História Em Meio Ao Caos - SasuNaru (Naruto) - Capítulo 11 - O Dia da Prova

— Sasuke 

Finalmente chegou o dia da prova de Naruto e nossa, nunca vi ele tão ansioso assim. Ontem de tarde terminamos de estudar a última coisa que faltava e decidi vir pra casa e o deixar descansar bastante. Mas eram três da manhã e ele me ligou, estava totalmente sem sono e ansioso demais. 

Conclusão: conversamos a madrugada inteira e só paramos quando sem querer dormimos com o celular em cima do rosto. 

Nenhuma conversa muito importante, começamos a falar da prova, logo em seguida a contar histórias que nós vivemos tanto juntos quanto antes de nos conhecermos. E pra finalizar, sobre comida e planos para o futuro. 

Agora, faltam duas horas para a prova começar e eu disse que buscaria ele. Peguei a chave do carro, junto com algumas balinhas e canetas, e fui até meu carro, entrando no mesmo e dirigindo em direção sua casa. 

– BOM DIAAAAA - Naruto gritou entrando de repente no carro.

– O que tá fazendo aqui? Nem cheguei na sua casa ainda - perguntei olhando para a rua em que ele veio. 

– Fiquei entediado e resolvi dar uma volta - explicou rápido. 

– Ok, já já a gente chega na escola onde você vai fazer a prova então – falei mudando a direção a que estava indo. 

Enquanto dirigia, notei que ele estava estranhamente quieto. Não gritava e nem falava absolutamente nada. Olhei para ele e o vi com a cabeça deitada na janela, não sei se era o nervosismo, mas estava esfregando a mão em seu próprio braço, igual fazemos quando estamos com frio. 

Não sou o melhor em confortar pessoas, mas mesmo assim coloquei uma de minhas mãos sobre a dele e mexi o dedão, acariciando o peito de sua mão. 

Ele me olhou sorrindo, coisa que retribui, e em seguida deu um beijo em minha mão. "Ai meu Deus que gay", pensei sozinho tentando convencer meu próprio cérebro que não estava adorando isso.

Minutos depois estacionei em frente a escola onde teria a prova, desliguei o carro e ele apenas tirou o cinto, encarando o nada. 

– Não vai descer? – perguntei vendo que não se mexia. 

– E se eu não passar? 

– Você vai – falei sorrindo e dei um beijo em sua cabeça. – E se não passar... Bom, é só uma prova boba mesmo. 

– Ok...

Foi a última coisa que disse antes de me dar um selinho e sair correndo do carro. 

Não vou mentir que adorei isso, por mais que seja estranho alguém me beijar do nada. Talvez eu devesse pedir ele em namoro... Ou será que ele quer fazer isso? Ou será que ele nem quer isso? Aí meu Deus, será que estamos namorando e eu não lembrava?? 

Ok, se acalma Sasuke, não precisa se desesperar com algo tão simples. É só perguntar... Ou ficar na dúvida pro resto da vida mesmo. 

Na teoria eu teria que ir embora agora e esperar ele me ligar pedindo carona. Mas pra que esperar isso sendo que eu posso ficar aqui na porta até ele sair, não é mesmo? 

Deitei o banco do carro, e lá fiquei, deitadinho lutando para que não dormisse. Até ouvir meu celular tocar e ver o número que brilhava na tela, Karin, é... Acho que eu deveria ter ligado pra ela depois daquele dia.

– Alô alô graças a Deus – falei assim que atendi. 

– Aí não, um beijo e já foi contaminado pelo meu primo? – falou como se fosse a pior coisa do mundo. – Agora voltando ao foco principal... COMO É QUE VOCÊ PEGA O MEU PRIMO E NÃO ME CONTA DEPOIS SEU CORNO???? 

– Sasuke não pode responder no momento, pois está surdo, tente novamente mais tarde – falei com o celular afastado de mim. 

– Eu quero detalhes, emo – falou daquele jeito manhoso de sempre. – Ele beija bem? Não, não me fala, ele é meu primo, não quero saber... Mas... Ele beija? 

– Karin se controla – disse a ela dando uma risada. – E sim, ele beija muito bem... 

– O melhor beijo de toda a sua vida? Foi longo? Quem separou primeiro? Vocês dormiram juntos? Passaram pra próxima fase? Ele já te pediu em namoro? Vão morar juntos? 

– Sim. Sim. Mesmo tempo. Não. Não. Não? Não. – respondi escutando ela bufar. 

– Seu sem graça! – ela disse irritada. – Hm... Isso é estranho... Ele adora fazer coisas, já deveria ter te pedido em namoro... 

Fiquei em silêncio por um momento pensando sobre isso. Se é assim... Por que ele não pediu? De repente, uma voz surgiu na conversa. 

– Karin, cala a boca que eu já tenho planos – Naruto disse ao meu lado com um sorriso. – Esqueci meu celular, tchauzinho. 

E mais uma vez correu para dentro da escola. Eu e Karin ficamos em silêncio por mais algum tempo pensando no que tinha acontecido agora. Ele... Vai pedir? 

– SASUKE UCHIHA SE PREPARA – Karin gritou. – Agora eu tenho que ir... Tenho um namorado sem roupa me esperando no quarto. 

Dizendo isso, que sinceramente, não precisava saber, ela desligou o celular. Nem estranho mais ela falar tudo tão abertamente, também não estranho mais o Naruto falar assim. Afinal, são da mesma família. Me pergunto se os pais dele também eram assim. 

Não sei bem quando, só sei que dormi no carro. Acordei com uma sensação estranha, como se o carro estivesse andando. Abri os olhos lentamente e olhei as ruas passando rapidamente diante meus olhos. Com o susto, dei um pulo dentro do carro, batendo a cabeça no teto. 

– Tá tudo bem? – Naruto perguntou assustado. 

– Ahn... Só me assustei com o carro andando – respondi passando a mão na cabeça dolorida. 

– Foi mal – disse rindo. – Quando cheguei você estava tão lindo dormindo que fiquei com dó de te acordar.

– Tudo bem... Espera... COMO FOI A PROVA???? – perguntei gritando. Ok, convivência demais. 

– MEU DEUS FOI INCRIVEL, EU SABIA QUASE TUDO – gritou de volta. 

– É SÉRIO??! – gritei mais uma vez fazendo Naruto rir. 

– Desde quando você grita tanto? – ele dizia rindo. 

– A convivência com você tá me transformando... Vou parar de andar com você. 

– AH NÃO, PODE PARAR COM ESSA IDEIA – ele gritou e dessa vez fui eu quem começou a rir. 

Minutos depois estavamos em meio ao trânsito. Na verdade, não esperava que fosse estar tão cheio e parado essa hora. Essas pessoas não fazem nada de útil da vida, não? 

Naruto de repente mudou a rota, indo para um lugar que não nos levaria nem para minha, nem para sua casa. Finalmente comecei a prestar atenção e vi que estava começando a chover. Ele parou o carro em uma rua aleatória, que por algum motivo estava vazia e olhou para mim sorrindo. Eu adoro o sorriso dele, mas esse é aquele típico sorriso antes de me pedir algo que eu não vou aceitar. 

– Sas... Vamos pra chuva? – perguntou com um sorrisinho meigo. 

– E se você ficar doente? – rebati esperando que desistisse.

– Por favorzinho... Faço o que você quiser se for comigo – falou juntando as mãos implorando.

– Ok, quero pizza por um mês e que você durma lá em casa amanhã. 

– So vi vantagens nisso – disse saindo do carro. 

Sai junto com o mesmo, não fazia ideia do que deveria fazer. Até que ele começou a pular e correr ao meu redor, como se uma música tocasse em sua mente. Claramente eu não tenho a mesma imaginação que ele, então enquanto ele dançava de um jeito claro, eu apenas observava sorrindo. Ele era lindo, e ficava ainda mais com os cabelos molhados e aquele sorriso de criança estampado no rosto. 

Parou por um momento e olhou pra mim. Provavelmente notou que não conseguia ouvir uma música dentro de mim, já que correu até o carro, ligando a música nele e voltando correndo. 

Tocava "umbrella". Pegou minhas mãos e começamos a dançar juntos. A dança não fazia muito sentido, e talvez não fosse muito bonito nos olhar dançando assim, mas por algum motivo, eu me sentia bem com isso, normalmente eu já teria surtado e me isolado em um canto com vergonha. Mas agora, tudo oque quero fazer é dançar com ele e aproveitar cada segundo ao seu lado. Afinal, ele salvou a minha vida, não só naquele dia da ponte, mas sim todos os dias após isso.