1. Spirit Fanfics >
  2. Em Alto Mar- Jeon Jungkook >
  3. I was attracted by the great black immensity of your eyes.

História Em Alto Mar- Jeon Jungkook - I was attracted by the great black immensity of your eyes.


Escrita por: Spriings

Notas do Autor


Olá pessoal.
Voltei com mais um capítulo quentinho aqui pra vocês.
Eu queria agradecer a todos os favoritos e a todas pessoas que mandei mensagem via mp e foram muito gentis em virem dar uma olhadinha aqui na minha fanfic. Muito obrigada!

O capítulo de hoje promete muito heinnnn
Só confusão! 🌊💥
Espero que gostem!

Me desculpe pelos erros ortográficos, por mais que eu revise ainda passa alguns despercebidos.



𝐁𝐨𝐚 𝐋𝐞𝐢𝐭𝐮𝐫𝐚!!!

Capítulo 2 - I was attracted by the great black immensity of your eyes.


Fanfic / Fanfiction Em Alto Mar- Jeon Jungkook - I was attracted by the great black immensity of your eyes.


20/03/1717

Jeongguk



Escorei minhas costas na parede úmida e gélida da cela. Já fazia alguns bons dias que aquele homem vira me visitar; ficar andando por esse cubículo não ajudava de nenhum modo, minha paciência estava prestes a ir pelos ares. 

Embora minha mente estivesse completamente impaciente e inquieta, meu estado físico estava relativamente normal, pois meus surtos de impaciência estavam totalmente presos em minha consciência, não os deixava transparecer além daquilo, e nem devia.

Expandi minhas narinas em busca de uma boa quantidade de ar, havia dias que meus pulmões não experimentavam o cheiro do ar fresco, por estar nessa cela, o aroma mórbido parecia estar impregnado nas paredes rugosas daquela prisão, os odores daquele local aparentava serem incompreensíveis mas deixava meu estômago completamente enojado.

Na quietude deste local, os únicos sons que permeavam em meus ouvidos, era o ruído da chave girando o trinco para que os guardas entregassem minhas refeições. Sozinho mergulhado em meus pensamentos, minha mente trabalhava em uma possível alternativa de fuga, todo esse tempo em que passei trancafiado aqui serviu para que meus pensamentos se organizassem e, em meio a tantas reflexões turvas uma se destacou dentre elas, fazendo minha atenção se redobrar analisando cautelosamente a talvez possibilidade de estar na cidade de Liverpool, visto que lembro-me bem que alguns dos meus informantes disseram que o porto desta cidade fora construído há alguns anos atrás.

Eu fui capturado junto de minha tripulação, mas desde nossa captura não os vi, presumo que os soldados querem evitar nosso encontro, talvez aos olhos deles seja uma vantagem afastá-los de mim. Como podem me subestimar de tal maneira? Será que eles fazem ideia do que eu sou capaz? Um riso amargurado escorrega por meus lábios, resvelo a língua sobre eles e consigo sentir um gosto amargo em minha boca.

Avalio cautelosamente a proposta praticamente imposta pela coroa, em troca de sua liberdade, sei que é do tipo de barganha um tanto quanto tentadora, pois, tenho a clara noção que todo pirata deseja ter em mãos o documento de perdão total, mas julgo ser algo maior, não cheguei tão longe apenas para servir como um mero subordinado da coroa, quero mais, quero ser melhor, quero o puro poder em minhas mãos.

Anseio pelo momento que irão me dizer que tipo de gesto de confiança vão realizar, um pequeno sorriso aparece no canto de minha boca, sento no pequeno assento ao meu lado pois tudo que me resta é esperar, odeio ter que contar com a sorte pois um plano é baseado em informações mas estou pobre delas. Observei esta cela o suficiente para concluir que não tem saída, esfrego minhas palmas uma na outra, jogo minha cabeça para trás alongando-a e consigo ouvir um pequeno estalo, a dor de meus músculos se alastra pelas costas, todos doloridos, jogo meus ombros para trás tentando ao menos espantar aquela dor incômoda.

                        



                       ∗




Há algumas horas aquele mesmo homem vira me ver, não ousou ao menos entrar em minha cela, talvez estaria com medo ou seu tempo estava escasso ao ponto de nem ter uma conversa decente comigo, pois como se eu fosse um qualquer apenas derramou várias informações ali mesmo na beira da grade, por um momento me segurei para não agarrá-lo pelo colarinho e esfregar sua cara em meio as grades de ferro, minhas mãos cerraram em punhos, tentei ao máximo me segurar, estava por um fio de agarrá-lo, mas minha voz ressoou por minha mente implorando por paciência e assim o fiz. O ouvi do início ao fim pois qualquer informação que ele fornecia poderia servir como uma oportunidade de fuga para eu e meus homens. Mordi meu lábio inferior reprimindo um sorriso ao ouvir falar que o gesto que mostraria a plena confiança em mim, era um baile com a presença ilustre dos homens mais importantes daquela região, que agora eu tinha a completa certeza que o lugar que estava era a cidade de Liverpool. Convenci o homem que estara a minha frente que queria meu subordinado junto a mim no baile, não fora difícil o convencer, olhei em seus olhos e pude ver o poder que minha presença o sujeitava, quase que meus lábios se alargam em uma longa gargalhada ao passo que meu peito se enchia em êxtase ao vê-lo desta maneira, tão inferior, como um mero animal indefeso enquanto eu era seu predador, meu ego amava isso. Quando seus passos se distanciaram da minha cela, minha mente começara a pulsar, pensamentos a enchiam fazendo-a transbordar, uma dor incômoda brotou na lateral da minha cabeça, levei minhas mãos até minhas têmporas massageando-as, tentando aliviar a dor. Pensei que talvez aquele baile seria minha maior chance para escapar deste lugar infernal, analisando ideias diversas em minha mente, notei que uma das alternativas mais plausíveis era achar algum meio de gerar um tumulto, uma distração, para escaparmos. Insisti naquela mesma ideia por horas, caminhando pelo pequeno espaço da cela, cruzando meus braços fortes na altura de meu peitoral viril.

Escutei passos firmes vindo em minha direção, ergui meu olhar observando que havia mais guardas do que de costume. Franzi o cenho. Um deles adentrou a cela firmando seus dedos fortes em torno de meu braço, puxando-me com brutalidade para fora da cela, a ideia de que talvez a coroa tivesse desistido da proposta que fizeram para mim, passou pela minha cabeça, mas logo foi dissipada quando começaram a me levar em direção a um palacete, desta vez meu corpo estava isento de qualquer grilhão. Os dedos do soldado a minha esquerda firmaram ainda mais o aperto, aprofundando seus dedos fortes em minha carne, grunhi, a essa altura eu já teria cravado minha espada em seu estômago, cerrei minhas mãos em punhos, desejando acertar um soco em sua face que o deixaria zonzo.

Em torno de meu corpo havia cerca de seis soldados, todos utilizavam armas de fogo enquanto diversos tipos de espadas, pequenas e grandes, encontravam embainhadas, deveria ser por isso que não demonstravam medo em minha presença, pois se eu resistisse era fácil atirar em minha cabeça.

Adentramos a imensa propriedade, observei o grande salão reluzente, ao passo que a luz caramelizada do sol invadia as janelas projetando um trajeto alaranjado sobre o piso reluzente de porcelanato, pilastras grandes e robustas sustentavam o teto que nele havia um grande candelabro com seus cristais brilhantes pendurados. Sinto um aperto forte em meu braço, olho para o lado e o soldado que segurava meu braço esquerdo maneou a cabeça levemente para o lado, indicando para seguirmos adiante, comecei a caminhar observando cada detalhe daquela imensa propriedade. Elevei meu olhar, percebendo a presença de uma escada que levava até o segundo andar, o único som que se ouvia era o ruído de nossos passos entrando em contato com o piso, com os guardas em meu encalço seguimos para o andar acima, estranhei o fato de pararmos em frente a uma grande porta que possuía desenhos incompreensíveis na estrutura de seu material, admirei por breves momentos os lindos rabiscos que até então eram desconhecidos por mim. Uma voz grossa ressoou pelo local, e ligeiramente me obriguei a direcionar minha cabeça a ela.


一 Disponibilizamos este cômodo para o senhor se banhar e se preparar para o baile, que acontecerá dentro de algumas horas. Todos os guardas ficaram do lado de fora para impedir que tente alguma coisa. Há duas criadas lá dentro que o ajudarão no que precisar, mas se tentar alguma coisa, amanhã será julgado e irá direto para a forca. 一 Sua voz grossa soou firme, em momento algum sua boca tremelicou, mas pude perceber um lampejo de medo percorrer em seus olhos, um sorriso mínimo se instaurou no canto de meus lábios, e seu aperto se intensificou me fazendo grunhir. Antes que pudesse ao menos protestar, ele havia me jogado para dentro do cômodo.


Minhas mãos cerraram em punhos, um nó se formou em minha garganta que me impediu de gritar, a cada momento que passava eu ansiava ainda mais para ver o sangue daqueles bastardos escorrendo em minhas mãos, será que eles sabem do que eu sou capaz? Um calor se alastrou por todo meu corpo, me fazendo sentir a fúria e a pura raiva que percorria pelas minhas veias. Bastardos miseráveis.

Expandir minhas narinas em busca de ar em uma tentativa de acalmar meus nervos, que neste momento borbulhavam, encarei a única porta que permitia a entrada e a saída daquele local, virei-me calmamente observando dois corpos pequenos e cheinhos em minha frente, suas expressões estampavam a aflição, apenas deixei que me preparasse.

Elas prepararam meu banho e ajudaram-me a me banhar, separaram um terno, me vestindo com aquelas vestes de alta costura, as roupas que antes usava estavam largadas pelo chão daquele cômodo, eu definitivamente não queria descartá-las, mas não havia outro caminho viável. Aproximei-me em passos calmos até o pequeno espelho, fazia um bom tempo que eu não vejo meu reflexo afinal, espelhos eram artigos de luxo, olhado para cada centímetro do meu corpo percebi que o menino que estava presente aqui havia se perdido entre os corredores vazios de minha mente, eu tentava levar essas memórias não agregadoras para a vastidão do vazio, porém elas sempre ressurgiam da cinza, balançando a minha cabeça para um lado e para o outro a fim de trazer minha mente para a realidade. Eu ansiava pelo momento deste baile, eu iria me libertar, custe o que custar. 




Helena




Diante do espelho que havia em meu quarto, eu me observava. O vestido cor marfim ressaltava o tom da minha pele branca, passando as palmas de minhas mãos pelo tecido pude sentir a textura aveludada dele. Meus cabelos negros estavam presos em um perfeito coque, mas ainda sim conseguia ver fios teimosos soltos sobre minha face. O corpete que usava comprimia minhas costelas, me deixando com uma cintura fina e acentuada, embora obrigava-me a respirar curtamente. Com aquele vestido meus seios ficavam avantajados, deixando-me com um ar sensual e maduro, mas, ao mesmo tempo, escondia um curto ar de inocência.

Baixei minha cabeça, encarando a barra de meu vestido, encolhi meu corpo, meus olhos se encheram de lágrimas involuntariamente, não quis derrama-las pois eu quero ser forte para enfrentar tudo que virá a partir deste momento, talvez meu futuro esteja destinado a me prender a um homem que nunca amarei.

Ouço sons de passos firmes vindo em minha direção, ergo minha cabeça observando minha mãe logo atrás de mim, sinto seu olhar duro preso em minhas costas, vislumbrando detalhe por detalhe de meu corpo, não ouso olha-lá porque sei que se eu fizer isso minhas lágrimas voltaram e desta vez seria difícil segurá-las. Ela se aproxima calmamente até que sinto a textura de suas mãos frias e macias sobre a pele dos meus ombros desnudos.


一 Está uma verdadeira dama. 一 Sua face não exibe nenhuma expressão. 一 Mas sua postura está horrível. Deve melhorá-la.


Suas mãos exerceram uma força em minha lombar para que ficasse ereta, puxou meus ombros para trás para que meus seios se estufassem levemente. Ouço um suspiro desgostoso se esvair dos lábios da mulher ao meu lado. Me sentia incapaz de encará-la nem que fosse por simples segundos, tinha medo, mas meu consciente insistia para que eu mantivesse um ar confiante perante ela. Senti sua mão gélida encostar com calma em meu queixo o erguendo.


一 Hoje será uma noite importante para seu pai, Helena. 一 Sussurrou. 一 Quero que se comporte, não faça besteiras e seja como uma verdadeira dama. 一 Sua mão esquerda apertou meu ombro, ouvir sua voz soar tão ameaçadora me fazia ter vontade de encolher meu corpo, respirei fundo, mordi meu lábio, inquieta. 一 Só quero que entenda Helena, que tudo o que eu faço é para o seu bem, querida.


Suas mãos apertaram levemente meus ombros, olhei através do espelho e pude ver sua expressão neutra. Olhei em meus olhos através do espelho, observei os cantos deles se encherem de lágrimas, não as deixei cair, cerrando minhas mãos em punhos, ergui meu queixo.



                      ∗



O cocheiro gentilmente estendeu sua mão enluvada para mim, a peguei maneando levemente minha cabeça para baixo, como uma breve reverência, com sua ajuda desci da carruagem. Desvencilhei de seu toque, passando minhas mãos pelo meu vestido, ajeitando-me adequadamente. As minhas palmas suavam compulsivamente, pelo calor das luvas e pelo nervosismo de estar ali. Girei minha cabeça para o lado, percebendo que meus progenitores já haviam descido da carruagem, me apressei para ficar ao lado de minha mãe.

Meu olhar curioso logo se atentou a assistir o imenso jardim do palacete cheio das mais belas carruagens entalhadas com detalhes dourados que certamente são feitos do mais puro ouro, vislumbrei as mulheres da alta sociedade descerem com uma graciosidade invejável de suas carruagens, suas vestimenta pareciam ser feitas da seda mais nobre que meus olhos já viram, as jóias que adornam seus corpos as faziam se igualar a uma verdadeira dama, a leveza de seus movimentos se assemelhavam a de uma legítima rainha, e, por leves segundos me preocupei com o fato de não sentir paixão por aquele estilo de vida, se minha mãe pudesse ao menos ler meus pensamentos sentiria nojo da própria filha, esse pensamento prolongou pelos confins de minha mente até sentir minha saliva descer com dificuldade pela minha garganta.

Redirecionei meus olhos e me forcei a prestar atenção no enorme palacete perante a mim seguido de um lance de degraus, que em cada extremidade da gigantesca porta dois soldados de cada lado guardavam a entrada o que me fez questionar previamente o porquê de tamanha segurança e, logo uma onda de escuridão passou pelo meu corpo que foi tomado pela incerteza de estar ali, fazendo um sentimento angustiante surgir de imediato.

一 Helena. 一 A voz grave e aveludada de meu pai fez com que e acordasse do meu breve transe, meus olhos então transitaram pela sua face observando a confusão em seu olhar.一 Está tudo bem minha filha?

一 Esta sim, meu pai. Apenas estou um pouco nervosa. 一 Forcei os músculos do meu maxilar para que se repuxaram em um curto sorriso confortador.一 Não há com o que se preocupar.

一 Oh.一 Seu sorriso se abre fazendo-me sentir o acalentar daquele doce gesto.一 Minha menina, não fique nervosa, você se sairá bem. Sabe, confesso que não gosto desses bailes, são chatos e a orquestra sempre mantém na mesma melodia, por isso quando chegarmos em casa nós iremos sentar na varanda de nossa casa e comeremos aqueles doces deliciosos que a Judy faz, só nós dois, mas, não conte para sua mãe. 一 Um sorriso se ilumina em minha face enquanto papai faz um sinal de silêncio, acinto com veemência e meu sorriso prolonga por mais alguns segundos.

一 Dominic, vamos, se não nos atrasaremos.一 Mamãe chama nossa atenção, e logo seu braço se entrelaça com o de meu pai. Caminhamos calmamente até o palacete, ergo de modo leve meu vestido para evitar que meus pés se embolem na barra dele e acabe causando um acidente ao subir as escadas.


Enquanto passávamos pelos guardas que se encontravam guardando a entrada, meu olhar teimoso ousou pousar por leves segundos em um deles, mas logo tratei de me reposicionar corretamente, pois não sabia ao certo o que se passava ali. De modo impassível atravessamos a imensa porta do palacete e logo consegui sentir os meus sentidos se entorpecem com as diversas informações que ali se encontravam, a visão, a audição e o olfato foram bombardeados com dezenas de cores, melodias e cheiros que se concentravam em um único ambiente.

A melodia doce que era tocada pela pequena orquestra se ambientava com os baixos murmúrios daquelas pessoas que se encontravam ali, os falatórios não sobressaia sobre a delicada canção e muito menos aquele melodioso instrumental se deixava ofuscar as conversas, pois parecia que haviam pensado em uma harmonia perfeita para tudo aquilo. Meus olhos brilhosos estavam estupefatos com a riqueza de detalhes, perante eles tudo parecia ser feito de ouro, os pilares que seguravam a grande estrutura estavam envoltos a pequenos adereços dourados, pendurado sob o teto um magnífico candelabro iluminava o salão. Era possível observar os grandes sorrisos expostos nos rostos dos lindos casais que dançavam lindamente pelo salão, uma dança perfeitamente harmoniosa, seus deslizes calmos e coerentes pelo piso que refletia distintamente o reflexo amarelado que a luz do candelabro emitia. Garçons a todo momento se submetiam entre aquelas pessoas com suas bandejas de aperitivos, embora seus semblantes estavam completamente enterrados em um mar de seriedade, os convidados não pareciam ao menos notá-los. Algumas mulheres se esbanjavam de suas joias, erguendo seus narizes para mostrar os lindos colares de pedras preciosas e discutindo com outras damas o fato de seus maridos não presenteá-las com quantidades de jóias realmente necessárias. Senti meu pulmão se encher de ar e soltá-lo quase afoitamente, olhei para o lado e logo vi que mamãe e papai estavam se aproximando de um grupo de senhores, apressei-me para que ficasse ao lado de meu pai.

一 Boa noite, cavalheiros.一 A voz de meu pai ressoou por ali, simpática.

一Boa noite, senhor Dominic.一 Sua voz grossa ressoou pelo local e logo sentir o olhar do velho senhor vagar pela minha face.

一 Ah. Quero vos apresentar minha esposa, Amélia. 一 Mamãe deu um breve sorriso, e logo estendeu sua mão cumprimentando os senhores da pequena roda.一 E minha linda filha, Helena.

一 É um prazer conhecê-los, senhores.一 Meu músculo da bochecha fez um esforço para que minha face tentasse esbanjar um sorriso sincero.

一 Sua filha é muito linda, senhor Dominic.一 Meu olhar se direciona no rosto de uma mulher que obtém um lindo sorriso em sua face, desço meus olhos observando seu braço fino entrosado a que eu presumo que seja seu marido.

一 Ó, sim, ela é meu orgulho.一 Meus olhos vagam pela face de meu pai, e, desta vez meu rosto se contorce em um sorriso verdadeiro.

一 Presumo que uma moça tão bonita como ela já esteja prometida a alguem.一 Diz um senhor barbudo, com uma das mãos segurando um copo de whisky, levando calmamente o líquido em seus lábios, ele beberica

一 Ainda não, mas é apenas uma questão de tempo, senhor Davis.一 Desta vez é mamãe quem conduz a conversa. Tento não revirar os olhos a cada palavra que sai de sua boca, engulo em seco e, repentinamente, meu semblante não é o dos mais felizes.

一 Presumo que sim, senhora Chevalier.一 O velho senhor detém seus olhos em meu corpo, e, por segundos todo o ar se contém em meu pulmão completamente impossibilitado de sair, ergo meu queixo e engulo em seco. Minha mente está enlouquecida, por favor! Me tirem daqui, grito, suplico entre os confins de minha mente, mas tudo permanece na mais perfeita monotonia.

一 Ouvir dizer que seu filho está a procura de uma esposa, senhor Thompson.一 Mamãe diz, na mais perfeita calma, e, quase permito meu rosto de se contorcer em uma careta enjoada, desvio o olhar para o grande salão, como se fosse mais interessante do que esse diálogo, e, de fato, era.一 Acho que Helena iria adorar conhecê-lo melhor.

一 Sim, ele está a procura de uma dama. E acredito que ele se encantará com a beleza da senhorita Helena, o que acha de encontrá-lo dentro de alguns dias senhorita Helena?一 Meu olhar recai a um senhor simpático e sorridente onde seu braço se entrelaça a uma bela mulher, meus lábios se alargam em um sorriso forçado.

一 Claro eu iria adorar.一 Sorrio, mais uma vez, e logo consigo sentir uma dor em minhas bochechas. Desvio meu olhar escutando ao fundo murmúrios incompreensíveis por mim pelo fato de minha atenção estar no grande salão, que, por minutos parecia verdadeiramente interessante.

一 Ouvir dizer que as terras do leste andam muito férteis para a plantação de soja.一 Ouvi a voz de papai, que parecia estar longe enquanto minha mente vagava em memórias antigas de minha saídas escondidas para o córrego que havia nas terras de meu pai, sorri brevemente a lembrar de Taehyung.

一 Com licença, cavalheiros. 一 Voltei minha atenção a um senhor barbudo que trajava um terno muito bem alinhado que nele estava contido pequenos broches da coroa do lado esquerdo de seu peito, exibindo-o com muito orgulho.一 Quero apresentar a vocês o capitão Jungkook e o seu imediato, French. Eles trabalharão diretamente para a coroa. O senhor Jeongguk é o motivo para esse maravilhoso baile.一 Meu olhar curioso vagou pelo corpo rechonchudo de um homem que aparentava estar terrivelmente nervoso pois suas mãos eram amassadas pelos seus próprios dedos, em sua testa era possível ver pequenas gotículas de suor se formando. French, parecia ser seu nome, estava usando também um terno alinhado que aparentava conter quase nenhum defeito.

Meus olhos se desgrudaram de French e seguiram até uma figura que permanecia ao seu lado e, repentinamente, senti o ar fugir dos meus pulmões como se fosse a brisa passageira do fim de tarde, marcante mas verdadeira como a luz quente do sol, meus olhos verdes se sentiram atraídos pela imensidão negra de suas íris me deixando incrivelmente assustada quando me peguei em uma vontade abrupta e eloquente de mergulhar em seus confins e descobrir todos seus segredos mais escondidos, minha mente que, até segundos atrás se via mergulhada em problemas, agora, pareciam completamente insignificantes perto da presença ilustre daquele homem de madeixas escuras. Tudo parou, pareciam estar cedendo o espaço só para nós, como se tudo à nossa volta quisessem apenas nos observar. Meu corpo estava completamente incapacitado de exercer qualquer maldito movimento, seus olhos negros e vibrantes se descolaram dos meus e deslizaram delicadamente pelos meus lábios, senti uma onda sublime sobrepujar meu ser deixando-me facilmente sobre o domínio de seu olhar. Meu coração disparou e, de repente, senti como se tivesse acabado de correr por duradouros minutos, me senti imergida no assustador pensamento de nunca ter experimentado nada tão unicamente avassalador quanto a isso. Seu corpo lembrava as esculturas romanas, robustas, musculosas e incrivelmente admiráveis, todos os meus sentidos se viram como meros coadjuvantes, meus pelos se eriçaram diante do pensamento imoral que minha mente vagou quase que de modo repentino. Me vi imersa na sensação tortuosa da vontade de erguer meus dedos até que eles toquem o macio de seus lábios avermelhados.

一 É um grande prazer conhecê-los, cavalheiros.一 Sua voz grave e melodiosa deixaram meus sentidos completamente entorpecidos, em longos segundos me vi perdida em uma névoa densa em que estranhamente deixava-me calma, sua voz estava causando isso, o mero tom ritmado e rouco daquele mero ruído causava estranhas sensações sobre mim. Admirei seus olhos negros catalogar cada mínimo detalhe de minha face, deixando um brilhoso lampejo resvelar em seus globos escuros. Minha respiração se encurtou, em uma ação nervosa meu lábio inferior fora apreendido por meus dentes prendendo-o de modo suave.

Minha mãe logo abriu um largo sorriso parecendo notar algo diferente entre nós, seu peito se estufou em um ato recheado de orgulho. E, pela milésima vez naquela noite desviei meu olhar preparando-me para algo que já sabia que iria acontecer.

一 Me desculpe a intromissão senhor Jeon, mas me parece um ótimo partido e isso me fez levantar a dúvida de se o senhor estar solteiro. 一 Meu pai, que até então estava com um pequeno sorriso em seus lábios olhou para minha mãe com seu cenho franzido, inclinando de modo calmo sobre o ombro de sua esposa ele sussurrou algo que não consegui ouvir, mas mamãe ao menos deu alguma atenção para o que papai dissera, pois a expressão em sua face continuou completamente inabalável.

一 Me perdoe o jeito de minha esposa, senhor Jeon.一 Papai se pronunciou com seu jeito envergonhado, o senhor Jeon o olhou e logo deu um mero repuxar de lábios.

一 Não há problema algum.一 Respirou fundo.一 Não sou comprometido, ou, qualquer coisa do tipo. Sou um homem focado em meus objetivos.一 Sua voz rouca permeou em meus ouvidos causando-me diversas sensações, senti meu corpo se arrepiando por completo. Meus olhos teimosos se fixaram ligeiramente aos seus logo se anuindo para longe, logo após senti a quentura invadir minha bochechas.

一 Mas, e então senhor Jeon, onde irá atuar? 一 O senhor barbudo que segurava um copo de whisky se pronuncia pela primeira vez, interrompendo a conversa entre meus pais e o senhor Jeon. Jeongguk, por sua vez, parecia pouco interessado em entrar naquele assunto.

一Bom senhor, admiro seu interesse genuíno em mim, mas creio que ele poderá responder por mim.一 Ergueu sua mão sobre o ombro do senhor que o apresentou, apertando-o de modo bruto, o senhor, por sua vez, parecia nitidamente incomodado com aquilo, seu olhar perdido e sua engolida em seco denunciava seu estado.一 Pois, eu realmente anseio em dançar com esta bela dama.一 Diante de sua frase tão ousada meus olhos se arregalaram, em momentos que se assemelhavam com a eternidade me vi completamente perdida na visão de seu corpo caminhando até mim como em um livro em que tudo ficava lento e mágico, sua mão forte se ergueu na altura de seu peitoral em um único gesto convidando-me para uma dança, meus globos oculares se atentaram em sua face admirando o fato de conter uma grande expectativa entrelaçada a ela, suas sobrancelhas se arquearam de modo simples. Como se fosse automático elevei calmamente meus dedos esguios até tocarem em sua pele, senti sua mão consumindo a minha em busca de mais contato, como se dependesse do toque de minha pele eletrizante. Seu corpo robusto guiou-me em um movimento calmo e gentil, o deixei me levar consigo pois minha mente ainda estava nublada de sensações novas, embriagada com sua exímia presença pecaminosa.

Me guiando de modo calmo, Jeon, parou perante mim, meus olhos petulantes se vangloriaram por terem tal visão em uma distância tão ínfima. A estrutura de meu braço delgado deslizou de forma suave sobre o seu, minha derme nua atritando contra o tecido de seu terno causou ondas arrepiantes em meu ser, minha palma firmou em seu ombro voluptuoso me permitindo sentir pobremente seus músculos. Seu braço vigoroso deslizou por minha cintura circundando-a de forma obstinada, puxando meu corpo para junto de si, provocando um mero atrito entre nossos narizes, ato que fez meu peito se inflar de ar deixando-o retido em um ato nervoso, os olhos de íris apaixonadamente escuras miravam minha face com ardor como se em qualquer estúpido momento sua mente fosse esquecer de meu rosto, suas orbes persistentes encaravam incessantemente as linhas acentuadas de meus lábios, sua cabeça inclinou meramente deixando um breve resvalar de narizes. Seus dedos fortes se entrelaçaram em minha mão fina e pequena, apossando do meu ser por completo, levando consigo todas as áreas de meu cérebro, deixando elas voltadas completamente para a figura imoral perante mim. O ar que, anteriormente estava preso em meus pulmões foi solto de forma lenta que, logo chocou-se contra sua boca, o espaço minúsculo entre nós estava deixando tudo mais propício ao enlouquecimento parcial, sentimento esse que se encontrava inexistente de toda a minha realidade cruel. O corpo largo e vigoroso do senhor Jeon nos guiou pelo salão ao som da doce melodia e, de forma impensável os murmúrios começaram a ficar cada vez mais distantes como se em um mísero segundo ao seu lado tudo envolto a nós desaparecesse de modo instantâneo, a melodia mélica de poucos segundos atrás ouvida fervorosamente por meus ouvidos viraram fumaça, como um maldito truque de mágica.

一 Deveria me agradecer.一 O ruído tortuosamente rouco e vibrante sua voz soava como uma música deleitosa, meu corpo magro e pequeno sentiu uma onda sublimemente prazerosa, somente por ter a efêmera satisfação de ouvir sua voz permear de forma calma por meus ouvidos. Minha respiração se tornou densa enquanto meus músculos se atrofiaram em uma ação mergulhada em efeitos nervosos.

一 Pelo que exatamente, senhor Jeon?一 Minha voz bambeou levemente ao me pronunciar pela primeira vez perante ele. Minhas sobrancelhas arquearam calmamente num ato repleto de expectativa.

一 Por te salvar.一 Seus lábios se repuxaram em um leve sorriso audacioso. Seus olhos negros lampejaram em um brilho profundo, e, me peguei admirando-os por reles segundos.

一 Salvar?一 Meu cenho se franziu, uma ação que carregava uma simples confusão.

一 Bom, da roda de senhores chatos e inconvenientes.一 Soltei um riso tímido. Seus olhos não ousaram, em nenhum momento, desviar a atenção de minha face.

一 Está chamando meu pai de chato?一Minhas sobrancelhas se arquearam, um sorriso se alargou em seus lábios ao passo que o ambiente ao meu redor foi se consumindo em um silêncio interminável e, em um segundo estava sozinha junto a ele, meus globos oculares foram capturados e obrigados a catalogar cada centímetro daquele sorriso que esbanjava consigo a graciosidade de uma beleza infindável, por malditos segundos me vi aprisionada em um lugar onde dores não existiam, onde enfim poderia alcançar minha liberdade, por causa de um simples ridículo sorriso.

一 É claro que com a exceção de seu pai. 一 Meu pescoço se pendeu para trás expressando uma longa gargalhada.一 Devia sorrir mais, seu sorriso é lindo.

一 Obrigada.一 Murmurei baixo o suficiente para que apenas nós dois ouvissemos. Em uma ação abrupta comecei a sentir a quentura invadir minhas bochechas, o tom carmesim contornou-as por breves segundos.

一 Não sabia que ficava envergonhada com um simples elogio…一 Sua voz saiu mais rouca que o habitual, mergulhada em uma sinfonia cativante. Seu tronco se inclinou sobre o meu corpo findando o pouco espaço que nos permitiamos ficar longes, um arrepio se disseminou por minha espinha enquanto um suspiro se esvaiu de meus lábios com uma facilidade palpável, sua suntuosa proximidade era o motivo do colapsar de meus pensamentos e a grande erupção de sensações em meu corpo, sem nenhum pedido formal ou qualquer coisa parecida podiamos constatar evidentemente que eu estava perdida em seu cheiro, minhas narinas se expandiram em busca do único aroma doce imergido em uma virilidade que despertava o oscilar da estabilidade de minhas pernas. Sua cabeça ardilosa curvou-se pela lateral de meu rosto na mesma proporção em que minhas pálpebras sentiram o pesar da magnificência do ardor de sua aproximação ambígua que levaram o fechar de meu olhos, logo senti a pele calorosa de sua bochecha tocar na minha deixando-me experiênciar sensações ardentes e escandalosas, seus lábios tão macios e ligeiramente audaciosos desempenharam a tortuosa proeminência de libertar um ar quente que silenciosamente se chocou contra a delicada pele de minha orelha.一 Meu bem.

Sua voz rouca saiu de um jeito tortuosamente ritmada em um tom baixo melódico deixando propício para que meu respiro se tornasse fatigante diante daquela intrépida ação. O som de sua voz rouca e baixa capturou meu corpo imergindo-o em uma onda sublime de arrepios involuntários. Seu tronco se afastou de modo custoso e, um ruído estalou nos confins de minha mente, suplicando; não vá, o som soava choroso, deixando-me perdida na magnificência daquele desejo tão intenso carregando consigo o meu ser audacioso que implorava de joelhos completamente a mercê de seu toque. Meus olhos se abriram de forma calma, observando a estrutura física volumosa que ainda conduzia-me em uma melodiosa dança, logo comecei a sentir a quentura prolongar em minhas bochechas que tomaram um forte tom carmesim, observei o canto dos lábios de Jeon repuxar em um sorriso atrevido.

Os músicos que estavam ali responsáveis por tocar a bela melodia, deixando-a reverberar pelos quatro cantos do grande salão, completam sua apresentação usando uma grave escala de sequência de notas musicais.

Subitamente minha mente me obriga a fazer uma viagem de volta à realidade traiçoeira e, de modo ligeiro os murmúrios contornam meus ouvidos, os casais que até então haviam desaparecido reapareceram. Meus gritos pareciam estar se sucumbindo o sentimento insano de estar, pelo menos, mais uma única vez de volta aquele mundo onde só existia nós dois, minha boca era incapaz de expressar o que meu interior queria.

Covardia...

Era o mesmo sentimento que me cercava quando estava ao lado de minha mãe tentando de todas as formas possíveis gritar para que ela me ouvisse.

一 Com licença.一 Meu corpo se desprendeu do seu de modo apressado. Em um ato submisso aos pensamentos momentâneos me obriguei a baixar a cabeça.

Covarde…Covarde…Covarde.

As vozes gritavam estalando nos cantos profundos de minha mente que estava sucumbindo à agonia.

De repente, me vi imergida na área da minha consciência que já era conhecida por mim, o lugar onde por mais que eu gritasse até que perdesse as forças ninguém iria me socorrer daquele estado decadente.

Vozes me puxaram para realidade, meu subconsciente obrigou meus pés guiar meu corpo para algum canto qualquer daquele baile.

Os pequenos saltos dos meus sapatos estalavam ao colidir com a superfície plana daquele belo chão, a orquestra seguia fervorosa ao som de outra sequência de notas distintas das anteriores, sua melodia doce permeia em meus ouvidos me fazendo sentir as cordas das notas soarem pelos cantos do grande salão, os casais tão animados rodopiavam ao som daquela suave melodia, deslizando pelo salão, os sorrisos não saiam da face de alguns rostos. Estico meu pescoço ao chegar à beira da mesa repleta de aperitivos, observo os deliciosos pratos dispostos ali, minha boca saliva para experimentar um pedaço daquele leitão assado que parecia tão suculento, seja uma dama, minha mente replicou com a voz de minha mãe, então retrai o meu desejo de experimentá-lo, segui a passos adiante observando as taças servidas com o suco de laranja fresca, estiquei minha mão para pegar uma, mas senti um leve aperto em meu pulso que me puxou ligeiramente para trás da pilastra.

一 Taehyung?! 一 Arregalei meus olhos levemente.一 O que está fazendo aqui?一 Observei meu melhor amigo afrouxar seu aperto em meu pulso, virando sua cabeça para ambos os lados, certificando que ninguém nos visse ali. Ele usava uma vestimenta com o brasão da coroa Inglesa estampado em seu peito.

一 Me realocaram para este baile, Helena. Parece que virei um mero segurança ao invés de servir a coroa devidamente.一 Observei suas íris caramelizadas focarem em mim, seus olhos vagaram por minha face, sua língua passou pelo seu lábio inferior.一 Estou estranhando o fato de terem mais guardas que o esperado aqui, todos parecem… Inquietos…

一 Parecem normais para mim.一 Ele desviou seu olhar do meu e soltou um sorriso.

一 Você é distraída e não presta atenção em nada a sua volta.一 Franzi o cenho, suspirando ao ouvir seu riso.一 O general está inquieto demais, a todo momento ele dá ordens diferentes das anteriores, como se, como se...Airh.一 Ele espremeu seus olhos, seu peito subiu e desceu, respirando fundo sua mão deslizou pelo seu rosto, frustrado.

一 Calma, Taehyung, não deve ser nada, acho que você que deve ser muito paranoico.一 Um sorriso passou por meus lábios, mas a expressão de Taehyung continuava contorcida em frustração, agarrei sua mão esquerda acariciando-a.一 Tae… Fique calmo.

Seu olhar se ergueu encontrando ao meu, observei seus lábios esboçaram um sorriso singelo, suspirei acariciando sua mão. Franzi o cenho ao escutar vozes alteradas que se sobressaiam no meio dos falatórios e da melódica canção sendo tocada pela orquestra, estiquei meu corpo para fora da sombra daquela pilastra, observando o jovem senhor que eu havia dançado recentemente, sua voz estava alterada enquanto discutia com um homem a sua frente, meus olhos se arregalaram ao ver Jungkook que, com um movimento ágil, empunhou uma espada, vaguei meu olhar pelos rostos que estava ao seu redor vendo que meu pai estava ali, a essa altura a orquestra havia parado de tocar sua música, todos o olhavam boquiabertos. Gritos assustados ecoaram ao presenciar Jungkook atravessar sua espada no estômago do homem que antes discutia com ele, meus olhos se encheram de lágrimas ao ver meu pai perdido entre as pessoas que corriam afoitas, procurei pela minha mãe mas meus olhos não a encontraram, apressei meus passos para tirá-lo dali mas fui envolvida pelos braços firmes de Taehyung que se apossaram de minha cintura puxando-me contra seu corpo, comecei a me debater tentando me soltar, porém seu aperto só se intensificava mais.

一 P-por favor Taehyung, me deixa tirá-lo dali...一 Berrei em meio as lágrimas que escorriam em abundância por minhas bochechas, tentei esmurrar seus braços mas eles não cediam ao aperto.

一 Calma Helena, ele vai ficar bem…一 Sussurrou baixo rente ao meu ouvido, senti os músculos de meu corpo relaxarem, me deixando amolecida em seus braços, ergui meu olhar para observar o salão. Homens estranhos invadiram o baile, usavam roupas esfarrapadas e encardidas, pareciam selvagens, pois trepavam em cima do parapeito da escada com se fossem animais, eles carregavam consigo lâminas tão afiadas, machados, e armas de fogo, os guardas que cuidavam da segurança do baile tentavam impedi-los mas era questão de tempo para que acabassem mortos de modo desumano.

Atordoada, vaguei meu olhar procurando pelo meu pai, concentrei meus olhos em seu rosto, sua estava contorcida em medo seus passos eram desajeitados suas mãos estavam aflitas empurrando as pessoas que o sufocavam, uma movimentação estranha surgiu ao seu redor, minhas pupilas dilataram e o sangue se esvaiu de meu rosto ao fixar meu olhar em um homem grande e robusto a sua espreita carregando consigo uma lâmina aguçada, meu pai como um servo pequenino e indefeso tropeçou tentando escapar do destino cruel, seus joelhos fracos vacilaram deixando-o sem alguma estabilidade, os olhos furiosos mortíferos daquele homem vagaram pelo corpo de meu pai, como se visse graça no seu desespero enxergando meu pai como uma ovelha pronta para o abate, seus braços gordos ergueram a lâmina com uma selvageria incontrolável, meu corpo começou a se debater contra o de meu amigo, procurei uma maneira de morder seu braço mas minha boca se encontrava longe deles e, com toda força que havia nos músculos dos braços daquele homem sanguinário, sua espada enterrou no peito do meu pai sem algum tipo de esforço perceptível, deixando os olhos que antes se encontrava tão vividos, mortos, sem um mísero lampejo brilhoso passando por eles, nada... Não havia mais nada.

Meu grito esganiçado circulou por meio de ondas invisíveis contando o ar com diligência, se alastrando por cada ridículo centímetro daquele salão, minhas cordas vocais esbanjava uma latência ardente, como facas amoladas cortando-a por dentro de modo incongruente, as palavras percorriam por meu cérebro mas, nenhuma delas era capaz expressar o sentimento que transcendia em meu peito. Meu chão se partiu em pedaços minúsculos deixando meu corpo frágil despencar em caminho a uma dolorosa queda que, ligeiramente foi impedida sem pestanejos pelo acalento dos doces braços de Taehyung, meu coração estava se destruindo com facas pontiagudas o espetando a cada milésimo, a dor movia por minhas veias fervendo meu sangue com uma velocidade aniquiladora. Minha consciência nublou-se em uma profunda tempestade de agonia enquanto as memórias insistentes obrigavam-me a revelar a todo segundo, me fazendo lembrar de seu sorriso acalentador nos momentos mais cruéis de minha vida, de suas belas palavras que, para todo sempre, iria me instigar a ser uma boa pessoa até que meus lábios deixassem esvair o último suspiro, saber que, o homem mais importante da minha vida, o meu herói nunca poderá presenciar sua pequena filha se casando ou tendo filhos, me deixava imersa a um sentimento de agonia. Aquele sofrimento era infinito, não tinha começo ou fim, mas ele iria prevalecer ali até o dia de minha morte.

Meu cérebro pareceu estalar ao voltar para realidade. Taehyung, com seus braços firmes circundando a minha cintura, me levou para detrás de uma mesa em uma tentativa assertiva de nos esconder de todo aquele massacre, meu corpo malmente protestou contra aquela ação protetiva apenas deixou que o levasse, com minha consciência presa no momento anterior, meus lábios tentou pronunciar;

一 Ele…M-morreu.一 A palavra se articulou estranhamente em minha boca, com se eu estivesse experimentando a primeira vez sua pronúncia. Mordi meu antebraço tentando conter a dor que estava em meu peito, as lágrimas rolavam à solta pelas minhas bochechas deslizando para dentro da minha boca me fazendo sentir o gosto salgado delas junto com a tristeza que elas carregavam.

一 Acalme-se Helena, estou aqui, pode chorar, estou aqui junto de ti.一 Senti o calor de seu abraço, aconcheguei minha cabeça em seu peito, fungando baixinho.一 Estamos protegidos aqui; por enquanto, acho que eles não irão nos achar.

一 Quem… quem são eles?一 Sussurrei baixinho, fungando. Inerte na cena sem vida dos olhos amáveis de meu pai.

一 Parecem, não sei, posso estar cometendo um equívoco, mas são rebeldes, selvagens.一 Sussurrou contra meu ouvido, mordi meus lábios ao sentir o gosto amargo invadir minha boca.

Um sentimento voraz se apossou do meu ser que, de modo ligeiro se inundou nublando minha consciência em algo novo que me fez ficar imersa em um lago fundo fervendo em ódio legítimo que pareceu acalentar meu coração desfalecido.

Meu sangue borbulhava, minha cabeça pulsava com uma potência fulminante que devorava meu corpo de forma esfomeada, apossando de tudo ao seu redor, minha mente estava tomada por esse sentimento violento. Minha cabeça se esgueirava nas cenas traiçoeiras que meu subconsciente induzia, deixando-me levemente assustada a rever todos pensamentos sanguinários que meus pensamentos me guiavam, vingança.

Limpei abruptamente as lágrimas que molhavam meu rosto e, fiz a menção de erguer meu corpo.

一 Aonde você vai Helena?一 Sua voz saiu alterada, sua mão circulou ao redor de meu pulso, segurando com firmeza.

一 Eu preciso ir Taehyung. Assassinaram meu pai a sangue frio, não vou deixar ele sair ileso desse modo.一 Minha cabeça se virou para ele, estreitei meus olhos olhando para onde nossas peles se encontravam, logo minhas orbes se voltaram ao rapaz a minha frente.

一 Helena, me escute. 一 Seu pescoço se esticou a fim de olhar sobre aquela mesa tentando ter uma ampla visão do que estava se passando no grande salão.一 Esses homens são bárbaros, se ousar chegar perto de algum deles irá morrer, por isso você irá ficar aqui até toda esta confusão passar.

一 Não me trate como criança.一 Berrei.一 Eu acabei de perder o meu pai, Taehyung. Ele morreu, na minha frente e… E eu não pude fazer nada.一 Lágrimas teimosas escorriam pelas minhas bochechas rosadas sem alguma permissão.一 Não seja a minha mãe Tae, não seja como ela, porque eu juro, juro por deus que, nunca, nunca iria olhar na sua cara novamente.

Seu rosto parecia esbanjar uma condolência perceptível.

一 Me desculpe, Helena. Mas pode me odiar o quanto quiser, porém não irei deixar você cometer essa loucura. Eu…一 Antes que alguma palavra pudesse dar qualquer índice de sair de seus lábios, minha boca ágil cravou meus dentes em sua pele macia, um grito estridente permeou por meus ouvidos e, em um movimento rápido aproveitei o afrouxamento de sua mão para que meu tronco se inclinasse sobre a mesa para logo alcançasse uma simples faca, observei que Taehyung ainda estava imerso ao acontecimento anterior e sem ao menos dar leves índices de qualquer mero pensamento comecei a correr dali.








Notas Finais


Espero que tenham gostado!

Sobre a atualização da fic, eu não sei quando vou postar porque minhas aulas voltaram e ano passado eu quase repeti 😅
Então tenho que me empenhar muito!

O próximo capítulo, está resumido em "teimosia" Kakaka

Beijos até a próxima!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...