História Em Meio a Máfia(Jikook) - 15-Capítulo

*Narr on*

Já era por volta das 17:30 da tarde quando Jimin fez o primeiro gesto para acordar. Levantou seu tronco, permanecendo sentado ainda meio sonolento e bocejou, dando uma leve espreguiçada. Nesse momento sentiu uma dor fraca em sua coluna. 

Franziu a testa, agora mais desperto, e começou analisar a si mesmo. Só então percebendo que encontrava-se no chão. Quase gritou pelo espanto. E assim que notara seu corpo nú, coberto por marcas vermelhas e roxas, as lembranças voltaram como um flash. Tudo passou diante de seus olhos. Suas palavras... Suas ações...

Tapou a boca envergonhado. Seu rosto estava completamente vermelho.

Derrepente sentiu algo escorrer de seu ânus. Assustado, levou sua mão até o local, sentindo o líquido viscoso. Analisou aquilo, mas não precisava ser um gênio para advinhar o que era.

Não controlou o choque, e um berro acabou escapando de seus lábios, acordando os outros à sua volta.

Jungkook levantou preocupado com o ômega, que estava ao seu lado. Jin gritou também, o que fez Namjoon acordar em alerta. E Taehyung e Yoongi, que antes também se encontravam no chão, despertaram no susto. 

Eles não pareciam cientes da situação em que estavam. Mas pouco à pouco retomaram as memórias.

Os ômegas arregalaram os olhos, saindo de perto dos alfas depressa. Yoongi se encondia atrás do pequeno sofá e Jin, quase caiu da cama, tentando se cobrir com o lençol.

—Yoon-... —Taehyung tentou ir até o mesmo.

—Não se aproxime! —avisou. —Q-Que diabos está acontecendo aqui?! —Min questionou exaltado.

—Vocês não se lembram? —foi a vez do alfa questionar-lhe.

—MAS É CLARO QUE SIM! —exaltou-se ainda mais. —Quero dizer, como foi acontecer?!

—Nós devemos ter bebido demais. —Namjoon justificou ao encarar as garrafas vazias de vinho pelo quarto.

—Oh, é verdade. Nós bebimos ontem, quero dizer hoje... Ah! Nem sei em que dia estamos! —Jin desviou o olhar. Estava muito envergonhado para encarar o alfa.

—A-Ah... Então foi isso... —Yoongi baixou o olhar. Sabia que era fraco em relação ao álcool, mas aquele ponto?

Os alfas também estranharam toda aquela situação. Os ômegas eles entendiam, mas eles? Que tinham uma forte tolerância, e ainda assim perderem suas cabeças como fizeram? Não tinha sentido.

—Jin, você está bem? —o mais velho questionou relutante.

—T-To sim. Minha bunda dói, mas vou ficar bem. —confessou sem olhá-lo.

O alfa tentou ajudá-lo a ficar em pé, mas o ômega afastou seu toque.

—Tá tudo bem. Eu posso fazer sozinho.

—Oh... Claro... —encolheu os ombros.

Jimin ainda estava no chão com a camisa de Jungkook sob sua intimidade. Parecia estar paralisado.

—Hey. —o moreno tocou sua mão. —O que foi? Está machucado?

—N-Não. Estou bem! —sua tentativa falha de levantar só causou-lhe mais dor. —A-Ai...

—Desculpe. —Jeon pediu sabendo que era o culpado. —Eu não deveria ter feito tantas vezes, mas não consegui controlar quando você-...

—Eu sei! Pelo amor de deus, não me lembre! —tapou seu rosto, suspirando. —Não precisa se desculpar. Apesar de tudo, ambos quisemos na hora.

O maior deixou por aquilo mesmo. E lembrando-se que seus irmãos ainda estavam no quarto, buscou um lençol de cima do pequeno sofá para cobrir o corpo do rosado.

—Taehyung... Eu vou te matar! —Yoongi avançou sobre o alfa.

—Calma aí! Você não ouviu? Estávamos bêbados e você que veio pra cima de mim primeiro.

—Não precisa relembrar, inferno! Eu sei! Não to falando disso!

—Huh? Então...?

—To falando dessas marcas! —apontou para seu pescoço. —Sabe transar sem morder, não?! Isso dói, cacete!

—Eu não tava muito consciente no momento, desculpe... —pareceu sincero, mas logo um sorriso surgiu em seu rosto. —Se bem que ficou lindo assim. Elas ficam bem em você.

—Ora seu...!

—Você está pelado. —lembrou ao menor.

—Grande coisa! Você também está! Além do mais todo mundo já viu o pau de todo mundo aqui! 

—Yoon! —Jimin o repreendeu.

—Bem... —Namjoon Interrompeu, chamando suas atenções. —Deixando de lado esses assuntos, quero pedir desculpas. Apesar de bêbados, não deveríamos...

—Como o Jimin disse tudo bem. Já passou mesmo... —Jin reforçou.

—É. Foi só... Sexo, não é? Digo, isso é comum entre adultos. Não vamos tratar como o fim dos tempos. —Yoongi tentou descontrair, mas Taehyung não pareceu gostar de suas palavras.

Um silêncio constrangedor se alastrou, e ninguém queria ser o primeiro a quebrá-lo.

—B-Bom, acho que está na hora né... Melhor irmos agora. —Jimin estava claramente sem jeito. Não sabia como se portar.

—Ir? Pra onde? —Jungkook indagou-lhe.

—Pra casa...?

—Já?! Digo, depois disso...? —sussurrou a última parte.

—Concordamos em ficar para a despedida, que acabou sendo até inesquecível, mas agora temos que ir.

—Já é noite, podem ir amanhã de manhã. —Namjoon sugeriu olhando o relógio.

—Obrigada, Nam. Mas Jimin está certo. Realmente preferimos ir agora. —Jin se pronunciou, fazendo o alfa suspirar.

—Levaremos vocês então.

—Não se incomode. Pode pedir para o motorista fazer isso, não? 

O alfa desistiu. Entendeu a necessidade  que eles tinham de ficarem sozinhos. Era isso que queriam, então ele respeitou.

—Está certo. O motorista estará esperando vocês. —avisou. —Tomem banho e se troquem. Nós vamos sair. —olhou para os irmãos, que apenas o seguiram.

Os três lavaram-se, tirando de si os últimos resquícios de poha em seus corpos. Yoongi reclamava da ardência em seu pescoço pelas mordidas. Já Jimin se preocupava por todo seu corpo. Jeon havia mordido e chupado suas costas, nuca e braços. Ao que parece seus lobos queriam mesmo marcar território.

Enquanto isso na sala os alfas aguardavam. Não demorou mais que alguns minutos para os ômegas descerem recompostos, ainda assim acanhados.

Os seis ficaram frente à frente sem nada dizer, até que Yejin chegasse junto aos dois mais novos da casa.

—Oh, boa noite meninos. —ela sorriu gentil. —Por que estão com essa cara? 

—Eles... Estão se despedindo, mãe. —Namjoon respondeu sem demonstrar ânimo.

—Despedindo? Não me digam que já pensam em ir? —a ômega os encarou tristonha.

—Sr'Yejin agradecemos muito o que sua família fez por nós, mas creio que não há mais razões para ficarmos aqui agora que Collin... Bem, você sabe. —Jimin respondeu docilmente.

—Eh?! Mas podem ficar o quanto quiserem! —Kai sorriu.

—Sim, sim! Não precisam ir se não quiserem. —Taehyun complementou.

—Nós queremos. —Yoongi finalizou meio sem jeito.

—Mas visitaremos vocês. —Jimin adicionou, tentando tirar a expressão triste dos rostos à sua frente.

—Verdade?! —os mais novos animaram-se.

—S-Sim, claro! —sorriu amarelo.

—Estaremos esperando! —Yejin os abraçou com um "até logo."

Taehyung e Jungkook permaneceram calados todo o tempo, com olhares impotentes e irritados. Namjoon por sua vez limitou-se a um último "se cuidem", cobrindo a frustação com aquele sorriso mucho.

*Jimin on*

O motorista, muito educado, abriu a porta do carro para que entrassemos. E nós o fizemos, sem olhar para trás.

Não foi a despedida adequada, eu sei, mas não faríamos melhor que aquilo. 

Jungkook não deu nem ao menos uma palavra durante nossa saída. Tudo que fez foi encarar-me como se tivesse algo para falar... Oras, se tinha algo que queria por que não simplesmente optar por falar? Sério? Nem ao menos um tchau? 

—O que vamos fazer? —a voz de Jin tirou-me de meus pensamentos.

—Como assim? —Yoongi indagou-lhe.

—Não temos mais emprego, esqueceram? 

—Droga, havia esquecido esse detalhe! —bato com a mão na testa.

—Hum... Se bem que eu posso trabalhar na lanchonete do Han, já que o dono idiota de lá não sabe fazer nada e vivia pedindo minha ajuda antes. —Jin põe a mão no queixo cogitando essa opção. —Vou mandar uma mensagem para ele quando chegar em casa.

—Não faço ideia do que vou fazer ainda... —suspiro.

—Olha, se quiser posso te arranjar algo na cafeteria de um amigo meu. —Yoongi sugeriu.

—Se tem esse tipo de amizade por que você mesmo não pega o emprego? —questiono.

—Ah, já trabalhei lá uma vez. Mas acabou que eu fui expulso. 

—O quê?! Como?

—Não importa. Resumindo eu to na lista de banidos, por tanto não sou mais permitido entrar naquela cafeteria. —ele dá de ombros. —Emfim, vai querer? Posso falar com ele amanhã mesmo.

—Claro que sim! —era o que eu tinha. —Mas e quanto à você?

—Eu me viro. —sorriu sugestivo. 

Então voltariamos a nossa rotina... Nossa rotina...? Parece que não me lembro mais de uma, que não seja com eles...