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História Elmarf - The Search.


Escrita por: Ersj

Notas do Autor


No capítulo anterior Manuela foi encoberta de vigiar Alex, que estava preso em Blooth, servindo como isca para Laís.

Capítulo 7 - The Search.


POV. Rafaela

Era fim de tarde, o pôr do sol estava magnífico, caminho em direção ao meu lugar de calmaria, um pequeno jardim atrás do castelo. Meu vestido estava arrastando na grama,  que estava bem verde, isso me fez lembrar de quando esse jardim foi construído especialmente para a princesa, queria ser princesa de novo, queria meus pais aqui. Sentei-me em um dos bancos que estava bem de frente para o pôr do sol e comecei a pensar em tudo o que estava acontecendo ultimamente, minha irmã ainda estava sumida e isso me afligia muito. Eu estava bem perdida nesses pensamentos quando senti alguém segurando minha mão, era o Lucca. Ele beija o dorso da minha mão, eu abro um sorriso.

Lucca: Sentiu minha falta?

Rafaela: Claro que sim, por onde você andou?

Lucca: Ando treinando muito com as tropas, consequências dessas invasões... Mas isso não vem ao caso, porque agora eu finalmente tenho um tempo com você minha princesinha.

E ele me beija, e entre uns beijos e outros ressalto que não sou mais uma princesa, sou uma rainha agora, ele parece não ligar muito, nossas mãos agora estavam enlaçadas e minha cabeça estava encostada em seu ombro. Penso em nós e em como ele tem estado sempre comigo todo esse tempo. Eu o amava, mas nem tudo é perfeito e claro que com a única coisa que dava certo na minha vida não seria diferente. Toco no assunto proibido:

Rafaela: Como está Isadora?

Ele fica calado por um instante.

Lucca: Por que insiste em falar nesse assunto?

Rafaela: Não pode fugir da realidade para sempre Lucca.

Lucca: Disse quem? no momento eu posso.

Levanto minha cabeça e viro para ele, dou um suspiro, olho nos olhos dele que eram azuis como um oceano. Ele sorri. Coloco minhas mão naqueles cabelos cor de fogo e me pego pensando como seríamos se eu não fosse a Rafaela e ele não fosse o Lucca, talvez, em outras circunstâncias nós poderíamos ficar juntos.

Rafaela: Você não consegue imaginar a gente no futuro? Com filhos e claro, casados...

Lucca: Casados? 

Ele dá uma pausa, parece lembrar de algo sério.

Lucca: Preciso te falar uma coisa...

Ouvimos passos. Imediatamente eu ajeito minha postura e fingimos conversar sobre algo formal.

Guarda: Majestade

Ele presta reverência e eu aceno com a cabeça.

Guarda: Chegou essa correspondência, para vossa alteza, é anônima e parece ser bem urgente.

Ele me entrega a carta e sai, eu a abro e leio. Lucca olhava para mim. Eu me levanto e falo:

Rafaela: Eu preciso ir.

Lucca: Para aonde?

Rafaela: Minha irmã foi sequestrada, está nas terras de Blooth. Se isso for verdade ela está em apuros, eu preciso ir atrás dela.

Ele também se levanta.

Lucca: O quê? Eu irei também.

Rafaela: Não, eu preciso de você e Alessandra aqui, preciso de alguém em que eu possa confiar.

Coloco minha mão em seu rosto, lhe dou um beijo e sorrio.

Rafaela: Pode fazer isso?

Lucca: Tem como dizer não?

Ele também sorri e eu me afasto em direção ao castelo. Ando tão rápido que nem reparo no movimento ao meu redor. Chego no castelo e jogo a carta em uma mesa de canto. Vou em direção ao meu quarto e começo a me trocar, vestidos de rainha não são uma boa escolha para andar por aí, coloco minha capa, guardo um saco de moedas de ouro, pego meu arco embaixo do colchão e saio em disparada. Esbarro com Alessandra no corredor, já era de se esperar.

Alessandra: Para aonde a senhorita vai?

Rafaela: Preciso que você tome conta do castelo, sei onde está Laís e eu preciso ir atrás dela.

Alessandra: E alguma coisa que eu fale vai te impedir?

Ela fala com um tom de ironia e eu respondo já longe:

Rafaela: Não.

Vou até o estábulo e pego a mais rápida égua que tinha por lá, era branca com a crina amarela, prendo nela uma bolsa com algumas coisas essenciais de viagem, e monto nela. Mas antes que pudesse sair, Emerson bloqueia minha passagem.

Emerson: Irei com você.

Rafaela: Nem sabe onde vou.

Emerson: Claro que sei, achei a carta que você deixou no castelo.

Rafaela: É muito legal da sua parte, mas eu preciso partir e você está atrapalhando meu caminho.

Emerson: O que quer que eu faça, acha que vou apenas ficar de cabeça baixa?

Rafaela: Você irá obedecer sua rainha.

Avanço com o cavalo, obrigando ele a me dar passagem. Antes de sair da cidade fui na casa de Dora, entro e estava como sempre, cheia de pergaminhos.

Rafaela: Dona Dora?

Dora estava no balcão, ele estava séria.

Dora: Como posso ajudá-la jovem?

Rafaela: Qual é o caminho para Blooth?

Dora: Siga para o sul, em cerca de três dias chegará em Blooth, mas tome cuidado, lá é perigoso e muitos desejam sua cabeça arrancada.

Rafaela: Obrigada pelo apoio moral, o que vai querer em troca dessa vez? Outro fio de cabelo?

Dora: Não minha rainha, acredite em mim, você já está me recompensando.

A senhora sorria estranhamente, mas não tinha tempo para pensar que loucuras passava na cabeça dela, vou para minha égua. Depois de sair de Elmarf segui para o sul como foi pedido, a noite estava escura e nevava um pouco, o que dificultava ainda mais minha visão. Depois de um bom tempo cavalgando, paro em uma floresta que passava pelo caminho, prendo minha égua em uma árvore, sento encostada na árvore onde ela estava presa, dou três cenouras para ela comer. Estava frio e na pressa em que saí de casa para salvar a minha irmã não trouxe nenhum saco de dormir, ou cobertores para me esquentar. Encostada na árvore acabo cochilando, porém meia hora depois escuto um barulho. Butter, minha égua, estava agitada, tinha certeza que alguém nos observava. Pego meu arco e flecha e me levanto, olho ao redor e nada via, até que escuto um galho se quebrando a minha esquerda, miro e quando vou atirar nessa direção...

Emerson: Espere!

Emerson sai de trás de uma árvore.

Emerson: Sou eu.

Rafaela: O que está fazendo aqui?

Emerson: É ótimo te ver também.

Rafaela: Você não podia ter vindo.

Emerson: Por que não? Tenho que salvar Laís, devo muito a ela. Além disso tenho que te proteger, não posso deixá-la se arriscar sozinha.

Rafaela: Acha mesmo que preciso de um homem para me proteger?

Emerson: Acho que precisa de um amigo para te acompanhar.

Ele demonstrava total sinceridade com suas palavras, eu queria recusar pelo fato da profecia dizer que ele ficaria do mal, era arriscado levar ele a Blooth, mas não poderia simplesmente dizer não sem nenhuma boa desculpa.

Rafaela: Eu ainda me arrependerei, mas talvez seja bom ter você comigo nessa viagem.

Emerson: Obrigado.

Ele corre um pouco para longe e volta trazendo seu cavalo.

Emerson: Eu deixei ele um pouco longe para que não pudesse vê-lo, trouxe algumas coisas úteis...

Ele tira sacos de dormir da sacola presa ao seu cavalo.

Emerson: Imaginei que não traria um para você, já que saiu com muita pressa.

Ele me dá um.

Rafaela: Obrigada.

Emerson: Boa noite... Rainha.

Ele ri.

Rafaela: Boa noite, guerreiro.

Dormimos em nosso sacos de dormir tranquilamente. No outro dia, acordo cedo, já não nevava mais, estava ótimo para continuar meu caminho. Emerson se espreguiçavam igual a um bebê.

Emerson: Nossa, nem parece que dormir fora da cama. Que horas são?

Rafaela: Já devem ser seis da manhã, vamos partir?

Emerson: Vamos.

Ele se levanta e faz um rápido alongamento.

Emerson: Ótimo, estou pronto.

Guardamos as coisas, depois subo em Butter.

Rafaela: Procuraremos água para vocês, não se preocupem.

Ele sobe em seu cavalo também.

Emerson: Escutou Phillipe? A Rainha disse que encontraremos água para vocês.

Rafaela: Vamos logo, não temos tempo a perder.

Andamos só mais um pouco e chegamos em uma cidade estilo faroeste, deixamos Butter e Phillipe bebendo água, por enquanto entramos em um barzinho.

Rafaela (cochichando): Não acha que chama muita atenção com essa armadura?

Emerson (cochichando): Talvez, mas você também chama bastante atenção com essa capa. Já percebeu que esses caras estão todos machucados?

Rafaela (cochichando): Sim, parece que todos se meteram em uma briga a poucos dias.

Eu estava com meu arco e Emerson com sua espada, isso só chamava mais atenção ainda. Vamos até o balcão.

Rafaela: Você poderia me dizer se uma jovem guerreira passou por aqui esses dias?

Todos no bar olham para mim.

Barman: Sim, ela trouxe muitas confusões como pode ver. Conhece ela?

Rafaela: É que...

Todos esperavam minha resposta.

Emerson: Estamos indo atrás dela, ela causa problema por onde passa, temos que capturá-la e prendê-la logo, você não acha?

Rafaela: Sim, ela merece ser punida.

Todos param de prestar atenção em nós e voltam a fazer suas coisas.

Barman: Ela fugiu com um de meus garçons.

Rafaela: Como é que é?

Barman: Isso mesmo, ela fugiu junto com ele e até agora não deu as caras.

Rafaela: Como ela pode?

O barman olha confuso.

Emerson: Rafaela!

Rafaela: Ela tinha obrigação de me contar.

Todos voltam a olhar para mim.

Emerson: Rafaela!

Rafaela: Não adianta tentar, ela deve me escutar, escutar irmã mais velha.

Emerson: Então... Agora nós corremos.

Todos se levantam, eu e Emerson corremos e subimos em nossos cavalos. Cavalgávamos para longe da cidade mas alguns caipiras nos seguiam em cavalos também.

Emerson: Por que foi inventar de ficar tão irritada?

Rafaela: Ela é minha irmã, tenho que protegê-la, ela não pode fugir com desconhecidos.

Os caipiras se aproximavam.

Rafaela: Não iremos escapar.

Emerson: Eu tive uma ideia, está vendo aquele desfiladeiro? Dá para descer de irmos por aquela passagem mais a esquerda.

Descíamos o desfiladeiro trotando rapidamente pelo caminho que Emerson achou, os caipiras ainda nos seguiam. Por enquanto que descíamos, grande pedaços de pedras caiam, quebrando o gelo lá em baixo, assim o rio congelado estava descongelando. Quando chegamos lá em baixo, os nossos cavalos pulam no rio congelado, deslizavam um pouco. Os caipiras descem dos seus cavalos e sobem no rio congelado também.

Caipira: Vão pagar pelo que a guerreira fez.

Emerson desce de Phillip e pega a espada.

Emerson: Não quero lutar, deixe-nos ir.

Caipira 2: Claro que não, irão sofrer como nunca.

Rafaela: Emerson, se segura!

Eu atiro algumas flechas em uma grande rocha no topo do desfiladeiro, a rocha despenca e quebra uma barragem de gelo que impedia a água de correr. Forma-se uma grande onda que leva todos nós pelo desfiladeiro. Eu estava girando dentro da água, algumas pedras batiam em mim, causando leves dores. Boto a cabeça para fora e vejo Butter e Phillip desesperados sendo levados pela água, infelizmente não podia fazer nada, estava na mesma situação. Tentava nadar para a superfície mas não tinha bons resultados, a água me puxava, Phillip consegue sair da água e depois de um tempo Butter também. Eu já tinha engolido bastante água e já não sabia se sobreviveria aquilo tudo, também não tinha visto Emerson ainda, nem aqueles três caipiras que nos seguiam. Quando pensei que a minha situação não pudesse piorar, cheguei a um ponto desse rio onde ia despencar, era uma queda d'água. Fiz todo o esforço que tinha, mais foi inevitável, despenquei de alguns metros e caí em um grande lago, a última coisa que recordo foi de estar afundando naquelas águas azuis e cristalinas. Um certo tempo depois acordo, alguém fazia massagens cardíacas em mim, era Emerson.

Emerson: Ótimo, abriste os olhos.

Tusso um pouco e cuspo água, depois me sento.

Rafaela: Obrigada.

Emerson: Você salvou minha vida rompendo a barragem, apenas retribui o favor.

Olho ao redor e percebo o quanto aquele lugar era lindo, tinha uma cachoeira com o lindo lago, a neve se espalhava por todo local, nem consigo imaginar como deve ser na primavera. Emerson me ajuda a levantar, percebo que estava sem a armadura, só com a roupa de baixo.

Rafaela: Está encharcado.

Emerson: Você também, rainha.

O empurro, ele me chamava  de rainha só para me provocar, tenho certeza.

Rafaela: Perdemos tudo?

Emerson: Ainda temos os cavalos, seu arco e flecha, minha espada e um saco com moedas de ouro, todo o resto se foi.

Rafaela: Ao menos ficamos com as moedas.

Emerson tira a camisa.

Rafaela: O que está fazendo?

Fico de costas para ele.

Emerson: Somente tirei a camisa, nunca viu um homem sem camisa?

Rafaela:  Em Elmarf os homens sempre andam vestidos, que calúnia. 

Emerson: Deixes de ser suscetível, de onde eu venho fazia muito calor e sempre costumei fazer trabalho braçais onde costumava ficar sem camisa.

Rafaela: Devia ter mais respeito a minha presença.

Emerson: Lá as mulheres não pareciam se importar tanto, qual o seu problema? Devia fazer o mesmo.

Rafaela: Mas que ultraje, ainda pedes para uma moça direita como eu, repetir este ato impróprio.

Ele me vira.

Emerson: Escute-me rainha, falo isto para seu próprio bem, poderá pegar uma destas pragas que não sabemos como curar. É importante que não use roupas molhadas.

Pensando bem, estava sendo imatura mesmo, ele não parecia ter nenhuma intenção  obscena, então tiro minha capa e meu vestido. Fico apenas com uma saia longa e e uma blusa que usava por baixo da roupa.

Emerson: Ótimo, agora se sente melhor?

Rafaela: Exposta, mas estou com menos frio.

Emerson: Certo, quer continuar a viagem  agora?

Rafaela: Gostaria de ver a Butter, onde está?

Emerson: Está amarrada próxima ao lago.

Ele aponta e a vejo junto com o Phillip. Vou até ela e vejo se está bem, afinal botei ela em uma situação nada agradável. Passamos duas horas e alguns minutos naquele lindo lugar, depois de um tempo fui até Emerson que cochilava.

Rafaela: Emerson, vamos seguir jornada?

Ele abre um olho e sorri, depois se levanta.

Emerson: Acho que nossas roupas já estão secas.

Rafaela: Ainda bem, agora por favor vista-se.

Ele me faz uma cara de reprovação, mas veste a camisa e depois a armadura. Eu boto meu vestido e minha capa, depois subimos nos cavalos e cavalgamos por um bom tempo, tentando voltar para o caminho certo. Já ao pôr do sol, vejo uma lojinha.

Rafaela: Emerson, consegue ver aquela loja no leste?

Emerson: Sim.

Rafaela: Vamos até lá, precisamos de comida para nós e para os cavalos, além de sacos de dormir novos.

Cavalgamos até lá, já estava começando a nevar, então nos apreçamos. Descemos dos cavalos e entramos na loja, era bem diversificado, vendia de tudo aqui. O vendedor aparece, ele sai de trás de alguma prateleiras, apenas acena com a cabeça para nós e depois fica sorrindo. Ele tinha cabelo castanho claro, bigode e costeletas grandes, era alto, forte e tinha uma barriga um tanto grande. 

Rafaela: Não acha estranho o sorriso desse vendedor?

Emerson: Você acha? Eu acho que ele parece ser tão simpático.

Vou olhando as prateleiras, Emerson olhava outras. Vou para trás da última fileira de prateleiras, justo de onde saiu o vendedor. O chão era oco, e tinham caixas bloqueando o caminho, então eu retiro silenciosamente aquelas caixas e vejo que há uma escada ali, desço e chego a um lugar escuro, iluminado apenas por uma tocha. Eu pego a tocha e vou clareando alguns cantos da sala, que fedia muito. Certa hora piso em água, quando clareio o chão com a tocha vejo que não era água, era sangue, então quando ilumino a minha frente vejo vários cadáveres pendurados em ganchos.

Rafaela: Preciso falar a Emerson.  

Quando me viro sou surpreendida pelo vendedor, ele me enforca e antes que reagisse ele me suspende.

Vendedor: Não deveria ter vindo ate aqui moça, seu amigo não pode escutar nada lá de cima.

Emerson: Mas eu não estou lá em cima.

Emerson chuta as costas do vendedor, que me solta e cai.

Emerson: Vamos!

Corremos para subir as escadas, mas pouco conseguíamos enxergar pelo fato de não segurar mais a tocha, ela estava caída junto ao vendedor. Olho para trás e vejo que já tinha se levantado e estava com a tocha na mão.

Vendedor: Vamos brincar do meu jeito agora.

Ele joga a tocha no sangue e tudo escurece de vez, admito que fiquei um pouco nervosa. Emerson me puxava tentando me levar a saída, escuto algumas barulhos de coisas batendo em algum pedaço de ferro, logo depois Emerson grita e solta meu braço, foi atingido por algo.

Rafaela: Emerson?

Ele gritava, estava sendo espancado.

Emerson: Corre!

Acho as escadas e subo, lá pego uma vela que tinham no balcão e desço novamente. Emerson não gritava mais, clareio meu caminho e vejo um trilha de sangue, sigo ela até que para na parede, escuto um barulho atrás de mim e viro puxando o arco, consequentemente a vela caiu mas por sorte não apagou. Solto uma flecha que penetra o peito do vendedor, ele pretendia me perfurar com uma faca. Cai no chão, sai sangue de sua boca mas ele não tirava o sorriso melancólico. Me afasto de costas, observava ele fazendo força para se levantar, e o inesperado acontece, ele se levanta e eu miro uma flecha nele novamente.

Rafaela: Prometo que não farei nada, apenas se afaste.

Ele se aproximava, andando lentamente em minha direção, mas, pra minha surpresa, ele volta ao chão. Emerson estava atrás dele, segurava a espada, com ela que tinha dado o golpe que apagou o vendedor. Sua armadura estava bem danificada, sua cabeça sangrava, melando grande parte de seu rosto. Ele acena com a cabeça e pega a vela, indo mancando em direção a escada, sigo ele. Depois que subimos, consigo ver claramente havia um corte na parte de trás de seu pescoço. Ele vai para fora da loja, eu pego muitas coisas que haviam ali e guardo na mochila nova que prendi nos cavalos. Nos afastamos um pouco, entramos em outra floresta, paramos para descansar perto de um pequeno lago. Emerson tira a armadura, ficando apenas com a roupa que usa por baixo, então ele entra no lago.

Rafaela: ... Está tudo bem?

Emerson: Sim, só preciso me limpar mesmo.

Ele fala com naturalidade, como se não tivesse acontecido nada de ruim. Depois ele sai da água e deita na neve.

Emerson: Obrigado... Por ter me salvado hoje.

Rafaela: Você que apagou ele no final.

Emerson: Só consegui fazer isso por que você o deixou fraco com a flecha no peito.

Rafaela: Acha que ele morreu?

Emerson: Tenho dúvidas.

Emerson solta um gemido de dor.

Rafaela: Deixe-me ver.

Viro a cabeça dele e vejo o grande corte que tinha, em sua cabeça também tinha outro, além de outros vários pequenos cortes.

Rafaela: Queria que Alessandra estivesse aqui, ela saberia como tratá-lo.

Emerson: Não é necessário, rainha.

Ele se levanta, e monta em Phillip com certo esforço.

Emerson: Vamos partir?

Rafaela: E seus ferimentos? Já é noite além disso.

Emerson: Só mais um pouco, quando estiver próximo da madrugada nós paramos para descansar.

Pego dois agasalhos que peguei na loja e dou um a ele.

Emerson: Obrigado, agora vamos.

Vestimos os casacos, subo em Butter e depois partimos. Andamos um bom tempo até que bem tarde paramos e dormimos em nossos sacos de dormir. No outro dia, acordo cedo e alimento os cavalos, Emerson acordo e comemos também. Continuamos nosso caminho passando por muitas vilas, até que no fim da manhã chegamos em uma grande vila onde resolvemos parar. Deixamos nossos cavalos amarrados e fomos explorar o lugar, as pessoas pareciam felizes e calmas, percebo que estava havendo um funeral, me aproximo.

Rafaela: O que houve?

Senhor: Um jovem homem caipira morreu, faz um tempo que se feriu aqui na cidade e foi levado ao nosso curandeiro, mas não deu sorte.

Rafaela: Que pena.

Olho ao redor e vejo que Emerson não estava por aqui.

Senhor: Procura alguém?

Rafaela: Sim... Um amigo.

Senhor: Tomem cuidado, não é seguro ficar andando por ai, principalmente ir para a floresta congelada que há atrás da vila, dizem que lá tem muitos assassinos.

Saio correndo imediatamente para lá, Emerson amava duas coisas: Aventura e Encrenca. Não havia lugar melhor para procurá-lo. Entro na floresta congelada, era linda, com árvores imensas e cobertas por neve, além dos galhos estarem completamente congelados. 

Rafaela: Emerson!

Ele aparece, estava andando tranquilamente.

Emerson: O que foi?

Rafaela: Você sumiu de repente.

Emerson: Eu não gosto de funerais, preferi vir ver essa magnífica floresta.

Rafaela: Este lugar tem muitos assassinos, os moradores da vila alertaram-me.

Emerson: Tem certeza, parece ser tão...

Antes que ele completasse, escutamos barulhos estranhos, os arbustos se mexiam.

Rafaela: Vamos sair daqui, rápido!

Levanto um pouco o meu vestido e corro, mas para quando percebo que Emerson não me seguia. Volto e vejo ele sentado no chão com alguns filhotes de lobo no seu colo. Vou até ele, os filhotes brincavam.

Emerson: Esses são os seus assassinos? A vila toda tem medo de lobos que vivem por essa floresta, não sabem que são apenas lobos.

Ele ria por enquanto que brincava com os lobos, sem dúvida ele realmente era o homem de coração bom que dizia a profecia. Só que esse fato apenas me deixava mais nervosa, será então que realmente vai ficar ruim?

Emerson: Não quer alisá-los?

Sento ao lado dele, ele bota um dos cinco filhotes em meu colo.

Rafaela: Que filhote adorável.

Escutamos outro barulho, algo se aproximava, Emerson bota os filhotes no chão e se levanta.

Emerson: Vamos.

Me levanto também.

Rafaela: Achava que não tinham assassinos.

Emerson: E não tem, mas tem a mãe desses filhotes, ela não se agradará em vê-los conosco.

Corremos para fora da floresta, ficamos na cidade até o fim da tarde, onde resolvemos partir.

Emerson: Já estamos perto?

Rafaela: Chegaremos na noite de amanhã eu suponho, ou talvez um pouco mais cedo.

Emerson: Ótimo, vamos salvar Laís.

Rafaela: Sim.

Cavalgamos em direção a Blooth, não conseguia pensar em nada além de que precisava salvar minha irmã e nada iria me impedir. Não se preocupe Laís, já estou chegando.
 

 

 

 

Continua...


Notas Finais


No próximo capítulo mostrará como está Elmarf com a saída da rainha.


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