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História Em Busca Do Amor - Inesperado


Escrita por: KonanKurosaki e KuroudoAkabane

Notas do Autor


Oi. Espero que gostem desse capítulo. Ele ficou meio cumprido, mas está bem interessante! ~KonanKurosaki

Oi, gente. Tudo bem? Então... Preparados para esse capítulo enormesco (o maior que eu já escrevi na vida)? Bom, então vem com a gente para mais um capítulo na vida desses adultos enrolados!
Boa leitura e até lá embaixo! ~KuroudoAkabane

Capítulo 31 - Inesperado


Rukia tinha chegado à casa de Kaien decidida a terminar tudo de uma vez. Em sua cabeça já tinha imaginado toda a cena: ela não iria ficar se enrolando e nem se sentiria mal por ele. Iria chegar e acabar com tudo, sem dar chance para respostinhas e iria embora logo depois que pegasse as suas coisas que ainda estavam lá.

Mas tudo correu de forma bem diferente do que ela tinha imaginado. Kaien não tinha aceitado bem essa ideia de terminarem o namoro e agora ambos estavam discutindo na sala do apartamento do moreno - ou melhor, ele estava xingando-a sem parar de nomes que ela nem teria a coragem de repetir -, dando showzinho para a vizinhança inteira.

- Sua burra idiota! Dá o fora da minha casa agora! Sua rodada! Piranha!

Rukia estava tentando passar por ele já fazia um tempo, querendo pegar algumas coisas suas que estavam no quarto que eles dividiram tantas vezes. Mas ele obviamente não estava querendo colaborar e obstruía a passagem com seu grande corpo, que se encontrava agora sem camisa e com uma bermuda larga.

- Me respeita! Eu não sou esse tipo de garota que você está acostumado a andar - Rukia rebatia, irada. Ele estava ofendendo-a há tempos de uma maneira surreal. Quando iria sonhar que estaria protagonizando uma cena daquelas?

- Cala a boca. Eu não quero mais saber! Eu fiz de tudo por você e é assim que você me retribui! Eu não quero mais ter que olhar para essa sua cara de tapada. Então sai logo daqui antes que eu te bote para fora a força! - ameaçou a menor, com a visão começando a ficar embaçada por conta da raiva que sentia no momento. Aquela piranha! Quem ela pensava que era para falar com ele daquele jeito. Para tratá-lo daquele jeito. Para sequer pensar em terminar com ele. Ela não era ninguém! Isso que o deixava com mais raiva. Se alguém tinha o direito de se cansar daquele relacionamento ali, era ele!

Mas aquilo não foi totalmente uma ameaça, estando mais para um aviso amigável. Seria melhor para ela calar a boca de uma vez e ir embora, deixá-lo em paz novamente. Antes que não conseguisse se segurar mais e… E ela não iria gostar.

- Você sempre fez questão de me botar para baixo, Kaien! Isso era tudo o que você podia fazer por mim? - Soltou uma risada sarcástica, mas sem humor nenhum. - Agradeço, mas eu passo.

Eles trocaram ainda mais algumas ofensas antes de Rukia cansar de toda aquela cena e decidir acabar logo com isso:

- Me deixa passar. Quero pegar minhas coisas de uma vez.

- Você não vai pegar nada! Você vai embora!

- Como é que é?! - Rukia mal conseguiu conter a onda de raiva que lhe atravessou o corpo e entorpeceu os sentidos, fazendo seu corpo se mexer sozinho, tentando forçar passagem para dentro do apartamento onde ainda tinha algumas roupas, sapatos e maquiagens.

Mas foi barrada pelos braços de Kaien, que estava decidido a não deixá-la dar mais um passo sequer para dentro da casa.

- Me deixa passar! - Rukia esperneou, tentando se soltar dos braços do outro, mas ele apenas segurou-a com mais força. Agarrou-a pelo braço e começou a arrastá-la para fora, enquanto Rukia fazia força na direção contrária. - Eu quero pegar minhas coisas! Kaien, eu quero as minhas coisas! - gritava, exasperada. Ela realmente queria as suas coisas. Por mais que não fossem fazer tanta falta, não queria dar esse gostinho de vitória para ele. Não mais. Já tinha abaixado a cabeça para ele durante todo esse tempo, chegando ao ponto de inclusive não ter mais celular por conta dele. Porque ele não queria que ela tivesse um. Porque ele não queria ter que se preocupar com isso também. Mas agora ela com certeza queria aquelas roupas e queria mandá-lo tomar naquele lugar!

- Devia ter pensado nisso antes de vir até aqui agir feito uma vaca comigo! - Empurrou-a para fora do apartamento com tanta força que fez ela bater as costas na parede contrária do corredor. - Agora vê se não aparece mais, sua vagabunda. - E fechou a porta na cara dela antes que a morena conseguisse se recuperar e investir os punhos contra ela diversas vezes.

- Kaien! Kaien, abre essa porta! - Forçou a maçaneta e nada da porta se mexer. - Abre essa porra de porta!

Após alguns minutos em que continuou nesse protesto sem receber uma resposta sequer, sentiu toda a desolação do término e de toda aquela situação - o descaso, o desrespeito e a falta de consideração pelo relacionamento que durou três anos - atingir-lhe com força e de uma vez só.

Sentiu algo quente escorrer por seu rosto e demorou alguns segundos até perceber que estava chorando. Rukia se deixou cair no chão daquele corredor deserto e mal iluminado, sentindo todo o peso do que acabara de acontecer e raiva de toda a situação.

Odiava Kaien! Ele sempre fez questão de humilhá-la durante aqueles anos de namoro e quando finalmente tinha decidido dar um basta em tudo, ele a humilhava ainda mais um pouco. Tudo naquela noite foi humilhante. Desde a chegada até a saída. Se expor daquele jeito, ser xingada e diminuída a um nada durante aquela discussão, além de ser jogada para fora como se fosse lixo…

Ela nunca, nunca iria perdoar Kaien por humilhá-la tantas vezes.

Secou suas últimas lágrimas, pegou sua bolsa que estava largada no chão ao seu lado e se levantou, já dirigindo-se para a saída do prédio de cabeça erguida. Ela era uma Kuchiki afinal de contas. E um Kuchiki nunca deixaria alguém pisar em si daquela forma - pelo menos, não deixaria que os outros percebessem que tinham-lhe pisado e jogado o orgulho fora.

Olhou brevemente para o braço, que doía e começava a tomar um tom arroxeado no lugar onde ele tinha segurado-lhe, antes de seguir em frente sem olhar para trás. Nunca mais queria olhar para trás.

Nunca mais.

___________***___________

- Ichigo! - Yuzu disse surpresa, ao abrir a porta e dar de cara com o irmão e sua sobrinha, que nunca apareciam. - Você não disse que vinha!

- Ah, pois é. - O ruivo coçou a cabeça, encabulado. - Decidi de última hora vir até aqui.

Yuzu abriu a boca novamente, como se fosse falar mais alguma coisa, mas foi interrompida por Isshin Kurosaki, que veio voando não se sabe de onde assim que ouviu a voz do filho.

Assim que viu Haruna parada ao lado de Ichigo, segurando algumas folhas e lápis de cor, pegou-a no colo e começou a enchê-la de beijos.

- Ai, meu amorzinho! Você finalmente veio visitar o vovô?

Ichigo entrou na casa e seguiu para a sala, logo atrás do pai e da filha. Yuzu vinha logo atrás.

- Aconteceu alguma coisa, Ichigo? Dificilmente você vem aqui.

O ruivo sentou no sofá, deixando a mochilinha com as coisas da filha ao seu lado e respondeu a irmã:

- Não aconteceu nada. Eu só…

- Criou juízo e lembrou que sua família existe? - Isshin interrompeu, mas logo deixou de prestar atenção na conversa novamente, já que estava brincando com a neta. Queria aproveitar ela ao máximo.

Ichigo revirou os olhos em resposta e voltou a responder Yuzu:

- Na verdade, o Renji me convidou para ir na casa dele hoje e pensei que a Haruna poderia ficar com vocês. Sei que quase não trago ela aqui então…

- Você deveria fazer isso mais vezes! Sei que sempre fica pedindo para a Tatsuki ficar com ela e eu até entendo que seja muito mais prático, já que ela mora ao lado do seu apartamento, mas a gente também adora a Haruna e ela também adora a gente, não é? - Se inclinou em direção à pequena, que concordou, dando um sorriso para a tia.

Ichigo se acomodou um pouco melhor no sofá e deu uma olhada em volta. Realmente fazia tempo que não ia ali. Tinham pintado as paredes de uma cor creme e mudado alguns móveis de lugar. Sem falar da televisão nova.

- Onde a Karin está? - perguntou para a irmã, que também já tinha ido se juntar à Haruna e ao pai no chão acarpetado da sala.

- Saiu com os amigos da faculdade. Talvez ela volte mais tarde.

Ichigo arqueou uma sobrancelha. “Talvez ela volte mais tarde”? Na sua época eles não tinham essa liberdade assim, não!

- Ei, Ichigo. Por que você não deixa ela dormir aqui? - Isshin perguntou para o filho, quando se levantou, fazendo uma expressão de dor e apoiando uma mão nas costas e outra no joelho. O mais jovem avançou na direção dele, com a intenção de ajudar.

- Você está bem?

- Sim. Só essa coluna que está cada vez pior. Coisa da idade, nada com o que se preocupar - tranquilizou o outro. - Mas, então. Por que não deixa ela dormir aqui? - O ruivo franziu a testa. Não sabia se Haruna iria querer nem se ela gostaria de dormir longe de sua cama e seu bichinho de pelúcia.

- Eu não sei… Não estava preparado para isso. Não trouxe nenhum pijama, nem escova de dentes…

- A gente arruma um pijama velho para emprestar para ela. Ainda tenho alguns de quando eu era pequena - Yuzu falou prontamente. - E nós sempre temos uma escova de dentes a mais.

Eles realmente pareciam empolgados com a ideia de ter Haruna junto com eles a noite toda. Quando via isso até se sentia um pouco culpado por nunca colaborar para que esses momentos em família acontecessem com mais frequência. Se não fossem eles irem até seu apartamento atrás de ambos, estaria sem vê-los a mais de um ano. Vendo agora, isso parecia loucura, mas essa era sua realidade. Talvez devesse voltar a frequentar mais aquela casa onde cresceu e passou a maior parte de sua vida. Tinha muita história ali para simplesmente deixar para trás.

- Bom, se a Haruna quiser… - começou, mas foi interrompido por sua própria filha, que até aquele momento apenas tinha observado a conversa com tremendo interesse e em silêncio.

- Eu quero ficar com o vovô e com a Tia Yuzu! - Correu até o pai e o abraçou pela perna, com força, tentando convencê-lo. - Por favor, papai! Por favor!

Ichigo sorriu de leve e trocou um olhar com os outros dois.

- Não sei, não - provocou-a mais um pouco. - Você vai se comportar?

- Eu vou! Eu prometo que vou me comportar direitinho! - Ichigo abriu um sorriso para a filha e se abaixou para pegá-la no colo.

- Então, tudo bem. Você pode ficar. - A pequena o abraçou pelo pescoço, agradecida e logo em seguida se soltou de seus braços para poder voltar para o chão. Então Ichigo se voltou para os outros dois, para avisar. - Eu passo para pegar ela amanhã de manhã antes de ir para o trabalho. Sete horas está bom para vocês?

Ambos concordaram, dizendo que não tinha problema. Então, mais uma vez, voltando-se para sua filha:

- Ok, então agora vem dar um tchau para mim que eu tenho que ir.

*-*-*-*-*-*-*-*-*

- Nós vamos chegar um pouco tarde, tudo bem? - a mais velha perguntou, conferindo se sua irmãzinha iria ficar bem enquanto eles iam jantar fora.

- Claro. Sem problemas. - Esboçou o seu melhor sorriso amarelo e torceu para que Hisana não reparasse nada de estranho ou que, pelo menos, não perguntasse. Desde o final da tarde, quando teve aquela conversa com Kukaku, estava com a mente longe, constantemente vagando por lembranças de Kaien e seu passado com ele, se perguntando se ele realmente estava bem atualmente. - Vão viver a vida! Eu vou ficar aqui quietinha, enfurnada no meu quarto, como sempre! - Dessa vez tentou sorrir de uma forma um pouco mais natural, mas não tinha certeza se tinha conseguido.

- Ah, Rukia… Não fala assim! - Hisana pôs as mãos nos seus ombros, tentando consolá-la sem nem imaginar que ela precisava ser consolada por outros motivos.

- Tudo bem, Hisana. Eu gosto de ficar assim. Agora vão logo aproveitar a noite de vocês. Estou pensando em adiantar um pouco meu trabalho.

- Você deveria relaxar um pouco também, sabia? Você só pensa em trabalho.

- Bem, o Byakuya também é igual - apontou, sem nem se dar ao trabalho de citar os fatos. Apenas conviver com o moreno era suficiente para saber que ele era um tremendo de um workaholic, o famoso viciado em trabalho. - Sem falar que eu já passei tempo demais sem trabalhar. Estou apenas colocando esses meses de preguiça em dia - Tentou convencer sua irmã mais uma vez de que realmente estava tudo bem em passar tanto tempo trabalhando em casa.

- Tá bom, então. Mas ainda não acho normal alguém trabalhar tanto quanto você… e o Byakuya - acrescentou após receber uma olhada de Rukia.

- Se quer ganhar na loteria, compre o ticket - citou uma frase de um filme do qual gostava bastante, principalmente pela atuação do ator principal.

Essa frase queria dizer basicamente que se você queria conquistar alguma coisa, tinha que ir atrás disso. Afinal, na vida real, as coisas não caem no seu colo. É você quem batalha por isso. Você nunca vai ganhar na loteria sem comprar o ticket!

Hisana se despediu de Rukia e seguiu para a sala, deixando a morena sozinha na cozinha mais uma vez com seus pensamentos. Foi interrompida novamente quando Byakuya veio lhe dar um tchau antes de sair e depois disso não foi mais incomodada. Não que seus irmãos fossem um incômodo, mas sua mente queria trabalhar e com tantas pessoas ao redor conversando e exigindo sua atenção, essa era uma tarefa um pouco complicada.

Preparou um pão com queijo e presunto e esquentou no microondas, antes de se dirigir para a sala com o prato na mão. Voltou apenas para pegar um copo de suco e então sua refeição estava feita. Ligou a TV e ficou trocando de canal até achar algum filme, para que pudesse colocar a TV no mudo e não prestar a mínima atenção. Gostava de fazer isso às vezes, quando queria pensar sobre algo. Deixava apenas que as imagens à distraíssem, sem o som para interromper seu raciocínio.

Depois de tanto tempo, pensou que não se importava mais com Kaien e que talvez o único sentimento que pudesse ainda nutrir por ele era o desprezo. E em parte isso era verdade. Não gostava de Kaien. Mas ao ouvir essa história hoje, percebeu que ainda tinha espaço para preocupações em seu peito e que ainda conseguia se importar.

Caramba! Ele não era o ser humano mais horrível, não era a pior pessoa do mundo. Ele não merecia isso! Ele também tinha muitas partes boas - embora destinasse as piores para ela, isso não mudava o fato de que que ele era uma pessoa boa.

Só conseguia pensar no quanto aquilo devia ter sido horrível para ele. Claro, uma coisa dessas nunca deixa as pessoas felizes, mas ele… Ele era tão orgulhoso e arrogante, se gabava de seu porte físico e altura, toda sua destreza e agilidade. E agora estava preso em uma cadeira de rodas sem chances de recuperação. Talvez essa tenha sido a pior parte para ele, a hora em que lhe cortaram as esperanças…

Mas nem tudo acabou mal, não é? Segundo Kukaku, ele mudou para melhor depois do acidente, talvez percebendo o quão podre era com algumas pessoas e agora estava casado e feliz e esperando o segundo filho.

Buscou seu celular por entre as almofadas do sofá e foi para o facebook procurar por ele. Não estava querendo enviar uma solicitação de amizade ou voltar a manter contato. Queria apenas ver como ele estava agora. Talvez depois desse uma procurada por ele no instagram. Ele com certeza devia ter um, não é? Até ela tinha, embora não postasse quase nada.

Clicou no primeiro perfil da lista, reconhecendo a foto dele, mesmo que tirada de longe. No perfil dele encontravam-se várias mensagens de parabéns e desejando felicidades a ele e a toda sua família. Rolando um um pouco mais a tela para baixo, apareceram as primeiras postagens. Era uma foto dele ao lado de uma mulher baixa e magra, de cabelos curtos, castanhos claros, da mesma cor dos olhos, com um sorriso meigo. Ele estampava um sorriso aberto no rosto, como que orgulhoso por estar ao lado dela. Rukia achou que talvez sentiria uma pontada no coração por ver isso e perceber que ele só agiu assim com ela durante os primeiros meses de relacionamento. Mas na realidade, não sentiu nada. Nem uma pontada de ciúme nem de ressentimento. Era como se estivesse olhando para um estranho.

Seguiu para a outra foto, dessa vez, só o filho aparecia. Ele estava em um terreno com a grama bem aparada e muito verde. No fundo era possível ver o céu azul, sem nenhuma nuvem. E um garoto pequeno que imitava uma pose de super herói enquanto sorria para a câmera. Seus olhos eram pequenos risquinhos em meio ao rosto, protegendo-se da claridade do sol. O garoto tinha cabelos escuros como Kaien, mas lembrava muito mais a mãe.

Entrou no álbum de fotos e encontrou uma recente, de toda a família, aparentemente no quintal - no mesmo da foto anterior. Era uma foto tirada de longe, em que mostrava Kaien sentado em sua cadeira de rodas, ao lado da mulher, que já estava com uma barriga bem proeminente por conta da gravidez, e do filho que se apoiava no braço da cadeira para ficar mais perto do pai.

Rukia ficou um bom tempo encarando aquela imagem, até se sentir satisfeita. Ele estava bem e era feliz e era isso que importava. O passado já não importava mais. Passou muito tempo presa a ele sem nem sequer perceber e agora estava afim de seguir em frente. Tinha um ruivo muito bacana que rodeava seu futuro, apenas esperando uma brecha para entrar na sua vida. Não tinha mais por que ficar se prendendo a algo que já foi há tanto tempo e que atualmente não tinha mais significado para nenhum dos dois. Deixou marcas? Deixou marcas. Doídas até. Mas já era hora de seguir em frente e aquela foto lhe deu a certeza disso e lhe mostrou os meios para tal.

Ela finalmente tinha olhado para trás. Kaien era seu passado e ela não teve medo de encará-lo de frente - mesmo que através de uma foto, vista pela tela de seu celular. Viu que ele estava bem e que tinha conseguido seguir em frente. Já estava na hora de ela fazer o mesmo.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Renji abriu a porta para Ichigo. Estava com uma calça de moletom e uma camisa regata. O tatuado mal olhou na cara do menor e já deu as costas para ele, voltando para a sala, onde era possível ouvir a TV ligada, deixando o Kurosaki para trás para fechar a porta.

O ruivo descalçou os sapatos e foi atrás do amigo.

- Tá afim de ver um filme? - Renji perguntou assim que o outro entrou na sala.

- Só se for dos bons - disse, sentando-se ao lado do maior no sofá da sala.

- E eu por acaso vejo coisa ruim? - Renji arqueou uma sobrancelha, virando o rosto para o outro por um momento, antes de voltar a se concentrar na TV.

- Preciso mesmo responder?

E, com isso, encerraram o assunto. O tatuado entrou em sua conta na Netflix e colocou o filme Nocaute para ambos verem. O filme contava a história de um lutador de boxe que ao se envolver em uma briga não oficial, acabou perdendo a mulher e logo em seguida, sua filha foi levada pela assistência social. Sem falar que sua carreira como boxeador foi para o espaço. Então ele tenta recomeçar e reconquistar tanto a guarda, quanto o amor da filha.

Foram duas horas bem aproveitadas, tinha que admitir.

Ichigo virou para o maior, para parabenizá-lo por finalmente ter escolhido um filme que prestasse - apenas para provocá-lo um pouco mais, afinal, não poderia deixar essa passar em branco, não é? -, mas mal teve oportunidade de abrir a boca, pois Renji começou a falar sem parar, disparando frases desconexas e aleatórias como se fosse uma metralhadora.

- Calma! Começa de novo o que você estava dizendo - interrompeu o amigo, pois não estava entendendo nada. Renji então recomeçou, dessa vez mais calmo.

- Sabe aquela garota que eu te falei outro dia? - Ichigo deu de ombros em resposta. Se fosse prestar atenção em tudo o que Renji falava e decorar todas as garotas com quem ele saía, iria acabar louco. Nem o próprio Abarai devia lembrar de todas. - Eu até te mostrei uma foto… - insistiu um pouco mais, tentando fazer o outro lembrar, mas sem resultado. - Enfim, cara - prosseguiu. - Eu meio que saí com ela umas vezes aí, mas não foi nada sério. Só que semana passada ela me apareceu com a porra de um teste de gravidez que marcava positivo! - Renji parecia apavorado e, ao ouvir isso, Ichigo também escancarou os olhos. - E ela disse que não ficou com mais ninguém além de mim… Cara, eu tô ficando maluco com essa ideia de ser pai!

- Caramba, eu… - o ruivo gaguejou, sem saber muito bem o que dizer, até que decidiu ser sincero. - Você tá muito ferrado.

Renji choramingou, enquanto se afundava mais ainda entre as almofadas do seu sofá super caro.

- Mas, calma. Ela já foi no ginecologista? Já fez os exames necessários?

- Já, mas os resultados ainda não saíram.

Ichigo suspirou. Bom, seu amigo ainda tinha uma chance. Uma bem pequena, mas tinha.

- Bom, o negócio agora é aguardar. Às vezes o teste de farmácia pode dar um resultado errado. Acontece com mais frequência do que você pensa.

Ichigo sabia que Renji também sabia disso, mas ao ouvir isso vindo da boca de outra pessoa, de outro médico, pareceu deixá-lo mais aliviado.

Renji suspirou alto, relaxando o corpo um pouco mais e encarando o ruivo de onde estava. Ichigo estava encarando a tela da TV, que ainda estava na página do filme. Logo começaria a rodar de novo. Estava pensando na irresponsabilidade do amigo. Com quase trinta anos na cara, médico e transando sem usar proteção. Sinceramente.

Assim que ouviu o ruivo dar-lhe a notícia de que possivelmente se tornaria pai, teve calafrios subindo por sua coluna e sentiu seus cabelos se arrepiarem. Renji era imaturo demais ainda para isso. Não tinha certeza se teria responsabilidade o suficiente para assumir algo do gênero, afinal, criar um filho não era brincadeira. Torcia sinceramente para que os exames dessem negativo, principalmente pelo bem da criança. Não sabia quem era a garota, mas só por estar saindo com o Renji, também não esperava muita coisa - em questão de responsabilidade, afinal, eram todos adultos e sabiam o que faziam da própria vida. Mas resolveu não dividir esses pensamentos com o tatuado, afinal ele já parecia aflito o bastante sem isso.

Renji se levantou e foi até a cozinha, de onde trouxe dois copos e uma coca.

- Tá, agora que eu te contei meu problema, vamos falar sobre como você está em relação à Rukia - o tatuado disse, sentando-se novamente no sofá com um copo cheio do refrigerante na mão, já quase totalmente recuperado.

- Não tem nada rolando entre eu e a Rukia - Ichigo esclareceu, também servindo-se da bebida. Não era um grande fã de refrigerantes em geral, mas também não passava sede por falta de outra coisa para beber.

- Não tem porque você é muito lerdo! - provocou. Ichigo encarou-o com a cara emburrada e o maior desviou os olhos, com um sorrisinho divertido nos lábios. - Apenas falei a verdade. - Deu de ombros.

- Bom, acho que é compreensível que eu não seja o “deus da sedução” como alguém aqui nessa sala, já que eu não tenho experiência no assunto! - defendeu-se, olhando para o outro extremo do cômodo.

Renji inclinou-se para frente, em direção ao amigo, ainda equilibrando o copo, que à essa altura já estava pela metade, na mão.

- Esse é o problema, Ichigo. Te falta experiência. Mas você tem muita sorte de ter um amigo como eu, que está disposto a te ajudar. - Ichigo olhou-o intrigado, esperando pelo que viria a seguir.

- Como assim me ajudar?

- Te dando conselhos, é claro! - falou, de maneira óbvia. - O que mais eu poderia fazer? Conquistar ela por você?

O ruivo revirou os olhos. Claro que Renji lhe daria conselhos, era óbvio! O cara que tinha zero por cento de experiência em relacionamentos que durassem mais do que uma noite! Por que não pensou nisso antes, não é?

- Ah, qual é, Ichigo! - exclamou, como se pudesse ler os pensamentos dele. - Como você disse, te falta experiência. Eu tenho essa experiência. - Gesticulava e fazia movimentos enfáticos enquanto falava. - Juntando isso ao seu conhecimento, você só vai precisar colocar em prática!

- Só eu que estou achando que isso não vai funcionar? - perguntou retoricamente, olhando ao redor do cômodo, como se esperasse que alguém respondesse. Ao ver isso, Renji revirou os olhos com força.

- Você está sendo negativo novamente por medo do que pode acontecer.

- Eu não estou sendo negativo e eu não estou com medo de nada - enfatizou a última palavra.

- Você sempre faz isso. - Cruzou os braços e olhou para o outro lado.

- Não sei do que você está falando - respondeu sinceramente ao ver a reação do amigo. Não estava sendo negativo. Ele não era uma pessoa negativa!

Renji olhou para ele, esperando ver algo que não encontrou em sua expressão. Revirou mais uma vez os olhos e explicou.

- Toda vez que você não se sente seguro sobre algo, você começa a ser negativo e a achar defeito nos planos, nas metas... Em si mesmo! Começa a inventar empecilhos para simplesmente não precisar tentar! - Balançou a cabeça. - E eu, sinceramente, não sei o que está te impedindo de ir em frente em relação à Rukia. Eu nem vi vocês juntos e já acho que você tem todas as chances de conseguir essa garota! Você também sabe disso. Não sei o que o está impedindo de ir frente. Eu realmente não sei do que você está com medo.

Do que ele estava com medo?, repetiu consigo mesmo. Talvez estivesse com medo de decepcionar Orihime, seja lá onde ela estivesse naquele momento. Achava que se ela estivesse em algum lugar, provavelmente teria coisas mais interessantes para fazer, mas que sempre tiraria um tempo seu para ir cuidar deles. E era tudo tão recente que ele tinha medo de magoá-la. Orihime sempre iria querer o bem deles, mas ele e Haruna estavam bem, mesmo antes de Rukia chegar.

Esses pensamentos o deixavam confuso e nem tinha certeza se fariam sentido se tentasse colocar em palavras, mas dentro de sua cabeça funcionava.

Não investia mais em Rukia por receio. Sabia que estava caminhando em direção a isso vagarosamente. Mas poderia estar sendo mais enfático. Com certeza poderia estar sendo mais enfático.

Mas toda vez que pensava nisso, lembrava-se de Orihime e era como se ainda pudesse sentir ela naquele apartamento. Tudo nele lembrava a ela. Todos os móveis tinham sido ela quem tinha escolhido. A decoração; a organização; os horários da filha… Tudo. E tudo o que ele fez todo esse tempo, foi apenas manter as coisas do mesmo jeito.

Olhou para Renji e ele o encarava de volta com reprovação, como se conseguisse ver tudo o que se passava na mente do ruivo.

- Ichigo… - começou, mas o ruivo não o deixou continuar, interrompendo-o em seguida.

- Eu sei. Eu devia seguir em frente e blábláblá, mas… Isso é muito mais difícil de fazer na prática.

- Eu sei que é, cara. Mas uma hora a gente tem que começar a se mexer. Eu sei que talvez ainda seja meio cedo para você, mas caramba! Tá na cara que você gosta muita da Rukia também e isso é uma coisa que não dá para simplesmente ignorar. Pode não parecer, mas eu já passei por isso… - Ichigo encarou o amigo, um pouco desacreditado. Renji ignorou o olhar e prosseguiu. - E eu sei que não é algo que você possa simplesmente fingir que não sinta. E vai saber se ela ainda vai estar por aí dando sopa quando você finalmente decidir que superou isso?! Conquista essa mulher agora, enquanto você ainda tem oportunidade, e pensa depois. Talvez ela te ajude com isso e vocês dois possam superar isso juntos.

Ichigo meditou um pouco sobre o que seu amigo tinha acabado de lhe dizer e quis mudar de assunto com alguma piada, mas nada lhe veio a mente. Então resolveu ser honesto consigo mesmo e com ele também.

- Eu gosto mesmo dela, cara. De verdade. E às vezes esse sentimento me assusta, porque eu não me lembro de ter me sentido assim nem em relação à Orihime. Nunca fiquei nervoso para conversar com ela, nem me senti intimado a assistir Harry Potter porque ela simplesmente gostava disso. Nem… nenhuma dessas coisas que eu sinto quando estou com a Rukia. Eu, sei lá, cara, mas às vezes isso tudo me assusta. A forma como fico feliz ao vê-la ou simplesmente por receber uma mensagem dela rindo de algo que eu mandei anteriormente… Eu só… Queria poder ter mais controle sobre eu mesmo e sobre o que eu sinto, mas toda vez que ela chega perto, eu penso que talvez isso seja impossível.

Ichigo levantou os olhos para olhar o amigo e ele lhe encarava assustado. Provavelmente não esperava que ele fosse falar todas aquelas coisas… Despejar tudo aquilo em cima de si. Renji não sabia nem o que era ficar com alguém por mais do que dois dias seguidos e Ichigo lhe vinha com todos esses sentimentos. Talvez tenha sido nesse momento que percebeu que o buraco era mais embaixo e que se seu amigo se recusasse a seguir em frente, isso lhe causaria mais tristeza do que alívio por voltar a ter controle sobre as suas emoções.

- Cara… Você tá bem ferrado! - Ichigo franziu a testa em resposta. - Mas, como eu disse antes, eu estou disposto a ajudar!

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Rukia estava deitada no sofá da sala, assistindo TV e mexendo no celular. Seus irmãos ainda não haviam voltado e ela estava pensando se deveria esperar por eles por educação ou se deveria ir dormir dentro dos próximos minutos. Não estava passando nada de interessante e as publicações em seu feed de notícias já não estavam lhe chamando tanta atenção.

Viu o pequeno ícone do Messenger surgir em sua tela, apitando uma nova mensagem. Mal pode acreditar ao ver a foto de perfil da pessoa que lhe enviava uma mensagem àquela hora da noite. Sua respiração falhou um pouco e ela pensou seriamente em simplesmente arrastar aquele ícone até a lixeira e ignorá-lo completamente, fingindo que aquele momento nunca existiu.

Parecia até brincadeira! Tinha vasculhado o facebook dele há poucas horas e agora Kaien estava lhe enviando uma mensagem. Era como se tivesse sentido sua presença rondando suas redes sociais. Assustador!

Respirou fundo e finalmente clicou na conversa, para ver o que seu ex-namorado queria com ela agora, depois de tantos anos. Estava ansiosa e receosa. Tinha finalmente “decidido” seguir em frente depois de fuçar nas fotos de família de Kaien hoje mais cedo, mas isso não queria dizer que queria falar com ele, nem que se sentia segura para isso.

Mas antes que pudesse mudar de ideia, a conversa abriu e ela pode ver a mensagem não muito curta do Shiba.

Kaien: Oi. Eu não sei bem como começar isso… mas, minha irmã me falou esses dias de você e parece que agora vocês estão trabalhando juntas, não é? Você sempre me pareceu meio azarada mesmo haha. Primeiro você me conheceu e agora tem que conviver com a Kukaku… Você deve estar se perguntando o porquê dessa mensagem e eu só queria te pedir desculpas. Por tudo o que eu fiz com você. Não espero que você me perdoe, mas queria que você soubesse que eu me arrependo. Se fosse hoje eu faria de um jeito diferente. Você sempre foi uma garota incrível e eu era muito sortudo de ter você comigo, na época eu já sabia disso. Eu era imaturo e um completo idiota, babaca, imbecil, desgraçado, metidinho de merda… Enfim, eu não era uma pessoa muito legal. E por eu me sentir inseguro em relação a você eu te botava para baixo e queria te afastar do mundo para ter você só pra mim. Me desculpe. Isso é meio doentio… E completamente errado! Enfim, não sei porque escrevi tudo isso, eu só queria me desculpar e deixar minha consciência limpa independente do que você respondesse, como o belo crápula que sou. Espero que você tenha seguido em frente Rukia e que você possa ser feliz. De verdade. E uma boa noite pra você.

Rukia estava meio atônita. De todas as possibilidades que passaram por sua cabeça naqueles milissegundos em que a mensagem estava sendo aberta, um pedido de desculpas tão extenso e sincero era a última que passaria por sua cabeça. Por que isso agora? E por que ela tinha vontade de rir nas partes em que sabia que ele tinha escrito na intenção de serem engraçadas?

Respirou fundo e começou a digitar uma resposta, à princípio meio relutante e incerta sobre essa atitude, ponderando simplesmente ignorar a mensagem e seguir com sua vida agora um pouco mais leve. Mas conforme ia escrevendo, começou a ganhar confiança e nem chegou a titubear ao apertar o botão de enviar.

Rukia: Você foi realmente um crápula em todos os momentos daquele relacionamento, Kaien e você me fez muito mal. Fiquei sem me relacionar com ninguém durante anos por conta daquela experiência traumática e dolorosa. Por sua causa! Eu sinceramente não sei por que você acharia que essa mensagem faria eu te perdoar e eu nem deveria fazer isso, mas aparentemente eu ainda sou uma completa idiota. Fique tranquilo. Eu perdoo você. Já passou da hora de eu seguir em frente com a minha vida assim como você fez com a sua. Te desejo sorte com a sua família e com o seu outro filho que está para nascer. Sei o quanto você era conservador e tradicional, então dois filhos e um cachorro deviam ser suas metas de vida. A primeira parte você conseguiu. Te desejo sorte na busca pelo seu Golden Retriever.

Foi extremamente ácida e sarcástica no final, alfinetando-o propositalmente. Não poderia deixar tudo tão barato assim, né? E qual foi sua surpresa ao receber, menos de um minuto depois mais uma resposta do moreno?

Kaien: Kkkkkkkkk tudo bem, eu mereci essa. E para falar a verdade, nós já temos um cachorro. Não é um Golden, mas já é o suficiente para minha família conservadora e tradicional. E sinto muito ter feito você sofrer tanto e por tanto tempo depois que nosso relacionamento acabou. Mas espero que agora você já esteja bem.

Rukia: Sim, eu estou.

Ela estava sendo intencionalmente seca. Ele não esperava engatar num papo agora depois de todos esses anos e agir como se nada tivesse acontecido, não é?

Kaien: Você está namorando? ….Calma! Eu sei o quanto você é brava e fica na defensiva facilmente. Eu sei que isso não é da minha conta, mas é apenas curiosidade e também por desencargo de consciência. Como você espera que eu vá dormir hoje sabendo que eu posso ter arruinado a vida de uma pessoa?

Esse Kaien bem humorado e espalhafatoso, com toda essa dramatização, era novidade para Rukia. Em sua época ele era exatamente o contrário. Não conhecia esse novo Kaien.

Rukia: Da mesma forma que você fez durante todos esses anos. E fico feliz que você saiba que não é da sua conta, porque realmente não é. Mas, é, eu estou namorando.

Uma mentirinha básica. Boba. Mas talvez em breve não fosse mais. Pensar em Ichigo melhorou um pouco seu humor e trouxe novamente a confiança necessária para a baixinha seguir naquela conversa extremamente improvável.

Kaien: Que bom. Fico feliz. Imagino que seja um cara bacana. Talvez nós quatro pudéssemos nos encontrar. Seria bacana te ver depois de todo esse tempo. E você poderia conhecer minha esposa…

Rukia: Não.

Respondeu. Curta e grossa. Não queria ter esse tipo de intimidade com Kaien novamente.

Kaien: Tudo bem. Talvez a gente possa continuar a conversar como duas pessoas normais e manter uma relação de amizade.

Rukia: Eu acho improvável. Mas tudo bem sermos civilizados e não nos odiarmos mais. O resto apenas o tempo poderá nos dizer como vai ser.

Kaien: Claro. Já fico feliz que você já não me odeie mais e tenha me perdoado. Acho que o resto já seria pedir demais kkkkk. A gente se fala, Rukia. Quem sabe um dia eu possa te apresentar meus filhos e minha mulher…

Ela não queria conhecer nem os filhos nem a mulher dele, mas não faria mal ele pensar que talvez sim. Talvez ela realmente nem se importasse de tornar-se amiga dele nas redes sociais e de trocarem uma ou outra mensagem esporádica, mas ela realmente não queria mais contato do que isso. Kaien era página virada em sua vida. Agora queria seguir em frente e tudo o que via em seu futuro era um certo alguém de cabelos alaranjados.

Rukia: Tudo bem. Boa noite, Kaien.

Logo após se despedirem, o moreno de olhos azuis enviou-lhe uma solicitação de amizade que Rukia aceitou rapidamente. Só queria acabar logo com aquela loucura. O fato de ter-lhe perdoado não a forçava a agir feito uma idiota novamente.

Desistiu de ficar no facebook e largou o celular, focando sua atenção no aparelho televisivo à sua frente e cerca de dez minutos depois, seus irmão chegaram do jantar.

- Como foi a noite de vocês? - Rukia perguntou, agindo naturalmente. Por maior que fosse o sentimento de contrariedade que tinha experimentado momentos antes enquanto falava com Kaien, assim que seus irmãos chegaram foi capaz de abrir um sorriso sincero. Sentia como se um peso tivesse sido arrancado de suas costas aquele dia, assim que finalmente encarou Kaien de frente através daquela sua foto em família e dessa conversa, que tinha sido tudo menos natural.

- Maravilhosa. O restaurante era incrível, Rukia. Da próxima próxima vez você precisa ir com a gente! - Hisana respondeu animada, aproximando-se enquanto descalçava os sapatos no caminho.

- A comida era boa?

- Um dos melhores chefes do Japão é o dono. - Foi tudo o que Byakuya disse e foi o suficiente.

Rukia não se demorou muito na sala, despedindo-se logo de seus irmãos e trancando-se em seu quarto. Pensou que talvez fosse ficar pensando muito naquela conversa ou sobre esse novo Kaien mais bem humorado… Mas mal se importou com isso. Ele já não significava mais nada em sua vida. Por essa razão, não custou muito para dormir, assim que apagou as luzes e deitou-se confortavelmente em sua cama, sentindo-se toneladas mais leve.

Tinha sido um dia surpreendente, cansativo, inesperado e levemente estressante. Mas tinha sido um bom dia.


Notas Finais


E então, gostaram? Eu espero que sim. Comentem! ~KonanKurosaki

E então gente, que loucura, não?! O que acharam dessa conversa da Rukia com o Kaien? E a novidade do Renji?? Meu Deus, ele vai ser papai! Vocês têm noção disso?
Enfim, como o capítulo foi grande vou ser breve aqui em baixo.
Me deixem saber o que vocês acharam do capítulo, das interações entre os personagens e tudo mais. Qualquer crítica e sugestão também são bem-vindas! Fiquem a vontade para falar o que quiserem nos comentários!
Até o próximo capítulo! ~KuroudoAkabane


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