História Em Busca Do Amor - Entrevistas

O Kurosaki se sentia um pouco mal com isso. Não gostava de depender dos outros. Por isso que ele iria arranjar uma babá. 

Já tinha colocado o anuncio no jornal, amanhã mesmo ele iria começar a fazer as entrevistas. Seus amigos começaram a tirar sarro da cara dele, dizendo que hoje em dia ninguém mais lê jornal. Mas se ele lê, obvio que outras pessoas também leem. 

Mas ele não liga pros comentários idiotas de seus amigos, o importante é que tinha gente interessada no trabalho e que logo ele não precisaria mais depender da Tatsuki.

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Essa entrevista de emprego aconteceria amanhã. Era do outro lado da cidade. 

Pelo que tinha entendido, ele era médico, viúvo à pouco tempo e com pouco tempo para cuidar de sua filha. Parecia perfeito! Uma garotinha que não dava trabalho e um ótimo salário. Essa era sua ultima tentativa. Se não desse certo ia se mudar para debaixo do viaduto.

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Rukia acorda bem cedo para se arrumar para a entrevista de emprego. Coloca um vestido que ia até o joelho, listrado e de saia rodada. Ela normalmente se vestia assim, se sentia mais confortável.

Toma seu café da manhã e sai apressada para não perder o ônibus.  Mas ele demorava meia hora pra fazer esse trajeto. Byakuya até se ofereceu para leva-la até la, mas ela não quis. Não queria incomodar. Já não bastasse estar morando de favor na casa deles, comendo da comida deles, gastando da água deles, sem ajudar a pagar nada, ainda iria fazer o Kuchiki atravessar a cidade e chegar atrasado no seu trabalho... Aí já era demais!

Esperou no ponto de ônibus uma meia hora até ele aparecer, subiu à bordo e para sua sorte, ele estava quase vazio. Sentou em um dos bancos perto da saída, encostou a cabeça na janela e ficou observando as pessoas andando na rua.

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Mesmo sendo sábado, Ichigo acordou cedo e se arrumou para receber as candidatas. Ia acordar sua filha, mas ela estava dormindo tão gostoso, que resolveu deixa-la dormir mais um pouco. Arrumou a casa o mais rápido que pode. Estava uma bagunça! Tinha chegado tão cansado em casa, noite passada, que acabou por nem arruma-la.

A campainha tocou e ele foi atender, pensando ser uma das candidatas. Mas quando abriu a porta se deparou com Renji. Ele estava todo arrumado, parecia que ia para um encontro. Ele o convidou para entrar e perguntou o por que dele estar tão arrumado.

- Vim aqui te ajudar a escolher essa tal babá. – Disse se sentando no sofá. – Vai que aparece alguma gatinha! Aí eu já estou preparado... Haha.

- Você não tem jeito mesmo, né?! – Disse balançando a cabeça. – E por favor não fique fazendo perguntas desnecessárias para as entrevistadas. Não vou escolher a mais o bonita e sim a que for mais competente.

Ele concordou e então foi até a cozinha e começou a vasculhar a geladeira procurando algo para comer. Ichigo acordou sua menina e à arrumou. Botou um vestidinho branco com alguns detalhes cor-de-rosa, uma sandália toda enfeitadinha e as presilhas.

Tatsuki também resolveu ajudar. Se ofereceu para ficar distraindo Haruna enquanto eles entrevistavam as candidatas.

Logo chegou a primeira candidata. Seu nome era Carla, era bonita, tinha 30 anos e parecia ter bastante jeito com criança. Motivo? Ela tinha um filho de 8 anos. Ichigo gostou dela, parecia ser responsável e carinhosa. Mas sua filha não pareceu gostar muito. Disse que qualquer coisa entraria em contato com ela.

Ele entrevistou mais três candidatas, todas pareciam ser muito boas, já tinham experiência com criança, pareciam ser bastante responsáveis, carinhosas.... Mas nenhuma delas conseguiu conquistar Haruna. Mas isso não era surpresa nenhuma. Já esperava isso, afinal fazia tão pouco tempo desde que Orihime havia morrido...

Finalmente a ultima candidata. O nome dela era Rukia, era baixinha, parecia ser demasiado jovem e não parecia levar jeito com crianças.

- Então... Quais são suas referências? – Perguntou o alaranjado.

- Bom... Pra falar a verdade essa é a primeira vez que eu trabalho com criança... – Falou um pouco sem jeito.

- Ahn.... Ok. E você gosta de criança?

- Sim, eu gosto bastante de criança.

- Bom... Você tem jeito com criança?

- Err... Mais ou menos.

- Algum motivo em especial por ter se interessado por esse emprego?

- Estou desempregada há mais de três meses e essa é a minha ultima tentativa. Não tenho experiência com crianças, mas estou disposta à aprender.

Ela não parecia uma boa escolha. Nunca tinha trabalhado com crianças antes, parecia ser bem jovem e inexperiente. O fato dessa ser simplesmente a ultima opção dela também não ajudou muito.

- Ok... Qualquer coisa entramos em contato. – Ela já estava indo embora quando Haruna aparece e abraça a perna dela. – Haruna?!

Todos ali pareciam surpresos com aquela atitude repentina da menina. Ela que em todas as outras entrevista se mostrou ausente ou desgostosa com a situação, desta vez pareceu gostar bastante dessa candidata.

- Hm? O...oi garotinha... – Disse a baixinha, sem jeito.

- Parece que ela gostou de você... – Comentou o ruivo tatuado.

Rukia se mostrou bastante carinhosa com a menina, embora estivesse meio sem jeito. Já tinha perdido às esperanças. Ele não parecia ter gostado muito dela. Mas ela não o culpava. Se ela estivesse no lugar dele também seria exigente. Não deixaria sua filha na mão de qualquer um.

A garota olhou pra ela, desviou o olhar e então correu para o seu quarto. Ela se levantou e antes de ir embora olhou pro ruivo e disse.

- Ela é bem fofinha. Se parece com você...

Foi embora e deixou para trás dois marmanjos de queixo caído, ainda tentando assimilar o que havia acontecido. Ichigo foi atrás da filha. Ela estava sentada na beirada da cama abraçada à um coelhinho, que por sinal, era sua pelúcia preferida.

- Então você gostou dela? – Perguntou, sentando ao seu lado. Ela assentiu com a cabeça.

- Os olhos dela... Me lembalam o da mamãe... – Ichigo não sabia nem o que dizer naquele momento. – Ela não é tão alta, mas... Ela também é bem bunhita.

- Realmente... – Sorriu. – Quer voltar a dormir? Te acordei mais cedo que o normal hoje... – Ela fez que sim com a cabeça. Então ele à trocou novamente e colocou uma roupinha mais confortável, deitou-a na cama e voltou para sala.

Os três se sentaram no sofá e colocaram em um canal qualquer. Os dois olhavam para a TV, mas nenhum deles estava realmente prestando atenção. Ichigo pensava no que sua filha tinha lhe dito e Renji pensava nas candidatas, todas muito bonitas, pena que a maioria era casada. Enquanto isso Tatsuki dava uma olhada nos currículos.

- A Haruna realmente me surpreendeu. Ela andava tão calada e retraída... – Comentou o amigo.

- Sim, também fiquei surpreso. – Disse pensativo. –Todas as outras pareciam excelentes candidatas, mas ela... ah, eu não sei. Não parecia levar jeito com criança, não tinha nenhuma experiência e não estava aqui por que queria, estava porque não tinha mais opções.

- Realmente... Mas você bem que gostou que eu vi. Pode não ser tão bem dotada quanto a Inoue, mas também era muito bonita.

- Mais respeito com a mulher dos outros, seu canalha! – Jogou uma almofada na cara do amigo. Riram um pouco antes dele voltar a falar. – Ela era até que jeitosinha sim... Mas de qualquer forma, não estou interessado.

- Tá, mas você vai contratar ela, né?! – Ichigo fez um ar pensativo e respondeu um simples “talvez”. – Ah, qual é cara! Ela foi a única que conseguiu agradar a Haruna.

- Vou fingir acredito que esse é o único motivo de você querer que ele contrate ela... – Tatsuki falou revirando os olhos e todos riram.

- Se está com duvidas, faça um teste. Um dia de teste. Pode ser até amanhã, já que você vai estar em casa e vai poder avalia-la. – Sugeriu o tatuado.

Boa ideia.... Pra falar a verdade essa foi uma ótima ideia. À noite ligou para ela propondo que amanhã ela fosse lá para fazer o teste. Ela também pareceu gostar bastante da ideia.

Assim que encerrou o telefonema foi avisar a filha, que também pareceu gostar da ideia.

Não podia negar, ela era realmente muito bonita e tratou muito bem sua filha. Gostou dela, mas não parecia confiável deixar sua filha na mão de alguém inexperiente e que talvez não a tratasse com carinho.

Quem sabe se ele ainda não estivesse de luto, quem sabe se ele estivesse disposto à entrar em um relacionamento, quem sabe ele tivesse se interessado por ela. Mas não. Ele não estava interessado em um relacionamento no momento.

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Rukia chegou em casa e foi direto para o seu quarto. Estava quase sem esperanças de conseguir aquele emprego. Ele parecia não ter gostado muito dela. Mas ela não o culpava.

Mas aquela garotinha parecia ter gostado dela. Ela era realmente quieta, mas muito fofinha. Talvez ela tivesse alguma chance ainda. Mas aquilo não significava nada. Ela provavelmente gostou das outras candidatas também.

Hisana entrou no quarto e perguntou como tinha sido lá. Rukia explicou as coisas por cima e disse que provavelmente não tinha esperanças.

- Ah, não seja tão negativa. Talvez ele te contrate.

- Ta bom... – Suspirou desistindo de discutir com sua irmã.

À noite, quando já estava indo dormir, recebeu uma ligação. Era de Ichigo. Ele propôs um dia de teste. Perguntou se ela podia ir amanhã. Ela ficou super animada com a ideia, poderia mostrar todas as suas habilidades com crianças. Ou seja, nenhuma.

- Espero que eu realmente me de bem nesse teste. – Comentou com a irmã. – Ou se não, já vou fazer minhas malas pra ir pra debaixo da ponte.