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História EmMUSAS - The Lost Canvas - A segunda caçada


Escrita por: guerrakkya

Notas do Autor


Boa tarde, queridxs leitorxs!
Como demorei um pouco mais no outro dia pra postar, hoje decidi postar mais cedo!
Como vocês já devem imaginar pelo título, teremos um momento quente hoje. Só que, pra mim, esse capítulo é ainda mais especial porque, além da caçada, é o primeiro que contém uma imagem que eu fiz pra ele. Sim, desenhei no sketchbook a Terpsícore e passei pro photoshop pra colocar um efeito bacana - pelo menos eu achei haha Tô pensando em fazer isso com mais capítulos, que tal?
Trilha sonora da caçada? Hm, dessa vez ouvi pouco Muse e mais Klaxons.
Enfim, chega de blábláblá! Boa leitura!

ATENÇÃO: esse cap contém, em sua maior parte, sadomasoquismo mais elaborado. Mas não se desesperem, Terps será compensada mais à frente hahaha

ps.: alguém sabe dizer se é proibido colocar imagem com peitinho no spirit? hehe

Capítulo 18 - A segunda caçada


Capítulo 18

Algo estava errado, ela podia sentir. Algo estava totalmente fora de seu lugar e esse algo intrigava a musa da dança.

Espero que tenha um dia agradável e que apareça pela arena para presenciar nossos treinos.”

Como assim? Era quase inacreditável o fato de aquelas palavras terem saído da boca do cavaleiro de gêmeos, o mesmo cavaleiro que a maltratava por puro gosto. Mas também a tratara muito bem. E ela não admitiria, pois poderia ter sido facilmente manipulada, tinha perfeita noção disso. Provavelmente, a cena de Defteros sendo gentil era outra ilusão criada por ele mesmo para confundi-la. Terps achava injusto esse tratamento dele, sentia que deveria se impor diante das situações, mas não sabia como e não tinha coragem.

–  Ora, isso é ridículo! – reclamou consigo mesma, enquanto descia um degrau da escadaria para a Casa de Touro. E parou.

Cogitou a possibilidade de pela primeira vez tirar satisfação com o geminiano. Deveria enfrentá-lo com seus olhos verdes e submetê-lo a uma explicação convincente para tamanha brutalidade. Ele era o único cavaleiro que a tratava mal e de repente a tratara bem. Isso estava errado e, por mais que ela quisesse estar, algo por dentro lhe dizia que era melhor voltar e exigir explicações.

Decidida, deu meia volta rumo à Casa de Gêmeos.

~

Na loja de flores, uma musa acordava aos poucos depois de mais uma dose caprichada de veneno. Dessa vez, todo o processo de ingestão foi observado, detalhe por detalhe, desde o início, porque finalmente avançaram para o elixir feito de Antúrio.

Redka anotava tudo do no processo daquela alquimia, mas, ao mesmo tempo, preocupava-se incansavelmente com o estado de Mel. A cada dia, a musa se mostrava mais resistente. Entretanto, a florista não sabia dizer se o fato era bom ou ruim, pois a resistência não só significava que estava mais apta a ficar perto de seres venenosos, mas também que Mel já continha uma boa quantidade de veneno no sangue. Ou seja, Mel estava ficando venenosa.

–  Me conte de Degél – Mel pediu, deitada no sofá dos fundos.

–  O que quer saber?

–  Tudo! Mas, antes, desde quando isso existe?

–  Depois do que ele me disse, acho que há tempos – respondeu, sorrindo. – E faz bastante sentido. Às vezes, ele aparecia só para olhar as flores, mas não havia flores novas para serem vistas – riu consigo mesma.

–  Como não percebi? Clio percebeu desde o dia em que lhe conhecemos, né?

–  Eu acredito que sim. Sua irmã sempre me pareceu saber de tudo, na verdade. – As duas riram.

–  Aquela observadora... Fico feliz por vocês. Espero ter a mesma sorte. Consegue enxergar o futuro de vocês?

–  Não, Mel, mas farei o possível para que ele exista. – O semblante de Redka se tornou melancólico.

–  Está preocupada com a Guerra Santa, não é? – Mel se endireitou até ficar sentada, com um pouco de tontura. Sentiu o corpo pesado e um pouco dormente em algumas partes.

–  Sim. Um dos motivos perigosos de se apaixonar por um cavaleiro de Athena é justamente esse. Nunca sabemos se haverá um futuro...

–  Peça ajuda à Urânia, talvez ela faça uma boa leitura das estrelas que lhe ajude a prever algo! – A animação da musa ao ter a ideia foi evidente, mas o sorriso de Redka não chegou às orelhas.

–  Independente disso, eles estão dispostos a morrer. Não há como competir.

–  Sempre achei meio trágica essa luta dos cavaleiros de Athena por algo que eles sequer provam.

–  Está falando do amor? – perguntou a florista. Mel assentiu. – Mas eles provam. No fundo, o amor deles é tão grande que se estende até às pessoas que não conhecem. Pelas minhas conversas com Degél, é justamente isso que os motiva e dá esperança. Por isso são tão abençoados com o cosmo, por seguirem um caminho que a deusa tanto ama e com bastante louvor.

Mel ficara realmente reflexiva diante das palavras da amiga, mas ao ver uma lágrima singela descer pela bochecha dela, desligou-se de si mesma e a abraçou fortemente. Por um lado, Mel também buscava conforto, pois se todos os cavaleiros estavam se arriscando tanto por tudo isso, com essa convicção, então seu pisciano não era diferente... Tinha que agir rápido e aproveitar todos os instantes que o tempo ainda lhe dava com Albafica. Não suportaria perdê-lo, fosse da forma que fosse.

~

–  Defteros! – gritou Terpsícore, assim que adentrou a Casa de Gêmeos. Sem resposta, puxou ar. – Defteros!

Quando ia gritar pela terceira vez, foi empurrada para o sofá com força.

–  Ugh! – reclamou ao cair de cara no estofado.

–  Onde estão seus modos? – perguntou ele bem próximo ao ouvido dela.

Defteros, com a mão que pressionava a cabeça de Terps, entrelaçou os dedos em seu cabelo e a puxou para trás, arrancando um grito rouco dela. Terps ia reclamar, mas se percebeu sentada adequadamente no sofá, enquanto ele a encarava numa poltrona de frente. Não reparou que sentia um incômodo na nuca até Defteros ajeitá-la no sofá.

–  Me chamou? – perguntou ele, com deboche.

–  Sim... Ai... – Ela ainda massageou o local onde ele havia fincado os dedos. – Não estou entendendo você...

–  Hmm.

Os olhos ferozes junto a um sorriso de canto dele pareciam adivinhar o que viria, mas ela não se deixaria intimidar dessa vez.

Que mentira. Já estava tremendo na base.

–  O que foi que eu fiz para você me tratar assim? – Terps perguntou, sem muita coragem de encarar o cavaleiro.

–  Tratar como, Terpsícore? Estou te tratando muito bem diante do seu péssimo comportamento no luau, mas se prefere que eu seja mais sincero, agirei da forma que quero – disse ele, normalmente.

–  Meu... Mau comportamento no luau? Como assim? O que fiz?! – Terps franziu o cenho. A preocupação crescia em seu peito, influenciando sua respiração.

–  Ah... – Ele se levantou. – Vejo que sequer pensou em minhas palavras. – Andou até um balcão de madeira muito bem polido, onde havia uma garrafa de vinho e duas taças. – Lembro-me de ter deixado bem claro que sua inspiração é, de certa forma, uma arma perigosa, não? – Serviu a bebida e se virou para Terps, que o olhava horrorizada. – Acredito que esteja se lembrando. – Defteros riu baixo e seguiu até ela com as duas taças em mãos.

Sim, talvez Terps estivesse entendendo. Lembrou-se vagamente do luau, no qual eles tiveram um pequeno desentendimento. E ele ameaçou jogá-la no mar. Ela o provocou sem querer em relação às amazonas que o rodeavam. E que se ofereciam para ele enquanto ele as recebia de bom grado.

Terpsícore engoliu seco ao vê-lo na sua frente. Ele colocou uma das taças na mesinha de centro, enquanto bebericou a outra, sem tirar os olhos da musa.

–  Você dançou muito bem naquela roda, Terpsícore.

–  Que rod... Oh! – Ela levou as mãos à boca, finalmente entendendo a acusação dele. Havia inspirado o músico que tocava para ela, ele até lhe emprestara sua lira. Por mais que as musas, muitas vezes, inspirassem sem perceber, podiam identificar pessoas que se sentiam inspiradas por elas. E Terps percebera o olhar do músico.

Mas ainda assim... Defteros estava com ciúmes?

–  Então você lembra. – Ele sorriu ironicamente. Depois de beber um bom gole do vinho, Defteros se levantou, sentou na mesinha de centro, de frente para Terpsícore, e lhe estendeu a outra taça. – Beba.

–  N-Não, obrigada.

–  Você não está em posição para recusar, Terpsícore.

– Defteros, isso é ridículo! – Ela se levantou com raiva, fechando a mão em punho. Ao mesmo tempo, a razão berrava para que ela parasse imediatamente com o atrevimento e o coração berrava justamente o contrário. Não gostava de ser mandada por ele. – Você não pode...

Foi interrompida. Defteros segurava o maxilar da musa com firmeza e a fazia encará-lo diretamente nos olhos famintos.

–  Você fala demais – ele rosnou e a beijou.

O beijo selvagem, perigosamente excitante, despertou o calor dentro dela; calor que ela tanto tentava amenizar, mas que ele fazia questão de provocar. Necessitando de ar, ela começou a arranhá-lo e empurrá-lo para que se afastasse, mas Defteros fazia o contrário, intensificava o beijo ainda mais. Sem mais controle, ela sentiu as pernas fraquejarem e a visão ficar turva. Aos poucos, seu corpo foi apagando até desmaiar.

~

Uma brisa refrescava a musa e o cavaleiro que bebiam chá na sacada da Casa de Virgem. O aroma floral que emanava do cavaleiro era tão atraente que, às vezes, Calíope se pegava observando-o, meio entorpecida pelo efeito do aroma.

–  Gostaria de poder vê-la, também.

Assim que ouviu a voz do virginiano, ela retornou. Esquecia-se de como Asmita sabia das coisas que aconteciam em sua volta sem necessitar dos olhos para vê-las. Era um pouco assustador.

Calíope puxou sua cadeira para mais próximo de Asmita e pegou a mão dele, colocando-a em seu rosto.

–  Fique à vontade – ela disse.

Por mais que não tenha deixado transparecer, Asmita ficou um pouco emocionado com a atitude dela. Ela parecia cada dia mais delicada e tranquila, como se tivesse encontrado a mesma paz que ele tanto buscava. Sentiu vergonha ao pensar que desprezara tanto ela.

Em resposta à iniciativa de Calíope, ele sorriu e passou a contorná-la no rosto com um de seus dedos finos, enquanto as pontas dos outros a tocavam involuntariamente. O movimento delicado a fez fechar os olhos e voltar para a sensação deliciosa que sentia na presença dele.

–  Asmita, acho melhor eu ir embora. Não quero incomodá-lo mais.

Calíope não se reconhecia mais. Antes, adorava provocá-lo, mas agora sentia um tremendo cuidado despertar de si para com ele. Ao mesmo tempo, sentia-se cuidada também. Mudada da água para o vinho era o que via em seu reflexo no espelho.

Asmita a puxou mais para si até deitar a cabeça na dela.

–  Você não me incomoda mais – disse calmamente, afagando os cabelos dela. – Contudo, gostaria de saber o que lhe incomoda tanto a ponto de se achar desagradável aqui.

–  Eu sei da importância de sua meditação para o Santuário. E sinto que estou interrompendo-a.

A resposta o silenciou por alguns instantes, mas logo sorriu.

– Não me lembro de ter lhe contado por que é importante – disse, com um leve divertimento na voz, fazendo a musa corar.

–  Eu... Me informei com Athena. – ela admitiu, com certo receio. Definitivamente, estava mudada.

Se estivesse em outro ângulo, Calíope teria visto Asmita abrir um grande sorriso.

–  Entendi – ele respondeu. Sentia vontade de falar para ela o quanto ficou feliz por saber de seu interesse por ele, mas percebera o aborrecimento na voz doce de Calíope, então preferiu fazer pouco do caso. Não desejava reprimi-la.

Desfazendo a postura, ele a pegou pelas bochechas e a puxou para encará-lo. Era totalmente possível acreditar que ele estava enxergando-a. Os olhos fechados dele pareciam lê-la profundamente. Calíope não conseguiu prender o suspiro de admiração ao vê-lo tão perto.

–  Você não me incomoda e nem atrapalha. Pelo contrário. É gratificante lhe ter por aqui. Mas quem se sente assim sou eu por tirá-la de seu caminho e interromper sua meditação na cachoeira. Portanto, desculpe-me.

Calíope expirou, surpresa com o pedido de desculpas dele. Ele a puxou para um beijo. Um beijo que, como esperado, acalmou a alma confusa da Musa da Poesia Épica.

~

Terpsícore abriu os olhos lentamente enquanto sentia o corpo pesado, como se estivesse suspenso. Levantou a cabeça, mas parou assim que sentiu uma dor no pescoço. Murmurou alguma manifestação de dor e voltou a baixá-la. Os olhos voltaram a se fechar também. Alguma coisa macia parecia tapar sua boca, enquanto uma brisa meio fria informava que nada parecia tapar seu corpo.

Ela não sentia as pernas. Mas pudera! Estavam dormentes e ela estava ajoelhada em alguma seda muito refinada, escura. Bom, poderia não ser escura, pois quase todo o ambiente estava escuro. Tirando a iluminação amena de algumas velas e...

Terpsícore congelou. Levantou a cabeça imediatamente e arregalou os olhos, analisando todo o centímetro visível do quarto. Conhecia aquele espaço, aquela cama e aquela aura sombria. Estava na toca da besta.

Num ato de desespero, ela puxou os braços para remover o que quer que estivesse em sua boca, mas foi impedida. Ouviu barulho de correntes e olhou para cima: duas correntes apoiadas num gancho preso no teto estavam impedindo o movimento de seus braços através de argolas em seus pulsos – quando percebeu, pôde sentir a leve ardência ao redor deles. E seu peito começou a subir e descer em desespero.

–  Hmmmm!!! – tentou gritar, usando toda a força do pulmão, mas a boca estava abafada por algo.

–  Sim? – Ele saiu das sombras num piscar de olhos, parando de frente para a cama. – Hm, acho que não estava me chamando. – E virou-se pronto para sair do quarto.

–  Hmmmm!!! – Ela sacudiu os braços e as correntes se tilintaram.

–  Ah, quer que eu fique? – Defteros levantou uma sobrancelha. – Bom, não é como se tivesse escolha.

Um sorriso maldoso se formou em sua face enquanto, mais do que nunca, ele a devorava com os olhos. Todos os pelos de Terps se arrepiaram. Defteros a julgava com o olhar e movimentava a taça de vinho numa das mãos.

–  Seu corpo... Nada mal – ele disse.

Só naquele momento ela percebeu que estava apenas de calcinha. Se algum dia havia corado fervorosamente, fora engano, pura ilusão, pois nunca havia ficado tão corada na vida.

Ela tentou gritar ao percebê-lo se aproximando, mas foi em vão. Ele deslizou a mão pelos seios dela, beliscando os mamilos com um pouco mais de força e arrancando um gemido abafado dela. Desceu a mão até a cintura e apertou, depois até uma das nádegas brancas da musa. O que ele fez em seguida não era, nem de longe, esperado por ela: um forte tapa foi sentido no traseiro. Terpsícore puxou novamente os braços. Pôde ouvir o cavaleiro rir baixo.

Inacreditável. Era simplesmente inacreditável. Parecia um pesadelo. Um doce pesadelo. Ela achava que nada poderia tencionar mais o momento, mas ledo engano. De repente, sentiu um líquido se espalhar por seu peito e descer a área da barriga. Vinho. Defteros jogara vinho em seu corpo.

–  Arrependida de ter recusado o vinho?

Terpsícore lançou um olhar mortal – ou tentou. Mas Defteros apenas riu dela e passou a lamber o local onde havia vinho, aproveitando para mordê-la dolorosamente. Depois explorou mais um pouco o corpo com as mãos grandes.

–  Você... – ele afundou o rosto no pescoço dela – parece ser deliciosa, Terpsícore. – Apertando a mesma nádega em que dera um tapa, mas de forma mais lasciva.

–  Hmmm... – chorou ela. Estava se sentindo humilhada já.

–  O que foi? Assim vou acreditar que não gosta do que faço com você... – mordiscou uma das orelhas dela. – Musa safada.

Mais um tapa. Assim que deu, Defteros deslizou a mão pelas costas dela, arranhando-a intensamente, mas com cuidado. O caminho vermelho que se formava na pele branca dela era uma tortura e ele se segurava para não possuí-la. Desceu a mesma mão e arranhou as coxas macias dela, enquanto lambia um dos mamilos eriçados.

Terpsícore estava desesperada. Sentia mil sensações ao mesmo tempo. Vergonha, humilhação, medo, terror... Desejo, calor, vontade, ardência, ansiedade, prazer... E tudo a torturava por complicar seu psicológico cada dia mais duvidoso. Em instantes, seu pensamento foi cortado por uma mordida forte na cintura.

–  HMMMM!!! – Ela jogou a cabeça para trás.

–  Isso, Terpsícore, se expresse – disse, extremamente satisfeito.

Apesar de dolorida, Terps sentiu Defteros acariciar com delicadeza a área da mordida.

Defteros enfiou uma mão na calcinha dela e passou a dedilhar o sexo com maestria, fazendo-a movimentar a cintura em sintonia com seus movimentos. Sabia que ela se entregaria após o que a havia ensinado anteriormente. Havia percebido algumas coisas interessantes a respeito do que a atraía. Terpsícore parecia uma lira que, quando tocada, reproduzia o som de doces gemidos. Era um prazer tocá-la.

Enfiou um pouco de dois dedos nela e continuou o estímulo, sem tirar a outra mão do corpo dela, apertando e arranhando mais ainda. Ao tirar os dedos, ouviu uma pequena reclamação dela.

Fantástico era perceber que ela queria mais e torturá-la fazendo menos.

Ele, de repente, removeu o pano que vendava a boca dela e enfiou os dedos molhados no local.

–  Chupe. Sinta seu próprio gosto, musa da dança.

Terpsícore queria sair correndo depois daquilo, morta de vergonha.

–  Por que está fazendo isso?! – perguntou ela, totalmente sem fôlego e muito corada.

–  Vou punir você, musa safada.

–  Isso é injusto, Defteros! Não estávamos fazendo nada. Além disso, não precisa ficar assim... – Terpsícore implorava pela sanidade do geminiano, sabia que existia em algum canto para além daqueles olhos azuis profundos.

Defteros segurou o maxilar sensível da musa como indicador e o polegar, apertou um pouco até ouvir um gemido de reclamação e a encarou profundamente enquanto exibia um sádico sorriso. O efeito desse sorriso foi sentido pela espinha de. Contudo, ela aproveitou para apreciar o canino saltado do cavaleiro.

–  Entenda, Terpsícore, que, independente do culpado, quem será punida é você. – O sorriso cresceu e depois se juntou à boca dela, num beijo passional e faminto.

Terps se lamentava por não poder tocá-lo, mas Defteros se deliciava com a ideia de vê-la em tal tortura. Sabia que ela adoraria expressar seu calor nele como sempre lia em seus olhos ansiosos. Contudo, não havia coisa melhor que vê-la assim, desolada por não conseguir o que queria, e ao mesmo tempo descobrir que queria novas coisas. Provocá-la não era tarefa difícil, mas envolvê-la como ele envolvia, sim. Defteros não daria a chance para mais ninguém tentar prová-la daquela forma. Nunca.

Quando percebeu, Terpsícore havia desmaiado novamente pela falta de ar.

~

Longe das Doze Casas, mas ainda no perímetro do Santuário, Sísifo e Urânia tomavam banho no rio. Ele estava apenas com a calça de treino, torturando a musa com seu peitoral largo e molhado, enquanto ela fazia o mesmo, ficando apenas de calcinha. As musas geralmente não viam problema na nudez, mas já haviam sido alertadas pelo Cavaleiro de Áries de que a ideia não era boa no Santuário, então passaram a evitar. Mas Urânia estava com Sísifo, o cavaleiro que a havia visto e beijado de forma íntima. Ela já se sentia totalmente confortável com ele e, como havia dito, ela o queria. Entretanto, Sísifo se controlava para não dar continuidade a o que tinha começado com ela antes, mas era difícil.

Talvez, numa próxima vez, numa hora melhor, aquele se tornasse o lugar ideal para trocarem esse tipo de amor.

~

Ao abrir os olhos, sentiu uma leve pressão que a impossibilitou; franziu a testa na tentativa de tirar o que estivesse tapando seus olhos, mas nada se moveu e a pressão aumentou. Pensou em usar as mãos para remover o que quer que estivesse a incomodando, mas ao movê-las sentiu uma dor. Também estavam impedidas. Balançou os braços ao perceber que estavam abertos e inclinados para cima, mas ela sabia que seu corpo estava deitado numa cama macia. Tinha certeza de que era uma cama. Aliviou-se meramente ao perceber que as pernas estavam livres, alguma movimentação lhe sobrara. Assim que puxou os braços novamente, percebeu o tilintar das correntes.

Entendi.

De fora, Defteros observava a linda musa deitada em sua cama, com os braços presos pelas mesmas correntes de antes, só que, dessa vez, improvisadas nas extremidades da cabeceira da cama. Terpsícore se chacoalhou na tentativa de se libertar – uma bela cena, diga-se de passagem.

O corpo branco e nu dela apresentava marcas de sua caçada anterior, e sentiu que poderia marcá-la de diversas formas para mostrar ao mundo a quem ela pertencia. Vê-la se desesperando juntamente com sua respiração descompassada despertava nele um desejo imensurável. Ansiava pelo momento de ela implorar por ele, mas sabia que demoraria um pouco. Por enquanto, tudo era só uma brincadeira para atrair a presa.

–  Gosto quando você fica inquieta assim, ainda mais em minha cama. – A voz grave e sensual dele esclareceu todas as dúvidas delas, as quais, no fundo, não eram tão misteriosas assim.

–  Defteros, me tire daqui! Isso machuca! – pediu ela, aumentando a voz.

–  E por isso quer sair? Esse é um dos motivos que me faz deixá-la assim. Sua punição está apenas começando...

–  Por favor. – Ela gemeu. Começando a sentir uma dor aguda nos pulsos.

–  Isso, implore. – Ele se aproximou dela na cama até agarrar seus tornozelos frágeis.

–  V-Você estava tão gentil...

–  Gentil, Terpsícore? – Ele gargalhou. – Era o que você achava? O que queria? Mas você está certa, eu sabia que voltaria por vontade própria. Lamentável que você ainda não percebeu o que eu sou.

–  Defteros, por favor...

– Presa fácil. Farei com que perceba como a dor casa bem com o prazer. – Ele abriu as pernas dela, deparando-se com a calcinha branca de seda o convidando para rasgá-la, coisa que ele rapidamente fez.

–  Defteros! – ela gritou o nome, mais de medo do que qualquer outra coisa. Principalmente porque não via nada.

–  O que foi, Terpsícore? Está assustada? – Havia um misto de deslumbramento e divertimento na voz dele, com certeza estava se deliciando com a boca tensa de terror dela.

Sem enxergar nada, o desespero dela cresceu. Estava totalmente vulnerável nas mãos selvagens do cavaleiro de gêmeos e não poderia sair sem sua ajuda. Entretanto, ironicamente, sentia o corpo se incendiando aos poucos. Os toques de Defteros eram assustadores, porém, de alguma forma, bem-vindos.

–  Já digo que, se gritar muito alto, vendo sua boca de novo. Só não prometo que será com um pedaço de pano... – Defteros disse, com malícia.

Sem cerimônias, ele passou a mão no mesmo local que dedilhara antes, arrancando uma arfada intensa da musa. Ela se encolheu, mas ele tratou de separar as pernas novamente, cheio de desejo e fome só de ver a intimidade dela tão livre para si.

–  Se eu disser que estou assustada, você para? – Ela perguntou entre tremores.

– Não, eu continuo. Convenhamos, você não quer que eu pare... Musa safada.

Com um dedo, Defteros arranhou o corpo de Terpsícore do vale entre os seios até abaixo do umbigo, fazendo-a se arrepiar e gemer timidamente. Percebeu que ela puxara as correntes, e diante disso ele se encaixou entre as pernas dela para beijá-la. De imediato, como se não estivesse numa situação humilhante, Terps correspondeu o beijo e apertou o quadril do geminiano com suas coxas; só o fez porque sentira o volume dele roçando em seu sexo. Não sabia dizer se o que fizera fora bom ou ruim, mas pareceu incentivar o cavaleiro a apertá-la mais ainda na cintura, enquanto mordia seu lábio. Terps pôde ouvir Defteros rosnar.

– Se eu não soubesse que me provoca sem querer, você estaria perdida, Terpsícore – disse, muito próximo ao ouvido dela.

Esse tipo de coisa era golpe baixo – ela já tinha percebido –, pois ele sempre a abordava daquela forma, desarmando-a por inteiro com sua respiração quente.

Defteros iniciou uma trilha de beijos molhados, passando no vale entre os seios, sem se demorar nos mamilos, e descendo até a virilha, onde provocou bastante ao redor apenas para causar ansiedade e excitação. Ele já enlouquecia só de imaginar o estado dela. Provavelmente, o único contato que ela tivera com sexo fora com ele – hipótese que o alegrava demais –, então seu corpo reagia sem controle a todo estímulo que oferecia. Era espetacular ver a musa tão desesperada diante de seus toques.

–  Bem-vinda ao meu lado sombrio – Detferos disse – , o lado que você desconhece e julga mal. Quero ver o quanto você irá repreendê-lo depois de hoje, musa da dança.

Com intenção de provocá-la mais ainda, Defteros contornou os lábios íntimos dela com a ponta da língua. Terps gemeu alto e arqueou as costas, sentindo um prazer absoluto. Ele ficou por um tempo ali enquanto a musa respondia estremecendo e se contorcendo, sempre ansiando por mais e gemendo cada vez mais alto. Era torturante demais para ambos.

–  Defteros... – chamou entre gemidos. – Por favor...

–  Está pedindo pelo quê?

Querendo ver o que ela responderia se mais torturada, lambeu lentamente o ponto mais sensível dela.

Terps gemeu alto, num "ah" prolongado. Ela chegou a puxar com violência os braços, machucando-se mais devido às correntes, mas não se importava mais. Queria de novo.

– Pedindo pelo que, Terpsícore? – Defteros se divertia com a condição da musa, e deu uma lambida caprichada em todo sexo dela, arrancando mais um gemido.

Ela arfava em desespero, estava extasiada e não sabia o que pensar.

– Já não sei mais – ela disse, por fim. O colo subia e descia pesadamente.

A resposta excitara tanto o cavaleiro que suas calças se apertavam cada vez mais com a ereção. Defteros apertou fortemente as coxas macias que cercavam seu rosto e passou a penetrar a musa com a língua.

– Oh, céus! – gritou ela, enquanto puxava os braços querendo desesperadamente tocar no homem que lhe tirava a sanidade. O barulho das correntes puxadas só aumentava o tesão de Defteros, embora se preocupasse um pouco com os pulsos sensíveis da musa. Mas ela estava extremamente molhada, possibilitando-o de provar o gosto tão desejado.

–  Você é deliciosa, Terpsícore. Melhor presa que já cacei. – Após o comentário, chupou-a com mais dedicação, envolvendo o ponto mais sensível com movimentos circulares da língua.

Os gemidos dela ficavam cada vez mais intensos e frequentes, às vezes saíam alto demais, anunciando seu estado enlouquecedor. Em resposta, ele variava entre lambidas e penetração com a língua, apenas para torturá-la ainda mais com a falsa indecisão. E surtia o efeito exato que queria. Ela se debatia, arqueava as costas, jogava a cabeça para trás, apertava as pernas, contorcia os dedos dos pés e arfava incansavelmente. Enquanto isso, ele se segurava para não comê-la por inteiro.

Terps mordia o lábio com o prazer do sexo oral e com a dor das correntes. E, como Defteros tinha falado, a dor casava bem com o prazer. Mas a vontade de tocar nele estava torturando-a tanto quanto os movimentos que ele fazia.

–  Defteros, me desamarre, por favor!!! – gritou, pelo menos, duas vezes a frase, causando divertimento no cavaleiro. Ele não se mexia para outra coisa além de chupar totalmente o sexo dela. – Ahh...

Terpsícore não aguentaria mais, estava perto de alguma coisa, sentia o corpo em chamas, o ventre arder e seus gritos se tornavam cada vez mais frenéticos. Com ela vendada, o momento era de total cegueira, loucura, de viver apenas com boca e corpo. A sensação de ser beijada entre as pernas era absolutamente indescritível.

De repente, Defteros acelerou os movimentos. E a onda de excitação propagada de dentro pra fora consumiu Terpsícore.

–  Defteros... Ah, ah... Eu vou... – não terminou, continuou gemendo, mas sabia que tinha dado a entender.

– Vai o quê? Fale! – provocou ele. O mínimo segundo que se afastou do sexo dela para lhe dirigir a palavra foi tão torturante para ela quanto o ato todo. – Agora fale, Terpsícore. – Soprou o sexo dela e voltou a lambê-la, movimentando a língua para cima e para baixo.

Teria de dizer mesmo, estava engasgado e ela já sentia a contração no ventre.

–  Gozar! – ela gritou, libertando-se do fato. Gozou na boca dele e corou fervorosamente após ter a noção de o que havia gritado.

Defteros se deliciou com a essência da musa. Assim como ela, ele estava extasiado. Terpsícore era demasiadamente virginal –  o que deixava tudo mais excitante. Ela estava provando os prazeres com ele e isso era gratificante. Num impulso, inclinou-se novamente para depositar um beijo delicado no sexo dela, mas parou.

O que estava pensando? Aquele tipo de carinho era totalmente desnecessário e nada excitante.

Ele se levantou para vê-la melhor, esparramada em sua cama, sem força nas pernas e roçando-as apenas para enfatizar a sensação de prazer. Novamente, ele se segurou diante da cena. Terps arfava profundamente, mas prendeu a respiração quando seu orgasmo chegou ao fim. Diante disso, ele engatinhou até ficar sobre ela e lhe disse no ouvido:

–  Respire, Terpsícore. – E a beijou violentamente. Ela nem percebeu que os braços já estavam livres.


Notas Finais


Agora, me deem licença que preciso recuperar minha inocência. 1bj
KKKKK
Enfim, espero que gostem! Beijos


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