge na ponta de minha língua. Automático. Minha parte racional querendo tomar conta da situação. Porém não falo. Me vejo então balançando a cabeça em acordo.

- Não vou. – Digo.

Passam-se mais alguns minutos para que eu possa ver mestre Yoda recomposto. Tento perguntar sobre o que aconteceu, mas tudo o que recebo são respostas monossilábicas. Para quem havia reclamado da forma como respondo as pessoas, Chanyeol estava muito por dentro do assunto.

Chan despede-se de mim e apenas diz que nos veremos mais tarde e então sai. Não responde nada. Não comenta sobre o beijo e tão pouco menciona o choro.

Chego até a me perguntar se não havia imaginado tudo. Não duvidaria disso. Ultimamente o que minha mente mais faz é pregar -me peças.

Passo a tarde confuso, diria que se minhas perguntas não fossem respondias logo, passaria a vida confuso. Apenas lembro das panquecas faltando 1h para que Chanyeol viesse.

Lembro então que não possuía todos os ingredientes. Mais uma vez no dia me vejo em um dilema. Ir até o supermercado comprar o restante dos materiais ou apenas ficar em casa? Mais cedo Park não parecia emocionalmente bem para fazer qualquer coisa... Decido por ir, afinal ele havia dito que nos veríamos mais tarde, não?

50 minutos depois, estou eu em minha cozinha. Papel com a receita na bancada? Confere. Ingredientes? Confere. O que falta? Minha habilidade culinária! Puta que pariu! Como fui me meter nisso? Que tipo de pessoa retardada aposta com alguém algo que nem sabe fazer?! Pelo amor de Deus!

10 minutos se passam e nada de Chanyeol aparecer. Começo a preocupar-me. Será que ele estava bem? Eu sou um amigo muito insolente mesmo! O cara havia me ajudado com uma aranha mais cedo e como eu retribuía? Isso! Pouco me fodendo para ele. Okay, estou exagerando. Se tem uma coisa que havia feito nesse maldito dia, isso foi pensar em Park Chanyeol.

Caminho para a porta, decidido a ir bater na casa de meu vizinho quando ouço a campainha.

Vejo um Park Chanyeol sorridente em minha porta. Começo a me preocupar se o cara tem distúrbio de personalidade múltipla. E se tiver? E se uma dessas personalidades for a de um assassino?

Vejo uma mão acenando em frente a meus olhos e volto de minha maluquice.

- Você está bem? – Pergunto.

- Estou muito bem, inclusive, bem o bastante para esperar nesse frio que meu anfitrião me convide para entrar. – Diz dando um sorriso debochado.

Reviro os olhos. E então indico com a mão para que ele entre.

Quando fecho a porta e volto minha atenção para ele, vejo-o já sentado na bancada enquanto passa os dedos nos lábios, como se estivesse analisando algo.

Caminho para onde estava antes e sinto seu olhar em mim. Sempre me perguntei como alguém podia sentir o olhar de alguém, como assim?! Você é uma espécie de x-men para sentir coisas assim? Mas agora entendo. É uma sensação estranha que faz você se arrepiar da cabeça aos pés.

Dou uma olhada na receita, vejo que está tudo certo. Eu conseguirei fazer, não? É só seguir as instruções. Não posso ser tão animal ao ponto de não conseguir fazer isso.

Pelo canto dos olhos vejo Chanyeol dar um pulo do balcão e se aproximar de mim. Ele caminha tão lentamente, como se fosse um predador prestes a dar o bote em sua presa. Okay, isso soou meio exagerado, mas do meu ponto de vista nem tanto assim.

- Quer ajuda? – Ele pergunta dando um sorriso malicioso.

Desde que Chanyeol entrou nessa casa percebi que estava diferente de como ficou mais cedo. Estava seguro e parecia até mesmo, debochado? Tento não entrar em uma discussão comigo mesmo sobre a maneira de agir de Park, o que é muito difícil, uma vez que ele realmente está me deixando confuso.

- Hã? – Pergunto ainda parcialmente absorto em meus pensamentos.

Chan sorri e balança a cabeça, como se estivesse me reprovando por algo que fiz.

- Ajuda, quer ajuda? – Diz e se aproxima mais ainda.

- Ué, não estamos apostando algo aqui? Qual graça vai ter se você me ajudar? – Pergunto num tom sarcástico.

- AH! Então você quer perder? Interessante... Bom saber! – Diz sorrindo com malícia.

- Apenas confio em minhas habilidades culinárias. – Digo, o que é uma mentira deslavada mas ele não precisa saber disso.

- Não sei porque, mas não parece que você saiba realmente fazer alguma coisa. – Diz em tom de deboche.

- Você verá. – Digo e tenho certeza que meu tom de voz não reflete a mesma segurança.

Park apenas ri e então encosta-se na bancada, cruza os braços e fica me olhando.

Okay, se ele ficar me olhando o tempo todo as chances de isso dar certo, que já são mínimas, podem ser reduzidas a pó. Olho para ele e então digo. – Você não pode esperar lá na sala enquanto termino aqui?

- Por que? – Park pergunta confuso.

- Porque não consigo fazer nada com alguém me observando. – Respondo.

Park aproxima-se novamente, para ao meu lado e então diz. – Então vou te ajudar.

- Mas e a aposta? – Pergunto.

- Resolvemos isso depois. – Diz e dá uma piscada.

Dou de ombros e volto a prestar atenção na receita. Diz aqui que precisarei de 1 copo de farinha de trigo. Que diabos é farinha de trigo?! Trigo tem farinha? Chanyeol vê minha confusão e parece querer rir. Fuzilo-o com os olhos e digo. – Vai ficar aí rindo ou vai me ajudar?

- O que quer que eu faça? – Pergunta rindo.

- Você sabe o que é farinha de trigo? – Pergunto evitado olhá-lo nos olhos.

Ouço-o rir. Mas não é uma risada baixa e boba, é uma risada escandalosa, diria que poderia ouvi-lo lá da rua se quisesse. Olho para ele e vejo Park tremer de tanto rir.

- Qual o motivo da graça? – Pergunto fazendo cara feia.

Chanyeol não reponde imediatamente. Demora uns 2 minutos até que ele se acalme totalmente e enfim possa me responder.

- Byun, você está me zoando, não está? – Pergunta.

- Não, eu realmente preciso que você coloque uma xícara de farinha de trigo para mim. – Respondo.

Vejo que Chanyeol se segura para não voltar a rir de novo. Esperto, não queria ter de dar um soco nele.

- Você realmente não sabe o que é farinha de trigo? – Diz ainda com um sorrisinho nos lábios.

- Claro que eu sei. Pensei que você não soubesse, por isso perguntei. – Digo tentando parecer sério, mas pela cara que o vejo fazer sei que não acreditou nem por um segundo nisso.

Depois que Park me passa a xícara com a maldita farinha de trigo, olho os passos seguintes e então os sigo.

Após mais ou menos 1 hora, estamos sentados à mesa, sobre ela, há um prato com 8 panquecas. Não havia provado. A aparência é bastante apetitosa, mas quem vê cara não vê coração, não é isso que dizem? Nenhum dos dois aparenta estar disposto a provar. Tento me lembrar se já vi alguma reportagem em que alguém tivesse se matado acidentalmente por conta de uma comida que havia feito e essa tivesse dado errado. Nada surge, acredito que não seja possível, então decido comer.

Pego uma panqueca de dentro do prato e então passo-a para Chanyeol. Quando vejo a expressão de pânico em seu rosto, não consigo segurar. Começo a rir. Rio tanto que minha barriga dói. Ouço-o falar alguma coisa mas não consigo prestar atenção. Estaria me ameaçando? Foda-se, agora é minha vez de rir as custas dele.

Sinto suas mãos em meu ombro. Não deposita toda sua força no toque, mas ainda assim é o bastante para me manter ali caso eu queira sair.

- Sabe de uma coisa que eu não gosto, Baek? – Pergunta e me olha sério.

Dou de ombros. Claro que deve ter milhares de coisas que ele não gosta. Esse é o esperado para todos, não?

- Não gosto que riam de mim. – Diz com uma voz rouca e então morde o lábio inferior.

Não sei o que responder. Não sei nem o que se passa em minha cabeça. Mas sei que sinto um ‘’frio na barriga’’. Sei o motivo dessa sensação acontecer. Quando você está nervoso, seu corpo libera uma quantidade considerável de adrenalina, isso faz com que haja uma diminuição na circulação de sangue no estômago. O sangue aquece, se há a falta dele você naturalmente sentirá frio. Mas o que não entendo é o motivo de estar nervoso. Uma voz lá no fundo grita que é porque Chanyeol me deixa nervoso, por eu gostar dele.

Passa pela minha cabeça a ideia de que eu poderia beijá-lo. Ver como me sentiria. Porém, sou medroso demais para enfrentar as consequências caso comprove que realmente sinto algo por Park.

Tento me afastar mas não sou bem sucedido. Park aperta mais a mão e aproxima mais ainda seu corpo do meu. Se é que isso é possível...

- Baekkie? – Chama. Não estou preparado para isso. A única pessoa nesse mundo que me chama assim é minha namorada. Eu costumo gostar da forma como soa em sua boca. Porém, hoje passou a ser piegas, não se comparava ao jeito como soou na boca de Chanyeol.

Caralho! Eu estou mesmo ficando excitado com o jeito que meu nome foi dito por um homem?

Park quebra o contato visual comigo e olha para baixo, com um sorrisinho nos lábios. Sigo seu olhar e só então percebo que uma parte minha muito específica está acordada.

Evito olhar de novo para Chanyeol. Olho para o chão. Para o teto. Qualquer lugar que não seja os olhos de Dumbo.

- Olha para mim, Byun Baekhyun. – Diz em um tom de voz sério.

Não olho. Não consigo encará-lo. Não quero que ele saiba o quão fodida minha vida é. Claro que ele já deve saber, mas não precisa confirmar. Como um homem supostamente hétero fica excitado por causa de outro homem. Quem quer um cara confuso assim na vida? E por que diabos estou considerando a hipótese de Chanyeol precisar me aceitar?! CARALHO! Vou enlouquecer!

- Baek. – Diz mais uma vez.

Sei que se não o olhar ele vai dar um jeito de que eu faça isso, então para poupar a fadiga, olho-o. O olhar que Park me retribui é intenso.

- Eu sei que isso pode soar confuso e sem sentido, mas você sente algo por mim? – Pergunta sem tirar os olhos dos meus.

Apesar de ultimamente fazer muito essa pergunta, ouvir alguém além de mim fazê-la me deixa desnorteado. Sinto vontade de chorar, ver se com minhas lágrimas toda essa angustia some.

- Homens não choram, Byun Baekhyun, fique firme! Fique firme! – Sussurro tão baixo que não sei se Chanyeol pode ouvir. Espero que não tenha ouvido mesmo.

Chan se solta de mim e acho que vai me deixar sozinho, mas ele apenas solta-me para poder abraçar-me.

- Claro que você pode chorar, Baekhyun! Não há nada de errado nisso. Você não será menos homem por conta disso. Todo mundo chora. – Diz enquanto afaga meu cabelo.

E o faço. Depois de muito tempo. Quantas vezes tive que segurar o choro quando era mais novo. ‘’Você só será um homem honrado se não demonstrar fraqueza, Byun Baekhyun. Homens não choram. Filho meu não chora.’’ Essas falas ecoam em minha cabeça e sinto vontade de gritar.

Quando me acalmo, percebo que Chanyeol espera sua resposta, não me cobra nada mas posso ver o quão tenso está. Conto até 10 para criar coragem e responde-lo. Aumento para 12, 20, 30. Não funciona, poderia simplesmente ignorar o que ele havia perguntando e mudar de assunto, mas não consigo. Park não merece isso, não quando ficou ao meu lado em um momento tão dramático da minha vida.

Enxugo a última lágrima que cai, afasto-me dele, sento em uma cadeira e olhando para o chão digo. – É provável que sim.

- O que? – Pergunta confuso.

- Gostar de você. – Digo ainda sem encará-lo.

Vejo sua sombra no chão e sei que está caminhando em minha direção. Chanyeol ajoelha-se em minha frente para que possa ficar com o rosto na altura do meu.

- Baekhyun, eu sabia que você não podia ter esquecido aquele sentimento. – Diz e com a mão acaricia meu rosto.

Levanto a cabeça, confuso, como assim esquecer aquele sentimento? Que sentimento? Abro a boca para perguntar do que ele fala mas sou interrompido por uma voz que conheço muito bem.

- O que está acontecendo aqui? – Taeyeon pergunta.


Notas Finais


Se houver erros me perdoem, tava com preguiça de ler. kkkkkk, bj


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