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História EmMUSAS - The Lost Canvas - Através do espelho


Escrita por: guerrakkya

Notas do Autor


Olá, queridxs leitorxs!

Ahhh, fala sério, eu tô muito boazinha com vocês, não? Tô atualizando assim que dá 4 dias de intervalo, olha só! E, bom às vezes, confesso que dá vontade de publicar logo no dia seguinte porque, nossa, vocês andam me deixando cada vez mais empolgada com apoio e carinho. Sério mesmo, agradecendo muito por tudo isso! Quero também dar boas vindas xs novxs leitorxs que passaram a comentar e favoritar também, ou acompanhar fantasmagoricamente. Enfim!

Esse capítulo contém três dos momentos que eu mais queria postar pelo fato de desencadearem os futuros babados, então fiquem ligadxs nas entrelinhas, ok? E torçam por essas musas porque agora as coisas vão complicar totalmente!

Beijos beijos

Capítulo 51 - Através do espelho


Fanfic / Fanfiction EmMUSAS - The Lost Canvas - Através do espelho

Capítulo 51

Um denso silêncio envolveu o casal. Redka mal acreditou nas palavras que proferiu, assim como Degél. Para ela, o descuido foi comprometedor, enquanto que, para ele, foi revelador. Degél tomou um bom tempo para processar as informações, embora tenha compreendido de primeira. O problema estava em admitir a gravidade daquela situação, pois ele tinha certeza de que, se o cavaleiro de peixes soubesse disso, ficaria completamente arrasado. No entanto, deixar o assunto oculto por mais tempo poderia acarretar num prejuízo para a musa da tragédia, o que, consequentemente, pioraria a culpa de Albafica. Só restava uma opção.

- Não se preocupe, eu me disponho a contar para ele. – Degél disse, após a evidência transformação incômoda do silêncio.

Redka, que estava de cabeça baixa, levantou-a imediatamente.

- Não! Você não pode contar a ninguém! Eu prometi à Mel que não faria isso. – disse, alarmada. Seus olhos negros arregalaram ao máximo quando ela percebeu o problema que criou.

- Acabei de dizer que me disponho a contar, Redka.

- Não foi isso que eu quis dizer. Quis dizer que Albafica não pode, de maneira alguma, saber sobre isso. Ele com certeza ficará furioso!

- Acredito que ele ficará mais furioso se souber mais tarde. Melhor informá-lo logo, antes que a musa da tragédia sofra alguma mudança evidente. – Degél logo revidou, secamente.

A ruiva, porém, não compreendia a calma com que o aquariano proferia as palavras; para ela, estava sendo difícil demais controlar o volume da própria voz. Queria expressar toda a preocupação que se acumulou em sua mente, mas, em vez disso, virou o conteúdo da taça de vinho.

- Não há motivos para ficar assim, Redka. Já está feito.

- Como assim? Claro que há motivos! – inclinou rapidamente o corpo para frente, no intuito de encará-lo com seriedade. Seus olhos continha um desespero proporcional ao tom de sua voz, o que chamou a atenção do aquariano imediatamente. – Degél, você não pode contar para ele. Isso não nos diz respeito.

- Claro que diz. No momento em que nos envolvemos, mesmo que indiretamente, passamos a ser testemunhas do caso. Você pode ter mais culpa do que eu por ter ajudado a senhorita Melpomene a entrar nesse equívoco, porém serei tão culpado quanto você se mantiver um segredo desses. Albafica merece saber, vocês já abusaram demais. – foi evidente o tom de irritação controlada na fala do aquariano, que bebericou o vinho de olhos fechados. Degél tentou controlar sua expressão, mas sem querer deixou uma ruga se formar entre suas excêntricas sobrancelhas. No fundo, sentiu-se profundamente decepcionado com a iniciativa de sua amada.

- Degél... – Redka acalmou a voz. – Por favor, não comente nada com ele.

- Redka – Degél tocou numa das mãos delicadas da moça, por cima da mesa. -, isso já é um erro. Não compreendeu ainda? Todo mundo continuará perdendo se isso acontecer mais vezes. Se Melpomene se prejudicar algum dia e Albafica descobrir, ele cessará suas estruturas e cairá em maior tristeza do que já carrega por causa do veneno que possui. Com certeza, sua solidão aumentará, pois ele nunca mais tocará naquela musa novamente, por medo de enfatizar o problema. Ou seja, quanto mais vocês continuarem com essa ideia absurda de consumir veneno, pior será para contar mais tarde. Conhecendo Albafica, ele perdoará, porém não esquecerá nunca. – suspirou pesadamente, para então finalizar o conteúdo da taça. – Além disso, Melpomene pode achar que está protegendo Albafica dentro do amor que sente, porém ela só está adiando um sofrimento inevitável dos dois.

Redka não admitiu, mas, silenciosamente, estremeceu com cada palavra que o aquariano disse, talvez por terem saído muito firmes e seguras, ou então pela falta de algum sentimento solidário. Não soube dizer. Só que, infelizmente, reconheceu que aquilo não importava; não importava se Degél não enxergava o âmbito emocional do caso todo, ou que não significasse muito para ele; o que importava era a verdade de suas palavras – a qual Redka reconheceu. Ou seja, Degél estava certo, porém...

- Não consigo dizer “sim”.

- É evidente. Mas você não consegue dizer “sim” devido à promessa que fez e ao fato de se identificar com ela. Cabe a você pesar esses valores, Redka, mas eu já pesei e tomei uma decisão. Espero que entenda. Pode ser meio confuso, mas eu entendo você.

Nenhum dos dois disse mais nada. A mesa ainda vazia, com taças igualmente vazias, ocupadas por duas mentes cheias de dúvidas e problemáticas. Degél parecia tranquilo, porém só parecia – não era apenas sua face que demonstrava seriedade. Redka, por outro lado, deixava evidente a aflição que tomava conta de sua energia vital. Nenhum dos dois se encarou mais. Apenas alguns olhares involuntários foram trocado. Nenhum deles queria que tal clima acompanhasse aquele momento tão raro, só que quebrar o silêncio se mostrava difícil.

- Tá aqui, meus pombinhos! Demorei, mas cheguei. Vocês sabem que sou só eu na cozinha, então o atraso é certo, né? Mas desculpem essa velha aqui. Já trago a segunda taça, certo? – Dora chegou, animadamente, com a bandeja dos pratos pedidos, mas seu ânimo logo desapareceu ao estranhar aquele silêncio na mesa. – Ah, não, não me digam que brigaram! Ou pior, Redka – virou-se para a ruiva -, você deixou Dej te infectar com esse humor seco e duro, não foi? – virou-se para o aquariano, que a encarou como quem questiona a justiça. – Querido, não é com essa cara que se admira uma dama! – Dora teve de largar a bandeja para colocar as mãos na cintura e enfatizar sua pose durona, o que arrancou um riso de Redka. – Ah, agora sim! Cuidado pra não perder essa mocinha linda pra mim, hein!

- Dora! – Redka riu mais alto.

- Ehh! Alguém tem que colocar medo nesses homens, ora! Parece que a mulher é mais inimigo do que essas criaturas que aparecem por aí! – Dora colocou a bandeja embaixo do braço e revirou os olhos. – Francamente, você e Cid tão me deixando com certas dúvidas hein, Dej. – e saiu, como se nada tivesse sido dito.

- Eu até revidaria Dora, mas reconheço que seria melhor agradecê-la, já que ela conseguiu lhe fazer rir. – o tom na fala de Degél, diferentemente das outras vezes, saiu mais caloroso e íntimo, um pouco sentido também. De fato, ele quis expressar isso, quis ver o rubor que tomou conta da bela face de Red, assim como quis deixá-la mais confortável depois do pequeno desentendimento. – Não se preocupe tanto, eu vou sempre proteger você.

~

Terpsícore suspirou. Já passava de uma hora desde que tinha deixado Erato e Polímnia no Templo do Grande Mestre, se arrumado e descido novamente para aguardar Defteros - como ele pedira. Encontrava-se no sofá na sala da ala privada da Casa de Gêmeos, onde apenas poucas velas iluminavam o espaço, pois a iluminação noturna vinda das janelas era mais agradável. Provavelmente, toda a arrumação daquela casa foi obra de alguma serva.

Tremendamente entediada, Terps se espreguiçou, para então levantar e explorar um pouco aquela sala. Nada de muito atraente foi visto. Preferiu encarar o espaço externo da janela alta, ou então ajeitar o visual num espelho retangular, acima de um móvel muito bem polido de madeira – o qual foi vítima de suas carícias íntimas com o geminiano, que a colocou em cima para poder lhe proporcionar prazer. Aquela casa, inclusive, parecia ter vários cantos específicos que desencadeavam certas memórias obcenas em Terps. De fato, nada era esquecível por ali.

A musa não soube dizer se foi alguma vontade pensada e realizada no momento oportuno, ou se foi apenas um impulso emocional, mas quando sentiu as escadas escuras chamando-a para cima, teve de ir. Lembrou-se, imediatamente, de para onde as escadas a levariam, e, do contrário do que pensou, quis ser levada até lá, até o local onde muitas memórias foram feitas, até à toca as besta - como ele chamou. Quis ir não só porque foi especial desde o início, mas porque sentiu necessidade de encarar novamente o espaço onde eles fizeram amor; onde ela teve sua primeira experiência legítima numa relação sexual; onde todas as sensações reprimidas explodiram em desejo e vontade; onde sua fome foi saciada com uma formidável cumplicidade; onde foi possível confirmar que seu querido cavaleiro não era um animal.

Terps abriu cuidadosamente a porta pesada de madeira e ferro e varreu o espaço com o olhar tímido – a pouca iluminação (predominada pela lua e ressaltada por estratégicos castiçais) só enfatizou o ar sinistro que emanava daquele quarto. No entanto, ela não teve medo dessa vez; sua curiosidade só a moveu mais ainda para dentro e ela pôde analisar aquela convidativa cama, tão recheada de boas lembranças. Com um rubor no rosto, virou-se para o espelho, lembrando-se de quando Defteros a tomou de quatro e a fez ver a cena através do objeto, mas sua expressão logo acalmou quando observou a máscara de ferro ao lado. Ficou um pouco assustada com a energia pesada que sentiu emanar daquela máscara estranha; uma onda hostil pareceu expulsá-la daquele perímetro, como se alertasse de algum perigo ali existente. Terps decidiu não insistir.

Normalmente, seguiu até outro móvel, onde antes viu um espelho quebrado – o qual, provavelmente, foi retirado por uma serva, em meio à arrumação – e deslizou a mão na madeira polida. O móvel grande e espaçoso possuía quatro gavetas pesadas, com puxadores de ferro lapidados em arabescos, e pequenos detalhes esculpidos na madeira – os quais chamaram sua atenção.

Terps lentamente se abaixou, até se agachar no chão, e deslizou seus finos dedos pelos detalhes da última gaveta. Involuntariamente, imaginou quantas vezes Defteros fazia aquele movimento para abri-la, deixando as costas curvadas e o braço esticado, de forma que seus músculos ressaltassem ou então contraíssem; os cabelos azulados caídos nas costas largas e lisas, exceto por algumas cicatrizes que ela havia percebido anteriormente; a expressão séria de determinação, como a de alguém que procura por algo... Terps conjecturou intensamente em silêncio até perceber que havia aberto a última gaveta, sem querer.

A reação inicial foi impensada; Terps pulou para trás. Só que rapidamente voltou para bisbilhotar a gaveta, pois não acreditou no que viu. Uma enorme folha amarelada e rabiscada exibia um desenho bastante realista dela, adormecida na cama, com os braços acorrentados e o corpo nu. Terps tirou a folha para ver melhor e outras três caíram em seu colo. Um deles também retratava seu corpo nu e deitado na cama, porém sem nenhum artefato grosseiro que deixasse marcas, então deduziu que o desenho foi feito em outra ocasião; o outro a mostrava ajoelhada na cama - com os pulsos acorrentados, no momento inicial da segunda caçada, quando estava amordaçada. Ela mal acreditou que Defteros havia desenhado-a nos intervalos de suas iniciativas sexuais. Obviamente, sentiu-se radiante ao perceber que ele havia feito aquilo, mas, ao mesmo tempo, imaginar a quantidade de tempo que fora observada foi o bastante para ficar completamente envergonhada.

Entretanto, o quarto desenho não era sobre si. O quarto desenho era estranho, muito estranho, tão estranho que Terps o levou para perto de um dos castiçais, no intuito de ver melhor. Havia dois Defteros desenhados nele, porém só um deles realmente se parecia com o geminiano que conhecia, o outro tinha algo diferente. Os dois estavam um ao lado do outro, porém em uma diferença mínima de escala; seu Defteros parecia um pouco menor. Num ato impensado, Terps virou a folha e se deparou com algo mais estranho: novamente, os dois Defteros estavam ali, porém um deles usava a máscara de ferro que estava ao lado do espelho. Sendo o olhar do Defteros que usava a máscara a única coisa possível de ver, ela percebeu, na hora, que aquele era o seu Defteros, mas o outro, no entanto, tinha algo diferente no olhar – algo que causou um leve arrepio em sua espinha.

Terps não quis mais encarar aquele desenho. Num impulso, levantou-se, colocou os quatro desenhos em cima da cama e correu até a máscara de ferro para, então, finalmente pegá-la sem medo. Apesar de ter sido recebida com a energia hostil ainda mais fortemente, sentiu necessidade de tocar no objeto, bem como de admirar seus detalhes tão incomuns. Porém, repentinamente, viu-se observada por uma figura no espelho. Alguém que se assemelhava ao seu cavaleiro, porém, nem de longe, o era. Os olhos pareciam zoá-la e comê-la com maldade, como se quisessem passar bondade onde só havia espaço para uma expressão de falsa simpatia; uma mistura de malícia com intenções questionáveis, sem âmbito algum definido. Porém também parecia um olhar que já fora bom...

Terps só caiu na realidade quando ouviu o som de máscara se chocando com o chão e sentiu seu corpo pendendo para trás. No entanto, não chegou a atingir o chão, pois foi pega antes disso por braços quentes e fortes.

- A curiosidade transformou o gato em jantar, Terpsícore. – Defteros cantou baixo no ouvido dela, para então ajeitá-la no colo e conduzi-la até a cama. Mas seu semblante inevitavelmente mudou ao perceber os desenhos ali. – Eu não sabia que você era tão intrometida. – e a soltou.

- D-Desculpe. Sinceramente, não sei como fui capaz de fazer isso. – ela respondeu, ajeitando o vestido branco. Quando se virou para vê-lo, arrepiou-se. Defteros estava tirando a camisa de treino. Portanto, respirar calmamente foi extremamente necessário. – Você me pediu para vir até aqui. O que queria? – desviando o olhar.

- Pedi, mas pensei que tivesse deixado subentendido aonde. Não precisava ter esperado no meu quarto.

Terps engoliu seco enquanto um rubor se apossou de seu rosto. Sem muitos motivos, começou a abanar o próprio colo com uma mão. Defteros, ainda de costas para ela, pegou os desenhos com força e socou-os dentro da última gaveta do móvel explorado. Ele chegou a resmungar alguma coisa, mas nada foi compreendido por ela. No entanto, não passou despercebido, aos olhos da musa, que o quarto desenho foi analisado por alguns segundos a mais pelo geminiano.

- Defteros...

- Hum? – ainda sem se virar. Terps foi até a cama e se sentou, cuidadosamente, para continuar admirando-o.

- Quem era aquele homem igual a você no desenho? – com uma voz mansa.

- Não interessa. - Defteros ronsou. Ela deduziu a delicadeza do assunto, porém sua curiosidade estava tão gritante que não se importaria em virar jantar mais tarde. Saltitantemente, dirigiu-se até o grego e o abraçou pelas costas.

- Eu quero saber.

- Você está ousada demais. – disse, entre dentes, porém não a soltou. Num impulso, virou a musa para si e tomou a boca rosada com ferocidade, não poupando nas carícias selvagens pelo corpo macio e sensível. Quando passou a mão na entrada molhada dela, por dentro da calcinha, sentiu-a estremecer, e parou imediatamente para encará-la nos olhos. – Ainda está com dor?

Terps não quis admitir, porém o olhar intimidador dele extraiu a verdade em sua face e ela acabou assentindo, timidamente. Sentiu a cabeça ser puxada com certa agressividade contra o peito nu e quente do geminiano, que de repente iniciou uma série de cafunés desajeitados em seus cabelos loiros. Ficaram assim por alguns minutos.

Em meio a esse curto tempo, Terps não conseguiu evitar pensar no que viria a seguir. Defteros a mandaria embora porque ela não estava com condições de fazer amor novamente? Ele seria capaz de usufruir dessa dor para ter prazer próprio? Não, Terps achava que não. No entanto, tinha medo de ser dispensada por não poder proporcionar prazer a ele ainda. Por ela, ficariam juntos, abraçados na cama ou em qualquer canto daquela casa. Estando com ele, tudo melhoraria – até porque ainda sentia chateação por causa do momento turbulento que passou com Clio horas antes. Sentia falta de um consolo, mas o queria somente se fosse dado pelo geminiano - a verdade era essa.

Só que Terps sabia da grande possibilidade de Defteros não sentir o mesmo por ela. Mesmo que fosse óbvio o desejo que ele sentia, talvez fosse um sentimento limitado a apenas isso: luxúria. Ela sentia dor só de pensar nisso.

- E então...? – Terps disse, baixinho, sentindo o coração acelerar a cada deslize de mão dele em seu corpo. A sensação de ser acariciada por mãos que exalavam perigo era fascinante. O fato de Defteros ser um ser imprevisível só tornava tudo mais excitante. Talvez ela fosse realmente boba por se abrir tanto para alguém envolvido por riscos, porém ela já estava condenada. Já sabia o que estava sentindo, era inevitável ficar feliz ao lado dele, mesmo vendo tantas trevas por trás daquele olhar.

- E então o quê?

Terps engoliu o choro que, de repente, apareceu. Acabou abraçando-o forte.

- Eu não quero ir embora... – Terps nem se preocupou por ter choramingado, embora soubesse o quanto parecia tola.

E o pior foi sentir o geminiano cortando o contato e a afastando de si, enquanto a segurava pelos ombros com força. O olhar furioso dele varreu cada espaço do rosto entristecido.

- E quem foi que disse que você vai, Terpsícore?

Foi tudo muito rápido. Terps sentiu o braço ser puxado com força até alguns metros e depois o corpo ser jogado contra a cama macia, de seda negra, para então ser coberto pelo dele. Todo o rápido movimento pareceu fervê-la de dentro pra fora, como se botasse sua resistência à prova. Como se alguém duvidasse de sua sanidade diante de uma figura tão fascinante. Cada pelo de seu corpo pareceu se desprender quando sentiu o corpo dele roçando no seu, enquanto sua boca foi tomada pelos lábios dele, num beijo cheio de urgência e paixão. Entretanto, as mãos, antes pesadas, tornaram-se leves e amáveis, distribuindo carinhos nas laterais de seu corpo. A língua agitada convidava o tempo todo a sua a se mover no mesmo ritmo, intensificando o calor entre suas pernas.

Terps delirou com cada ação do geminiano, até senti-lo se afastar e parar.

- Não estou nem aí para os seus compromissos, você vai ficar aqui comigo. – ele disse, envolvendo-a com o olhar azulado e intenso, para então sorrir. Maldito sorriso de canino que a fez se derreter e puxá-lo para um beijo avassalador. – É melhor tomar cuidado com essas ousadias, Terpsícore.

- Cadê seu autocontrole?

- Entre nós, gritando para ir embora.

- Entendi. – Terps se ajeitou na cama até ficar sentada e olhá-lo. Defteros estava absurdamente sensual, só de calça de treino, apoiando a cabeça com o cotovelo esquerdo e com o corpo esculpido iluminado pela pouca iluminação conjunta da lua e do fogo. De fato, um deus grego. Não, melhor que isso, ela poderia dizer. – Então me fale sobre aquele homem igual a você. É seu irmão gêmeo ou ele não existe?

- A resposta é relativa.

- Então me conte, para eu poder decidir qual é a melhor. – Terps disse com calma e cuidado, e ouviu o geminiano respirar pesadamente, admitindo a derrota.

- Você é um saco, Terpsícore. – rosnou; segundos depois, ajeitou-se na cama e a puxou para si. – Eu conto, mas não se mexa. – e iniciou o relato, juntamente com leves carinhos no braço de sua musa.

~

Mel finalizou a última garfada do belíssimo prato de salada preparado por Albafica. Num radiante sorriso, ela expressou toda a gratificação por estar ali, jantando na companhia dele e comendo algo preparado especialmente para si.

- Você não mentiu quando disse que gostava de salada. – Albafica já tinha terminado seu prato, portanto optou por admirar sua querida musa na refeição. Não se cansava de olhar o jeito espontâneo com que Mel se ajeitava, ou corava ou até levava o garfo à boca. Tampouco podia não reparar nas sutis e variadas expressões que acompanhavam cada uma de suas ações e opiniões. Melpomene era um ser fascinante.

- Eu não mentiria pra você. – ela disse, após engolir. – Ainda é difícil de acreditar que você saiba preparar tão bem as coisas.

- As coisas? O que mais sei fazer de bom? – a pergunta, evidentemente, foi feita num tom que insinuou a melhor das malícias já trocadas por eles, a ponto de intensificar o rubor na bochecha dela.

- Al-Albafica... – Mel desviou o olhar, o que fez o pisciano rir gostosamente.

- Você ainda fica assim diante desses assuntos?

- N-Não, é só que... É você quem está falando neles... – rodou o grafo, involuntariamente, no prato, no intuito de desviar a atenção e focar em outra coisa.

- E quem deveria estar falando disso se não eu? – Albafica fingiu ciúme. Em instantes, levantou de sua cadeira e seguiu até a ao lado da de Mel, sem deixar de encará-la com o mesmo sorriso divertido de antes. – Melpomene... – tocou-a no rosto e tentou virá-lo, mas ela resistiu. – Está com vergonha de mim?

- N-Não...

- Então por que não me olha? – ainda sorrindo e com a mão esquerda na bochecha dela. Mel resmungou algo, que só o fez rir mais. – Melpomene, tem vergonha de dizer que gosta do que fazemos? – aproximou-se de mansinho, sem deixá-la perceber, e colou a boca no ouvido dela. – Tem vergonha de querer mais?

Mel desesperou-se com a intensidade do arrepio que tomou conta de seu corpo com aquele contato. Apesar de querer odiar as intervenções e seduções do pisciano em momentos alternativos, não conseguia, pelo contrário. Às vezes, tinha impressão de que, ao acordar, precisava do toque gentil e romântico do cavaleiro de peixes para poder encarar bem o dia. Se isso era amor, então Mel teria uma overdose.

- Você é tão injusto. – ela sussurrou, sem muito controle de si. Seus olhos reviraram devido ao prazer de ser beijada no colo por lábios tão macios como os dele. Sentiu uma apalpada tímida no seio.

- Eu queria ficar com você, porém acho que já lhe monopolizei demais por hoje. Suas irmãs estão aqui. Não deveria ficar com elas por um tempo? – ele se afastou lentamente, para poder olhá-la.

- Ehm... Sim, mas...

- Há um pequeno detalhe também: preciso fazer ronda hoje. Não vou poder estender nosso tempo por agora. – admitiu, meio entristecido. Mel não resistiu, afagou o rosto dele e deslizou a mão pelos cabelos azulados, para então puxá-lo para um beijo.

Como sempre, foram consumidos pelo calor das duas bocas em movimento cúmplice, acompanhadas por mãos carinhosas, que tocavam onde encontrassem cantos convidativos. Algumas mãos bobas do pisciano despertaram Mel para o momento, só que ele logo cortou o clima, senão não seria capaz de deixá-la.

Assim que Mel foi embora, Albafica se serviu de água, no intuito de se refrescar para encarar a noite quente do Santuário. Porém foi surpreendido com a presença do protetor da casa anterior.

- Boa noite, Degél.

- Boa noite. Apesar de não ser meu turno de ronda, vou lhe acompanhar por hoje. Importa-se? – o aquariano viu o outro negar. – Então, vamos.

~

Star Hill

Urânia, rapidamente, vestiu sua roupa e checou novamente a constelação que a preocupou desde o início. Olhou pelo menos três vezes antes de se vestir por completo. Não podia ser. Mais um problema? Fechou os olhos, impedindo uma lágrima de cair, e sentiu a dor no peito. Não poderia evitar os problemas, só encará-los, e ainda assim não se sentia com força o suficiente. No entanto, ficar por mais tempo em Star Hill deixou de ser opção – algo que soube no momento em que viu o primeiro movimento estranho na constelação de peixes. Foi nesse momento que decidiu descer e voltar para as irmãs, até porque uma deles precisaria de sua força imediatamente.

- Oh, Mel... – Urânia respirou fundo. – Estou indo...


Notas Finais


E aí, o que acharam da postura do Degél?

Ah, vocês podem ter esquecido, mas o que mais gostariam de perguntar às musas? Essa semana postarei pelo menos três perguntas já!

Próximo capítulo: vou satisfazer um desejo de vocês. Dependendo da repercussão desse aqui, posto mais rápido o outro *-* Beijão, amores


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