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História Em pé de guerra! - Por Dentro da Alma de Soul


Escrita por: A-ChanCrazy

Notas do Autor


Olá!!

Talvez por serem os capítulos finais, eu esteja... Um pouco mais emotiva.
Qualquer fic que eu leio até o final eu choro e posto AQUEEELE texto, sabe? kkkk

e cá estou eu, quase chorando outra vez

A-chan é emotiva demais T-T

Enfim, como faltam dois capítulos para o fim, eles serão um pouquinho mais longos, então espero que apreciem e se divirtaam.
Boa leitura!

Capítulo 31 - Por Dentro da Alma de Soul


Fanfic / Fanfiction Em pé de guerra! - Por Dentro da Alma de Soul

- Maka... Tem certeza disso?- disse Kid, enquanto ele e Black Star amarravam os braços e pernas de Soul, dando vários nós com as correntes, e as prendiam na cabeceira e nos pés da cama. Maka respirou fundo e concordou com um leve aceno de cabeça.

- Soul ainda deve estar ali, em algum lugar. Ele não atacava vocês com intenção de matar... Então acredito que ainda esteja aí... - disse Maka, enquanto se sentava numa cadeira acolchoada ao lado da cama e fechava os olhos, se concentrando.

- Boa sorte... - murmurou Tsubaki.

- Traga Soul de volta. - Black Star completou.

- E voltem inteiros. - Kid alertou. - Seria assimétrico ter vocês dois pela metade... - Maka riu. Mesmo em uma situação dessas, eles não deixavam de falar suas besteiras do dia a dia.

Estavam em um quarto de hotel que havia ganhado, com estadia gratuita, quando o dono descobriu que um Shinigami estava entre o grupo, e deu a suíte presidencial, adicionando algumas camas pelo quarto para que os outros parceiros também pudessem aproveitar. Ser filho do Deus também tinha suas vantagens.

Maka respirou fundo algumas vezes, até começar á sentir várias presenças. As almas de seus amigos. Black Star e seu jeito chamativo e exibicionista... Tsubaki, com sua eterna paciência e passividade... Kid, com sua simetria e manias esquisitas... Lizzy e sua obsessão por moda... E Patty, com sua infantilidade e inocência... 

Ela sorriu ao sentir, mesmo que uma fraca e quase imperceptível presença além, ali naquele quarto. Era Soul. Ela soube no instante em que sentiu aquela presença arisca e cínica, tentando rejeitar qualquer tipo de ressonância. 

Maka curvou-se pra frente, apoiando a testa no travesseiro, onde a cabeça de Soul repousava, e suspirou, sentindo como se sua alma fosse tirada do corpo.

 

Maka on:


Quando senti a presença da alma de Soul, soube o que fazer. Forcei minha ressonância com ele, e mesmo que ele me rejeitasse no início, acabou cedendo, e de repente, tudo e todos desapareceram, restando apenas eu, flutuando em um espaço escuro. Não havia cima, baixo, lado ou outro. Era apenas eu, flutuando no nada.

Parecia estar submersa na água, mesmo que não sentisse necessidade de ar e nem nada. Olhei ao redor, e ao sentir uma fraca presença, segui nela, como se nadasse á mar aberto. Quando avistei uma pequena bolinha azul, brilhando e flutuando. Ela parecia confiante e bem aplicada. 

A olhei mais de perto e entendi. Era a minha alma. A envolvi em meus braços, sentindo um calor estranho percorrer por todo o meu corpo, junto de uma eletricidade calorosa. Minha alma... Tão pequena... E bonitinha... 

A soltei, deixando-a flutuar outra vez no nada, procurando sentir a alma de Soul, e após nadar mais um pouco, senti uma presença extremamente aterrorizante. Parecia que meu corpo estava em chamas, ao mesmo tempo em que era eletrocutado, de acordo com que eu me aproximava, e o que vi, diante de uma imensa claridade, foi o que me fez paralisar.

Eram várias almas, rodeando uma pequena alma azul, que flutuava por ali. Ao redor dela, uma grossa camada de algo vermelho, parecendo ser líquida, a encobria. Como Jasmin disse, o núcleo daquela alma estava vermelho, porém várias almas tentavam forçar a entrada na alma azul. Afastei as outras alminhas e segurei a alma encoberta pelo treco vermelho entre as mãos e a analisei.

Pude ver cinismo, sentir arrogância e basicamente respirar egoísmo emanando daquela pequena bolinha, com um rostinho macabro desenhado nela. Ela parecia agitada, como se tentasse escapar par aalgum canto, então a abracei e nadei para longe das outras almas.

Quando pude ver aquelas almas de cima, vi quantas eram. Uma... Duas... Quase três duzias de almas, sendo forçadas contra essa pequena alminha... Coitada... 

Tornei á olhar para a alma, e encostei minha testa nela, me concentrando, tentando achar um jeito de entrar nela, mas antes que eu terminasse de pensar em qualquer outra coisa, me vi em um extenso corredor branco. Tudo ali, desde os lustres que pendiam no teto, até o extenso tapete que cobria o chão, os quadros nas paredes, os vasos de flores e as flores em si eram brancos. Não tinham cor alguma.

Segui pelo corredor, e abri a porta branca - achou que fosse azul? Não, não era.. - e vi um quarto com azulejo quadriculado, dispostos como o tabuleiro de um xadrez, grossas cortinas pelas paredes, uma mesinha no canto, com um porta retratos quebrado em cima, com a mesma foto que eu vi no quarto que Soul nunca me deixara entrar, e alguém sentado na poltrona. 

Tinha a mesma cabeleira albina e pele pálida. Mas não se destacava naquele quarto, pois tudo ali era branco, assim como o corredor. Nada tinha cor. Me lembro que esse quarto era todo em vermelho e preto, e era bem mais atrativo que agora. Reparei que usava um longo vestido branco, sem sapatos, com laços nos meus pulsos e tornozelos, e dois, prendendo meus cabelos nas maria-chiquinhas que sempre uso. 

Olhei para Soul, que me observava, sentado na poltrona, usando um terno branco, e odeio admitir, mas branco não é a cor dele. Digo, além de ser branco, ter cabelo branco, dentes brancos, e ver ele assim, usando branco em uma sala completamente branca... Por um momento, mal o enxerguei, só pra deixar claro.

- Então... Sou invisível, quando tudo se parece comigo... - ele murmurou, enfiando as mãos nos bolsos- Eu sempre fui invisível...

- Nós sempre fomos... - ouvi a voz de Soul, porém, ao olhar pela porta, vi, parado ali, um garoto exatamente igual á Soul, com cabelos vermelhos, um terno vermelho, e todo o seu lado era vermelho, desde o chão, as paredes, e o corredor pelo o qual eu passara até a pouco, e que era branco- Somos invisíveis...

- Claro que são. - disse, apoiando a mão na cintura. - Como espera ser visto sendo branco, tendo cabelo branco, pele branca, usando branco em uma sala totalmente branca?- encarei Soul, e ele se pôs de pé, encolhendo os ombros. - Soul, até quando vai ficar aqui? Todos...

- Garotinha... Não precisa se preocupar com Soul... Pois ele está em boas mãos... - disse o Soul vermelho, dando alguns passos na direção de Soul, e onde ele pisava, ficava vermelho.

- Nas suas?- Soul perguntou, carregando a voz em ironia. - Eater, eu já disse pra me deixar em paz.

- O qu... - olhei para Soul, confusa. - Achei que estivesse deixando ele tomar posse...

- Não sou lá o mais inteligente do mundo, mas também não sou burro o suficiente pra não perceber quando um demônio está me devorando, né, Maka. - ele disse, me olhando. - Quando eu tentei fazê-lo parar, ele me trancou aqui, e desde então vi ele fazer várias cagadas... 

- E quanto á sair da Shibusen?- perguntei, incrédula.

- Acha mesmo que eu sairia de onde me dão casa, comida e dinheiro só pra matar uns bichicho pouca bosta?

- Bem... Você não é lá o cara mais inteligente do mundo... - murmurei, recitando o que ele mesmo afirmara á pouco.

- Ouça-me Soul... Faço tudo apenas pelo nosso bem... - o Soul vermelho estendeu a mão, dando passos em nossa direção, e a sala começou á se tingir de vermelho. - Nunca pensei apenas em mim... Era sempre nós... Mas você me traiu... Incontáveis vezes... Primeiro, acreditou naquela garota... Que te deixou pra morrer... - vi Soul trincar os dentes, e seu terno começar á se tingir de preto.

- Eu já disse que... - ele ia dizendo, quando segurei as bochechas dele entre as mãos e olhei em seus olhos.

- Juliana não te abandonou. - disse, séria. - Ele possuiu seu corpo e a fez te largar... Ele a intimidou, a amedrontou, e ela fugiu, apavorada, acreditando que você estava morto...

- O qu...?!- Soul me olhou, incrédulo. - Mel não... - trinquei os dentes, enquanto apertava as bochechas dele entre as mãos. Que porra de apelidinho é esse? Mel? O nome dela não é Beatriz?!

- E essa garota... Que apenas te bate... Sem razão nenhuma... - o tal Eater apontou pra mim. - Que tipo de parceira te bate e te faz de gato e sapato, exigindo suas ordens e te fazendo agir como ela bem entende... Ela é igual aos outros... - antes que Soul refletisse sobre isso, suspirei.

- Não é que eu apenas deixava minhas ordens. Você também tinha as suas, e eu sempre as segui, não foi?- eu disse. - Nunca entrei naquele quarto. - até duas noites atrás, mas acho melhor não dizer nada... - Não mexi nas suas coisas de músicas... Nunca fui á uma missão da qual não quisesse ir...

- Ela dizia te proteger, mas era quem mais te feria, enquanto estávamos naquela forma ridícula e frágil... - o Eater continuou. - Contou á ela de todas as vezes em que te puxou e te machucou os braços? Ou te derrubou, e que machucou as pernas...?

- Eater, isso não passa de coisas inúteis... - Soul disse.

- É. - concordei. - Achei que teria de dar porrada no Soul pra ele voltar ao normal, mas ele está bem... Ou parece... Até agora...

- Você diz como se soubesse tudo... - disse Eater, agora olhando pra mim. - Mas acabou de mentir á ele, não?

- O q...?

- Você disse que nunca entrou naquele quarto. Você viu, não viu...?- ele abriu um largo sorriso. - Tantas fotos... Indícios de que a loucura o atingiu muitas vezes... - olhei para Soul, e ele me olhava como se eu tivesse o traído, de alguma maneira, enquanto se virava e passava a mão nos cabelos. - Vê? Até ela te traiu... E eu? Quantas vezes menti na sua frente...?

- Bem.... - o terno de Soul continuou á ficar preto, e linhas horizontas vermelhas começaram á surgir. - Nenhuma... Mas ainda assim, você...

- Apenas pensando em nosso bem... Fiz de tudo para ficarmos fortes... Quero proteger você, Soul... - ele disse, se aproximando.

Espera. O que está havendo?

O que tem de tão importante naquele quarto pro Soul simplesmente não querer que eu saiba, e reagir assim só por saber que eu estive lá?  

Vi o Soul vermelho tocar no Soul branco, e Soul me olhar, como se me odiasse. E aquilo... Foi como um banho de balde de água fria, enquanto anda semi-nu no meio de uma montanha de neve,

- Quem vem sempre estando ao seu lado, Soul...?- ele disse. - Quem te aceitou, mesmo depois de ter matado seu irmão...?

Um momento. 

Eu ouvi o que ouvi? Não... Eu certamente não ouvi o que... 

Soul pareceu chocado pelo Soul vermelho ter tocado no assunto, mas apenas concordou com a cabeça.

- Eu escondi o que fazia de você...- o Soul vermelho disse. - Mas eu nunca menti... Ou te abandonei... Desde aquela noite... Temos estado sempre juntos... Eu estive com você na noite em que afundávamos pelo lago... Eu senti o mesmo que você... O frio... A dor... A sensação de milhares de facas penetrarem nosso corpo diversas vezes... Indo até os ossos e sendo enfiadas de novo... De acordo com que afundássemos... Enquanto agonizava... A traição... E o abandono... Eu estava com você quando sua mãe lhe pediu para morrer... - vi Soul olhar para o demônio. 

Era como ver alguém ser hipnotizado por um mágico, enquanto que eu, apenas assistia, calada. 

- Confie em mim... Sempre te aceitarei quando errar... Sempre estarei aqui... Sempre ire... - o Soul vermelho ia dizendo, quando dei uma voadora na cara dele. 

Dar voadoras nas caras das pessoas é muito bom. Pessoas normais deveriam tentar. Anos de raiva reprimidas lançadas em apenas um salto e um chute... É realmente maravilhoso. Enquanto que o Red Soul rolava pela sala, olhei para o White Soul e dei um tapa - mas um tapa MUITO bem dado- na cara dele, que pareceu tirá-lo do transe.

Segurei firme em seus ombros e o puxei pra perto de mim, o abraçando.

- Não acredite no que alguém como ele diz, Soul... - murmurei. - Eles surgem de um sentimento negativo... E se alimenta dele... E usa suas fraquezas pra acabar com você... Por isso... Por favor... Escute quem está do seu lado... - tornei á afastar Soul. - Guardar tantos sentimentos negativos... É o que cria aquelas criaturas... E acredita que uma criatura provinda de sentimentos ruins... Vai se importar realmente com você? - ele ainda parecia em transe. - Soul?- o sacudi, mas antes que dissesse alguma outra coisa, senti meu cabelo ser puxado, e toda a força que eu tinha, desapareceu num instante, enquanto tentava me debater, e era arrastada até o outro lado da sala.

Red Soul me arrastava pelos cabelos, e por mais que eu gritasse, e tentasse me soltar, eu não conseguia, afinal, pegou no cabelo, né?- meninas sabem como nosso cabelo é gentil... Imagine ser arrastada por ele? Não dá nem pra fugir, ué... Á menos que a louca tenha muita coragem de sair sem alguns tufos ou pedaços de pele na cabeça-. Ele me arrastou até atrás de uma cortina e abriu uma porta, me jogando numa sala escura, e me trancando nela logo em seguida.

Desfiz as maria-chiquinha e tirei os saltos, rasguei a barra do vestido, já irritada com esse Eater irritante, e comecei á tentar arrombar a porta.

Mesmo que eu tentasse, não conseguia, então resolvi tentar voadora e coice mesmo, pra ver se dava resultado, mas nada... O que eu faço pra sair daqui, gente?!

 

Maka off:

 

Soul on:


Maka... Maka tem razão... Seres que surgem através de sentimentos negativos não podem ter sentimentos positivos, muito menos por quem os criou... 

Meu corpo parecia pesar uma tonelada, e mal conseguia mover um músculo, sequer para respirar, quando vi Eater agarrar Maka pelos cabelos e arrastá-la á força até uma sala e trancá-la lá, vindo em minha direção, sorrindo.

Meu peito dói, como se algo estivesse fora do lugar, sendo arrancado dali, e minha audição está péssima. O que está havendo comigo? Sequer consigo respirar direito... Algo aconteceu ao meu corpo, fora da minha alma...

- Soul, Soul, Soul... Meu pequeno Soul... - ele murmurou, segurando meu rosto e me fazendo olhá-lo. - Não acredite em pessoas de fora... Eu sou você... 

- E você é um demônio... - murmurei, sentindo meu corpo cada vez mais fraco.

- Não, não, não... Não, não... NÃO!- ele gritou. - NÃO É ASSIM QUE EU TE ENSINEI!! Vamos... Vamos lá... Mais uma vez... - ele sorriu, como se estivesse pronto pra me jogar de uma escada caso eu errasse outra vez. - Eu sou você...

- E você... - murmurei, sentindo minha respiração ficar cada vez mais fraca. - É... Um dem... - senti minhas pernas falharem e meu corpo cair no chão. Eater se abaixou ao meu lado, me segurando, enquanto parecia desesperado.

- Não... Não é assim... Soul... Olhe pra mim... Não comece á falhar agora... Eu estive cuidando de você... Eu... Soul... - ouvia a voz dele ficar cada vez mais longe, enquanto que sentia minha consciência ficar cada vez mais fraca. - Será que o coração não aguentou... Ei... Pivete... Não me diga que era muito ced... Era... Era sim... Seu coração... Preciso dar um jeito... - ouvi o som de uma porta se arrombar, e a figura de uma sobrevivente de um filme de apocalipse zumbi surgir no meu campo de visão, chutando Eater pra longe. Ela tinha suas roupas rasgadas, marcas pelos braços e pernas, fora o vestido, branco. O que raios houve com a Maka dentro daquela sala? Atacada por Edwards Mãos de Tesouras Psicopatas Versão Pós Lavagem Cerebral De Eater, o Demônio Controlador de Mentes?

E por que raios a minha vida parece uma novela mexicana? E... Ai, meu coração... Que merda está acontecendo comigo...?

Ela limpou o suor da testa e me olhou, com um ar preocupada.

- Soul... O que está... - ouvi ela murmurar, enquanto minha visão ficava turva, e simplesmente tudo ficava escuro.

 

Soul off:

 

Maka on:

 

Quando finalmente arrombei a porta, vi o White Soul caído no chão, e o Red Soul o sacudindo. A primeira coisa que se passou pela minha mente foi : O QUE AQUELE MERDINHA TÁ FAZENDO COM O MEU SOUL?!!

Antes que eu percebesse, já o havia chutado pra longe, possessa de raiva, e quando olhei pro Soul, o terno dele havia voltado ao branco, e ele estava quase inconsciente. Me abaixei e tentei perguntar o que havia acontecido, mas ele ficou inconsciente logo em seguida, murmurando alguma coisa que não ouvi direito.

- Não... Nãonãonãonãonão... - ouvi o Red Soul murmurar diversas vezes, enquanto se levantava, perdendo a cor do cabelo. - Não... NÃO! Ele não pode morrer... - ele fez menção de se aproximar de Soul, mas eu o impedi, entrando em sua frente. Ele se encolheu, mordendo as pontas dos dedos. - Era muito cedo... Ou eu errei na quantidade... Nãonãonão... E-era a hora perfeita, então por quê? Eu o pressionei muito...? O que eu... Onde eu...

- Oe... - falei, me aproximando e o puxando pela gola. - Que caralhos está murmurando, imbecil?

- Eu... Não posso deixá-lo morrer... Não quero desaparecer... - ele murmurou, com um olhar doentio. - Preciso possuí-lo, antes que... - ele tentou se afastar de mim e correr para Soul, mas antes que o fizesse, dei-lhe outro chute, no meio do abdômen, o lançando longe. - Eu... Não posso...

- Por que Soul morreria?- perguntei, enquanto me aproximava e o erguia novamente pela gola. Ele riu, cuspindo sangue, enquanto me olhava, como se eu fosse idiota.

- Já ouviu falar na genética...? Nesse momento... Sou a única coisa que manterá o coração dele batendo...

- Pelo que entendi, ele está nessa situação por sua causa... É por que "exagerou"... Você diz da quantidade de almas que consumiu?

- Diz daquelas dezenas que estão tentando se fundir á alma dele?- ele riu, com o sangue escorrendo pelo pescoço e a roupa. - Exato... Eu exagerei... Pensei que ele estivesse pronto... 

- O que você fez? - perguntei, erguendo o punho, pronta para socá-lo.

- Eu?- ele sorriu. - Ku ku ku ku ku... - ele riu, de uma maneira doentia. - Eu não fiz nada... Eu o salvei... Diversas vezes... Garantindo minha sobrevivência... E agora... Agora ele está morrendo por uma doença que eu mantive paralisada por anos...

- Doença... - desviei o olhar sem querer para Soul, que estava no chão, mas foi tempo suficiente para que o Red Soul me desse uma rasteira, e me derrubasse, montando na minha barriga e tentando me socar. Segurei seu punho, enquanto invertia as poses, em apenas um empurrão e dava um soco no rosto dele. - Você é bem fraquinho, pra um demônio...

- Estou perdendo energia vital... Cada segundo em que fica aqui... Me atrasando... É o tempo em que a vida dele escorre pelas suas mãos... - como assim...? Soul está... Morrendo só por eu estar mantendo esse demônio... Não, isso deve ser só mais uma das artimanhas desse ser irritante. - Ele irá morrer... E eu também... - ele sorriu.

- Depois de anos... - dei um soco no lado direito no rosto dele. - Tentando "salvá-lo"... - dei um no esquerdo. - Você simplesmente... - dei outro no esquerdo. - Sorri ao vê-lo... Á...  - dei dois no lado direito. - Beira... - dei outro soco no lado direito. - Da morte...?!- dei um direto no queixo, arfando. - Você... - me levantei, enquanto pisava na barriga dele. - É mesmo um lixo... Usou ele... Fez dele seu capacho... Torturou ele psicologicamente... Apenas para ter controle de quem te criou... Alguém que trai seu criador... E o usa pra coisas ruins... - vi ele começar á diminuir de tamanho, e sua verdadeira aparência começar á se mostrar. - É realmente repugnante. - disse, enquanto via ele se tornar o mesmo demôniozinho que me recebeu da última vez aqui.

A sala, ao nosso redor, começou á ruir, e tudo desaparecer. O demônio começava á perder á cor, quando esmaguei sua cabeça, que sequer passava do tamanho do meu pé agora, de tanto que encolheu, com a sola do pé, sem me importar em me sujar. 

Vi seu corpo se debater por alguns instantes, antes de parar de se mover, e se tornar poeira. Me pus de pé, me sentindo exausta, e corri até Soul. Ele estava começando á ficar frio, o que era prova de que o que o demônio disse era verdade. Ele estava morrendo.

Tentei me manter calma, e me concentrar, quando diversas almas surgiram ao meu redor. Todas flutuavam, pra cima e pra baixo, e uma pequena alma surgiu sobre Soul. Ela tinha a mesma carinha de antes, porém, sem a camada de gosma vermelha que a encobria, e seu núcleo estava completamente azul. O demônio se fora. Agora, como eu salvo Soul de uma doença que foi acelerada devido á sobre-carregação da alma ou do corpo, sei lá?

Senti-me apavorar, cada vez mais, quando vi as almas começarem á desaparecer, uma por uma, em faixas de luz azul que subiam para sabe-se Deus aonde, e a sala continuava á ruir. Quando a última alma sumiu, restava apenas um único quadrado abaixo de mim, que me mantinha no chão, e alguns ao redor de Soul, que o faziam permanecer onde estava, e quando estes sumiram, ficamos á deriva. 

Agarrei-me ao corpo de Soul, torcendo pra que isso o fizesse acordar de volta, mas ele continuava frio, e lágrimas brotaram de meus olhos quando vi seu corpo começar á desaparecer. É isso?

Eu mato o demônio que atormentava Soul e ele morre?

É isso mesmo?

Ele é tão ingrato á esse ponto?

E agora?

 

Olhei para a alma, a única coisa que havia restado na minha frente. Ela não parecia mais rejeitar qualquer toque, e parecia menos inquieta. Apenas flutuava, me fitando, com aquela carinha cínica. Sorri, enquanto a abraçava, sentindo meu corpo inteiro se esquentar, e pequenas ondas de choque percorrerem por todo o meu corpo. O mesmo quando abracei minha alma, porém era diferente. Não sei explicar, mas de algum modo era.

Fechei meus olhos, esperando encontrar Soul na mesma cama, onde eu havia forçado a ressonância, e suspirei, sentindo mais lágrimas brotarem nos meus olhos, ainda abraçada aquela pequena alma, quando reabri meus olhos, sentindo o cheiro de lavanda e hospital. Odeio cheiro de hospital. Me traz sensações ruins...

Minha visão demorou-se á acostumar-se com a luz fosforescente do quarto em que eu me encontrava, e tive de piscar algumas vezes, até conseguir algum foco. Vi um teto branco, e nada mais.

ÊPA!!

EU MORRI TAMBÉM?!

É ALGUMA BRINCADEIRA?!

Me sentei de repente, olhando pros lados, e me assustei ao ver Spirit, sentado em uma poltrona ao lado, pálido, com bolsas de olheiras embaixo dos olhos, o cabelo mais comprido e uma barba rala por fazer. Me levantei, preocupada com o que via, quando ele abriu seus olhos de repente, quando eu quase derrubei o soro ligado ao meu braço.

- Ma... M-Maka... - ele murmurou, se levantando, com um olhar incrédulo. - Makinha... - ele se aproximou de mim, e me puxou para os seus braços, enquanto se abaixava, tentando ficar da minha altura. 

Não recusei seu abraço, pois estava um pouco preocupada. O que papa fazia aqui? Onde era aqui? Por que papa parece tão cansado assim? Me surpreendi quando ele começou á chorar, enquanto me apertava em seus braços.

- Maka... Papa ficou tão preocupado... Achei que perderia minha menininha... - ele murmurava, enquanto soluçava, me apertando mais. Não sei por que, mas sei que antes que eu pensasse em algo, eu envolvia meus braços ao redor de papa, e o confortava, sentindo lágrimas brotarem de meus olhos. 

Eu já vi papa chorar tantas vezes... Mas nunca... Achei que ele poderia chegar á agir como um pai normal... E aparentar estar tão... Preocupado assim...

- Papa... O que aconteceu...?- resolvi perguntar, sentindo a garganta arranhar, de tão seca. - Onde eu estou?

- Maka... - ele disse, enfim parando de chorar, e se afastando. Por que agora ele parece mais jovem do que antes? E a barba por fazer? Era só... Alucinação? Sumiu tudo. A pele continua perfeita e lisa, sem olheiras, rugas de preocupação, barba rala... Nada além do cabelo maior.

- Oe... Com cinco minutos de choro você rejuvenesceu dez anos?- perguntei, sentindo a raiva subir.

- Oh... Papa virou um ermitão e renasceu três vezes enquanto estava preocupado... - ele disse, enquanto analisava o queixo, se olhando no reflexo da janela. - Desde ontem o papa não soube o que fazer caso perdesse minha Makinha...

- Peraperaperapera... Pera... Vamos com calma... Desde ontem? 

- Sim... - ele disse, enxugando as lágrimas e me fazendo sentar de volta na cama. - Parece que você ressonou com uma arma inútil e pervertida, e que estava sendo corrompida. Isso esgotou você por completo, e você estava muito mal quando chegou aqui á Death City... - ele disse, num suspiro. - Papa esteve tão preocupado...

- E por que parecia ter ficado meses á minha espera...?

- A preocupação do papa é outro nível, Makinha. - ele disse, sentando-se ao meu lado e me puxando para um abraço de lado, enquanto beijava a minha testa. - Eu disse que virei um ermitão, renasci e envelheci três vezes?- ri de sua piada. - Já estava chegando na quarta, quando você acordou... - ele está falando sério, por algum acaso?

- AH! E O SOUL?!!- me levantei, desesperada. - E-ele... - vi papa olhar pra baixo, com o olhar de "Não sei como te contar" - Papa... O que houve com Soul...?

- Maka... Eu... Não sei como te contar... - não disse? Reconheço esse olhar de longe! É o mesmo olhar de quando papa e mama iam se separar. Me lembro que minha reação foi chorar de alegria e festejar durante dias, a libertação da mama. Eu lembro que até gritei "KAMI OUVIU MINHAS PRECES?!!" e papa chorar rios grudado nas minhas pernas, dizendo o quanto eu era má e cruel. - Mas Soul morreu... Ao que parece, ele tinha uma doença e...

- Não... Pode ser... - senti toda a força nas pernas desaparecerem, enquanto caía no chão, sentada. - Soul... Está mesmo...?

- Lamento... - ele disse. - Agora, por que não usa papa como sua nova arma, hein? Papa é super prestativo, cozinha, lava, passa, compra tudo o que quiser e te dará livros novos pra ler... - me levantei e saí do quarto o mais rápido que pude, apenas para encontrar toda a galera sentada na sala de espera. Eles pareciam sérios.

- Maka... - Tsubaki sorriu ao me ver.

- E o Soul?- perguntei, sem mais enrolação. - Onde... ?

- Ao que parece, ele tem uma doença no coração... - disse Lizzy, se levantando. - E tantas almas de uma vez... Fez o corpo dele chegar ao limite... Agora ele está passando por uma cirurgia...

- Como... O que houve com as almas? Eu as vi sumir e... - perguntei, sentindo-me um bilhão de vezes melhor ao saber que Soul estava vivo, e não morto como papa dissera. E por falar em papa, com o canto dos olhos, o via mordendo o batente da porta, chorando rios outra vez, enquanto murmurava algo. Provavelmente odiando Soul mais ainda...

- Elas... saíram. Todas de uma vez. - disse Tsubaki. - Foi... Assustador.

- O quê? Por quê?

- Imagine um chafariz que brota do chão e cospe água de sangue. - disse Lizzy. - Pois é. Esse era o peito dele.

- Hein?- não entendi.

- O peito dele começou á jorrar almas uma atrás da outra. - Black Star disse. - Eram tantas, e parecia que não iria mais acabar... E quando começou á rasgar...

- O QUÊ?!!- gritei, preocupada outra vez, tapando minha boca ao lembrar que estávamos em um hospital, não numa feira.

- O peito dele rasgou... - Kid continuou. - E as almas continuavam saindo. Não sabíamos o que fazer, então voltamos pra cá com a ajuda de Blair, que era o meio mais rápido que tínhamos. Tiveram de usar a magia dela, pra conter a avalanche de almas, ao mesmo tempo que contiveram a hemorragia... E só pra descobrir que ele estava tendo ataques do coração devido á uma doença que o atingia á anos, mas que nunca apontara problemas, desde que chegara na Shibusen...

- Parece... Uma novela mexicana... - murmurei, enquanto me sentava. - Affe, me sinto esgotada... - parece que meu trabalho não é transformá-lo em Death Scythe, e sim, salvá-lo. Não estou reclamando, claro que não. Só quero entender que sina é essa a dele, que o deixa em um perigo novo toda semana...

- Shhhhiu!- todos disseram pra mim, ao mesmo tempo. - Estamos num hospital...

- Ele está passando pela cirurgia agora. - disse Kid. - Só aguarde mais um pouco e procure algo para fazer, para relaxar.

- Eu, Black Star, o homem mais magnífico e poderoso do mundo, não permitirei que meu amigo morra assim. - Black Star fez sinal de positivo com o polegar, sorrindo pra mim. - Não se preocupe. Minha beleza divina irá tirá-lo da morte se for o caso.

- Isso mesmo. Você vai. - Tsubaki sorria, de forma gentil (e sofrida) enquanto apoiava o parceiro.

- Com licença, enfermeira... - disse Kid. - Mas poderia me deixar dar uma olhada na sala de remédios? Há algumas coisas que quero verificar... Vocês guardam as coisas assimetricamente ou...

- Droga... - Lizzy analisava as unhas. - Acho que trinquei minha unha enquanto fazia a sobrancelha... Como isso é possíve...?

- Ha ha ha isso é hilário... - dizia Patty, lendo um livro com figurinhas. - Olha, Liz, olha! - ela chamou a atença da irmã. - Um gato!! Muuuu.... - ela disse, apontando para um porco com uma palha na boca e um chapéu de palha na cabeça. - Tããão fofiinho!!

- É. É um gatinho fofo que faz muu... - Lizzy apenas concordou, dando corda pra imaginação da irmã.

Revirei os olhos, segurando o riso. 

Até mesmo em situações assim, eles não conseguem mudar a válvula para o Modo Sério nunca...

 

Maka off:

 


Notas Finais


Olá!

Desculpe terminar o capítulo assim! U.U
Jogando uma doença do nada e rasgando o peito do Soul com enxurrada de alma mas é assim que escrevi e é assim que ficará kkk

Espero que tenham gostado do cap extremamente longo, e acho bom que saibam, pois ainda há mais dois assim, então por favor, não lamentem e me façam enxer mais linguiça aqui ou eu vou escrever mais duzentos capítulos kkk

Fora que estou louca para começar a postar a segunda temporada, por isso, agradeço á todos que ficaram comigo até aqui!! U.U

Desculpem pelos erros, e houve uma época em que quaaaase excluí a fic quando as leituras diminuíram - drásticamente- e pensei que a fic não tava boa o suficiente, mas daí pensei: " Eu escrevi exatamente o que gostaria de ler. Sem o romance começando de uma hora pra outr. Justificativas aceitáveis e que não deixam o famoso buraco WTF ao terminar de ler algo, e ainda por cima, coloquei personagens que eu gosto, sem alterar drasticamente suas personalidades, e criei o meu próprio mundo. Deveria ficar satisfeita com minha história"
E foi o que eu fiz. Fiquei satisfeita com minha história :3

Os poucos que me acompanharam moram aqui, no meu coração!

E os que comentaram, moram na minha barriga. Pois é lá que a melhor coisa vai: a comida U.U Assim, eu deixo claro que divido minha Nutella com qualquer um de vocês, caso os encontre ao acaso pela vida real, okay? U.U Diviremos nutella, ouviremos uma música boa, e ainda por cima jogaremos um game ou assitiremos um anime da hora... E ainda divido minha nutella.
Eu já disse que eu divido minha nutella? Algo que nem meus irmãos sabem quando eu compro, e acham apenas o potinho no lixo e saem xingando pelas minhas artes ninjas em fazer algo ficar invisível na geladeira té eu raspar a última gota? kkkk pois é. Sintam-se honrados, meus parceiros da nutella!

Enfim, eu fiquei feliz, triste, á ponto de explodir de felicidades á cada comentário e like que ganhei, mas é isso. Essa fic uma hora ou outra tem de ter um fim, né? Pois é.
Amanhã postarei o último, e ele será... Longo? Cinco mil palavras é muito pra vocês? kkkk se for, eu talvez diminua pra quatro mil, novecentas e noventa e aff... 4.999 mais rápido e prático para uma pessoa cuja a preguiça nasceu colada heheh


Enfim, essas notas estão meio longas, talvez, seja pela falta de vontade de deixar as coisas acabarem, mas já enchi demais linguiça nessa primeira temporada.
Prometo que na segunda vai ter de tudo e eles serão mais velhos, então HAVERÁ HENTAI U.U

Eu já disse que meio que duas crianças, né... De doze aninhos... Seria estranho. Não que seja errado, mas é difícil imaginar um "pintinho" e um "peitinho". Nem tem graça. Ou vai que imaginam Soul com um pirocão? Vocês devem tá lendo muito hentai por aí né kkkk onde as crianças sacam uma bengala maior do que a do Kid bengala e... Cala a boca, A-chan, ou a imagem fofa e talvez inocente que seus leitores tenham de ti vá por água á baixo... Se controla, mulher... Enfim, crianças de doze anos fazendo secsu não é lá... Legal, sabe?

Então é isso.
Na Second Seasons haverá de tudo um pouco, então conto com vocês... Pera... Por que estou anunciando como se já tivesse acabado? Ainda tem o encerramento kkkkk

Kissus kissus bay bay

- E não me matem!! Mas uma hora, a saga para crianças tem que acabar U.U E o -18 tem que chegar HUEHUEHUE


PS: Desculpem qualquer erro de ortografia ou alguma frase que não entenderem. Não tive tempo pra revisar e acabei postando assim mesmo. Mil perdões, e espero que tenham gostado desse longo capítulo U.U


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