1. Spirit Fanfics >
  2. Em rota de colisão >
  3. XXII

História Em rota de colisão - XXII


Escrita por: Confusion

Capítulo 22 - XXII


Emma colocou a mão sobre os olhos por causa da luz que a cegava, o bip insistente da máquina ao seu lado estava lhe dando dor de cabeça, respirou fundo antes de tentar se sentar, um lençol branco lhe cobria da cintura para baixo, deveria ser mais de meio-dia, porque sua barriga roncava. Jogou os pés para fora da maca e pegou o roupão jogado em uma cadeira, o vestiu.

Sua cabeça começou a latejar tão forte que ela teve que se segurar na parede para não cair, fechou os olhos.

-Oh minha abelhinha, você está tão linda. – a voz calma e suave falou, Emma se encarou no espelho, a imagem refletida era de uma pequena garotinha que não podia ter mais de dois, ela vestia um vestido verde mar com detalhes em um tom mais claro, o cabelo vermelho estava todo encaracolado e coroado com uma tiara de flores. – Você é tão linda meu amor. – Emma se virou para mulher as suas costas, não era sua mãe, ouvira a voz de Caitlin desde que nascera e aquela mulher com certeza não era ela. A dona da voz se agachou, ficando da mesma altura que ela, estranhamente Emma não conseguia distinguir seu rosto, algo estava errado. – Mamãe te ama, você sabe disso, não é? – ela assentiu contra vontade, aquele ser não era sua mãe e disso ela tinha certeza.

Abriu os olhos tão rápido que quase se cegou com a luz que as lâmpadas emanavam. Aqueles sonhos estranhos não eram sonhos, eram memórias, memórias que haviam se perdido. Muito nova para lembrar, seu pai havia falado aquilo uma certa vez, mas ela não havia entendido, até agora. Fechou os olhos novamente, porém desta vez a tontura a atingiu em cheio, se curvou para frente e se apoiar na parede caminhando de volta para cama, se deitou e tentou relaxar.

Mas obviamente sua cabeça estava cheia de merda, as memórias vinham e iam em uma velocidade recorde. Respirou fundo contando até dez, tentou pensar em alguma música, filme, série, livro, qualquer coisa, entretanto sua cabeça tinha outros planos como fuder com a sua mente.

-Você tem certeza que a gente não vai se encrencar? – uma voz feminina perguntou.

-Que nada, eles não estão nem aí pra ela, só vem aqui no final do dia e depois vão embora. – uma voz masculina respondeu. – E além do mais, ela está aqui a quase três meses, todos já disseram que vai demorar para ela acordar.

-Se algo der merda, a culpa é sua.

-Se acalma, linda, tenho tudo sobre controle. – o cara se gabou. – É apenas um pequeno teste biológico.

Emma sentiu uma mão quente tocar sua perna e subir gradativamente a um lugar que ela estava pronta para defender com unhas e dentes. Quando a mão do cara chegou na metade de sua coxa, ela o chutou bem nas costelas, pegou o seu braço e o torceu. A garota ao lado dele gritou.

-Se encostar um dedo se quer em mim novamente, eu juro que arranco seus testículos. – ameaçou em um tom baixo, como sua mãe havia ensinado.

-Sua louca!

-Você ainda não viu nada, meu bem.

-Que gritaria é essa? – a voz familiar invadiu seus ouvidos. – O que vocês estão fazendo aqui?

-Ela é louca. – a garota ratificou. Emma revirou os olhos, se virou para Caitlin e sorriu.

-Oi, Cait. – a doutora tentou sorrir de volta, colocou as mãos na cintura e disse com as voz embargada:

-Solta ele, Emma.

O garoto olhou pra ela desesperado, com um último sorriso maligno o solto, ele e a outra garota correram. Emma levantou as mãos para cima vitoriosa.

-Valeu tio Oliver por me ensinar isso!

Caitlin riu com a mão sobre a boca, Emma então notou alguns detalhes, que devido a confusão, passaram despercebidos, como seu anel que parecia ser de noivado, por estar na mão direita e ter um lindo rubi em corte princesa. Ela também notou que estava na enfermaria, que prestando bem atenção parecia ter sido transformado em um quarto. Até sua mãe parecia ter mudado, seu cabelo estava mais curto e ela estava um pouco mais magra.

-Oi. – disse.

-Oi. – Caitlin deu um passo à frente, Emma pulou da cama e correu ao encontro da mãe, a abraçando com força. – Meu amor, eu senti tanto sua falta.

Emma arqueou a sobrancelha confusa. Algo estava errado, muito errado. Primeiro era aquele garoto que disse que ela estava ali a quase três meses e que não havia probabilidade de ela acordar, e agora sua mãe dizendo que havia sentido sua falta, sendo que na sua percepção ela havia falado com Caitlin ontem.

Sua se afastou e a encarou com olhos cheios de lágrimas, isso foi apenas a confirmação do que Emma já suspeitava. Ela havia entrado em coma.

-Quanto tempo?

-Quase três meses.

-A noite do ataque. – sussurrou.

-Isso, alguma coisa aconteceu, não sabemos o que, mas quando Tommy te encontrou você já estava desacordada, achamos que você havia batido a cabeça ou que você desmaiou de fome. O que era muito provável, já que Wally disse que você não tinha comido nada, mas despois você não acordou mais.

-Sinto muito.

-A culpa não foi sua. – Caitlin passou a mão pela sua cabeça, em um carinho suave. Emma tentou sorrir.

-Onde está papai?

-Em casa, terminando de acertar os últimos detalhes para hoje à noite. – a doutora falou em um tom de animação. – Vou pedir para Cisco terminar a visita e eu te levo para casa.

-E desde quando o S.T.A.R. estava recebendo visitas? – questionou seguindo Caitlin para fora do córtex.

-Desde de que percebemos que isso rende um dinheiro extra.

-E quem são os loucos que aceitam vir visitar esse lugar?

-Universitários, professores que conhecem o histórico desse lugar e cientistas que gostam do que nós fazemos aqui. E fãs do Flash. – ela sorriu. – Fica aqui, vou atrás de Cisco.

Caitlin entrou em uma das salas do longo corredor, alguns segundos depois um grupo de adolescentes saiu da mesma sala, Emma reconheceu imediatamente o cara que tentou abusa-la mais cedo, ele conversava com uma mulher mais velha, talvez ela fosse a responsável pelo grupo. Com um sorriso diabólico ela se aproximou deles pronta para começar a maior cena quando alguém a puxou pelo braço.

-Nem ouse fazer qualquer escândalo. – a voz rouca e fria avisou, fazendo ela estremecer. – Vem comigo.

Deixou ser guiada até uma das salas pouco utilizadas que existiam no laboratório.

-O que você quer? – perguntou curta e grossa.

-Preciso de sua ajuda. – ele respondeu a olhando nos olhos. Aqueles incríveis olhos escuros- que as vezes se fundiam com a pupila- que antes a fizeram suspirar inúmeras vezes, agora não causavam o mesmo efeito. – Por favor, docinho.

-Não me chama de docinho. – ralhou nervosa.

-Emma eu estou preso aqui, por favor.

-Da última vez que nos encontramos você atirou um dardo em mim e consequentemente me deixou em coma.

-Eu estava salvando sua vida. – ele se defendeu, ela riu ironicamente. – Se você não tivesse entrado em coma eles ainda estaria te caçando e seus pais não estariam ao seu lado o tempo todo.

-Isso foi a coisa mais idiota que eu já vi.

-Raciocina comigo, Em. Você entrou em coma, seus pais te trouxeram pra cá e durante esses meses só ocorreu um ataque contra você, e diga-se de passagem esse ataque não deu certo. Eu te ajudei, seus pais agora já sabem com quem estão lidando.

-Ok. – disse dando o braço a torcer. – Mas que tipo de ajuda você quer?

-Estou preso aqui como vocês e quero voltar pra casa.

-Que casa? Você tá morto!

-Legalmente sim. – ele piscou e passou a mão pelo cabelo castanho.

Ela revirou os olhos.

-Olha, eu acabei de acordar ainda estou tentando me situar, então eu também não tenho a menor ideia de como voltar pra casa, ok? Agora sai da minha frente que eu tenho que encontrar minha mãe. – o empurrou com o ombro seguindo para porta.

-Então eu te procuro, não é? – ela mostrou o dedo do meio. – Tchau docinho.

Saiu da sala a procura de Caitlin, encontrou a doutora conversando com a responsável pelo grupo de estudantes que estava visitando o lugar, estava tão perdida nos seus próprios pensamentos que nem se importou com os murmurinhos e olhares maldosos dos adolescentes. Quando se encontrou com Cisco foi literalmente um escândalo, os gritos que ela deu e que ele deu fizeram Caitlin ficar surda temporariamente.

-Então, três meses. O que mudou?

-Pouca coisa. – Cisco deu de ombros. – Tommy disse que tudo está seguindo como deveria.

-E por falar no satã, onde ele está agora?

-Provavelmente com Cory. – Caitlin parou no sinal vermelho. – Eles começaram a conversar mais depois do acidente, parece que Tommy salvou a vida de Cory e eles encontraram algo em comum.

Emma arqueou a sobrancelha, Cory e Tommy juntos era quase impossível de se imaginar. Quando Caitlin estacionou o carro na porta da casa de Joe foi quando ela percebeu o que a “pouca coisa” de Cisco significava.

-O que estamos fazendo aqui?

-Barry está aqui, achei que você queria ver seu pai antes de qualquer coisa. - Caitlin bateu a porta do carro. – Bar está morrendo de saudade de você.

-Todos estão morrendo de saudade de você. – Cisco caminhou ao seu lado, ele estava obviamente feliz por vê-la ali, mas algo no jeito como ele olhava para Caitlin a fazia se perguntar se realmente as coisas estavam do mesmo jeito.

-E onde está tia Íris? – perguntou rapidamente notando a ausência do carro da madrinha.

-Foi pegar Felicity na estação. – Cisco abriu a porta e ela entrou.

Emma estava sem palavras quando entrou na casa, o lugar parecia ter entrado em uma daquelas casa de estrangeiros ricos, tudo estava perfeitamente organizado e a decoração havia sofrido uma enxurrada de tons sóbrios e moveis modernos.

-O que diabos aconteceu aqui? O que aconteceu com o meu sofá? – olhou para o móvel branco que mais parecia uma tabua de passar. – O que aconteceu com esse lugar?

-Furacão Carla. – disse Caitlin com desgosto.

-Como?

-Mamãe se mudou pra cá depois que o sócio dela lhe deu um golpe, ou seja, ela estava pobre e sem um teto, teve que vender tudo o que tinha para quitar uma dívida que só Deus sabe como ela fez.

-Vocês estão convivendo sobre o mesmo teto e ainda não se mataram? Que milagre é esse?

-Acredite ainda não descobrimos. – Barry a apareceu na porta da cozinha, Emma sentiu seu coração gritar de felicidade, correu até o pai se jogando em seus braços. – Snowfalke.

-Papai. – sussurrou.

-Estava com tanta saudade de ouvir a sua voz. - ela se afastou sorrindo. – Você se sente bem?

-Claro, só quero tomar um banho bem demorado. Onde está vovô?

-Foi ao supermercado.

Ela se jogou no sofá ao lado de Caitlin. Seus pais se entreolharam, Emma pode sentir uma estranha tensão no ar. Bufou irritada antes de perguntar:

-Será que dá pra falar o que vocês estão escondendo ou vou ter que descobrir sozinha?

-Olha Emma, algumas coisas mudaram. - sua mãe pegou sua mão.

-Tipo o seu anel de noivado. - Caitlin olhou para própria mão, depois para Barry. – Você achou mesmo que eu não ia notar? Essa coisa literalmente grita casamento por si só. Mas vocês não acham que é “cedo” demais para si casar? Vocês só estão namorando a alguns meses.

-É mais uma questão de necessidade, Emma. – Barry se agachou a frente dela. – Aconteceram algumas coisas nos últimos meses.

-Tipo?

-Tipo que uma mulher alegou ser sua mãe, mas quando fizemos o teste de DNA deu negativo, porém ela ainda quer a sua guarda e está lutando na justiça por isso. – Cisco explicou olhando para porta de entrada pelo canto do olho. – O que eu acho muita idiotice já que todo mundo sabe como isso vai terminar.

-Então vocês vão se casar para ter a minha guarda. – Caitlin assentiu. – Pelo menos você está se casando com alguém que você realmente gosta. – sua mãe baixou o olhar enquanto seu pai a encarava, isso pareceu meio estranho. - E quando vai ser o casório?

-Daqui a uma semana. – Emma se colocou de pé ainda segurando a mão da mãe. – O jantar de noivado é hoje.

-Ótimo, agora preciso tomar um banho e uma roupa limpa.

-Ok. Você pode ficar no quarto de Íris. Vou deixar alguma roupa para você.

Emma subiu as escadas, indo direto para o banheiro, trancou a porta e retirou o roupão e a camisola do laboratório. A água do chuveiro estava fria, mas ela não se importou.

-Five hundred twenty-five thousand, Six hundred minutes. How do you measure Measure a year?- cantarolou, enquanto a água escorria pelo seu corpo. - In daylights - in sunsets. In midnights - in cups of coffee.

Aquela música lhe era familiar, embora não se lembrasse de tê-la escutado. Fechou os olhos deixando a água lavar seus pensamentos.

-In inches in miles. In laughter in strife. – a voz agora familiar cantarolou baixinho, estava tudo escuro, mas Emma tinha a noção que estava em um quarto. – Gostam desta musica queridas? – ela perguntou no plural, então deveria ter alguém além delas ali, seu questionamento logo foi respondido.

-Mamãe, quando ela vai volta pa casa? – a voz infantil perguntou e Emma teve que concordar com ela.

-Eli, ela é sua irmã. Vai ficar aqui pra sempre.

-Eu não quelo fica aqui! – Emma exclamou revoltada. – Quelo minha mãe!

-Eu sou sua mãe. – a mulher afirmou, parecia estar perdendo a paciência com elas. – E você vai ficar.

-NÃO!

-Mamãe deixa ela i.

-Não Elisa. Emma se acalme.

-Não! – ela levantou a mão em um gesto defesa, porém sem que percebesse gelo saiu da sua mão em direção a mulher, que se não fosse rápida o suficiente teria se machucado. Emma continuou a jogar gelo por todo o quarto até sentir uma picada contra a coxa e a escuridão tomar conta dela.

Emma respirou fundo se apoiando na parede do box. Aquela memoria era muito forte e confusa. Olhou para próprias mãos, era impossível ela ter aquele poder, não tinha como aquela memoria ser real. Desligou o chuveiro, vestiu o roupão e saiu do box, se analisou no espelho, não havia traços em seu rosto que indicavam que o tempo havia passado, embora seu cabelo estivesse um pouco maior do que era quando ela chegou, isso não parecia denunciar nada.

Destrancou a porta e saiu para quarto de Íris, ex quarto de Íris na verdade, pelo menos aquele lugar não parecia ter mudado nada. Caitlin havia deixado algumas roupas em cima da cama, Emma optou por um vestido simples com um cardigã, calçou as sapatilhas e amarrou o cabelo com uma fita, se olhou no espalhou que pegava seu corpo todo. Deus, ela parecia a Allison! Tirou a fita, deixando o cabelo solto, calçou os all star vermelho e piscou para si mesma, agora era ela mesma.

Alguém bateu na porta. A cabeça de Caitlin apareceu na porta, ela não pode evitar o sorriso que se formou em seus lábios, sua havia mudado mesmo, mas parecia mais linda do que antes.

-Posso entrar?

-Claro. – se sentou na cama de pernas cruzadas.

-Sei que tem coisas demais acontecendo hoje. – sua mãe começou a falar no tom que Emma chamava “preparasse para a surpresa”, da última vez que ela tinha falado assim Charlotte já estava no mundo. – Mas eu quero que você prometa que não vai surtar?

-E por acaso eu surto? – Caitlin revirou os olhos diante da pergunta. – Ok, eu prometo.

-Bom. Podem entrar. – a porta se escancarou e duas figuras que ela conhecia com a palma da mão entraram como um furacão, se jogando em cima dela e a sufocando com beijos e abraços.

-Por Voldemort como vocês vieram parar aqui? – gritou, empurrando Lydia e Camille.

-Viemos te salvar, mas agora precisamos ser salvas. – Lyds disse, plano de salvação indo por água abaixo era a cara daquelas duas. 

-Vocês chegaram quando?

-No dia em que você entrou em coma. – Camille olhou para Caitlin que saia do quarto com um sorriso no rosto. – Encontramos tia Cait com tio Barry no centro, estávamos tentando encontrar você e o Tommy, mas algumas coisas deram errado e acabamos nos metendo em uma confusão.

-Uma confusão bem cabeluda. – Lydia riu melodiosamente. – Se tio Bar não tivesse ajudado, acho que estaríamos na cadeia nessa altura.

Emma sorriu para suas amigas, conhecia Lydia e Camille desde de criança ambas eram filhas de grandes amigos de seus pais. As três, junto com Allison Queen, formavam um quarteto extraordinário, cada uma com seu talento e personalidade. Ela não podia pedir amigas melhores.  

-Mas como vocês chegaram aqui?

-Não é só você que tem truques na manga. – Cami cruzou as pernas. – Peguei um dispositivo do papai emprestado. Acho que ele ainda não deu pela falta.

-Mamãe e papai já sabem quem vocês são? – perguntou, Lydia assentiu e falou:

-Nós explicamos a situação para eles um pouco depois de tio Oliver chegar com você nos braços.

-Só não contamos quem são nossos pais. – completou Cami. – Tommy quase surtou quando viu a gente e ainda tivemos que inventar a maior história para Joe deixar a gente ficar aqui depois que o apartamento da tia Cait foi destruído.

-Espera aí, vocês estão morando aqui? – colocou a mão sobre a boca surpresa.

-Claro. – Cami deu de ombros e estendeu a mão. – Prazer, Camille Valdez, estudante de intercambio vinda do México e essa é Lydia Martin ela é de New York. Vamos passar uma temporada aqui, ou até o dia em que conseguirem consertar a máquina do tempo.

Emma jogou a cabeça para trás em uma gargalhada alta, era ótimo tê-las ali, mesmo que os motivos pelos motivos errados.

-E o vovô acreditou?

-Não, tivemos que contar a verdade. Ou pelo menos a metade dela. – Lydia se deitou olhando para o teto, Cami se deitou ao seu lado e ambas soltaram um suspiro bem demorado. Emma arqueou a sobrancelha.

-Onde está Tommy?

As duas garotas se entreolharam. Cami foi a primeira a falar:

-Ah, ele deve estar por aí ajudando tio Bar.

-Ou com Meli. - Lyds murmurou, recebendo uma cotovelada de Cami.

–Por que não vamos ver se o jantar está pronto, Lyds? Aí Emm’s pode terminar de se arrumar.

Lydia concordou e as duas saíram do quarto, Emma encarou a porta fechada, sentia que algo estava errado, aqueles olhares, a mudança de assunto, o jeito como se esquivavam. Mordeu o dedão, estava na hora de encarar a verdade, seja ela qual for.

Desceu as escadas e seguiu em direção a cozinha, já estava na porta quando ouviu algo bastante interessante.

-Você tem certeza que Emma está o suficiente para saber de tudo? – Felicity perguntou.

-Não sei, algumas coisas mudaram, mas não acho que ela vai surtar por isso. – Caitlin respondeu.

-Não foram mudanças tão drásticas assim. – comentou Íris.

-Mas para Emma serão, foram três meses de sua vida que esquecidos, apagados.

-Não exagera, Cait.

-Felicity eu estou falando sério. Emma só conhecia aquela vida, aquelas pessoas, ela construiu memorias e história com quem éramos a três meses. – ela ficou em silencio, então completou. – Se lembra quando ela conheceu Julian?

-Lembro, apostei comigo mesma se ela ia envenenar ele ou não.

Alguém riu.

-É sério Íris. Emma odeia Julian e deixou isso bem claro. Eu conheço aquela garota, sei muito bem o que ela vai sentir quando souber que Feli está namorando ele. - Emma apertou as mãos em punho.

–Ou quando souber que Oliver está com Holly. – falou Íris.

-Ela vai ficar magoada, não pode parecer, mas ela tem um carinho enorme pelo Oli... – Caitlin parou de falar. – Desculpa.

-Ainda com os enjoos?

-Sim, achava que isso iria passar depois de tudo. – alguma coisa no tom de voz de sua mãe mudou. – Mas hoje é dia de comemorar, vamos, temos que levar isso para a mesa.

As três saíram, Emma se encostou na parede. As coisas realmente haviam mudado, Oliver e Felicity. Mordeu o lábio inferior, tinha que fazer alguma coisa. Não podia deixar aquilo acontecer.

Respirou fundo, alisou o vestido e sorriu. Se tinha uma coisa que Emma tinha aprendido no passado, era fingir que tudo estava bem.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...