História Em Um Só Coração - Esse jantar vai dar no que falar!

SAMANTA POV

 Eu estava deitada assistindo a um filme qualquer que passava na TV, meu sono estava me tomando por inteira, logo ouvi a campainha toca, coloquei meu chinelo e fui atender, abri e vi minha filha, corri abrir o portão e dei um abraço forte nela, estava com saudade. Entramos e ficamos conversando ela me contou tudo o que tinha acontecido, e sinceramente, eu ainda não esqueci o Roger, ele foi meu primeiro amor, vivi 5 anos namorando pra depois passar 4 anos de sofrimento ao seu lado, mas eu ainda o amava, quando ficava perto um arrepio tomava conta de meu corpo, Giovana odeia quando falo que tenho pena pois ela sabe o tanto que sofri naquela casa, mas sei que isso é passageiro e ele um dia vai mudar.

 Giovana se trancou no quarto e de lá não queria mais sair, decidi então fazer o que eu à meses queria, peguei minha bolsa, coloquei uma roupa mais bonita e peguei a chave do carro, deixei um bilhete em cima da mesa de jantar avisando que logo voltaria, então sai rumo à casa do Roger.

 Cheguei lá e a turma que trabalhava na portaria já me conhecia então liberaram minha entrada de imediato, desci aquela longa rua até chegar em sua casa, seu carro estava lá, sinal que ele também estava, sai do carro e respirei fundo até tocar aquela campainha, tomei coragem e apertei aquele botão, demorou uns 3 minutos até alguém mecher na fechadura, e então a porta se abriu, ele estava tao lindo, não sabia o que dizer naquele momento, ele me olhava confuso:

Roger: Faz o que aqui? -disse seco-

Samanta: Podemos conversar?

Roger: Não quero mais discussão por hoje Samanta

Samanta: Não vim discutir, vim conversar civilizadamente

Roger: Entra!

 Ele me deu espaço e eu entrei, a anos eu não entrava naquela casa, estava tudo no lugar de sempre, as revistas em cima da mesa, a poltrona com um lençol branco:

Samanta: Deixou tudo do mesmo jeito!

Roger: Me acostumei com esse estilo, sente-se!

 Me sentei naquela poltrona e ele ficou me encarando:

Roger: Tá, por que veio até aqui?

Samanta: Quero ficar em paz com você, sei que não é fácil essa vida que você tem, de ficar o dia todo trancado dentro de um escritório resolvendo coisas de outras pessoas, mas os anos que passei ao seu lado percebi que você é um cara legal, só não sabe se controlar, seu maior problema é cuidar muito do trabalho e menos da família e isso é ocupante, sei que não é fácil fazer mais pros outros e menos pra si mesmo, mas tenta ver o lado bom, você tem, ou tinha, um família que te ama, ou amava, e que se preocupava com você, sabe por que não te denunciava? 

Roger: Por causa da Giovana!

Samanta: Também, mas eu te amava, e não queria te ter longe de mim, não queria te ver atrás das grades, sofria sim, não gostava mas te amava muito você era tudo pra mim, tudo o que eu tinha de mais precioso.

Roger: Samanta.... não sei o que dizer!

Samanta: Não precisa dizer nada, apenas pense em tudo o que fez e causou durante esses anos, pensa na nossa filha, pensa no tempo perdido, pensa em nós, não podemos mentir um para o outro dizendo que não sentimos mais nada que eu seu que você sente, eu sinto, não foi fácil vim até aqui, se está achando que vim só por que terminou seu relacionamento com a Paula está enganado, a tempos queria vim e dizer tudo, mas a dor e as lembranças não deixavam.

Roger: Tenho que confessar que também não te esqueci, é sim muito difícil pra mim viver longe de vocês duas, minha vida é corrida de mais e eu não tinha tempo pra vocês, tudo o que eu mais queria era minha vida de volta, minha família de volta, a sensação de se deitar na cama e não te ter, e acordar de manhã e não te dar um beijo de bom dia é horrível, me arrependo até hoje de ter de largado na rua daquele jeito, eu tinha bebido o dia todo, minha cabeça não estava boa, não gosto nem de lembrar dessas coisas, a Paula foi por livre e espontânea vontade, dei um tapa na cara dela pois queria minha filha por perto, fiquei muito tempo longe dela.

Samanta: Só quero que pense bem e tudo o que causou pra m e pra Gi, pensa em como estaríamos se nada disso tivesse acontecido, pensa que poderíamos ser uma família feliz como todas as outras. Bom, já disse tudo agora vou indo, deixei a Giovana sozinha, pensa bem tá!

 Me levantei indo até a porta, quando ia abrindo ele segurou meu braço:

Roger: Obrigado por vir até aqui!

Samanta: Fiz o que deveria ter feito a tempos atrás!

 Ele pegou em minha cintura e colou meu corpo no dele, pude sentir sua respiração e então nos beijamos, era um beijo devagar mas bem apaixonado, era um beijo que a anos não dávamos, paramos o beijo com um selinho:

Samanta: Tenho que ir!

 Me soltei dos seus braços e abri a porta, olhei para trás e ele me olhava com um sorriso no rosto, acenei com um tchau e entrei no carro.

 Cheguei em casa minutos depois, entrei na sala e Giovana estava deitada com um pote de sorvete de chocolate na mão, joguei minha bolsa ao lado dela:

Giovana: Aí caramba, nem vi você ai! -ela disse se sentando-

Samanta: Fazendo arte? -me sentei ao seu lado pegando o pote de sorvete e comendo um pouco-

Giovana: Não, só comendo mesmo! Onde foi?

Samanta: Fazer um negócio ai!

Giovana: Que negócio?

Samanta: Não te interessa!

Giovana: Nossa, grossa! Devolve meu sorvete! -ela disse pegando o pote da minha mão-

Samanta: Vou deitar ler um pouco, qualquer coisa chama!

 Me levantei indo ao meu quarto, entrei fechei a porta e me sentei na cama.

GIOVANA POV

 Estava cansada de ficar trancada no quarto sem fazer nada, me levantei e sai, fui até a sala e em cima da mesa havia um bilhete da minha mãe dizendo que voltaria logo, não dei muita importância e fui até a cozinha, a fome estava me matando, abri a geladeira e nada de bom CREDO, MINHA MÃE NÃO FAZ COMPRAS? pensei alto, abri o freezer e avistei um pote de sorvete, pra mim aquilo era feijão congelado mas quando abri vi sorvete de chocolate, peguei o pote e uma colher, liguei a TV da sala e deitei no sofá, estava passando um filme que eu nem quis saber do que se tratava, peguei meu celular e vi uma mensagem, era da Sophia, estava com saudade daquela chata, disquei o número dela, chamou três vezes até que ela atendeu:

Sophia: Gigi, sumida!

Giovana: Soso, linda. Como vai?

Sophia: Indo né! E você?

Giovana: Bem melhor!

Sophia: Fiquei sabendo do acidente na chácara do Luan..

 Nesse momento meu coração acelerou, ouvir o nome dele me deixava aguniada, e a imagem dele me batendo veio a mente outra vez, senti meus olhos se encher de lágrima e tratei de limpar:

Sophia: Gi? Tá aí?

Giovana: Oi, tô, desculpa!

Sophia: Como você está? Você e o Luan?

Giovana: Sophia preciso de contar que não me lembro dele, quer dizer, ele me fez mal, ele me batia, eu sofria nas mãos dele, eu não gosto nem de lembrar desse dia, prefiro seguir minha vida sem ele do meu lado entende?

Sophia: Não, eu não entendo, Giovana vocês estavam ficando, ele nunca te bateu, ele nunca levantou a voz pra você, como você não se lembra dele? Caramba, não acredito que estou ouvindo isso da garota que estava completamente apaixonada por ele, ele foi até sua casa, te fez um convite e você aceitou, foram felizes até acontecer isso, e agora você vem com esse papo que não lembra dele, que lembra que ele te batia e te maltratava, se toca garota! -sua voz era alterada-

 Ouvi tudo aquilo em silêncio, sempre que tocava no nome dele aquela imagem vinha na minha cabeça, não queria lembrar:

Giovana: Sophia eu não me lembro, desculpa, eu não sei, perdi uma parte da memória, não sei se tudo isso que você falou é verdade, só sei que tudo o que aconteceu pra mim é pura verdade, entenda, eu não me lembro de nada!

Sophia: Meu deus, não acredito!

 E então ela desligou! Ela achava que isso tudo era mentira? Como assim? E então me acabei de vez naquele sorvete.

 Estava quase pegando no sono quando minha mãe joga a bolsa dela em cima de mim, depois de perguntar onde ela foi, ela decidiu se deitar e ler um pouco, fiquei ali, deitada olhando pra TV sem entender nada do que estava passando, só conseguia pensar na conversa com a Sophia.

 Acordei quando já estava escurecendo, minha mãe estava na cozinha preparando algo pra comer, o pote de sorvete já não estava mais comigo e sim em cima da mesa de centro, me sentei:

Samanta: Tá com fome?

Giovana: Me acabei no sorvete, acha que eu estou com fome?

Samanta: Do tamanho que você é imagino que esteja!

Giovana: Não enche, vou tomar banho! 

 Me levantei indo até o banheiro, me despi e entrei, a conversa com a Sophia não queria de jeito nenhum sair da cabeça. Quando acabei meu banho sai com uma toalha na cabeça e outra outra no corpo, coloquei algo mais leve (look da foto) e voltei pra sala:

Samanta: Gi, eu queimei o frango que tal um jantar no restaurante?

Giovana: Opa, pra já!

Samanta: Volto já, vou me arrumar!

 Fiquei sentada mechendo no celular enquanto ela se arrumava.

 Quando acabou voltou pra sala e então saímos rumo ao restaurante.