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História Emissarium - O motivo da expiação - Capitulo IV - Um Oásis em meio ao Inferno


Escrita por: NikaSama

Notas do Autor


Olá gente fofa!
Me desculpem a demora em postar mais um capítulo fresquinho.
E lá, lá, lá vai ... o/

Capítulo 4 - Capitulo IV - Um Oásis em meio ao Inferno


Fanfic / Fanfiction Emissarium - O motivo da expiação - Capitulo IV - Um Oásis em meio ao Inferno


Capitulo 4 - Um Oásis em meio ao inferno


    Ao abrir vagarosamente os olhos Meggam proferiu uma maldição por ela ainda estar ali. "Aquilo não era sonho?". Respirou fundo e sentiu seu estômago protestar de fome, olhando ao redor sabia que não ia achar uma lanchonete próxima com seus fastfoods preferidos nem uma árvore frutífera fácil a sua frente. Mas sabia que ficar ali parada de nada ia adiantar. Decidida, levantou e caminhou em direção ao caminho que ela julgou ser mais iluminado, parecia estar escurecendo aos poucos, "Estaria anoitecendo?". Mas o céu, se é que aquilo era o céu que ela conhecia, continuava encoberto com camadas de fumaça cor de ferrugem e cinzas.
    A cada passo nas folhas secas Meggam temia ser ouvida, seus pés estavam já cheio de bolhas e arranhões, a vegetação começou a mudar durante o caminho, no lugar de gravetos e folhas secas no chão iam surgindo morros e rochas avermelhadas rodeando o local e uma espécie de areia fofinha e quente sob seus pés fazendo com que cada passo subisse uma nuvem de poeira sufocante, a quantidade de árvores iam diminuindo também. Sentiu forte curiosidade ao se deparar com a única coisa que não era vermelha em toda aquela paisagem cor de ferrugem que fazia sentir-se em Marte, era uma pedra negra de aparência semelhante ao carvão mas só que brilhante, ao pega-la em suas mãos tomou um susto e a jogou longe, era quente como brasa mas a afastou a tempo antes de se queimar mais, o fedor de enxofre pareceu muito mais forte naquela região. 
       Mais confusa e frustrada do que nunca, viu outra pedra dessas a sua frente e do nada caiu outra de raspão por seu ombro, parou um momento e quase por instinto olhou para cima, Meggam não podia acreditar no que via. "Um vulcão!!!", vendo que estava prestes a entrar em atividade pelos altos ruídos e os fortes tremores, Meggam saiu correndo sem se quer prestar atenção na direção para onde ia, ela corria muito rápido com todas as suas forças que restavam deixando um rastro de poeira vermelha. Só queria estar longe dali. 


"Mais essa agora!"
Seus pés estavam cansados e não só eles como seu corpo inteiro, parecia que não comia a dias e que sua boca nunca conheceu o frescor da água. Depois de muito tempo correndo suada e descabelada, com suas forças no limite ela tropeçou e caiu com tudo no chão fazendo um barulho estrondoso em o que ela diria ser uma chapa de metal encoberta  por limo. 
"Deus! Algo verde enfim!"


 Se levantou limpando-se e percebeu que deveria estar vagando a algum tempo sem prestar atenção , mas estava distante o suficiente para não correr riscos pelo menos em relação ao vulcão. Continuou a sua jornada em busca de algum alimento e respostas ''onde estava?'','' que lugar era aquele?'' e o principal ''como voltar para casa?''. 
    O chão daquele pedaço em diante era todo de chapas ou grades de metal com limo verde escuro, as pedras estavam cobertas por lodo escuro, seus pés deslizavam escorregando as vezes por conta do limo viscoso e o metal liso e frio, o barulho da placa de metal sendo pisada era pouco audível por Meggam estar descalça e graças ao limo,  incetos infestavam o ar e os cantos das pedras, pareciam centenas de centopéias, aranhas, baratas, besouros e enormes larvas nojentas, o cheiro daquele lugar começou a causar náuseas em Meggam, era ainda pior que os outros, não sabia se era por causa do estômago completamente vazio ou pelo fedor ser mais concentrado. 
De trás de uma das pedras encobertas por lodo saiu um pequeno diabrete aos pulos surpreendendo Meggam, que o olhou incrédula, suas orelhas eram apenas aspirais que se aprofundavam em seu crânio deformado e face enrugada idêntica a um sapo com dentes serrilhados pontiagudos, era magro porém barrigudo e estava vestido com farrapos, não tinha pelos nem cabelo, era esverdeado como todo o local, talvez fosse com o propósito de se camuflar,  seus braços eram longos possibilitando caminhar com as mãos no chão, seus olhos eram laranja escuro sem definição de íris ou pupila, era um pouco mais alto que os joelhos de Meggam mas sua calda com uma farpa na ponta era bastante longa para o seu tamanho, e a medida que ia se aproximando saltitante era possível ver que sua pele parecia diferente, parecia realmente com um sapo, isso Meggam podia afirmar. Ele emitia sons sussurrados como risadas e resmungos, seu humor não parecia dos mais estáveis, Meggam o encarava nos olhos tentando descobrir qual seriam suas intenções em se aproximar, mas seu olhar parecia espantado ao olhar nos olhos de Meggam ele desviou de imediato o olhar cortando o contato visual, Meggam só não estava completamente apavorada porque o tamanho daquele ser não transmitia tanto medo assim apesar de sua aparência grotesca. 
        Ele a rodeava a observando com a calda inquieta balançando, Meggam estava nervosa e começou a sentir a mão direita arder, não sabia do que aquela criatura era capaz ou o que queria. Ele dava puxões na sua calça do pijama e se distanciava muito rapidamente como se para comprovar que ela era real. Meggam decidiu arriscar um contato mesmo que verbal, claro que lhe ocorreu a possibilidade daquele ser não saber falar ou falar outro idioma quem sabe, mas deveria ao menos tentar.


-Olá... C-como vai?- Meggam gaguejou de nervoso. A criatura não deixava de analisa-la resmungando baixinho.
-Você fala meu idioma? Mora aqui?- disse se agachando um pouco mostrando simpatia. A criatura não a respondeu e se afastou um pouco.
Meggam esticou a mão direita para cumprimenta-lo, mas quando o diabrete a sua frente viu o símbolo que estava gravado em sua mão através daquela queimadura do brasão ele simplesmente ficou estático, totalmente aturdido. O diabrete batia as duas mãos magras no chão como se tentasse dizer algo, ele grunhia e fazia gestos como se quisesse que ela saísse dali, ele apontou para a mesma direção que Meggam estava indo e balançou a cabeça reprovador, Meggam analisou por segundos o que teria naquela direção que ela não poderia conhecer e no porque confiar em tal criatura. 
-Porque acha que não deveria seguir caminho por ali? Tem algum perigo de que queira me salvar?
     Por fim o esguio e desagradável ser balançou a cabeça desanimado e  saiu aos pulos na direção oposta a que Meggam seguia a deixando de certa forma muito preocupada mas curiosa para saber o que tem naquela parte que a criaturinha não queria que ela visse.
    

Continuou em frente  ouvindo atentamente poderia jurar ter escutado o barulho de água, talvez um lago, uma fonte, um riacho, mas sim havia algum líquido em movimento. Ainda com a intenção de se esconder o máximo possível Meggam deu a volta para que ninguém a visse se aproximar. 
    Avistou uma pequenina cascata por detrás de algumas grandes lascas em formato de fatias levantadas  de metal retorcido encobertas por lodo e limo,  a água parecia tentadoramente límpida e atrativa. Pensando nisso, até o cheiro daquele lugar estava leve e não estava tão quente como antes, achou que estava bom demais para ser verdade. Decidiu então jogar uma pedra diante da margem mas, as mesmas lhe faltavam, então jogou um de seus brincos de pérolas que usava, arremeçou o pequeno objeto e nada parecia ter acontecido, então vencida pela cede, aproximou-se e com as mãos em formato de concha capiturando o liquido, de perto realmente parecia limpíssimo e não tinha cheiro algum, não tinha peixes e não se podia ver o fundo mesmo com a água transparente, feliz por um instante esboçou um sincero sorriso em seus lábios, sorveu o liquido deixando deslizar sob sua garganta  refrescando-se.
 '' Nossa como um lugar maravilhoso como este está assim tão desprotegido?''. Molhou sua nuca e lavou seu rosto sentindo-se mais disposta, parou e respirou fundo tudo que vivera até agora foi tão conturbado que parecia que aquele momento era uma folga do desespero.


    Antes que tivesse tempo de saborear mais aquele momento tão relaxante foi golpeada pela nuca desmaiando de imediato, caindo dentro da água, antes que a cascata a empurrasse para o fundo uma mão grotesca a puxou de dentro da água tirando Meggam encharcada com o pijama ensopado grudado ao corpo deixando seus belos e delineados contornos expostos.
     A criatura a jogou no ombro e pois-se a caminhar em direção de seu covil. Tentando acordar sentia que estava sendo carregada, pelo balanço dos braços eles estavam em movimento, andando, via pelas apertadas frestas de suas pálpebras algo que parecia uma escada rústica de pedras e nos lados vasos com flores murchas e mortas.
Entraram por uma enorme porta de madeira sem nenhum acabamento e a criatura depositou Meggam em uma espécie de ninho com muitos tecidos diferentes amontoados. Meggam fingiu continuar dormindo pois queria saber mais do seu sequestrador. Ele simplesmente se retirou deixando Meggam sozinha naquela casa que mais parecia a de uma família de pessoas bem grande pois todos os móveis e até mesmo a altura da casa eram adaptados para a criatura que parecia ter uns três a quatro metros de altura.
     Meggam se levantou, esfregou a nuca no lugar onde fora atingida, comprimiu o choro com uma careta. Analisando o lugar era bem limpo e organizado, havia um cheiro muito bom vindo de um grande caldeirão que estava na lareira e parecia comestível. Como iria fazer para abrir aquele caldeirão enorme? Meggam estava faminta e nem lembrou de fugir daquele que seria seu cativeiro, não antes de comer um pouco o que exalava um perfume tão agradável. Meggam aproveitou os tecidos nos quais foi jogada e fez uma espécie de luva ara não se queimar, havia uma colher longa com uma média de metade do seu tamanho e a pegou, era um pouco pesada mas ainda sim não era insustentável, ela subiu em uma cadeira para alcançar a tampa do caldeirão e tentou retira-la , a primeira vez não surgiu o efeito esperado era pesado demais, mas a segunda a tampa havia se movido o suficiente para a passagem da colher. Para experimentar se o gosto era tão bom quanto o cheiro, ela pegou uma colherada e melou o dedo no que parecia ser uma sopa e quando ia experimentar foi interrompida pelo barulho da grande porta se abrindo, era a enorme criatura que estava de volta.
         

O ser entrou era o que parecia com um Ogro de pele clara alaranjada, olhos eram completamente vermelhos e encaravam Meggam que não conseguia disfarçar o susto e o medo. Ele tinha quatro chifres grandes, dois apontavam ara cima e outros dois faziam a volta em direçao ao pescoço, o ogro tinha ainda alguns espinhos pelo corpo do mesmo material dos chifres, sua face era séria e sua roupa era bem rústica deixando o seu peitoral a amostra destacando seus incríveis músculos. Ela desceu da cadeira e foi de encontro ao ogro que usava braceletes e um cinturão de armadura dourada com couro cru, ele tinha a altura de duas dela ou até mais, mas mesmo assim não recuou.
-Olá! Me chamo Meggam, quem é você? Porque me trouxe para cá? ...
A criatura continuou encarando-a agora com os olhos cerrados, aquilo seria desconfiança ou ira? Não se podia prever afinal qual seria o nível de experiência que já tivera com um ogro? Então continuou com o diálogo, se é que poderia chamar assim.


- Me desculpe estava com fome e sua sopa cheirava esplendidamente.- Meggam dizia com desculpas na voz mas sem deixar de encara-lo com ar de curiosidade pois não recebeu nenhuma das respostas para suas perguntas.
- Então parou de ter bom cheiro?- respondeu o ogro com uma voz impressionantemente bela para tal criatura, era grave mas aveludada ao mesmo tempo.
-N-não, não ! Continua a cheirar maravilhosamente. - disse vendo que a criatura pareceu ofender-se.
-Então o que a deteve de toma-la criança?
- Sinto muito, sei que não devia ter feito isso, atacar sua comida enquanto estava fora.- abaixo o olhar e mirou o chão-  Mas porque me trouxe para cá?
- Só sigo ordens.
-Ordens?!  De quem?- Agora Meggam parecia intrigada, será que finalmente apareceria um responsável por sua retirada de Bigusa? E o que aquela pessoa planejava com tudo isso? E que lugar era aquele?

-Não demore e se alimente, logo ela chegará.- Diz o ogro colocando algumas caças do lado da lareira e retirando uma cuia que parecia minúscula para o temanho daquele ser e encheu-o de sopa oferecendo para Meggam.


-Ela quem? -Meggam aceita com um sorriso em agradecimento, mal poderia acreditar que iria comer algo realmente bom naquele mundo do qual parecia não existir felicidade. Foi também um alívio saber que ela não seria parte do menu do jantar.
     A criatura era tão fleumática que era difícil tirar informações, ele nada respondia e até parecia ignorar a voz e as perguntas de Meggam se mantendo calmo e equilibrado. Até que ela desistiu e comeu a sopa que estava na cuia, tinha um sabor realmente bom, parecia-lhe de galinha mas apostava que poderia ser tudo menos de algo  "normal".
A noite, pelo que parecia, havia chegado e uma escuridão sem igual surgiu.
     Parecia que tudo lá fora era apenas escuridão e frio, não tinha neve mas Meggam poderia jurar estar abaixo de 0º.
Ela adormeceu em meio as suas perguntas e confusões em "seu ninho de tecidos". Enquanto dormia o ogro observava seu sono com algo que se assemelhava a admiração.


-Pobre criança, tão bela mas com um destino cruel.
 


Notas Finais


Bom galerinha, por hoje foi isso , espero que tenham gostado. ;)


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