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História Emoções e promessas - Capítulo Único - Não quero estragar tudo com você


Escrita por: ThabataF

Notas do Autor


Oi oi mores
Espero que gostem de ler tanto quanto eu gostei de escrever. Aproveitem o capítulo cheio de ciúme e amor <3

Capítulo 1 - Capítulo Único - Não quero estragar tudo com você


Guto

Hoje era aniversário da chapa no Romano, e por essa ocasião especial Tato aceitou comandar a chapa nesse dia, provocando a ira de K1 e fazendo a alegria de Keyla, Tina, Lica, Benê, Ellen, Roney e todos os clientes da lanchonete que sentem falta dos lanches e do tempero do dele, além de fazer com a lugar ficar abarrotado de gente, incluindo os alunos do Cora e do Grupo, fazendo com que eu não precise inventar nenhuma desculpa para aparecer no evento, já que todos os meus amigos foram convidados, estariam lá e estavam até empolgados com isso, com sorte cada um ficaria ocupado com a alguma coisa, ou alguém, me deixando livre para ver a pessoa que eu mais queria ver ali, pessoa que aliás havia me convidado, a Benê

Sei de tudo isso, com todos esses detalhes, porque virei confidente da Benê, nós criamos o hábito de conversarmos depois das aulas de piano, ela me encara com um olhar ansioso que me acostumei a perceber, com aquele sorriso contido e começa a falar, e eu preciso confessar que espero ansiosamente cada uma dessas nossas conversas, é um sinal de intimidade e confiança exclusiva para poucos.  Me conta sobre coisas que acontecem em seu dia sem entrar em muitos detalhes quando os sentimentos são envolvidos, daquele jeito teórico e sem filtro que me faz sorrir sempre, me conta sobre as implicâncias das garotas do Cora Coralina que me faz ficar muito irritado e com vontade de protegê-la de qualquer coisa ruim, assim como fiz aquela vez na porta do metrô, me fala sobre a amizade com as meninas, que se tornaram nossa plateia mais frequente, já que elas, mas principalmente Benê, adora me ouvir cantar. Sempre quando canto ou toco, ela me olha com admiração, como se eu fosse a única pessoa no mundo e principalmente naquele mundo só dela, também há cuidado e carinho no olhar. Eu fazia de tudo para ficar mais tempo ao lado dela, pra ter mais daqueles momentos, daqueles olhares, depois que eu aprendi e entendi o tempo das coisas para ela, tudo ficou muito mais fácil, natural. É tão bom poder tocar a Benê, abraçá-la, mesmo que por pouco tempo, sentir o perfume doce que ela emana, sua respiração quente batendo no meu rosto, sentir quando seus braços finos envolvem meu corpo, e seus dedos fazem uma leve e rápida pressão nas minhas costas antes dela interromper o contato abruptamente. Tenho vontade de abraçá-la mais apertado, trazê-la pra mim, suspende-la em meus braços para ficarmos numa altura mais justa, para tê-la ainda mais próxima, mas me contenho com medo de sua reação, mesmo sabendo que ela está muito mais receptiva aos meus toques não acho que valha perder nossa conexão, além de minha amiga, ela vinha se tornando muito importante, dentre todas as pessoas a que mais me entendia.

Meus pensamentos foram interrompidos por uma mensagem de Samantha que me tirou literalmente do eixo, e meu coração pareceu se recusar a bater por um milésimo de segundo, logo a angustia deu lugar à raiva, que me tomou rapidamente e tudo que queria era ver se isso estava acontecendo de verdade ou era apenas mais invenção da minha amiga para me chatear e irritar.

“A sua esquisitinha está de papinho com o Juca, se ele investir mais um pouco leva essa. Não é que as dicas que eu dei para ele deram certo"
 

Benê

A comemoração do aniversário da chapa do Romano estava sendo um sucesso, eu e as meninas tínhamos nos tornado especialistas em festas, depois de termos feito tantas, o que para mim era engraçado já que há um ano eu quase não era convidada para festas por não ter amigas, imagina ter uma festa de sucesso promovida pelas melhores amigas que eu poderia ter encontrado.
A lanchonete estava toda decorada com balões coloridos de gás hélio, e dois balões maiores e dourados com o número do aniversário da lanchonete ocupava o centro do local, uma música comandada por Anderson preenchia o ambiente, provocando um incomodo os meus ouvidos, eu só sair dali e curtir um pouco de silêncio e a brisa fria da noite, ou ouvir o som reconfortante do piano quando é tocado por Guto. As notas, a melodia, a emoção que ele passa em suas músicas provoca algo em mim que eu não sei explicar, quando eu estou perto dele é como se vários músicos tocassem melodias diferentes e todos ao mesmo tempo, na minha cabeça, e isso me intriga e me incomoda. Essa confusão só não acontece quando ele toca, ou canta, nesses momentos eu só consigo ouvi-lo, só consigo me concentrar na sua feição, na forma rápida e segura como seus dedos se movem pelas teclas do piano, como ele me olha. Seu olhar é o que tem meu foco, minha atenção, que me desconcerta e me faz corar.
Estava sentindo falta dele ali, faltava algo para a minha festa ficar completa. Estava calada sozinha quando Juca se aproximou da mesa que eu estava sentada, nós conversávamos às vezes e nos aproximamos desde que a Ellen mudou para o Colégio Grupo

— Posso sentar? — ele perguntou, já puxando a cadeira
— Pode
— E aí, Benê, está mais feliz que pintinho no lixo nessa festa, assim como eu?
— Como assim pintinho no lixo? Tem algum filhote de galinha aqui no lixo da lanchonete? Que maldade — perguntei, chocada
— Não, Benê — ele respondeu, rindo. — Isso é uma expressão antiga, os pintinhos no lixo ficam bem, até se divertem, por isso que a gente usa a expressão, pra perguntar se uma pessoa está se divertindo demais.
— Ainda bem que não sou um pintinho, nem estou suja, mas estou me divertindo sim — disse, rindo o fazendo sorrir de novo.

Desviei o olhar do de Juca que não parava de me encarar, virei para o lado e Samantha, a amiga de Guto me encarava de forma estranha e ria, logo depois entendi o porquê, Guto estava parado a nossa frente, parecia nervoso, me encarou, depois encarou Juca com um sorriso estranho

— E ai, Jota, tudo bom brother? Dá pra você me dar uma um tempo pra eu falar a sós com a Benê?
— Já te disse que meu nome é Juca, cara. Deixa só eu e a Benê acabarmos o papo aqui que eu já saio
— Não acabar nada. Sai — ele vociferou, alterado

Eu me assustei um pouco e num extinto levei as mãos as orelhas, nunca mais tinha visto Guto nervoso daquela forma desde que começamos nossas aulas, ele cruzou os braços na altura do peito e ficou encarando Juca até ele sair de perto de mim, não sem antes me pedir de desculpas de forma tímida

— Você foi um grosseiro com o Juca, não quero ficar perto de você, Guto — disse e fui até o lugar onde eu e Guto sempre parávamos para escutar os pássaros.  

 

Guto

Não soube lidar bem com a situação e Benê acabou fugindo para longe de mim, mas por sorte eu a alcancei e vi que ela estava no lugar onde sempre nós encontrávamos para ouvir os pássaros. Nosso lugar. Toda raiva que eu estava sentindo se dissipou na mesma velocidade em que me tomou, senti medo ao ver aqueles dois juntos, toda minha razão se perdeu quando imaginei Juca soltando mais uma de suas piadas ruins, Benê rindo, ele tocando em sua mão, ela permitindo, ele se aproximando e.. Não! Posso ter agido errado, ter sido grosseiro, mas livrei Benê de ser um dos poucos números na lista de meninas do Juca. Ela ainda era só minha.

Me aproximei devagar, ela estava de costas para mim admirando o céu, seus cabelos — que graças a intervenção das meninas estava completamente solto —  se movimentava ao vento, sua camisa xadrez também subia e descia no ritmo do vento, fazendo um pedaço de pele ficar exposto, mordi o lábio para conter a vontade de dar um beijo bem ali. A temperatura era perceptivelmente menor naquele ambiente aberto, o que fez com que Benê tocasse os próprios braços para espantar o frio.

— Quer minha jaqueta para esquentar um pouco? — ofereci, já a tirando do meu corpo
— Se não vier acompanhada de alguma ofensa, eu quero sim — ela respondeu sem se virar para mim

Me aproximei ainda mais, toquei seu braço com delicadeza, ela recuou, pouco, mas recuou, o que fez meu coração doer de uma forma como nunca antes

— Eu não vou te machucar — disse, como já tinha feito um dia, enquanto passava a jaqueta por um dos braços dela

— Nem com palavras? — ela perguntou genuinamente e eu me condenei por minhas atitudes

— Nem com isso — prometi, acabando de colocar a peça. Ficou maior do que eu imaginava, tanto que ela estava na altura de suas coxas e eu não pude deixar de sorrir com a imagem

Finalmente se virou para mim, me encarando nos olhos. Benê não era de encarar e aquele ato me arrepiou por inteiro.

— Guto..  Por que você ficou tão bravo quando me viu conversando com o Juca?

— Por que eu sei o que ele quer, e tô tentando cumprir o que acabei de te prometer, não vou te deixar você ser machucada, nem por mim, nem por ninguém

 — Mas como ele vai me machucar, Guto? Ele não vai me tocar, eu não quero. — ele se retraiu só de imaginar e eu me limitei a olha-la, trazendo a atenção dela para mim, que de repente ficou com a cara fechada — Ou acha que as pessoas não podem se aproximar de mim simplesmente para conversar? Eu sou tão esquisita assim pra você que não me acha capaz nem disso?

— Não, Benê, não. Você entendeu tudo errado, que droga — tentei tocar sua mão, mas ela puxou para si — O problema é o Juca, Benê, não você. — ela me encarou interrogativa e eu continuei a explicar — Ele não quer simplesmente conversar com você, vejo o interesse nos olhos dele, o Juca faz de tudo para beijar alguém, e você, nossa Benê.. É tão fácil de ser encantado por você, sua inocência, seu olhar intenso e questionador, seu sorriso, que mesmo tímido é capaz mudar tudo. — com certeza meus olhos brilhavam enquanto eu dizia isso. Benê tinha esse poder em mim, todas as emoções que eu tentava provocar nela, ela por outro lado provocava em minha há tempos — Tenho medo de ele querer tanto, tenho medo dele querer tudo, como eu quero, mas o meu maior medo é que ele tenha tudo que eu consegui, dia após dia, com muita convivência e depois de muito ganhar sua confiança. Tenho medo dele ganhar seu toque tão naturalmente como eu ganho, tenho medo dele sentir, ou pior, gostar da delicadeza do seu abraço, sem falar no gosto do seu beijo, que está tão em mim, tão presente, que pensar em outra pessoa o sentindo faz com meu coração se aperte no peito. — coloquei minha mão em meu peito para demonstrar minha aflição — Eu te conheço, sei como você é, do que gosta e do que não, e tenho medo só de imaginar o Juca tentando ultrapassar os limites, tentando te beijar, te tocar, só pra simplesmente dizer que beijou alguém depois de tanto tempo. Também sinto raiva, além do medo, porque eu não quero te ver com medo, retraída, não por culpa dele, ou de qualquer outro cara, até mesmo de mim, mas não posso te proteger de tudo
Eu nunca tive mede de perder ninguém Benê, porque eu nunca tive ninguém, tão próximo, tão perto, ninguém nunca tinha entrado tão fundo no meu coração. Eu não quero que por algum descuido você se feche pro mundo de novo, se perca, se perca de mim. Essa Benê que eu conheço agora está cada dia se arriscando mais a sentir, a ser tocada, beijada, amparada. Essa é você agora Benê, essa é a minha Benê, e eu aprendi a gostar, até demais.

 

Benê

Ninguém nunca tinha falado coisas tão profundas para mim, sempre entendi melhor os sentimentos, ou o que quer que seja, se pudesse ser colocado em palavras, e Guto fez isso maravilhosamente bem. Eu gostava de estar com ele, de toca-lo, o beijo que demos na balada cultural se fazia presente toda vez que pensava nele. Nunca entendi quando alguém dizia que deu o coração para outra pessoa, já que isso era humanamente impossível, mas agora tudo está começando a fazer sentido, mesmo sem perceber, meu coração passou a pertencer a Guto, assim como tudo que aconteceu na nossa relação, naturalmente.

Ele me encarava ansioso, esperando por qualquer reação em relação a tudo que ele tinha dito. Decidi responde-lo com toques, da forma que ele gostava, e como eu também estava aprendendo a gostar

— Tudo que você disse foi tão.. Lindo — toquei sem rosto, sentindo a textura de sua barba rala em minha mão. Ele abriu um grande sorriso, fazendo suas covinhas aparecem, eu sorri de volta

— Você que é linda, Benê — juntou nossas mãos, e assim que percebeu minha aceitação, me puxou para mais perto do corpo dele — Desculpa meu comportamento hoje — pediu, quase encostando a testa na minha
— Você tem que pedir desculpas para o Juca também. Você não sabe mesmo o nome dele?
— Sei sim — riu, sem graça — Mas errar é a forma que eu achei de o provocar do jeito que ele me provoca só por estar perto de você — admitiu
— Você é muito bobo
Ele sorriu da minha observação enquanto acariciava meu cabelo com cuidado e delicadeza.

— Não está mesmo chateada? Não queria te assustar.. De novo

— Está tudo bem — garanti, juntando minha testa a dele finalmente, desejando o toque

Ele me surpreendeu colocando meu rosto entre suas mãos, para depois me dar um selinho lenta e delicadamente. Todo meu corpo pareceu acordar ao toque de Guto, eu entreabri minha boca para aprofundarmos nosso beijo, coisa que ele prontamente atendeu. Nossas línguas se encontraram e eu aproveitei da melhor forma tudo que aquilo me provocava, enquanto imitava seus movimentos de forma mais lenta
Ele se separou bem devagar, quando percebeu que estava prestes a me apertar mais em seu corpo, eu senti o seu toque mais bruto, sentimental e tentei de tudo para mão me assustar, falhando
 

— Desculpa, Benê, não quero estragar tudo com você em uma única noite — ele pediu, ainda perto o suficiente para que eu pudesse toca-lo

— Para de se desculpar, você não estragou nada. Eu não queria que acabasse

— E não vai acabar, Benê. Isso só começou, e essa é outra promessa. — ele disse, beijando minha testa com tanta delicadeza que quase não senti seu toque.

— Sabia que eu tinha razão ao confiar e você

Ele me abraçou, pela cintura, sem pressa, sem desviar o olhar ou deixar de sorrir.  Em resposta entrelacei nossas mãos, novamente, pela segunda vez daquela noite, numa promessa de que estava muito bem entre nós, com a nossa intimidade. Era uma promessa silenciosa, mas ainda assim era uma promessa que eu espero que ele tenha entendido

FIM


Notas Finais


Me contem, amaram, odiaram? O feedback de vocês me inspira a escrever cada vez mais ones
Qualquer coisa tô no twitter: @itsmethabs

Beijos


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