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História Em nome da vingança - Jeon Jungkook - Confissões surpreendentes


Escrita por: hyesie

Notas do Autor


B O A
L E I T U R A!

Capítulo 71 - Confissões surpreendentes


Fanfic / Fanfiction Em nome da vingança - Jeon Jungkook - Confissões surpreendentes

— Você o quê? — Falei mais alto, assustada. — Bateu no Park? Como se encontraram? Jeongguk... Você vai ser processado.

— Que se foda! — Murmurou. — Não é aceitável que ele faça tudo isso e agora saia com as mãos mais limpas do mundo. Não... — negou com a cabeça. O moreno ainda estava nervoso. — Eu tinha que fazer algo por mim, por você e principalmente por nossa filha — encarou o chão. Jeon não queria me encarar agora porque provavelmente não desejava ver a minha expressão de espanto. — Park não tinha o direito de envolver uma criança inocente nessa merda e eu fiz questão de não deixar isso barato — balançava os pés freneticamente. — Aliás, não vou deixar — corrigiu-se. — Ainda há muito a ser feito.

— Você quer ser preso? Quer ser considerado um homem descontrolado e agressivo, um perigo pra sociedade? — Rebati. — Você perdeu a razão, Jeongguk. Não deveria ter batido nele — critiquei. — Ou pelo menos não deveria ter feito isso com tanta força.

— Eu estava puto! — Gritou irritado. Em seguida, fechou os olhos com força e respirou fundo.  — Por favor, não fica me recriminando — pediu mais baixo, tentando se controlar. — Eu não estou bem pra ser contrariado, certo? — Passou a mão pelos cabelos, afastando-os do rosto, e só aí eu notei o quanto ele estava suado. A briga deveria ter sido bem intensa.

— Você tem que lavar bem essas mãos — Marie disse em volume normal, de forma leve. Tudo o que Jeon desejava agora. — Quer que eu te ajude?

— Eu faço isso — intervi rapidamente. — Vou cuidar dele, não se preocupe — sorri de forma breve, forçadamente. — Obrigada por ter trazido o Jeongguk, Marie. Eu consigo imaginar muito bem o que teria acontecido se você não estivesse lá no momento certo.

— É... Eu mandei alguns amigos separarem os dois e tudo deu certo — riu fraco, sem jeito. — Bom, agora que o Jeongguk está em boas mãos... — respirou fundo. — Eu vou embora — sorriu para o mais alto. — Boa noite.

— Muito obrigado, Marie — Jeon disse antes de levantar-se para ir até ela. — Você se comportou como uma amiga verdadeira — um sorriu para o outro. — Eu não vou esquecer disso que fez por mim — aproximou-se um pouco mais e a abraçou. É óbvio que eu me senti incomodada com aquilo e que por esse motivo desviei a atenção para as minhas unhas. Que difícil... — Marcaremos um jantar nos próximos dias, o que acha?

— Eu vou adorar — a sua voz soou mais alegre agora. — Nos vemos — disse antes de me olhar. — Até mais, (s/n).

— Até! — Encarei-a e sorri breve e forçadamente. Logo após, Yuna apareceu para levá-la até a porta e ela se foi. — Você realmente quebrou dentes do Minhyuk?

— Sim — Jeongguk respondeu enquanto caminhava até a mesa de jantar, onde Heeji esperava ansiosamente para ganhar a sua atenção. — E ainda foi pouco. Deveria ter quebrado todos.

— Você pode se dar mal por isso — suspirei. — E a eleição? Não pensou nela?

— Eleição? — Virou-se para me olhar com indignação. — Acha mesmo que eu vou me importar com uma eleição de merda quando descubro que um desgraçado me tirou os primeiros momentos de vida da minha filha? — Falou alto, bem irritado. Droga. Eu não queria que brigássemos, ainda mais na frente de Heeji. — Acha que realmente está tudo bem agora que descobrimos a verdade? Isso pode não ser nada pra você, mas pra mim é extremamente doloroso lembrar do tempo em que estive sofrendo por achar que não era pai da Hee.

— Sinto muito — murmurei. — Você deve ter sofrido bastante mesmo — suspirei, vendo, em seguida, o maior levar Heeji para o seu colo e deixar beijos em suas bochechas. — Mas eu não queria que tivesse perdido a razão desse jeito, Jeongguk.

— Não sou um robô — rebateu com irritação e eu decidi ficar em silêncio a partir dali. Não adiantaria conversar com ele agora. — O seu papai vai te proteger de tudo, ouviu? — Falou para Heeji, acariciando os seus cabelos. — Não vai ser qualquer um que vai mexer na sua vida e sair como se nada tivesse acontecido. Eu não vou deixar.

— Precisamos conversar — falei após alguns minutos observando a interação dos dois. Hee adorava bagunçar os cabelos do pai e ele se divertia com isso.

— Depois — disse sério.

— Vai mesmo ficar me tratando com grosseria? — Perguntei um pouco mais alto, revoltada. — Com a Marie foi só amor, mas comigo... — calei-me ao perceber que deixava o meu ciúme se sobressair.

— Ela não ficou me julgando como você está fazendo.

— Certo... — respirei fundo enquanto massageava as minhas têmporas, exausta. — Você precisa lavar bem essa mão e colocar alguma coisa nesses ferimentos.

— Eu vou tomar um banho e faço depois — entortou a boca após falar. Às vezes se comportava como uma criança birrenta.

Jeon deixou um último beijo na testa da Hee e colocou a mais nova de volta na cadeira, seguindo para o seu quarto em seguida. Enviei uma mensagem para Haneul, para Hisoka e para os pais de Jeongguk informando sobre o ocorrido, mas logo os tranquilizei ao dizer que o moreno estava bem. Depois, segui para o quarto dele após pegar tudo o que era necessário para ajudá-lo com os dedos quando saísse do banho. Deixei Heeji com Boram e durante o trajeto até o cômodo do rapaz, encontrei Yuna no corredor e pedi que ela levasse o nosso jantar para lá. Jeon certamente estava com fome e eu não havia conseguido comer nada até então.

— Jeongguk, eu vim... — interrompi-me ao encontrar o moreno completamente nu no quarto. Eu havia acabado de entrar sem bater, por achar que ele ainda estava no banho, e o moreno estava de costas, porém o constrangimento foi mútuo. — Desculpa... Eu deveria ter batido e... Ah, que vergonha...

— Está tudo bem — disse rápido enquanto recolhia, ainda de costas, a toalha na cama para enrolá-la sobre a cintura e me tirar a visão tentadora da sua bunda firme. Céus! O que estou fazendo? Não posso reparar, não posso. — O que veio fazer aqui? — Virou-se para mim e o meu ar pareceu ficar escasso quando levei a atenção para o seu tronco livre de roupas e brilhante por estar úmido. As tatuagens espalhadas por seu abdômen me prenderam por um momento, mas, por sorte, eu logo percebi que estava secando descaradamente o meu ex-namorado e foquei em seu rosto. — Pode me dizer?

— Eu vim te ajudar com as mãos — a minha voz saiu falha e eu pigarreei antes de continuar. — E aproveitar pra conversar sobre algo importante.

— Não estou com paciência — alinhou os cabelos úmidos para trás e eu me vi presa no movimento. Por que eu não conseguia simplesmente ignorar esse homem? — Você pode deixar as coisas aí. Eu faço o trabalho sozinho.

— Jeongguk, não faz isso — pedi após suspirar. — Eu quero te ajudar.

— Você quer me criticar e eu não estou com cabeça pra me defender agora, então, por favor, me deixa sozinho.

— Tudo bem... Você quer do jeito mais duro? — Coloquei a cestinha com os materiais sobre a sua cama e cruzei os braços. — Ótimo! Será do jeito mais duro!

— Sobre o que está falando? — Franziu o cenho.

— Encontrei o Minhyuk mais cedo e ele confessou que foi o responsável por roubar mais de dois milhões de dólares do meu pai — falei de uma vez, rápido. — Disse mais barbaridades, porém a principal, e mais importante, foi a confissão.

— Como... Como você conseguiu fazer aquele bosta assumir a autoria dos ataques? — Jeongguk me encarou com os olhos bem arregalados, assustado. — Ele realmente confirmou tudo?

— Você já sabia dos ataques ao meu pai, então?

— Sabia, mas não podia dizer nada porque a polícia me deu essa instrução — suspirou alto, acenando negativamente com a cabeça logo depois. — Eu quis te contar por tantas vezes, mas tive medo de parecer um aproveitador ou que a polícia descobrisse e me tirasse da operação.

— Compreensível — bufei. — O que importa é que agora eu sei de tudo e que o Minhyuk confessou.

— Você já sabia do roubo?

— Taehyung descobriu movimentações estranhas nas contas do Park, ligou os pontos rapidamente e...

— O Kim também estava investigando o Park? Por quê?

— Não, não estava. A história é um pouco longa e eu vou te contar assim que você souber da parte que mais interessa, certo? — Jeon assentiu. — Depois que levantamos a suspeita de que o meu pai foi roubado, nós tivemos a felicidade de encontrar aquele merda no mesmo restaurante — soltei de uma vez, ansiosa para falar tudo. — O Minhy...

— Calma aí — me interrompeu. — Você estava com o Taehyung antes de encontrar o Park? — Meu corpo pareceu congelar naquele instante. Droga! Eu me comprometi! — Por qual motivo?

— Estava — falei baixo, quase em um sussurro. — Nos encontramos por acaso. Eu estava almoçando sozinha, já que Haneul não pôde ir comigo, e o Tae passava pelo restaurante quando me viu lá dentro. Foi apenas isso.

— E como chegaram a essa conversa?

— Jeongguk! Você realmente vai ficar me questionando sobre algo tão insignificante? — Rebati alto, nervosa. — Essa é a parte que eu vou te contar depois porque ela não é prioridade agora — bufei e o maior assentiu novamente. — E você sabe que eu e o Taehyung somos amigos.

— Tudo bem, é verdade — suspirou enquanto mexia nos cabelos. — Me desculpe.

— Posso continuar ou você quer estragar o momento de felicidade mais um pouquinho?

— Momento de felicidade? — Ele riu soprado. — A polícia ainda não tem nenhuma prova concreta que dê pra incriminar o Minhyuk — encolheu os ombros. — A única pista é o tal aparelho deixado na casa de um hacker.

— Taehyung gravou toda a conversa, Jeon — falei rápido. — Tem tudo o que precisamos pra prendê-lo. Ele assume que roubou mais do que dois milhões de dólares e que usou o dinheiro pra montar o escritório na casa em que morávamos e mover o processo contra você — chocado e boquiaberto, o moreno sentou-se sobre a cama enquanto me encarava. — A gravação está no celular do Kim e ele quer falar contigo pra arquitetar os próximos passos, até porque o Minhyuk mencionou a sua vingança contra mim e isso pode prejudicar a disputa pela presidência do complexo dois.

— Espera... — Jeongguk respirou fundo e fechou os olhos por um breve momento antes de voltar a me olhar. — Nós realmente temos uma prova concreta contra o Park?

— Temos — sorri largo e isso o instigou a fazer o mesmo. — E foi tão fácil que é até inacreditável. Não fizemos esforço algum — ri. — Eu só precisei chamá-lo de moleque idiota e bobão e ele fez questão de me humilhar.

— Que pesado! — Zombou e nós dois gargalhamos juntos. — Mas essa tática foi pensada? Você e o Kim combinaram algo?

— Não, sequer imaginávamos que ele assumiria tão rápido — dei de ombros. — O Tae começou a gravar quando viu a expressão surpresa do Minhyuk ao ser questionado sobre o roubo.

— Eu preciso falar com o Taehyung agora mesmo — olhou ao redor, em busca de alguma coisa. — Me dá o número do Kim.

— Ele saiu daqui há pouco tempo, é melhor conversar amanhã porque...

— Amanhã eu quero ver o Minhyuk preso, (s/n) —me interrompeu. — Me dá o número do Kim, por favor — insistiu.

— Tudo bem — suspirei ao dar-me por vencida. Eu não conseguia, e talvez não queria, convencê-lo a desistir. — Só que antes eu preciso ver as suas mãos e quero que coloque isso aqui no bochecha direita — peguei a bolsa de gelo que estava dentro da cesta e a estendi na sua direção. O maior bufou, mas não demorou a segurá-la e colocá-la no local machucado. — Mostre as mãos — ordenei e rapidamente fui atendida. — Cortou um pouco, nada sério.

— Eu já sabia — revirou os olhos e mexeu os pés, inquieto. — Vamos, (s/n), eu tenho que falar com o Taehyung logo.

— Deixe de ser apressado, Jeon! — Resmunguei enquanto passava um pouco de gel cicatrizante em seus dedos. — E não tire a bolsa da bochecha até parar de arder.

— Não está ardendo! — Rebateu com o cenho franzido.

— Acha que eu sou boba? — Arqueei uma sobrancelha. — Você tomou um soco e considerando o modo como a sua pele está vermelha, posso dizer com propriedade que foi bem forte — continuei a minha tarefa enquanto falava. — Isso deve estar ardendo muito.

— Você é tão irritante — bufou alto e eu ri antes de encará-lo. — Chata.  

— Olha... Vou ser obrigada a te chamar de bebê — provoquei. — Você de cabelo molhadinho assim e me chamando de chata... Não há outra alternativa— zombei, gargalhando ao ver a sua expressão de revolta. — Vou ligar para o Tae.

— É bom mesmo — cerrou os olhos, mas riu em seguida.

Após uma explicação rápida sobre a demora de Jeongguk, consegui convencer Taehyung a retornar para a nossa casa naquela mesma noite. O advogado disse que estava bem cansado, mas não negou o meu pedido em momento algum. Eu sabia que era uma solicitação bem inconveniente, mas o que poderia fazer? Assim como Jeon, eu também queria muito que Park fosse detido e que pagasse por seu crime logo. Porém enquanto pensava nisso, me vi em um dilema grave: Jeongguk também teria que pagar legalmente pelo crime que cometeu contra a minha família? Afinal, ele contratou um grupo japonês para realizar um assalto milionário! Se a saída fosse essa, eu não precisaria me vingar dele ao tomar a Softway. Mas essa seria a solução adequada? Mesmo? Céus! É tão difícil!

— O Jeongguk não corre risco com a menção à vingança — Seokjin, que foi chamado por Jeon, disse ao ouvir o áudio no celular de Taehyung. — Não há detalhes sobre o que foi feito, então apenas declararemos que foi blefe do Park ou que a vingança foi a compra da clínica — deu de ombros. — A justificativa vai depender de como a situação se moldará a partir de agora.

— A polícia sequer vai dar atenção a isso — Jeongguk sorria abertamente, estava muito feliz. — Park é um hacker profissional e eles estarão com o cara nas mãos. Nada mais vai importar.

— Faz sentido — Tae disse enquanto mexia em seu paletó. — Bom, eu transferi o arquivo pra cá — ergueu um pendrive na direção de Jeon, que rapidamente o segurou. — Você pode entregar pra polícia hoje mesmo, aproveitando-se da ligação que já tem com a investigação.

— Perfeito! — O moreno mais novo comemorou.

— Só quero deixar avisado que eu serei o representante legal do senhor (s/s) nessa ação — completou. — (s/n) me autorizou.

— Sim, é verdade — confirmei. — O Taehyung vai tomar conta de todo o processo.

— O Jin estava disponível, de qualquer forma — Jeongguk disse sério agora. — Mas enfim... É o seu amigo, não é? — Assenti com a cabeça. — Certo.

— Eu já falei com o pessoal do laboratório e consegui dois relatórios que comprovam o ataque hacker aos computadores de lá — Tae disse com todo o profissionalismo que era tão comum da sua parte em momentos como esse. — Também vou precisar do exame que comprova que você é o verdadeiro pai de Heeji — olhou para Jeon. — Um dos relatórios deixa claro que a única alteração feita foi no exame de paternidade de vocês e incluir o novo resultado no processo será apenas mais uma confirmação de que o Minhyuk é um hacker profissional que usou de suas habilidades pra se beneficiar na tal vingança.

— Eu vou fazer isso — Jin disse mais alto, levemente irritado. — Como pôde dar os meus passos?

— Seokjin, com todo o respeito que tenho por sua carreira brilhante, eu devo te dizer que você está sendo muito lento — o Kim mais novo falou com a mesma seriedade. — Você e o Jeon já sabiam que o Park era hacker e que ele era o principal suspeito do ataque, então por que não saíram de lá com todos os documentos necessários para o processo? — Arqueou uma sobrancelha e eu me limitei a rir discretamente. Finalmente encontramos alguém que conseguia pressionar o Jin. — Vocês confiaram muito no que a polícia poderia encontrar e essa não é uma atitude esperta vinda de um advogado.

— Você acha que é melhor do que eu? — Seokjin perguntou com um toque de superioridade.

— Contra fatos não há argumentos — Tae piscou o olho. — Já tenho tudo pronto pra entregar. Na verdade, só preciso do exame verdadeiro agora.

—  Vou buscar pra você — falei ao me levantar do sofá.

—   Esse é um acordo nosso com a polícia — Jeongguk levantou-se também. — Você está de fora, Kim.

— Tudo bem — Tae suspirou alto, cansado. — Não vou discutir com vocês sobre isso, certo? Mas preciso que sejam rápidos pra entrar com o processo da paternidade porque o do roubo que o pai de (s/n) sofreu depende dele pra ser iniciado com a força que eu quero.

— Farei isso amanhã — Jin disse sério.

— Amanhã? — Tae riu soprado. — Porra... Você é preguiçoso, cara? Faz isso hoje! — Levantou-se da poltrona que ocupava e pôs as mãos na cintura, revoltado. — Precisamos de tudo rápido! Você ainda não entende que o Minhyuk pode suspeitar da nossa movimentação e fugir? Ele tem dinheiro pra isso porque roubou!

— Ele tem razão, Jin — Jeongguk disse mais baixo, certamente contrariado por ter que concordar com o Tae. — Faz hoje. Eu vou chamar o delegado e nós vamos garantir a prisão do Minhyuk o mais rápido possível.

— Eu conheço um juiz que pode expedir o mandado de prisão ainda hoje diante das provas — Taehyung falou enquanto mexia no celular. — Ele vai nos dar algumas instruções pra que o processo chegue em suas mãos e pronto. Não será problema algum.

— Acha que apenas você tem contatos? — Jin cruzou os braços, desafiando-o. — Estou nesse ramo há muito mais tempo, garoto. Se enxerga.

— Vocês podem parar de brigar? — Pedi. — Precisamos de união pra que nada dê errado. Sei que podemos estar de lados opostos e que não concordamos em vários pontos, mas agora precisamos nos unir pra tirar o Minhyuk de circulação.

— (s/n) tem razão — Jeon disse. — Vamos trabalhar em equipe pra prender o Park e depois voltaremos ao nosso normal. Combinado? — Os dois advogados se entreolharam, mas assentiram em seguida. — Ótimo!

Após algumas ligações dos três homens, uma grande quantidade de pessoas chegou na minha casa. Confesso que fiquei um pouco assustada quando contei o total de quinze indivíduos, mas logo tratei de dar atenção às conversas e assim me inteirar de tudo o que estava acontecendo e do que aconteceria a partir dali. Dentre os profissionais, policiais locais e até internacionais estavam na minha sala, todos focados em retirar o máximo das informações que tínhamos para que pudessem finalmente incriminar Minhyuk. Duas horas se passaram e, no fim, tivemos uma resposta positiva: Park seria preso nas próximas horas. O que faltava? Bom, eles recolheram o celular de Taehyung para investigar a veracidade do áudio no departamento adequado e iriam passar no restaurante para conferir as imagens das câmeras internas do estabelecimento e assim conferir se tudo batia corretamente. Ao final dessa etapa, as provas seriam apresentadas a um juiz e ele decidiria entre a prisão imediata de Minhyuk ou apenas uma intimação.

— As provas que comprovam o ataque hacker ao laboratório e ao tablet do Hisoka serão entregues por mim logo pela manhã, bem cedinho — Jin disse para um dos policiais internacionais no momento da despedida. — Taehyung vai entrar com o processo do roubo logo em seguida.

— Façam isso ao mesmo tempo, será mais produtivo — o profissional aconselhou. — Avisaremos as novidades ao Jeon assim que as tivermos — nós assentimos. — Senhora, por favor, não esqueça de comunicar ao seu pai o quanto antes — dirigiu-se a mim. — Ele precisa se preparar para o processo.

— Pode deixar — sorri brevemente, nervosa. — Só quero avisar que o Minhyuk é muito esperto, então vocês não podem demorar tanto. Sei que pode parecer ousado da minha parte falar isso, mas eu namorei com ele por alguns anos e só pude conhecê-lo agora. Aquele homem sabe se camuflar muito bem.

— Levaremos em consideração — o policial sorriu minimamente. — Não se preocupe e até breve.

Aflitos, nós quatro observamos todo o grupo ir embora e suspiramos ao mesmo tempo quando nos entreolhamos. Antes de se despedir, Taehyung me deu algumas instruções sobre como e o que eu deveria falar para o meu pai. Jin conversou um pouco com Jeongguk e os dois estavam extremamente sérios, diria até que estavam muito apreensivos. E eu sabia bem qual era o motivo exato. Provavelmente eles tinham medo de que a polícia notasse alguma brecha no que Park falou sobre a vingança e assim encontrasse algo que incriminasse o Jeon no caso dos consoles. A questão é: será que eu devo aproveitar esse momento para me vingar de um modo mais “correto”? Ah, (s/n), você está tão confusa... Essa viagem para Busan embaralhou ainda mais a sua cabeça.

— Está nervosa também? — Jeongguk riu fraco, assustando-me por falar de repente. — Todos já foram embora e você continua pensativa aqui no meio da sala.

— É, eu estou nervosa — menti. O meu pensamento era preenchido apenas pela possibilidade que tinha nas mãos. Eu deveria agir contra o Jeon nesse momento? Seria a melhor alternativa? — Só isso — céus... Por que é tão difícil?

— Bom — encolheu os ombros —, agora só nos resta aguardar as novidades e torcer pra que aquele bosta não perceba nada e não fuja do país.

— É... — concordei enquanto encarava um ponto fixo no chão.

— Vamos ver a Hee? — A sua pergunta me fez encará-lo.

— Ela está dormindo — ri. — Não seja tão pegajoso — zombei. — A pobrezinha precisa descansar um pouco de você.

— A minha filha me ama — cruzou os braços. — Mas... E se ela acordou e está quebrando o berço inteiro? — Me olhou com receio e eu não segurei a gargalhada. — É sério. A Hee é bem agitadinha, você sabe.

— Heeji tem que ser muito ninja pra conseguir quebrar tudo sem fazer barulho — o maior riu junto a mim. — Mas vamos, sim — suspirei após levantar do móvel. — Eu preciso ficar perto dela pra relaxar um pouco.

— É exatamente o que eu preciso agora — sorriu. — Vem — segurou a minha mão e me puxou para que pudesse me abraçar de lado, pelos ombros. — Vai dar tudo certo e nós vamos resolver isso da maneira mais correta, que é com a polícia — nos olhamos e o sorriso confiante me fez retribuí-lo. Subimos juntos e entramos silenciosamente no quarto da menor, que dormia segurando o seu boneco preferido. — Ela está crescendo tão rápido... — Jeon falou enquanto ia até o berço para observá-la de perto. — Daqui a pouco completa dois aninhos, começa a dormir em uma cama, vai pra escola, faz amigos... — suspirou com pesar, angustiado. — Passa tão rápido e eu perdi tanta coisa. Nunca vou perdoar o Minhyuk por isso — negou com a cabeça. — Ele tirou de mim a única coisa que me faria verdadeiramente feliz naquela época, que me daria forças pra enfrentar qualquer coisa que viesse e que me arrancaria daquele buraco.

— Você não precisa ficar pensando nisso — aconselhei. — Agora tem todo o tempo do mundo com a Hee e deve aproveitar isso — toquei o seu ombro. — Você não estava presente no primeiro aniversário dela e isso é triste, eu sei, mas vai estar no segundo. Não é incrível? — Ele assentiu sorridente. — Então! Pense assim, Jeongguk — fiz um breve carinho no local. — Você tem muitos momentos lindos pra viver ao lado da nossa filha.

— É... — esticou-se para acariciar o rosto da mais nova, deixando um beijo na sua testa antes de voltar à posição inicial. — Eu vou aproveitar todos. O máximo que puder.

— Isso, faça isso — sorri largo, ansiosa para vê-los juntos mais vezes. E ao responder e sentir aquilo, uma decisão definitiva havia sido tomada: eu não poderia denunciar Jeongguk e ser a responsável pela prisão do pai da minha filha. Heeji cresceria sem a presença da pessoa que tanto ama e eu também não conseguiria carregar a dor de privá-lo da liberdade. Deveríamos conversar sobre o assunto, eu preciso saber o que Jeon sente. Queria olhar em seus olhos e ouvir o que tinha para dizer, mas precisava que ele tivesse coragem para tal. — Vocês se amam muito, é uma relação muito bonita.

— Sabe o que é mais animador? — Seu sorriso dobrou de tamanho. — É que quando eu pensava em ter filhos, criava uma ideia exatamente da forma como a Heeji é — riu. — Eu queria uma criança alegre, bagunceira, esperta, fofa, inteligente e principalmente que me achasse o cara mais legal do mundo inteiro — voltou a observar a menina. — Ela é exatamente assim. A Hee é a filha que eu sempre quis ter.

— Bom... Retirando a parte do bagunceira, eu também queria uma filha assim — nós dois rimos. — Ela é a melhor coisa que aconteceu na minha vida — confessei após suspirar. — Eu a amo muito e faço qualquer coisa pelo seu bem-estar. Heeji é o que mais importa.

— Eu também penso assim — acariciou a bochechinha avermelhada da mais nova. — Qualquer coisa por ela — sorriu e nós ficamos em silêncio por algum tempo, ambos com a atenção na bebê. — Sabe o que me intrigou sobre o Minhyuk?

— O quê?

— Quando eu o acusei de ter hackeado o sistema do laboratório, ele negou veementemente — nos olhamos ao mesmo tempo. — Disse que não fez nada, que não traria pra si uma responsabilidade como essa e que vingança alguma seria capaz de fazê-lo ter um filho contigo, mesmo que fosse de mentira.

— Sério? — Arregalei os olhos, realmente surpresa. — Ele disse isso? — Jeon assentiu. — Mas... Como pode? — Franzi o cenho. — Só pode ter sido o Minhyuk, não há outra pessoa com qualquer outro motivo.

— Ele ficou realmente assustado quando falei do ataque hacker — Jeon entortou a boca. — Park disse que a sua teoria era de que as nossas amostras tivessem sido trocadas por engano, mas que nunca imaginou que fosse proposital — negou com a cabeça antes de bufar. — Dissimulou. Ainda falou que estava extremamente feliz por não ser o pai da Hee.

— Mas isso é intrigante — murmurei. — Do jeito que anda, Minhyuk certamente assumiria a autoria do ataque. Ele está muito confiante, não tem medo de nada e não perderia a oportunidade de rir de você ao afirmar que fez aquilo.

— Foi o que eu pensei — pressionou os lábios, sentando-se no chão do quarto de Heeji em seguida. — Na verdade, tomei um susto rápido quando não tive a confissão daquele merda. Esperava por palavras rancorosas e até insultos, mas não — encolheu os ombros. — Recebi um Minhyuk assustado e confuso, que me perguntou várias vezes se o que eu dizia era verdade.

— Estranho...

— Ele também falou que não brincaria com a mãe.

— Como? — Repeti o seu ato e sentei no chão, de frente para o maior.

— Park disse que aquela velha queria muito ser avó e que não causaria tanta tristeza a ela apenas por causa do ódio que sentia de nós dois — riu fraco. — Ele falou que a mãe ficou eufórica quando soube que seria avó, que comemorou bastante.

— Ela não sabia do ataque, então?

— Não — negou com a cabeça para reforçar. — Minhyuk falou que ela ainda não está recuperada da notícia, que sente muito por Heeji não ser a sua neta.

— Pelo menos ela gostava da Hee — suspirei, dando de ombros. — É uma parte boa daquela cobra.

— Por que diz isso? — Riu. — Você gostava dela, pelo que lembro.

— Acredita que a velha ajudou o Minhyuk a me enganar? — Cruzei os braços e isso certamente foi um dos motivos que fizeram Jeongguk rir alto. Por sorte, Heeji tinha o sono bem pesado. — É sério.

— Eu sei que é, mas te ver chamando a velha dessa forma é muito bom — rendi-me ao riso também. — Como descobriu?

— Park.

— Ele está realmente muito confiante — bufou, apoiando a cabeça na parede atrás de si. — Mas amanhã tudo estará resolvido.

— Espero — ficamos calados por mais alguns minutos, pensativos.

— Mas a velha te enganou direitinho — disse de repente, me olhando com divertimento. — Você até a escolheu — gargalhou ao me ver revirar os olhos. — Eu não esqueço.

— Para de falar disso.

— Mas não foi a verdade? — Agora foi a sua vez de cruzar os braços. — Você não ficou comigo porque o Minhyuk precisava da sua ajuda com ela.

— Aquele desgraçado me fez acreditar que eu deveria ajudá-lo em troca de todo o apoio moral que me deu — bufei alto, impaciente. — Veja só... Fui manipulada mais uma vez — neguei com a cabeça e o moreno logo ficou sério, certamente ao lembrar-se de que já me manipulou muito um dia. — Eu acho que o Park quis fazer o mesmo contigo ao falar que a mãe gostava tanto da Hee — encolhi os ombros. — Talvez seja mentira e ele está usando o lado sentimental como tática novamente.

— Será? — Assenti.

— E pode ter certeza de que se você for perguntar, a velha vai confirmar tudo o que o filho disse.

— Sinto muito.

— Tudo be...

— Você já foi tão magoada e eu realmente não entendo o motivo que te faz continuar passando por momentos difíceis — me interrompeu e suspirou. — Quero que você seja feliz, (s/n). Quero que se livre dessa maldição de homens idiotas e que possa amar e ser amada do modo que merece — falou com seriedade, olhando-me nos olhos do modo que eu tanto precisava. Era claro que cada palavra estava sendo dita com muito carinho. Eu podia ver. — Não desista nunca. A sua hora vai chegar e eu vou finalmente me sentir bem quando isso acontecer.

— O que quer dizer com isso? — Instiguei.

— Você vai entender no momento certo — sorriu fechado. — Eu iria te contar naquele dia que me levou ao hospital, mas...

— Mas eu não deixei — completei. — Você estava muito mal e eu não permitiria que morresse na minha frente por causa de qualquer coisa que tenha feito.

— Que morresse — sussurrou. — Pelo menos teria contado.

— E a Heeji? — Questionei. — Eu já estava grávida da nossa filha — lembrei e o maior sorriu largo. — Deixaria que ela crescesse sem o pai?

— Nunca! — Falou mais alto.

— Então não fale besteira — repreendi. — Você deveria aproveitar esse momento pra me contar, o que acha? — Ele me olhou com receio. Vamos, Jeongguk, fale a verdade de uma vez. — Seja forte. Diga.

— Você parece já saber ou imaginar o que é — franziu o cenho, engolindo em seco logo depois. — Eu já tinha pensado nessa possibilidade, mas ignorei porque achei um pouco surreal — respirou fundo e eu fiz o mesmo. Nós dois estávamos nervosos. — Você já sabe, (s/n)?

— Se soubesse, não te perguntaria — rebati, mentindo descaradamente. Eu precisava que Jeongguk criasse coragem para me contar tendo como motivo o seu desejo de ser honesto com os nossos sentimentos. E ele teve coragem para executar o plano, não teve? Pois bem. — E então?

— Não posso — respondeu rápido e suspirou. — Já é tarde pra falar disso e eu não quero ter que ficar longe da minha filha.

— Eu não faria isso, você sabe — observei o maior levantar-se com pressa. — Está fugindo.

— Não posso, (s/n) — o medo estava evidente até em seu tom de voz. — Não dá.

— Então arque com as consequências dos seus atos — falei enquanto também me levantava. Onde estava aquele novo Jeongguk que quer se redimir? Eu precisava dele agora! — Eu vou considerar o fato de você ser o pai da Hee até certo ponto — o maior me olhou por um tempo, mas logo suspirou e encarou a filha. — Há coisas que não podem ser simplesmente apagadas após o perdão.

— Vá em frente — ele murmurou antes de me encarar com aqueles olhos lindos já marejados. — Faça o que tem que fazer — disse firme. — Eu mereço.

— Você precisa de terapia — concluí assustada, embora soubesse que o moreno já frequentava algumas sessões. Por que Jeon pedia que eu o atacasse? — Todos os dias.

— Nunca estive tão bem, pode acreditar — sorriu e a ação fez com que poucas lágrimas caíssem por suas bochechas. — Eu só não vou suportar ficar longe da Hee.

— Boa noite, Jeongguk — me despedi após negar com a cabeça, frustrada.

Como ele conseguia sair do estado de homem confiante que quer um novo começo para um homem covarde que não consegue sequer dizer para a ex-namorada que foi capaz de montar um plano para deixá-la sem dinheiro? Eu sabia que era complicado de contar, mas custava tentar novamente? Custava facilitar um pouco para mim? Eu estava indecisa sobre continuar ou não com a minha revanche e isso me ajudaria a tomar uma decisão, mas agora foi tudo por água abaixo. Enquanto saía do quarto, pude ouvir um fungar e respirei fundo antes de cruzar a porta. Eu não iria ampará-lo. Jeongguk sabe muito bem o que fez e teria que lidar com os seus arrependimentos até ter coragem para enfrentá-los. Eu tenho certeza de que ele teve muitas chances de interromper o ataque ao patrimônio da minha família e, no entanto, optou pelo caminho mais cruel.

Não importa quanto tempo passasse, Jeon nunca entenderia que eu fui a sua única parceira e que ele poderia ter contado comigo para tudo. Se ele tivesse me dito que havia entrado em contato com o Tanaka em um momento de muita raiva e que havia a possibilidade de não conseguir cancelar o acordo, eu o perdoaria – porém pediria um longo tempo para pensar sobre o nosso relacionamento – e ainda tentaria ajudar para que tudo se resolvesse da melhor forma. Mas não. Jeongguk preferiu agir sorrateiramente e me dar um golpe, então, sim, o meu ex-namorado de fato queria ter algum poder sobre os bens do meu pai.

— Alguma novidade? — Questionei enquanto me sentava para tomar café da manhã. Jeongguk estava sentado ao lado de Heeji na mesa e alimentava pacientemente a mais nova, que sorria para o pai entre uma garfada e outra de banana. — A polícia já conseguiu o mandado?

— Conseguiu — Jeon respondeu ainda concentrado na filha. — Eles foram até a casa dos Park, mas não o encontraram.

— E o que farão agora?

— Estão atrás da Hari.

— Será que fugiram, Jeon? — O moreno finalmente me encarou e eu pude ver a preocupação em seu rosto. — Céus...

— Só nos resta esperar — encolheu os ombros. — Por via das dúvidas, eu queria que você ficasse em casa hoje — suspirou. — Park pode ter visto a polícia e talvez queira ir atrás de você pra te pressionar ou algo pior.

— Tem razão — engoli em seco, nervosa. Será que eu realmente corria um perigo sério? — Vou falar com o Jisub.

— Eu já falei e ele disse que você estava liberada se quisesse — voltou para a sua tarefa em uma tentativa clara de fugir da minha bronca. Mas como repreendê-lo por um ato tão protetor? Era impossível.

— Obrigada — falei e o maior me encarou assustado. — Você foi muito gentil.

— Fui? — Arqueou as sobrancelhas e eu fui obrigada a rir. Tão fofinho... — Por nada, então.

— Senhor Jeon — uma das funcionárias da casa surgiu repentinamente. — Um policial o aguarda na sala — assim que a mulher terminou de falar, o moreno e eu nos entreolhamos com surpresa.

— Será que pegaram o Park? — Questionei ansiosa.

— Vem comigo — levantou-se da cadeira e pegou Heeji no colo. Caminhamos lado a lado até a sala de estar e encontramos o homem fardado de pé em frente ao sofá. — Como vai, Phillip?

— Radiante, Jeon — ele sorria. — Pegamos o Minhyuk — ao ouvir aquela notícia maravilhosa, suspirei alto e logo fui acompanhada por Jeongguk. Que alívio! — Ele estava no meio de um procedimento odontológico — riu soprado. — Colocava implantes quando invadimos o local.

— Implantes? — Arregalei os olhos e Jeon riu. — Então... Foi verdade? — Encarei-o.

— Alguém o agrediu seriamente — o profissional respondeu.

— Pra aprender a ser homem — Jeongguk disse enquanto balançava uma Heeji sonolenta em seu colo. — E ainda foi pouco.

— Ele negou todas as nossas acusações de início, mas assumiu a autoria do roubo ao seu pai depois que mostramos as imagens da câmera do restaurante e o áudio de confissão — o homem disse olhando para mim. — Porém o Minhyuk continua falando firmemente que não hackeou o laboratório. Park diz que nunca trapaçaria pra se dar mal e ser o genitor da menina significaria isso. A alegria que demonstrou quando descobriu ser o pai biológico foi totalmente fictícia.

— E vocês acreditaram nessa desculpinha de merda? — Jeongguk questionou irritado.

— Pelo perfil que traçamos dele, sim — suspirou. — Foi outra pessoa, Jeon. A maneira de agir do Park é totalmente diferente do modo que atacaram o servidor do laboratório. Minhyuk ataca em minutos, não em dias.

— Então, tudo indica que foi outra pessoa? — Perguntei. — Mesmo?

— Sim — nos olhou alternadamente. — Vocês possuem outro suspeito? Alguém que se beneficiaria com a troca dos resultados?

— Não — Jeongguk disse firme. — Não que eu lembre — bufou. — Minhyuk deve estar tentando despistar.

— Eu também acho — cruzei os braços buscando controlar o nervosismo. — Tem certeza de que não foi o Park?

— O padrão é outro, senhora — o homem suspirou mais uma vez. — Se for o Minhyuk, ele mudou drasticamente de tática apenas pra não ser ligado ao crime do roubo e do laboratório, caso fossem descobertos ao mesmo tempo.

— Mas por que ele confirmaria um e negaria o outro se está assumindo tudo o que fez? — Jeongguk apontou. — Está muito bagunçado, não dá pra confiar em nada — o moreno acenou negativamente com a cabeça e logo um toque desconhecido de celular ecoou na sala.

— Com licença — o homem retirou o seu aparelho do bolso da calça e distanciou-se para atender a ligação.

— O que você acha? — Questionei quando ficamos a sós. — A atitude do Minhyuk está muito esquisita e simplesmente não há outros suspeitos.

— Acho que deveremos observar melhor as coisas ao nosso redor — Jeon suspirou alto. — Se não foi o Park, quem fez isso? Não faz sentido — levou uma das mãos até os cabelos para puxá-los. — Se não temos suspeitos, então há uma incoerência gigantesca e nós temos que descobri-la antes que outra coisa ruim aconteça.

— Senhor Jeon! — Phillip retornou com o celular nas mãos. — Você não vai acreditar!

— O que houve? O Park assumiu? — Jeongguk disparou.

— Não, mas... Pegamos o primo do Minhyuk — o profissional sorria. — O que é um imenso avanço.

— O primo? — Perguntei surpresa. — Por quê? O que o rapaz fez?

— Vocês vão ficar chocados, mas o Park fazia parte de um grupo extremamente bem organizado que invadia contas bancárias pelo mundo.

— Eu já sabia disso — Jeongguk falou antes de bufar.

— Mas tenho certeza de que não sabia quem era o tal parceiro do Park.

— O primo dele? — Jeon tinha os olhos arregalados, realmente surpreso. — Mas o parceiro não era o dono da... — calou-se assim que o policial ergueu a tela do celular na sua direção. — (s/n)... — o moreno franziu o cenho. — Esse cara é familiar...

— Posso ver? — Perguntei e rapidamente tive o celular virado para mim. — Não pode ser! — Falei alto, surpresa. — Esse é o Jooman! — Reconheci o rapaz em poucos segundos. Na fotografia, ele estava algemado dentro de uma cela da delegacia. — Lee.

— Exatamente — o policial confirmou.

— Jooman? — Jeongguk se aproximou de mim. Heeji agora tinha a cabeça apoiada em seu ombro direito, quase rendendo-se ao sono. — O mesmo Lee Jooman?

— Lee Jooman — falei baixo, em choque. — O meu parceiro de aulas práticas na faculdade... É primo de Minhyuk.

— Mas Lee Jooman é o nome do dono da Jpeetch — Jeon rebateu. — Que emaranhado de informações!

— Não é tão confuso, senhor Jeon — o mais velho riu. — Não está reconhecendo o rapaz? — Aproximou o aparelho do rosto do moreno. — A Goeun não mostrou nenhuma foto dele?

— Não — ele pressionou os lábios, descontente. Em seguida, me olhou e franziu o cenho. — Então Lee Jooman, o dono da Jpeetch, é o mesmo cara que fez dupla contigo na faculdade, que denunciou o estúdio e que ainda por cima é primo do Minhyuk? — Assenti lentamente, tentando captar cada informação. Nossa! Era muita coisa!

— E também é o tal amigo misterioso com quem Park se encontrava alguns dias da semana. Os dois são muito unidos, pelo que descobrimos — o homem à nossa frente acrescentou. — Eles estavam juntos no esquema das invasões e agora está explicado o motivo que fez o Minhyuk ter subido de cargo tão rápido na empresa de fachada do primo.

— De fachada? — Jeongguk quase gritou a pergunta. — A minha maior concorrente nesse país não é uma empresa séria?

— A Jpeetch é acusada de lavagem de dinheiro, senhor Jeon — ele riu ao nos ver com os olhos arregalados, chocados. — Olha... — encolheu os ombros novamente. — Esses priminhos são responsáveis por tanta sujeira que se vocês soubessem, ficariam tensos simplesmente por ter estado perto deles durante tanto tempo. Se apenas respirar ao lado do Park ou do Lee, você já perde alguma coisa — brincou, rindo sozinho. Jeon, assim como eu, estava paralisado. — São dois bandidos muito espertos que estão sendo pegos pela primeira vez.

— Céus... Eu... É muito difícil de acreditar — murmurei. — Jooman e Minhyuk? Como? Por quê?

— É realmente difícil de compreender — Jeongguk suspirou. — Eu só queria uma explicação coerente que me fizesse parar de pensar que sou um idiota completo — pressionou os lábios antes de continuar. — Minhyuk esteve fingindo nesse tempo inteiro e eu não fui capaz de ver dois palmos à minha frente.

— Porque estava focado em outras coisas — rebati. — Mas você, assim como todos nós, não tinha a obrigação de descobrir nada — tentei tranquilizá-lo. Tudo o que menos precisávamos era nos sentir culpados pela maldade dessa família. — Ninguém fazia ideia de que Park era perigoso. Não poderíamos imaginar.

— Bom, faremos um interrogatório com o Lee e depois juntaremos os dois em uma sala — o profissional avisou. — Se quiserem, estão convidados a comparecer.

— Nós queremos! — Jeon falou rapidamente. — Vai ser bom pra entender o que aconteceu e pra fecharmos esse capítulo de uma vez por todas.

— É verdade — respirei fundo, buscando coragem para finalmente saber de tudo o que andou acontecendo sem que eu sequer desconfiasse. — Vamos deixar a Heeji com os seus pais?

— Será uma ótima oportunidade pra eles se aproximarem — o moreno olhou para filha e sorriu. A menina se aninhou ainda mais em seu colo. — Nós voltaremos logo, bebê. Eu prometo.

Durante o caminho até a casa dos pais de Jeongguk, liguei para Taehyung e o informei sobre o que aconteceria na delegacia. Jeon pediu que eu também falasse com Jin e, assim como o Kim mais novo, ele insistiu para estar presente no depoimento. Ao chegarmos na residência do casal, Heeji foi animada para o colo do avô e bateu palmas de alegria ao ver a avó se aproximando dos dois. A felicidade era muito nítida em suas reações. No momento de irmos embora, Hee nos olhou com profundo interesse e nos chamou com as mãozinhas, quase nos induzindo a desistir de qualquer compromisso quando um biquinho lindo se formou em seus lábios. Gukkie caminhou rapidamente até ela, encheu as suas bochechas de beijos e correu até o carro.

— Ele fugiu pra não ver a filha chorando — a minha ex-sogra comentou, fazendo-nos gargalhar. — Hee, você tem um pai muito sensível.

— Jeongguk é um pai incrível, o melhor de todos — elogiei e o seu sorriso aumentou, claramente orgulhosa. — Comporte-se, Heeji — beijei a testa da mais nova e me afastei. — Os nossos celulares estarão ligados, então liguem se precisar de alguma informação.

Após deixar mais um beijo na minha filha, caminhei até o carro e ri ao escutar repentinamente a gargalhada da bebê. Depois disso, tive a certeza de que ela estava à vontade e que iria se divertir muito com os avós paternos. Entrei no veículo e contei o que havia acontecido para Jeongguk, que já estava no volante. O maior arregalou os olhos, surpreso pelo que ouviu, e revelou estar chateado pela traição da mais nova, que, de acordo com ele, deveria contar os minutos para vê-lo de novo. E entre resmungos e bufares, Jeon dirigiu até a delegacia e me acompanhou até a sala do delegado, onde encontramos os nossos advogados.

— Pronta? — Tae perguntou enquanto seguíamos um policial pelos corredores.

— Não — nós rimos. — Tenho medo do que vou escutar. Nunca imaginaria que o Jooman é primo do Minhyuk e que os dois são hackers.

— Compreendo.

— Eles já foram interrogados separadamente e agora ficarão frente a frente — Jin, que caminhava ao lado de Jeongguk, disse. — Nós estamos indo para uma sala reservada e não seremos vistos e nem ouvidos.

Entramos no lugar destinado aos policiais que assistem e analisam as reações dos suspeitos e ocupamos a primeira fileira de cadeiras dali. Eu fiz questão de sentar ao lado Jeongguk porque sabia que nós dois precisaríamos do apoio um do outro agora, pois fomos os mais prejudicados pelas ações desses bandidos e nada melhor do que estarmos juntos no momento de ouvir tudo o que aconteceu. Quando nos acomodamos, olhei para a imagem que a televisão presa à parede exibia e suspirei alto ao reconhecer Minhyuk algemado. O loiro tinha as mãos unidas e presas sobre a mesa e estava cabisbaixo. De frente para ele, Jooman exibia um sorriso lateral de aparente satisfação enquanto encarava o primo.

— Lee parece estar confortável — Jeon comentou. — Confiante.

— No seu interrogatório individual, ele contou todos os detalhes de como agia — um policial falou. — Pelo que percebemos, adotou a opção de confessar o crime pra obter benefícios — deu de ombros. — Lee e o advogado tiveram uma conversa longa antes de iniciarmos a conversa.

— Faz sentido — Jin disse. — Nessa situação, ele se sairá muito melhor se assumir e colaborar com as investigações.

— E o Jooman é o líder, então não há quem proteger — Tae disse enquanto dava de ombros. — Também já percebemos que ele pouco se importa com o bando.

— Vai começar — o oficial apontou para a televisão e a nossa atenção foi para o aparelho. — Silêncio, por favor.

— Como sabem, temos todas as provas necessárias pra incriminar os dois — uma mulher disse assim que entrou na sala em que eles estavam. — O que tínhamos já era suficiente, mas as buscas nas casas de vocês nos renderam muitos prêmios.

— E por que estão fazendo isso aqui? — Park questionou alto, nervoso. — Se já têm provas contra nós dois, por que insistem em nos interrogar?

— Está com medo de algo, senhor Park? — Ela foi direta, encarando-o firmemente. A profissional era muito boa, pelo jeito. — Está? — Insistiu quando não obteve resposta.

— Eu quero ir embora logo, apenas isso — abaixou a cabeça de novo. Covarde. — A minha mãe chegará daqui a pouco com a fiança e eu vou responder em liberdade.

— Responder em liberdade? Um crime internacional? — A mulher riu. — Acha que há fiança no caso de vocês? Sério?

— O Park é mesmo um burro — Jooman disse enquanto negava com a cabeça. — Não se surpreenda tanto, doutora, ainda escutará outras atrocidades mais assustadoras saindo dessa boca.

— Quer começar, senhor Lee?

— Estou às ordens — o moreno sorriu ladino. — Pode perguntar, oficial.

— Como iniciaram tudo isso? Qual foi o motivo que fez vocês se unirem pra roubar contas bancárias?

— Eu prefiro iniciar por outra pergunta — Jooman tomou fôlego para continuar. — Posso começar dizendo o motivo que nos uniu há muito tempo — disse de forma provocativa e o loiro à sua frente ergueu a cabeça para encará-lo com espanto. Lee riu. — Não me olhe assim. Eu vou contar.

— Nós combinamos — Park sussurrou, porém os microfones da sala captaram facilmente. — Não.

— Você me traiu! — O outro gritou. — Eu não tenho motivos pra ser leal agora, Park. Deveria ter pensado nisso antes, mas você é burro demais até pra prever o óbvio.

— Mas...

— Tudo começou quando Minhyuk estava em uma situação financeira bem complicada — Jooman interrompeu o rapaz. — Os pais dele estavam zerados e até cogitavam a ideia de vender a casa que moravam, o único bem da família. O senhor Park insistia pra que o filhinho idiota arranjasse um emprego, mas esse garoto lindo encontrou um meio muito melhor de fazer dinheiro — riu soprado. — O meu querido primo lembrou de um desafeto da sua época de escola e aproveitando-se da boa relação que fazia parecer ter com a moça, decidiu pedir uma grana emprestada ou quem sabe até um emprego ao pai dela, que era muito rico.

— Você não tem o direito de contar algo da minha vida! — Park falou mais alto, revoltado.

— Mas você me envolveu nessa merda, Minhyuk! Eu te ajudei no que pude e você me traiu, seu filho de uma... Ah, droga! — Bateu na mesa com as duas mãos, bem irritado agora. — O meu primo iria se aproximar da (s/n), mas desistiu quando viu que ela ainda continuava com Jeongguk. O seu antigo melhor amigo não deixaria que a namoradinha emprestasse um dólar sequer à família Park porque conhecia todos eles suficientemente bem pra ter a certeza de que ninguém teria dinheiro pra repor qualquer quantia. Nem em mil anos.

— Cala a boca, Jooman!

— Fala você, então! Abre essa boca, seu burro! — Gritou, insistindo em chamá-lo daquela forma. Eu estava tão surpresa que não consegui reagir, a minha única atividade era ouvir tudo com atenção. — Eu estou tentando o melhor pra mim e você deveria fazer o mesmo, porra!

— Colaborar com as investigações é a melhor saída, senhor Park — a oficial disse despreocupadamente. Como ela conseguia ficar tão calma diante daqueles dois homens enfurecidos? — Siga o exemplo do seu primo.

— Jeongguk sabia das condições dos meus pais e certamente falaria pra (s/n) que nunca conseguiríamos pagar um empréstimo tão alto, então eu precisava vigiar aquela desgraçada pra encontrá-la sozinha e assim pedir o dinheiro — Minhyuk finalmente começou a falar e o aperto no meu peito aumentou. Eu ajudei todos eles. Como esse idiota tinha coragem de me chamar assim? — Eu não queria trabalhar. Só queria a grana.

— Filho da puta... — Jeongguk murmurou. — Miserável.

— Eu a seguia por todos os lugares e ela sempre estava com alguém — bufou alto, negando com a cabeça logo depois. — Aquela vagabunda da Haneul parecia um carrapato, não saía de perto.

— Desgraçado — vociferei, recobrando a capacidade de reação ao ouvir o nome da minha amiga.

— Eu não podia correr aquele risco, entende? — Olhou para a policial. — Não dava pra pedir a grana, criar alguma mentira, implorar pra que (s/n) não dissesse ao Jeon e no fim de tudo a amiguinha dela contasse ao meu amigo e estragasse a minha única chance de levar dinheiro pra casa.

— Esse merda podia ter ido trabalhar! — Falei alto, tomada pela revolta. — Qual é o problema de fazer isso?

— Minhyuk sempre foi um preguiçoso — Jeon disse. — Sempre.

— E o que fez? — A investigadora perguntou. — Como driblou esse obstáculo?

— Conversei com o Lee e nós chegamos à conclusão de que eu precisava saber de tudo da rotina da (s/n) antes de me aproximar — contou rapidamente, sem qualquer receio. — Eu deveria ser o cara mais legal do mundo e isso não aconteceria se não tivesse uma ideia de como ela estava depois de alguns anos separados.

— Minhyuk me pediu uma ajuda pra monitorar a garota dentro da clínica, já que ele não podia ter acesso, então eu só aproveitei o meu título de recém-formado em odontologia e me candidatei a ser um tipo de monitor da turma da (s/n) — deu de ombros. — E foi muito fácil ser a dupla dela depois disso.

— O Jooman disse que ainda restava um buraco no dia a dia da (s/n) e eu fui atrás — Park suspirou. — Eu a observava na rua e na faculdade, ele fazia o serviço na clínica, mas e o estúdio ilegal?

— Estúdio ilegal? — A oficial franziu o cenho. Assustada, olhei para Jeongguk e vi o maior engolir em seco. — A senhora (s/n) fazia parte de um? — Levei a minha mão até a de Jeon e a apertei firmemente em um aviso claro de que estava ali para apoiá-lo.

— Não, pelo menos eu acho — Minhyuk deu de ombros. — O Jeon era um frequentador do local e a (s/n) ia até lá pra encontrá-lo, é a única coisa que sei — recostou-se na cadeira. Era óbvio que ele sabia de tudo, mas que não poderia dizer nada por causa de Hari. — E foi observando aquele ambiente de longe que eu conheci a minha atual namorada.

— Ela fazia parte do grupo de amigos da (s/n)?

— Não — o loiro riu fraco. — As duas não se gostavam. Hari era amiga de Jeongguk.

— E queria dar pra ele também — Jooman completou sem muito interesse. — Vivia correndo atrás e o cara foi um guerreiro por ter resistido — riu. — Se fosse comigo, eu teria dado o bote.

— Veja como fala! — Park gritou. — É a minha namorada!

— A sua namorada que transou com o Jeongguk por seis vezes em um mesmo dia, não foi? — Falou mais alto e todos nós tínhamos os olhos arregalados agora. Calma aí... Seis? — Matou toda a vontade que guardou por um longo tempo.

— Não foi uma vez? — Olhei para Jeon e o rapaz estava ainda mais pálido. — Você mentiu pra mim?

— Ouviu a parte que o Jooman falou que foi no mesmo dia? — Perguntou baixo após me olhar. — Eu estava drogado, tinha energia pra qualquer coisa. Não fiz aquilo porque estava consciente.

— Que vergonha... — murmurei enquanto negava com a cabeça, decepcionada. Lembrar daquela época era um problema.

— Jin, certifique-se de que isso ficará apenas entre nós — o moreno pediu e o seu advogado assentiu como resposta. — Eu me arrependo do que fiz naquele dia, acredite — disse baixo, perto do meu ouvido, para que apenas eu ouvisse.

— Não importa mais — desfiz o contato da minha mão com a sua e ouvi o seu suspiro cansado. — Vamos levar a nossa atenção ao acerto de contas dos dois porque é muito mais útil agora.

— Não fala assim.

— Jeongguk, por favor — pedi. Minhyuk já falava outras coisas e eu não poderia perder o foco. — Vamos ouvir.

— Então eu me aproximei da Hari por causa de assuntos em comum — o loiro concluiu o que falava. — Passamos uma tarde inteira conversando sobre jogos — sorriu. — Eu esqueci de tudo. Foi realmente especial.

— E ela o traiu com o Jeon — Lee zombou antes de gargalhar. — Muito amor envolvido.

— Continuando... — Park lançou um olhar mortal para Jooman. — Eu não contei as minhas intenções pra Hari e isso facilitou a obtenção de informações sem que ninguém sequer desconfiasse de algo.

— E quando se aproximou da senhora (s/n)?

— Eu estava prestes a desistir — entortou a boca e negou com a cabeça. — Hari havia me estimulado a arranjar um emprego pra construirmos um futuro juntos, mas ela não saía daquele estúdio — suas mãos, que ainda estavam sobre a mesa, fecharam-se firmemente. — Fazia questão de continuar perto do Jeon e isso foi me irritando, mexendo comigo... — respirou fundo. — Por que ele tinha que despertar o interesse de todas as garotas por quem eu era apaixonado?

— Você foi apaixonado pela (s/n)?

— Não! — Negou rapidamente. — Eu tinha ódio daquela garota, era diferente. A minha intenção era apenas me aproximar pra pedir o dinheiro emprestado e pronto! Fim de papo! — Justificou-se com pressa. Vagabundo. — Eu não queria namorá-la, não queria aproximação alguma.

— E o que mudou?

— Foi culpa do Jeon — disse entredentes. — Hari não me disse, mas ele e (s/n) brigaram seriamente e se separaram por algum motivo — pressionou os lábios. — E foi isso que mudou tudo.

— De que modo?

— De todos — riu forçadamente. — De todos os modos, ângulos... Como queira chamar.

— A culpa foi da Hari, na verdade — Jooman prosseguiu. — Por gostar muito do Jeongguk, ela viu naquela separação uma chance de ter o que queria. A safada estava maluca pra ter uma noite com ele e apenas aproveitou o momento de dor — o moreno tinha um sorriso divertido no rosto. — Hari ofereceu ecstasy e, sofrendo pela perda terrível, o Jeon aceitou — zombou. — Resumindo aquela tarde, os dois transaram seis vezes!

— Pare de lembrar disso! — Park bateu na mesa e o primo ergueu os braços em rendição enquanto gargalhava. — Merda!

— Viu só? — Lee olhou para a oficial. — O meu priminho fica descontrolado sempre que lembra disso, então imagine o que aconteceu com a cabeça do Park quando descobriu que mais uma mulher por quem ele era apaixonado se rendeu aos encantos do Jeongguk? — Riu. — E o pior é que a mulher agiu sozinha dessa vez, certo? O Jeon não tinha interesse algum porque estava focado na namorada.

— O que seria um plano pra pedir dinheiro emprestado sem que o meu antigo amigo soubesse se transformou em um plano de vingança contra aqueles dois — Minhyuk disse um pouco alto, afetado. Céus... Eu não fazia ideia de que aquilo tudo estava acontecendo enquanto Jeongguk e eu vivíamos um verdadeiro inferno no nosso relacionamento.

— Mas por que a (s/n)?

— Eu a odiava! Ela enterrou a minha amizade com o Jeongguk! — Gritou, descontrolado agora. — Aquela mulher se enfiou entre nós dois e acabou com a nossa relação de anos! Éramos como irmãos!

— Mas você afirmou que o Jeongguk roubava as garotas, então por que fazia tanta questão de manter uma amizade com ele?

— Isso aí é um enigma, senhora — Jooman respondeu e riu mais uma vez. — Nem o Minhyuk sabe dizer se o Jeon realmente roubava ou se isso era coisa da cabeça maluca dele.

— O Jeon roubava, porra! — O loiro gritou de novo. — Eu tentava convencê-las de que o Jeongguk era esquisito e até cheguei a falar que ele tinha pacto com o demônio, mas elas ficavam ainda mais interessadas. Nada adiantava.

— É um desgraçado mesmo — Jeon murmurou, negando com a cabeça. — Que ódio! Eu era tratado como um estranho na escola por causa do meu melhor amigo, dá pra acreditar?

— Ele sempre foi o seu inimigo, na verdade — Jin respondeu.

— Mas eu gostava dele! — O tom de Park era de pura tristeza. — Jeongguk foi o meu único amigo verdadeiro em quatorze anos de escola — suspirou alto. — Nós tínhamos uma relação fantástica e tudo foi por água abaixo quando ela chegou.

— Mas o que me intriga, Minhyuk, é que você confirma que o senhor Jeon roubava as garotas — a mulher insistiu. — Foi antes ou depois da chegada da (s/n)?

— Antes.

— E então?

— Mas eu o amava como irmão do mesmo jeito — encolheu os ombros. — Não deveríamos colocar as garotas de forma direta na nossa relação, no entanto... — respirou fundo, realmente atingido pelas lembranças ruins que cultivava.

— Ele gostava de você — concluí antes de olhar para Jeon, que tinha a atenção fixa no loiro. — Apesar de tudo.

— Não tenho uma opinião formada, (s/n) — o rapaz negou com a cabeça. — Ainda não.

— Jeongguk colocou a (s/n) entre nós! — Minhyuk aumentou o volume da voz novamente. — Me trocou por ela, quase nunca estava comigo — negou com a cabeça, decepcionado. Era incrível como aquele assunto mexia tanto com ele. — Se procurássemos por um, pode ter certeza de que o outro estaria junto — riu soprado, sem vontade. — E o Min? — Encarou a oficial. — Park Minhyuk estava de fora, abandonado — disse entredentes. — E quando estava perto, servia de plateia pra ouvir as juras de amor dos dois.

— E essa mágoa se tornou mais intensa quando você descobriu que Hari havia se entregado ao seu antigo amigo? — A policial questionou.

— Isso... Eu quis vingança, senhora — apertou as mãos que ainda estavam fechadas. — Eu queria fazer aquele traidor sentir a mesma dor que a minha e também queria fazer aquela vagabunda pagar por todas as vezes que tirou o meu único amigo de perto de mim — sorriu abertamente. — Eu faria duas vinganças pelo preço de uma. Pechincha.

— Eu vou até lá! — Jeon levantou-se com rapidez, mas foi rapidamente interceptado por seu advogado. — Park não pode continuar falando assim dela, Jin.

— Deixe, Jeongguk — pedi. — O que Minhyuk diz não me afeta mais. Por favor, senta aqui comigo — segurei o braço do maior e o trouxe para perto de mim. — Ele já fez e falou tanta coisa péssima que parece que nada mais irá me abalar.

— Mas...

— Por favor — insisti. — Vamos ouvir tudo e ir embora. Vai ser melhor.

— Isso — Taehyung concordou. — Não vale a pena, Jeon.

— Só que o ponto crítico chegou antes de Minhyuk sequer sonhar que havia sido corneado — ouvimos a voz de Jooman e todos nós levamos a atenção para a televisão novamente. Disposta a me concentrar na conversa, puxei Jeongguk para baixo e ele ocupou a sua cadeira sem oferecer resistência. — Foi no mesmo dia da traição, inclusive. Aquela vadia deu uma droga pesada para o cara e além de causar a raiva do meu primo, causou a minha também. Foi por causa dela.

— É a minha namorada! — Park gritou mais uma vez. — Não chame a Hari dessa forma.

— Que seja! — Lee deu de ombros. — Mas tudo mudou quando aquele drogado de merda foi atrás de (s/n) e nos viu caminhando juntos — continuou, falando com seriedade agora. — Se ele não tivesse sido influenciado por aquela idiota, certamente não teria agido daquela forma e me irritado tanto ao ponto de me fazer entrar de modo ativo nessa história.

— O que o senhor Jeon fez?

— Cara, eu só queria tirar uma casquinha da garota e aquele filho da puta se aproximou de repente e me deu um soco! — Bufou enquanto negava com a cabeça. — Um soco, oficial! No meu rostinho fofo! — Passou as mãos pelos cabelos. — Eu apanhei e logo depois o cara caiu no chão de tão maluco que estava — gargalhou. — E pra manter a minha pose de bom moço, ajudei a levá-lo ao hospital — sorriu largo, convencido. — Mas eu não deixaria barato, obviamente.

— E como revidou?

— Dias atrás, Hari havia contado ao Minhyuk algo sobre a presença de drogas escondidas no tal estúdio, então eu esperei pacientemente que aquele bosta fosse até lá e liguei para a polícia — riu. — E como os estúdios ilegais estavam em alta naquela época, não demorou cinco minutos pra que aquele lugarzinho estivesse tomado por policiais.

— Mas o tiro falhou — Park disse. — Alguém livrou o Jeon, disse que ele não tinha ligação alguma com aquilo.

— E ele tinha ou não?

— Isso é realmente pertinente ao processo? — Jin perguntou a um dos policiais que estavam na sala. — O meu cliente não deve ter a honra questionada dessa maneira.

— Não insista na pergunta, oficial — o homem ordenou através do ponto da mulher. — Deixe passar.

— Não sei — Park deu de ombros. — Eu só via o Jeongguk entrando todos os dias lá. Hari não me dizia o que ele fazia e eu não estava interessado em saber — disse sem titubear, confiante. Minhyuk estava sendo firme ao cobrir a sujeira da namorada e isso pelo menos beneficiava o Jeon agora. — Meu foco era (s/n), até então — encarou o primo. — Depois foi para o casalzinho, mas o Lee já havia denunciado o estúdio e iniciado o processo.

— Entendo... — a mulher respirou fundo, claramente segurando-se para não perguntar mais nada. — E depois? Como chegaram na parte de hackear a conta do pai de (s/n)?

— Isso aí é só com esse merda — Jooman disse alto, usando um tom irritado de repente. — Eu confesso que ensinei tudo o que aprendi na adolescência e sabia que ele usaria contra a (s/n), mas achava que seria informado quando isso acontecesse — ergueu as sobrancelhas para o loiro. — Park me tirou do jogo justo na melhor hora.

— Vamos por etapas... — posicionou-se um pouco mais perto dos dois. — Por que aceitou ajudá-lo nesse plano, senhor Lee?

— Apenas por causa da família — respondeu rápido, com firmeza. — Os Park sempre ajudaram os meus pais e não seria correto da minha parte negar um pedido daqueles em um momento tão complicado pra todos. Minhyuk só queria se aproximar da (s/n) pra pedir uma grana sem parecer um aproveitador, então não havia problema algum nisso.

— Mas vocês a perseguiram pra que o Park pudesse se aproximar.

— E daí? — Riu. — Os fins justificam os meios.

— Como conseguiu namorar a senhora (s/n), senhor Park? — A atenção da mulher foi para o loiro.

— Eu esperei um tempo pra avaliar os desdobramentos da denúncia e estava tão irritado por ter que pedir aquilo pra ela que deixei passar mais do que o planejado — bufou. — (s/n) já havia rompido definitivamente com o Jeongguk, passou a sair com um cara e...

— Ela também deu umas voltas comigo, mas eu não estava com paciência pra ouvir lamentações de mulher sofredora, então abandonei o barco e deixei a responsabilidade nas mãos do Minhyuk quando não consegui levá-la pra minha casa.

— Canalha — Jeon murmurou.

— Isso — Park confirmou e eu só queria cavar um buraco no meio daquela sala para me enterrar. Que vergonha... — E eu continuei com Hari, apesar de estar bem chateado.

— O verdadeiro corno conformado — Jooman zombou antes de rir, ganhando um olhar mortal do primo como resposta.

— Continue — a oficial insistiu após alguns minutos de silêncio. Os dois se encaravam firmemente, como se a qualquer momento pudessem levantar dali para se baterem. — Vamos, Minhyuk.

— Quando eu decidi dar o primeiro passo, (s/n) estava muito fragilizada pelo término. Era o momento perfeito. E o Jeongguk havia ido embora sem dizer pra onde, então... — interrompeu-se e suspirou. — Nós nos encontramos na faculdade e após receber essa informação durante um almoço com ela, eu comecei o ataque — riu fraco. — Foi a minha sorte. Com ele longe, eu não tinha que me preocupar com mais nada!

“— E o Jeongguk? Ele não fala comigo há um bom tempo.

— Então, Minhyuk... Nós não namoramos mais.

— O quê? — Arregalou os olhos, realmente surpreso. — Por quê? — O encarei com pesar. O assunto ainda me deixava mal, apesar do tempo. — Aceita almoçar comigo? Podemos nos atualizar da vida um do outro.

— É uma ótima ideia, Minhyuk.

— Sinto que nos encontramos na hora certa — ele disse mais baixo, porém no tom suficiente para que eu ouvisse perfeitamente bem. Sorri um pouco sem jeito e ele riu. — O que foi? Estou falando da hora do almoço. O que você pensou?”

— Foi tudo fingimento... — sussurrei chocada. Park me convenceu de que o nosso encontro havia sido por acaso, quando, na verdade, ele já sabia de todas os acontecimentos recentes da minha vida. — Filho da puta.

— Foi assim que se aproximaram?

— Por já ter uma ideia de como (s/n) se comportava após aqueles anos sem contato, eu soube me portar muito bem na sua companhia e fui tudo o que ela mais desejava naquele momento — disse sério, com uma calma assustadora. — Fiz questão de ser o oposto de Jeon em todos os aspectos, afinal, aquela bobinha queria um cara diferente porque estava muito magoada.

— E como começou a invadir a conta do pai dela?

— Primeiro, pedi o dinheiro emprestado — continuou falando com seriedade. — Eu precisava de grana e ela não suspeitou de nada porque, durante as nossas conversas, eu sempre dizia que a minha família estava em uma situação muito complicada.

— Pediu ao pai? Porque ele fez transferências.

— Calma, doutora — pediu. — O meu advogado está aí?

— Está.

— Todos vocês estão vendo que eu estou contando tudo, não é? — Olhou ao redor, mas eu sabia muito bem que aquele desgraçado não nos perceberia ali. — Também quero os meus privilégios.

— Que bom... — Jooman riu. — É a melhor alternativa, priminho.

— O depoimento está sendo gravado — a policial disse. — Prossiga.

— (s/n) me ofereceu ajuda primeiro — negou com a cabeça —, mas eu não aceitei porque não poderia fazer isso em hipótese alguma.

— É, eu ofereci ajuda... — murmurei. — Como a bela idiota que sou. A burra.

— Você é uma mulher incrível, não diga isso — Taehyung sussurrou. — Só quis ajudar alguém que gostava.

— Por que não aceitou o empréstimo enquanto era amigo dela? — A investigadora questionou, chamando a minha atenção para a conversa novamente.

— É simples — riu fraco. — Além de querer fazer um charminho, eu precisava de uma transferência do pai dela pra facilitar a invasão da conta — passou as mãos pelos cabelos, talvez em um indício de que estava nervoso. — As economias da (s/n) não me interessavam nem um pouco.

— Eu ensinei direitinho — Jooman sorriu satisfeito. — Tenho uma relação de amor e ódio contigo, vagabundo.

— Como amigo, (s/n) transferiria o dinheiro — revirou os olhos. — Mas como namorado... — riu. — Era o pai dela que iria me emprestar. Eu só precisei pedir um valor mais alto, apenas o suficiente pra que a minha namoradinha não a tivesse e pedisse ao papai.

— E foi assim que você invadiu a conta dele?

— Vamos dizer que sim — deu de ombros, recostando-se na cadeira. — Não vou te dar todos os detalhes do meu trabalho.

— No total, quanto você pegou em dinheiro?

— Vocês alegam pouco mais de dois milhões, mas foi bem além — riu fraco, divertindo-se. — O pai de (s/n) tinha uma boa quantia na conta que invadi porque ela era usada pra todos os tipos de urgências, seja na empresa ou na vida pessoal — sorriu abertamente. — Mas nenhum dinheiro foi tão valioso quanto o sofrimento que eu causei ao casalzinho. Nossa... Ver o Jeongguk descontrolado porque eu estava deitando todas as noites com a mulherzinha dele... — respirou fundo, orgulhoso. — Emocionante. Eu estou aqui nessa situação, mas posso te garantir, oficial, que faria tudo de novo só pra ver os meus amiguinhos desesperados mais uma vez — riu alto. — Era muito bom! (s/n) chorava de um lado e o Jeongguk chorava do outro. Impagável.

— Miserável! — Jeon gritou, revoltado. — Eu quero matar esse bosta!

— Controle-se! — Jin ordenou em tom firme. — Não fale nada que possa te complicar, Jeongguk — segurou o seu braço, falando um pouco mais baixo. — Por favor.

— Ouça o Jin — acrescentei em um sussurro, aproveitando por estar ao lado do moreno. — Tente se segurar até sairmos daqui, pelo menos.

— Eu sinto que posso explodir e acabar com o Minhyuk a qualquer momento — Jeon respirou fundo após falar. — Está sendo difícil... Muito difícil... — fechou os olhos fortemente e eu segurei a sua mão mais uma vez.

— Aguente mais um pouco — pedi enquanto acariciava a sua pele com o meu dedão. — Vai acabar em breve.

— Você pode pegar um pouco de água? — Jin pediu para um homem que estava atrás de nós. — Obrigado — disse quando recebeu uma resposta positiva. — Vamos retornar ao diálogo.

— Eu fiz tudo muito bem escondido, com o máximo de discrição — o loiro riu. — E foi tão bem feito que eu nem lembro com exatidão quando começou — deu de ombros, aparentemente despreocupado agora. — Só sei que arranquei muita grana daquela família — voltou a sorrir. — E quando entrei no esquema do Jooman, a quantidade de dinheiro foi bem maior.

— Quer falar sobre o seu grupo, senhor Lee?

— O que quer saber, oficial? — Encarou a mulher de forma divertida. Ele mostrava-se à vontade naquela posição.  — Não há muito o que dizer, pois vocês já sabem de muita coisa — encolheu os ombros. — Eu montei o grupinho meses depois do início do namoro de Minhyuk com (s/n). Foi isso.

— E teve alguma relação?

— Nenhuma — ele respondeu rápido, firme. — Por voltar a ter contato com o mundo hacker, eu comecei a praticar mais e conheci o pessoal da minha equipe em um fórum naquele lugarzinho sem lei que vocês tanto odeiam — riu. — Nós decidimos nos unir e pronto. Chegamos aqui.

— E quando o seu primo entra nisso?

— Muito tempo depois — disse com seriedade agora. — Park estava insatisfeito com o emprego na Sang Investimentos e eu dei mais uma mãozinha ao meu primo amado.

— Quer falar algo, Park?

— Não, eu passo — entortou a boca e Lee riu.

— Passa, é? — Encarou o outro de maneira provocativa. O que estava mal resolvido entre eles, afinal? — O Min está muito engraçadinho hoje — negou com a cabeça, rindo fraco logo após. — Nem parece que vai ter que ouvir que a mamãe passou mal quando descobriu que o filhinho vai ficar preso por um bom tempo.

— Não se volte contra mim, Lee — Park pediu. — Pare já.

— Eu gosto muito de você, cara, mas o que fez foi além do que consigo relevar! — Jooman falou alto, assustando-nos pela atitude repentina. Por que mudou de comportamento em questão de minutos? Será que o problema entre os dois estava justamente no assunto do grupo? — É difícil de esquecer! Eu nunca vou te perdoar cem por cento! — Bateu na mesa. — Nós tínhamos um trato sobre o dinheiro da (s/n).

— Eu ainda iria dar a sua parte, porra!

— Olha só, Jeongguk... — murmurei. — Esses dois tinham planos com o dinheiro da minha família — falei enquanto me esforçava para segurar a vontade de chorar. — As pessoas estão certas quando dizem que dinheiro nem sempre traz felicidade. Veja o que me causou — a minha voz saiu embargada. — Só me trouxe dor. Primeiro veio você achando que tinha que manter o meu padrão de vida e, dentre tantas outras coisas, agora vem essa revelação absurda sobre as intenções de Minhyuk.

— Eu concordo contigo — o maior me abraçou de lado, apertando-me contra o seu corpo. — Você está certa — nos entreolhamos e ele sorriu fechado, triste. — E sobre o dinheiro não trazer felicidade... Também acho. Fui infeliz mesmo estando rico — suspirou. — E só estou bem melhor hoje por causa de Heeji. Apenas.

— O Jooman fala muito dessa tal traição... — a investigadora continuou. — Podem explicar?

— Se dissermos tudo, o momento do julgamento não terá graça alguma — Lee zombou em meio ao riso. Qual é? Esse homem é normal?  — Vamos guardar algumas coisas pra lá, está bem?

— Os advogados conversaram com vocês — ela rebateu. — Não retroceda.

— Veja a chantagem, Minhyuk — Jooman brincou ainda rindo, mas o loiro permaneceu sério. — Só porque fez isso, senhorita, eu vou contar.

— Jooman...

— Park Minhyuk me enganou — interrompeu o primo. — Disse que dividiria comigo tudo o que retirasse do pai de (s/n), mas não fez isso — respirou fundo. Ele não voltaria a gritar, voltaria? — Além de ajudá-lo com as aulas porque éramos da mesma família, eu fui movido por essa promessa. Ensinei cada passo e aguardei pacientemente pelo dia em que o pequeno Min invadiria a conta e dividiria tudo comigo, porém isso não aconteceu.

— E como você descobriu?

— Quando o Park relaxou com a segurança das suas contas bancárias e eu invadi todas elas em massa — disse sério. — Foi uma descoberta chocante porque eu acreditava, até então, que o meu priminho era leal.

— Eu iria invadir a conta e raspar tudo de uma vez, mas precisava reatar o namoro com a (s/n) e pedir um novo empréstimo para o pai dela — Park defendeu-se. Asqueroso. — Sabia que o velho acrescentou medidas de segurança em todas as contas naquela época? Eu precisava de uma nova chave, você sabe muito bem desse detalhe — disse alto, nervoso. — E foi por isso que eu insisti tanto pra voltar com (s/n) quando ela saiu da nossa casa e foi morar com os pais. Eu te daria tudo o que pegasse a partir dali como forma de compensar o que não havia repassado antes.

— Acha que eu sou burro, Minhyuk? — Gritou novamente. — Conta essa história bem fechadinha para o seu pai que pensa que você é um pateta, assim como o Jeongguk e a (s/n) pensavam — bateu na mesa mais uma vez. — Você é mais esperto do que eu! É um bandidinho nato! E sabe o que faria? — Riu sem vontade. — Você rasparia a conta, diria que era a primeira vez que fazia aquilo e ainda dividiria o valor comigo, ou seja, ficaria com tudo o que pegou antes e mais um pouco.

— Claro que não!

— E o processo que você ganhou contra o Jeon? — Lee perguntou alto, agitado. — Onde está a minha parte da grana?

— Perdi pra (s/n) — o loiro bagunçou os cabelos e olhou para o primo. — Ela entrou com outro processo pedindo a parte da Heeji e eu tive que dar, cara.

— A filha nem é sua! — Gritou.

— Sim, eu sei e... — calou-se e encarou o outro com o cenho franzido, confuso. — Como você sabe? Eu ainda não havia te contado.

— Ah, é... — Jooman riu de forma provocativa, apoiando-se na cadeira e suspirando de satisfação. — Na verdade, quem tinha que te contar algo era eu.

— Como? — Park agora o encarava em completa atenção, assim como todos nós naquela sala. — O que quer dizer?

— Já que estamos falando de vingancinha, eu não podia deixar de fazer a minha, não é? — Sorriu largo. — Você me enganou, me fez de otário, brincou com a minha confiança e é obvio que eu não deixaria isso barato.

— O que fez, Lee?

— Pensa um pouco, Minhyuk bobão — atiçou. — Ah, eu esqueci que o seu cérebro não funciona quando você sente que está em desvantagem! — Riu. — É pedir muito nesse momento — manteve o sorriso vitorioso. — Bom, eu... — pausou apenas para esticar-se sobre a mesa e encará-lo de perto. — Pra te castigar, eu invadi o servidor do laboratório e alterei o resultado do exame de paternidade, dando vitória a você.


Notas Finais


[💣] MAIS UMA B O M B A!
Quem esperava por essa?
Alguém desconfiou de tudo isso ou apenas da participação do Jooman no resultado errado do exame?
Será que eu peguei vocês agora? Digam aí
Mas olha... Eu entendo. Muitos de vocês vão precisar ler duas ou três vezes antes de responder e está tudo bem... Eu compreendo e aguardo kkkkkkkk

➸ Temos aqui 12.5K palavras, no próximo teremos 11.9K e eu vou adiantar que: no próximo capítulo, quase tudo é apenas de coisas boas. Lembram do JK paizão? Pois é... Vem aí.
E já está revisado, viu? Prontinho pra ser postado.
➸ Outra coisa: pode parecer que a fic está chegando ao fim com tantas revelações, mas não é isso, hein? Tem muito pela frente ainda.
O plot é grande kkkkkkkk paciência

⋆ merchanzinho: sigam o meu perfil ⋆

B E I J Ã O ❤❤


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