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História Em busca do tesouro. - Rosa amarela


Escrita por: LadyFatale

Notas do Autor


Espero que gostes ^^
Desculpem a demora.
Kisses ;*

Capítulo 22 - Rosa amarela


Fanfic / Fanfiction Em busca do tesouro. - Rosa amarela

Na hora do café no dia seguinte tudo estava um alvoroço. Todos comiam com voracidade e o mais rápido que podiam só pra poder comer ainda mais. Até Karin e Yoruichi entraram no mesmo ritmo que os marmanjos famintos.

— MAIS! — Grimmjow, Renji e Hitsugaya gritaram ao mesmo tempo.

Rapidamente Jinta e Ururu chegaram com mais comida para aquelas três traças famintas.

Quando chegou do Zangetsu, Ichigo se deparou com uma mesa extremamente farta e todos os ali presentes atacando com uma vontade assustadora todas aquelas gostosuras.

Meio desconfiado, sentou-se a mesa e logo Jinta se aproximou com um recado:

— Melhor você comer logo antes que essas traças devorem tudo.

O ruivo, mesmo sem entender, começou a comer. Mas, depois de provar aquelas delícias, começou a devorar as coisas naquela mesa com a mesma voracidade que seu amigos e nem sequer notou que uma certa pessoa estava faltando ali.

Quando todos já estavam satisfeitos, Urahara sorriu antes de falar:

— Jinta, Ururu, vocês estão de Parabéns! Tudo estava maravilhoso!

— Mas não fomos nós que preparamos. — Ururu contou.

— Não? — Yoruichi os olhou. — Então quem foi?

Sorrindo, Jinta respondeu:

— Foi a Reiko.

De repente, a azulada apareceu vinda da cozinha.

— Me chamaram? — Perguntou.

— Então nossa querida Reiko, além de navegadora e ótima espadachim, também cozinha divinamente? — Renji mais afirmou do que perguntou.

— Tenho meus dons. — Reiko deu de ombros.

Ichigo, olhando para a garota, sorriu.

"Uma boa navegadora, ótima espadachim e uma incrível cozinheira... O que mais você tem para me surpreender?"

Pensou enquanto via Urahara abraçar a afilhada e dizer o quão era sortudo por ter a azulada.

///-///-///-///-///-///

Os habitantes da Sereitei gostavam muito de festas. E, para a sorte dos hóspedes de Urahara, na noite daquele dia começaria o Festival de outono onde todos comemoravam a prosperidade que o mercado da ilha lhes tinha dado.

Por isso, quando todos estavam de estômago cheio, saíram par ajudar a decorar as ruas e casas para a primeira noite de festas. E, enquanto o pessoal organizava tudo do lado de fora, Reiko preferiu ocupar seu tempo cuidando da casa de Urahara.

A organização do festival ia as mil maravilhas para a alegria de todos. Porém, o sossego acabou quando a criançada solta pela rua começou a dar trabalho. Desorganizavam tudo por onde passavam e as mães já estavam cansadas de tanto reclamar.

Notando que lá fora estava um certo alvoroço, Reiko saiu para ver do que se tratava.

Ao se aproximar do grupo que conversava um pouco afastado da casa do loiro, percebeu que o "problema" ali eram as crianças que não paravam quietas.

— Eu posso ajudar? — Perguntou quando chegou no grupo.

A maioria das pessoas viraram o rosto ou a olharam com desprezo. Mas Reiko não se importava com isso, na verdade havia deixado de se importar quando ainda era criança.

— Não precisa se incomodar Reiko. — Grimmjow disse sem ter muita certeza da sua resposta. — Só precisamos achar um jeito de deixar as crianças quietas.

Mas a azulada sabia que isso não iria funcionar. Eram crianças, seres humanos alegres e cheios de energia, eles não ficariam parados só porque os adultos queriam.

— Eu posso ficar com eles. — A azulada sugeriu.

Mas as mães não gostaram nada da ideia e isso era extremamente nítido no olhar matador que lançaram a garota enquanto seguravam seus filhos.

— Reiko, eu acho que isso não é uma boa ideia. — Urahara disse no ouvido da afilhada.

Mas, ao terminar de falar, viu um grupo de crianças pulando e sorrindo na frente de Reiko, todas ansiosas para passar um tempo com a "moça de cabelo azul". O grupo era grande, mais de vinte pelo que Renji e Grimmjow ainda conseguiram contar.

As mães não quiseram. Mas, diante dos artifícios infantis dos filhos (coisa que todo mundo já usou na vida), acabaram por ceder e entregaram aos filhos, a pedido de Reiko, uma muda e roupas reserva.

Novamente na frente da azulada, as crianças e todos os ali presentes prestavam extrema atenção na garota.

— Em fila. — Reiko disse sorrindo.

Automaticamente as crianças formaram uma fila reta na ordem do menor para o maior.

— Uau! — Karin, que também estava ajudando, deixou escapar.

— Vamos, pequenos marujos! — A azulada disse divertida.

Logo em seguida a criançada foi a seguindo enquanto marchavam divertidos imitando Reiko.

///-///-///-///-///-///

No fim da tarde, finalmente, tudo estava devidamente pronto para a noite de início ao festival.

— Como será que a Reiko está com aquele monte de criança? — Karin perguntou apoiando-se em Hitsugaya por está consada.

— Provavelmente, sem juízo. — Grimmjow respondeu.

Enquanto eles falavam, Urahara lamentava.

— O que foi Kisuke? — Yoruichi perguntou.

— Minha casa... Deve está virada pelo avesso! — O loiro disse tristonho.

— É bem possível. — Jinta e seu apoio moral que não ajudou muito ao pobre Urahara.

Junto deles, as mães iam para buscar os filhos e perguntavam-se como os pequenos estariam.

Mas, para a supresa de todos, o que encontraram ao chegar foi uma casa impecavelmente arrumada, crianças felizes, satisfatoriamente alimentadas, inacreditavelmente limpas e devidamente arrumadas.

Ao se aproximarem das mães, cada criança entregou um pequeno origami de cisne que haviam feito, surpreendendo ainda mais as mulheres que custavam a acreditar no que viam.

Encostada na parede, Reiko observava tudo com atenção até que chegou a hora das crianças que animaram seu dia irem embora.

Cada criança, com um sorriso de canto a canto, acenou para a azulada que retribuiu com um pequeno sorriso e um leve aceno.

— Obrigado. — Umas das mães acabou agradecendo.

— Eu que agradeço. — A garota disse simples.

Mas, antes que todos pudessem sair, um garotinho que por acaso era aquele que perguntou porque o cabelo da azulada era daquele jeito, a abraçou com força e isso incentivou a todos os pequenos a fazer o mesmo.

Em questão de segundos, Reiko foi derrubada por mais de vinte crianças que a abraçavam com gosto.

Depois disso, os pequenos foram embora com suas mães deixando somente os donos da casa, seus hospedes e uma Reiko deitada no chão que, inconscientemente, sorria.

— Minha casa! Está intacta! — Urahara comemorou aliviado.

— Quem está acabada é a Reiko. — Yoruichi comentou.

Todos riram e logo em seguida foram se retirando dali para se prepararem para a primeira noite do festival de inverno deixando apenas Reiko e um Ichigo que a olhava com certa alegria.

— Parece que aquele abraço arrancou um sorriso de um certo alguém... — Comentou brincalhão enquanto se abaixava e encarava Reiko de perto.

O sorriso bobo da azulada cresceu.

— Agora eu sei o efeito do abraço de uma criança. — Disse e respirou fundo.

O ruivo a ajudou a levantar e acabou por fazer a pergunta que martelou sua mente o dia todo:

— Você vai ao festival?

A resposta veio rápida:

— Acho que não. Prefiro ficar aqui mesmo.

Ichigo levantou uma das sobrancelhas e encarou a azulada. Não iria desistir tão fácil.

— Vai ser bom, você deveria ir.

— Não sei se isso é uma boa ideia...

— Então façamos assim: você me acompanha, já que é a primeira vez que eu participo desse festival, e se não estiver se sentindo bem ali, eu não insisto pra você ficar.

Foi a vez de Reiko levantar uma sobrancelha e encarar o ruivo a sua frente antes de perguntar:

— Quer tanto assim que eu vá?

— Quero. E quero que vá comigo. Eu sei que isso vai fazer bem a você.

Aquela resposta bem direta calou Reiko que apenas passou as mãos no cabelo ainda em dúvida. Mas, no fim, acabou por aceitar:

— Está bem, eu vou. Mas não prometo ficar muito tempo.

Ichigo, vitorioso, sorriu e concordou:

— Está certo.

///-///-///-///-///-///

Tudo estava em festa!

Andando pelas ruas, os hóspedes de Urahara Kisuke olhavam tudo com atenção.

Reiko, vestida como casualmente, tinha feito um coque habilidoso no cabelo e prendeu nele uma rosa amarela que Ichigo tinha lhe dado antes de saírem. Fazia anos que não via aquele festival e as coisas continuavam tão belas quanto antes.

Depois de andarem pelas ruas decoradas, pararam na praça central da cidade e olharam atentos o fluxo de pessoas circulando por ali.

De repente, alguns homens, cada qual com seu instrumento, começaram a tocar uma música conhecida por Reiko e por Hitsugaya que, se soltando de Karin, correu pra dançar junto das outras pessoas que se juntavam.

— Que dança é essa? — A morena irmã de Ichigo perguntou.

Nami no odori. — Reiko respondeu.

— Você conhece? — Ichigo perguntou.

— Melhor que qualquer um nessa ilha. — Urahara respondeu.

Do nada, Hitsugaya apareceu na frente da azulada e segurou sua mão.

— Vamos Reiko! — Chamou animado. — Você sabe a Nami no odori melhor que qualquer um! Vem dançar!

— Melhor não. — Foi a resposta dada.

Porém, antes que a garota pudesse se retirar dali, Yoruichi a empurrou e Toushiro saiu a segurando pela mão até chegarem ao centro da praça.

Todos olharam com expectativa para a azulada. Não apenas pelo fato dela ir dançar - mesmo que contra sua vontade - mas sim por duvidarem. Depois de tantos anos, ela não deveria mas saber aquela dança.

Mas, para a surpresa de todos, principalmente para um certo capitão ruivo, a garota começou a dançar incentivada por Hitsugaya e acabou mostrando a todos que ainda carregava nas veias a dança de sua terra natal além de revelar-se a Ichigo uma dançaria incrível.

O Nome Nami no odori fazia jus ao seu significado. Cada passo era tão intenso quando o balançar das ondas do mar e a sensação que transmitiam era avassaladora como a força com que essas ondas batiam nas pedras perto da margem de alguma praia.

Reiko deixava-se levar pelo ritmo da música. Batia o salto da bota no chão, gritava "HEY" junto com as outras pessoas que dançavam, baita palmas, girava e dançava como se o amanhã não existisse.

Depois que a música acabou, a garota olhou todos ao redor aplaudindo enquanto respirava ofegante. Aos poucos, as lembranças de sua infância ressurgiam na sua mente.

Lembrou-se dos amigos de seu pai e de seu próprio pai a ensinado a dançar a Nami no odori quando ainda era pequena. No início, teve dificuldades, mas depois que aprendeu, tornou-se a melhor dançarina da ilha.

As imagens da sua mãe amarrando seus cabelos e pondo uma rosa amarela como a que usava naquele momento também voltavam com tamanha intensidade que a deixavam desnorteada.

Sem entender muito bem aquele misto de sensações dentro de si, afastou-se de onde as pessoas voltavam a dançar e voltou para a casa de Urahara. Ao chegar, sentou-se na frente da loja como o loiro costumava fazer, tirou a rosa do cabelo e a encarou com um pequeno sorriso no rosto.

— Posso me sentar com você? — Ouviu de repente uma voz conhecia e viu que era Ichigo.

— Pode.

O ruivo sentou e ficou a olhando antes de falar:

— Você dança muito bem, foi incrível.

— Obrigado.

Segundos de silêncio. Ichigo estava curiosos pois sabia que alguma lembrança invadia a cabeça da garota ao seu lado. Por fim, acabou perguntando:

— Onde aprendeu a dançar assim?

Reiko pensou um pouco antes de responder. Aquela pergunta tocava em uma parte delicada do seu passado e ela não sabia se deveria pisar naquele "terreno minado".

Mas, com Ichigo, sentia que podia falar do seu passado sem medo de acabar revivendo os machucados que algumas lembranças lhe causavam.

— Foi meu pai que me ensinou. — Respondeu. — Ele me ensinou a Nami no odori quando eu ainda era criança e desde então eu nunca mais esqueci. — Segundos de silêncio. — Na época do festival, ele dançava comigo e minha mãe sempre nos aplaudia.

Ao falar da mãe, Reiko olhou para a rosa nas suas mãos e um sorriso distendeu dos seus lábios rosados. Eram lembranças boas, lembranças do seu maior herói as quais havia escondido no fundo de sua mente e que agora lhe davam um certo conforto.

Ichigo viu que a azuala sorria e acabou fazendo o mesmo. Ficou feliz por Reiko recordar algo que a fazia se sentir bem e por revelar mais do seu passado sem contestar. Mas, naquele momento, e diante de tão sincero sorriso, decidiu deixar o passado da garota de lado e aproveitar o presente em sua companhia.

Ao ver que o ruvio segurou suas mãos, a azulada o olhou. Logo depois de fitar os olhos intensos de Reiko, Ichigo pôs novamente a rosa nos cabelos azuis da garota e sorriu antes de perguntar:

— Será que a melhor dançarina da ilha poderia me ensinar a dançar a Nami no odori?

Um sorriso tão lindo quando o anterior surgiu no rosto delicado da azulada que, ainda encarando o ruivo a sua frente, respondeu calma:

— Com certeza.


Notas Finais


* Nami no odori = dança das ondas.

Obrigado por lerem :)


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