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História EmMUSAS - The Lost Canvas - Inícios


Escrita por: guerrakkya

Notas do Autor


Oi, gente, desculpa a demora!
Costumo postar de 3 em 3 dias e dessa vez demorei 7 - ui!
Bom, espero que a leitura seja boa!

Algumas palavras são interessantes para que certas ideias desencadeiem as atitudes ideais...

Capítulo 8 - Inícios


Capítulo 8

- Terspsícore! – Tália chamou, mas a musa da dança continuou correndo. – Terps! Espere! – Ela aumentou a velocidade.

As duas correram até uma pequena ponte, onde Terpsícore parou para respirar. Tália, preocupada, abraçou fortemente a irmã.

- O que aconteceu? Por que está assim? – Tália se afastou para olhá-la.

- Precisava me refrescar. – Terps disse. Por mais que a voz estivesse alterada, não parecia mal. Não era isso que a musa da comédia esperava ouvir.

- Por que correu desse jeito de mim?

- Ah, Tália, perdão, mas precisava correr! – Respondeu, recompondo-se.

- E por quê? Isso não faz sentido! – Com as mãos na cintura, ela observou um breve sorriso se abrir em Terpsícore.

- Eu sei, nada anda fazendo sentido para mim. – Terps, mais calma, respirou fundo. – Não sei o que está acontecendo comigo...

Tália olhou a irmã com atenção e acabou vendo os braços dela com hematomas levemente vermelhos. Imediatamente, pensou na desculpa que dera antes para Clio.

- Terpsícore, por que seus braços andam assim?

Terpsícore massageou um dos hematomas, nem se lembrava deles mais. Tália continuou:

– Me fale, e aproveite para falar daquele que eu despistei de Clio.

- D-Defteros tem um toque um pouco forte... – Terps disse, extremamente envergonhada.

- Você está se encontrando com ele? – Tália levantou uma sobrancelha.

- Não! Mas ele sempre me encontra... – Terps suspirou ao se lembrar dos olhos azuis do cavaleiro a encarando. – Não sei o que ele quer de mim, Tália, e isso está me atormentando.

- Mantenha-se longe dele, Terpsícore. – Agora entendia o medo que a irmã demonstrava ao passar por ele. Ao perceber um pequeno protesto dela, interrompeu. – Nada de “mas”, se ele lhe assusta, fique longe. E não me faça mentir para Clio novamente.

Terpsícore apenas assentiu para a irmã. Apreciava a preocupação, mas não sabia se conseguiria cumprir a ordem dada. Por mais que se assustasse, sentia-se atraída, de alguma forma, pelo cavaleiro grosseiro e sombrio que a tocara. E não mentia para Tália ao dizer que queria se refrescar, pois, realmente, o calor que percorrera seu corpo após o encontro com ele só aumentara. Defteros parecia ter um magnetismo em mãos, que desencadeava aquelas sensações nela.

~

Sasha e Melpomene engataram numa boa conversa; beberam cuidadosamente o vinho que lhes fora oferecido o tempo inteiro e se deliciaram com alguns petiscos também oferecidos por vendedores.

A simpatia entre elas era evidente, Mel não sabia que a deusa era tão agradável. E Sasha, animadíssima com a aproximação, comentava sobre possíveis formas de se entreter no Santuário – havia notado que as musas não sabiam muito o que fazer.

- Posso me juntar? – Calíope tocou numa das cadeiras de madeira, surpreendendo as duas. Fora a única que desconfiara da intenção de Athena quanto às aproximações. Não se sentira à vontade o bastante para criar um vínculo com a deusa, mas talvez sua falta de companhia no festival fosse um sinal para que repensasse.

- É claro! – Sasha respondeu sorridente.

Calíope sentou e percebeu um certo silêncio de Melpomene.

- Festival interessante. Bonito – a musa da poesia épica comentou, um tanto desconfortável com a falta de assunto.

- Sim, Calíope, e você conseguiu aflorar essa beleza quando cantou ao lado dos músicos – Sasha disse. Achou a voz de Calíope realmente uma preciosidade.

- Obrigada, Athena – Calíope agradeceu, percebendo-se encabulada. De fato, não esperava ouvir aquilo de Athena. – Que bom que gostou...

Calíope não era de rodeios, sempre tinha respostas na língua para tudo o que lhe era dito, mas Mel observou a irmã perder a graça. Talvez fosse pelo seu julgamento anterior, e, se o fosse, Mel achava merecida tal reação. Calíope precisava deixar de ser esnobe.

- Athena, poderia me dar licença? Pretendo dar mais uma volta para prestigiar o evento. – A musa da tragédia tinha outros planos e pensou que seria bom deixar a irmã num momento a sós com a deusa.

Sasha assentiu e Mel, em seguida, saiu da mesa.

- Athena... - Calíope, assim que se viu na companhia da deusa, pensou em tirar uma dúvida que a incomodava desde que saíra da Casa de Virgem pela última vez. – Poderia me dizer o porquê de a meditação do Cavaleiro de Virgem ser tão importante nesse período?

Sasha pensou. Não pensava que Calíope se interessaria por isso, mas era até compreensível considerando que Asmita era um cavaleiro intrigante por conta de seu hábito.

- Digamos que ele tem um sentido bem aguçado. – Sasha disse, rindo com a própria resposta. Como explicaria que Asmita atingia o oitavo sentido? Aliás, como explicaria sobre os sentidos? – Ele tem a capacidade de perceber qualquer movimento desconhecido nos arredores do Santuário à longas distâncias, e nunca se sabe quando é um espectro de Hades... Acredito que não apenas nesse plano. Eu diria que a concentração dele é muito importante para que nada passe despercebido.

- Entendi. – Calíope respondeu. Athena percebeu o olhar distante da musa.

- Posso saber o interesse da pergunta? – Sasha se arriscou.

- Curiosidade. - A musa deu de ombros, fingindo pouco caso. - Asmita... me informou brevemente sobre isso. – Se é que poderia interpretar como apenas uma informação, e não um exibicionismo. – E como também medito quis saber mais. – Não era totalmente verdade, mas fazia sentido.

- Sabe, Calíope, Asmita é um cavaleiro com grande responsabilidade. É o mais próximo de deus. E ele realmente preza muito por sua função, mas percebo que, às vezes, esquece-se de que também é humano. Talvez...

~

O festival não poderia ter sido melhor desfrutado. A alegria dos moradores e visitantes era enorme, contagiante e inspiradora para as próprias musas. Suas presenças foram bem vindas e recebidas com cortesia moderada, embora às vezes com muito mais atenções do que elas gostariam.

A noite dominou o céu e várias lamparinas foram acesas para climatizar o ambiente de forma mais aconchegante. Apesar de tarde, a mesma movimentação permaneceu na Vila de Rodório - que até parecia mais bonita ao anoitecer. Sísifo aproveitou uma ideia que lhe veio e que envolvia um lugar ideal para a apreciação da vila.

Adentrando a floresta que rodeava um dos extremos da vila, Sísifo e Urânia subiram até uma pequena construção, onde havia uma casinha que servia como um tipo de vigia. Como ficava no alto, oferecia uma bela vista para o céu, tendo uma iluminada Rodório como a base. Urânia ficou encantada.

- Sísifo, esse lugar é tão belo!

- É, por isso lhe trouxe aqui, Urânia - ele disse, coçando a nuca, sem graça.

Urânia sorriu para o cavaleiro. Entendeu o comentário.

Sísifo era tão adorável que, às vezes, nem parecia ser um dos cavaleiros mais temíveis de Athena. Seu semblante, por mais firme e poderoso que se mostrasse, deixava transparecer – pelo menos para ela – uma sensibilidade incomparável. Além de perceber as bochechas avermelhadas dele na presença dela.

– O que está fazendo? – Sísifo perguntou curioso ao vê-la franzindo a testa e fitando as estrelas.

– Estou tentando ler... – ela respondeu, sem desviar o olhar. Sísifo achou graça, estava tão bonita fazendo careta.

– Está tentando ler...?

– A sua constelação. O brilho está mais agitado. Quase pede atenção... – ela sorriu, dessa vez para ele.

O sagitariano corou. Claro que estava agitada, ele estava agitado, ele queria a atenção da musa... Mas talvez não tivesse nada a ver com isso.

– E então? Consegue me falar algo? – perguntou ela, aprofundando o olhar nele.

– Não me atrevo a dar palpites acerca de algo que faz tão bem, senhorita. Na verdade, o que me atrairia nisso tudo é sua leitura sobre mim... – disse ele, aproximando-se dela. Tudo era tentativa.

– Por mais que leia bem, prefiro confirmar qualquer leitura ao longo do tempo, Sísifo. Portanto, ainda não direi o que quer ouvir. Mas sua objetividade está falha, cavaleiro. – Urânia virou o corpo para ele, que a admirou de cima a baixo.

– Por que acha isso? – Sísifo se aproximou um pouco mais, controlando a respiração.

– Porque algumas coisas que diz não compactuam com a calma que falta no interior de sua constelação guardiã. Algo está te despistando, Sísifo...

– A calma que falta?

– Algo está te agitando...

Perceberam que se encontravam muito próximos um do outro. Apenas atraídos pelas palavras, os dois mergulharam numa troca de olhares profunda.

– Você tem ideia do que seja, Urânia? - Ele perguntou com a voz baixa e levemente rouca. Estava ficando maluco com aquela tensão e sentia o corpo esquentar.

– Talvez, mas poderia provar que estou errada dizendo-me o que te agita... – A voz um pouco falha dela denunciou a influencia que aquele homem tinha nela.

Sísifo sorriu enquanto mirava a boca dela.

– Quer que eu diga, mas já me lê tão bem. Preciso dizer mais alguma coisa?

Ele via o quanto a musa estava alterada em sua presença. Logo ela, Urânia, musa da astronomia, uma das mais sérias e seguras, encontrava-se com um olhar diferente. De pupila dilatada. E Sísifo conhecia aquele olhar, recebera muitas vezes de outras mulheres, mas nunca correspondera.

– Diga, cavaleiro - Urânia pediu, impaciente.

– Farei melhor.

Se aquela não era uma abertura, ele não sabia o que era. Sísifo, então, a puxou para si e a beijou.

Delicado, porém cálido, o beijo se desenvolveu, incentivando as suas línguas a se explorarem. A aura celestial da musa os abraçou e intensificou o instante. Sísifo sentiu seu interior explodir de agitação. Precisava beijá-la e tocá-la mais, queria ficar o mais próximo dela possível.

Urânia quase do mesmo jeito, desejava aquele beijo, queria conhecê-lo. A sensação de ser beijada novamente por alguém ascendeu uma sensação agradável em seu ventre.

Sísifo aproveitou para deslizar os dedos pelo braço macio dela, até chegar na mão que segurava seu rosto. Sentia o carinho que ela queria passar e a delicadeza de seu beijo.

– Muito objetivo, cavaleiro – ela disse ao afastarem os lábios em busca de fôlego. Mantinham-se se olhando, atraídos por um brilho correspondente entre eles. E, encorajados, beijaram-se de novo. Contudo, Urânia se afastou após sentir um arrepio na espinha.

– Está tudo bem? – Sísifo perguntou.

Urânia parou para observar o cavaleiro que a beijara segundos atrás, tão lindo e seguro, totalmente diferente do cavaleiro que aparecera em sua mente num relapso de memória naquele momento. Sim, havia um cavaleiro em sua mente além do sagitariano, um que a beijara havia tempos e que havia muito não aparecia em suas lembranças...

~

Clio, Degél e Kárdia mantinham-se entretidos com as atividades que ocorriam na praça, por mais que a concentração de barraquinhas de comidas não fosse lá. O escorpiano teve de sair várias vezes de perto dos dois para comer. Numa dessas saídas, Degél aproveitou para conversar com Clio sobre sua observação anterior. Percebera a musa incomodada quando citaram Dionísio e viu quando ela bradou sobre um possível incômodo para com os deuses. De imediato, a curiosidade do aquariano passou a existir.

Os dois estavam sentados num banco iluminado pela luz da lua.

– Clio – Degél disse.

– Sim? – Ela se virou para fitá-lo. A expressão neutra dela era um contraste com o efeito de seu olhar profundo.

– Perdoe-me a ousadia, mas gostaria de entender o motivo de seu desgosto ao se referir aos deuses mais cedo... Senti algumas insinuações.

Clio não se surpreendeu com a curiosidade; pelo contrário, esperou que ele tocasse naquele assunto em algum momento. Por mais que o tempo fosse curto, ela percebeu que Degél era mais observador do que achara.

– Não há porquê pedir perdão. Na verdade – ela baixou a cabeça –, talvez eu devesse fazê-lo. Acabei emanando uma energia ruim por conta daquilo, não queria ter feito isso.

– Há em que nos envolver? – Ele perguntou cada vez mais curioso.

– Não, não há. É algo muito pessoal. Uma opinião, na verdade. Uma opinião que vejo quase como um fato... – Ela levantou a cabeça no intuito de olhar a lua, fazia tempo que não se sentia tão bem recebida num lugar. Como pôde deixar isso passar por míseros segundos?

Degél a observou atentamente, a musa parecia compenetrada numa batalha dentro de si mesma, a testa franzida sugeria um leque de preocupações na mente dela. Ele, então, ajeitou os óculos e pensou no que poderia fazer para que ela compartilhasse o pensamento. Por mais inspiradora que fosse, talvez a musa também precisasse se inspirar, e ele usaria disso para tentar entendê-la.

– Então, gostaria de sua opinião. Sua crença lhe permite prever bons resultados para suas tentativas de me unir com ela? – Degél perguntou. E de forma certeira.

Clio se virou rapidamente para ele. Ele pôde ver o brilho nos olhos dela novamente.

Claro que Clio entendera a pergunta e a quem ele se referira como “ela”. A musa acreditava na observação aguçada do aquariano, mas ele a surpreendeu. Soube exatamente que assunto abordar para despertar sua curiosidade. Por outro lado, ela pensou que, se Degél havia percebido suas tentativas de "juntá-lo" com a florista, Redka, por certo não havia sido tão discreta quanto pensou. No fim, lançou um olhar sem graça para ele e perguntou.

– Incrível... Como me leu tão bem?

– Acho que nós dois nos lemos muito bem... – Ele deu um meio sorriso para ela e ajeitou os óculos.

– Sobre a crença... Bom... Não sei dizer, prefiro mantê-la para mim a exibi-la para os outros. – Clio fitou o céu. – Até porque eu sei que é comum vocês humanos se revoltarem contra os deuses. Às vezes, eles nem percebem a irresponsabilidade que há em deixá-los assim. – Fez uma breve pausa e continuou: – E nem que todas as glórias deles são alimentadas pela crença humana... – Ela baixou o rosto para fitar Degél, que a olhava seriamente. – Quando há paz, é fácil perceber onde há o desgosto nessa crença, mas o ser humano ainda o faz porque é uma questão política. Você louva um deus para não ser castigado por ele. Simples e triste.

Degél não sabia o que dizer. Ao mesmo tempo em que estava impressionado com a colocação da musa, estava refletindo sobre a verdade daquelas palavras. Faziam o total sentido, enquanto ser humano. Os dois permaneceram se olhando, como se compartilhassem o mesmo pensamento. Um ar de cumplicidade se estabeleceu entre eles, uma nova amizade talvez. E, depois de Clio abrir sua mais valiosa opinião, só poderia esperar uma boa aliança com o aquariano.

– Oi, Clio! – Uma voz conhecida os interrompeu. – Trouxe o suco de pêssego que você queria provar. – Kárdia entregou o suco para ela, que o pegou lentamente. O escorpiano estranhou o comportamento dela. – O que diabos vocês andaram bebendo pra estarem com essas caras?

A única resposta dos dois foi um sorriso tranquilo que deixou Kárdia ainda mais confuso.

~

Sasha, através do cosmo, comunicou-se com os cavaleiros para que se reunissem onde ela se encontrava, assim poderia retornar ao Santuário. Como já estava tarde e algumas barraquinhas já se desfaziam, a deusa achou melhor se recolher, até porque a agitação do evento a havia cansado e, por mais agradável que fosse tirar a mente das atuais preocupações, outras responsabilidades requeriam sua presença.

Calíope, Dohko, Shion e El Cid estavam ao lado de Athena. Calíope e Shion acabaram passando um bom tempo conversando. Clio, Kárdia e Degél foram os primeiros a chegar, seguidos de Urânia e Sísifo, que se mostravam mais corados que o normal; depois Tália e Terpsícore se apresentaram saltitando, chamando a atenção de Manigold, que logo apareceu admirando-as. Defteros também apareceu em seguida, havia seguido Terpsícore pelo resto da tarde depois que se separaram, mas não deixou que a musa percebesse. Régulus e Hasgard demoraram um pouco, mas chegaram com duas caixas de kurabie – para a alegria dos outros. Apenas uma pessoa faltava...

~

– Com licença? – Mel entrou com cuidado na loja de flores de Redka, que se preparava para fechar.

Redka apoiou um vazo vazio e apareceu a passos apressados, sorrindo para a musa.

– Olá, Melpomene! – Cumprimentou simpática. – Veio me dar tchau? Digo porque Clio e Degél acabaram de fazer.

– Sim! Vim também porque queria levar uma flor, mas agora me lembrei de que não tenho dinheiro. – Mel disse, desanimada. Tinha pensado em tudo para o desfecho de sua noite com tanto carinho... E agora isso.

Redka riu alto.

– Deixe disso! Não precisa me pagar, adoraria lhe presentear com uma flor, é só escolher! – A florista disse animadamente, abrindo os braços.

– De verdade? Redka, agradeço muito! – Os olhos de Mel brilharam. – Preciso de ajuda, afinal não conheço nem metade das flores que tem aqui.

As duas caminharam num corredor um pouco maior enquanto Redka esperava Mel se decidir. Redka explicou um pouco sobre algumas flores que chamaram atenção da musa, mas nenhuma fora escolhida. Por fim, Mel optou por uma flor-de-lis.

– Boa escolha, essa flor é o símbolo do poder, honra e lealdade, bem como de pureza do corpo e da alma – Redka disse, observando o olhar romântico da musa para a flor. A musa parecia submersa nos próprios pensamentos.

– Então é essa.

Ao passarem por outro corredor para contornar a loja e chegar à saída, Mel percebeu um recipiente grande de vidro mais afastado das outras estantes. Nele havia uma espécie de flor isolada e totalmente diferente das outras vistas. A cor era um vermelho mais claro que tornava-se mais claro até atingir um quase branco, numa espécie de degradê. A pétala parecia muito espessa e tinha uma beleza perigosa. De certa forma, sua cor lembrava sangue. Mel ficou maravilhada.

– Que flor é essa? – Ela se aproximou com olhos curiosos.

– Cuidado, Melpomene, não se aproxime tanto. É uma planta muito venenosa a Antúrio – Redka comentou, um tanto atenta. A última coisa que queria era que a musa se machucasse por sua negligência.

– É tão bela... – Mel se afastou um pouco à pedido da amiga.

– É sim. – Redka sorriu, geralmente seus clientes menosprezavam as plantas venenosas. – Crio Antúrio por pura admiração, assim como Dedaleira, Hortênsias, Lírios-do-Campo e Narcisos – informou orgulhosa. Realmente, a florista tinha orgulho de suas protegidas flores, aceitava todas as espécies e se encantava ainda mais quando eram exóticas. – Adoraria criar Oleandro, mas é considerada a planta mais perigosa do mundo, então prefiro me especializar um pouco mais nesses cuidados para poder tornar possível o cultivo.

– Incrível, Redka, realmente admirável. Adoraria conhecer as outras plantas venenosas. – Mel sorriu, apertando sua flor-de-lis da mão.

– Apareça quando quiser, elas adorarão companhia. – As duas riram com o comentário e depois se despediram.

Mel se juntou apressadamente aos cavaleiros e musas e acabou recebendo olhares desconfiados. Sasha apenas sorriu graciosamente para ela e depois iniciaram a volta para o Santuário.

Na última das doze casas, Mel ficou novamente para trás. Claro que era sempre proposital, e Albafica já havia notado.

– Boa noite, senhorita – Albafica cumprimentou de longe, de forma cordial.

– Boa noite, cavaleiro. – As bochechas de Mel avermelharam.

– Espero que o evento tenha lhe agradado.

– Sim, agradou-me muito, mas teria me agradado mais se sua companhia tivesse sido possível... – Por mais que se auto reprovasse na ousadia das palavras, ela falou.

Albafica deixou um sorriso de canto escapar e virou o rosto para que ela não o visse. O sorriso não era de todo alegre, havia uma tristeza por não poder mudar aquela realidade.

– Perdoe-me, mas terá de ser assim. – Ele percebeu que Mel segurava algo. – Vejo que minha rosa ainda a acompanha... – Disse. Contudo, a outra mão dela estava escondida nas costas.

– Sim, agradeço muito. E, para lhe fazer companhia nessa noite agradável, trouxe uma também... – Ela jogou a flor-de-lis para ele enquanto sorria.

Albafica pegou a flor com cuidado.

– Que bom gosto, senhorita, eu...

– Não, não falemos mais – ela o interrompeu. – Apenas boa noite, Albafica. 

Mel saiu às pressas e sorriu para si mesma, satisfeita.

 


Notas Finais


Espero que gostem! Beijoss


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