História Emplois. - Reprise.

      As mãos de Luhan acariciavam os fios de Sehun com calma, o menino maior quase dormia ali mesmo, apesar de querer continuar sentindo aquela carícia, estava cansado, havia sido um longo dia, mas não dormiria pois sabia que se dormisse o pequeno, que acariciava seus fios com tanto afeto, iria embora.

      Sehun sabia que tudo aquilo era falso, aquela calma, aquele carinho, porém o mais novo se iludia em acreditar no amor daquele que iria abandona-lo de vez. Por tantas vezes o Oh tentará, de tudo, para fazer o pequeno chinês amá-lo, apesar de sempre falhar.

      Lá no fundo de seu coração Luhan queria amá-lo, porém o sentimento de ser livre sempre falava mais alto.

      Sehun conhecera Luhan quando ainda estavam na faculdade e desde o começo se viu encantado com o jeito do menor de ser, sempre sonhando com o futuro, com suas viagens e planos. Foi inevitável para o Oh se apaixonar pelo chinês, assim como foi para este rejeitá-lo em todas suas tentativas de aproximação. Porém em uma dessas festas qualquer da faculdade, um beijo aconteceu entre os dois e depois desse outro e mais um, ofegante e desejoso.

      Depois daquela noite, os dois estavam sempre namorando pelos cantos da faculdade ou do apartamento de Sehun. Brigavam, transavam, amavam, porém nesta última pequena palavrinha, aquilo tinha uma falha, Luhan não amava Sehun e deixava isso claro todas as vezes que o maior pedia por algum carinho em uma de suas noites carentes. Tais noites que faziam o chinês se sentir cada vez mais cansado daquilo, queria se ver livre de tudo.

      Luhan já pegava suas malas enquanto um Sehun dormia calmamente no sofá, sem um ‘adeus’ mudo, o menor saiu pela porta, sem olhar para trás, sem escutar a forma que o maior chamava por seu nome em meio a um sonho.

      Duas horas depois o Oh acordava de seu, tão merecido, sono, ainda estava meio grogue quando cambaleava pela casa, a procura do pequeno. Apenas se deu conta que ele não estava mais lá quando chegou no quarto vazio. Provavelmente ele já deve estar no avião, pensou Sehun, voando para algum lugar sem passagem de volta.

      O garoto agora chorava, de jeito patético, segundo ele. Chorava porque se sentia um idiota, por ter amado ele por tanto tempo. Chorava porque ainda o amava e aquilo doía como uma facada. Chorava porque havia se cansado daquele monte de sentimentos.

 *Três anos depois*

      Agora Oh Sehun, como preferia ser chamado, em seus grandiosos 24 anos, eram o mais novo e bem sucedido editor da, antes falida, revista Magazine, que hoje tinha o título de ‘Mais influente da Coréia’, tudo graças a direção exigente do Oh.

      Apesar da aparência simpática para a mídia, Sehun era alguém totalmente mal-humorado e, até mesmo rude, para seus funcionários, que apesar de tudo, aceitavam pois sabiam que sem o Oh provavelmente a revista voltaria a falir. Porém o mesmo não acontecia com os estagiários do loiro, que nunca conseguiam aguentar a pressão e acabavam se demitindo, fazendo todo o trabalho deles sobrar para ChanYeol, que era o melhor amigo e diretor assistente de Sehun, ou Hun, como Chan gostava de chamar, apenas para provocá-lo, pois sabia como o mais baixo odiava este apelido.

      Em três anos, ChanYeol havia visto como o menino mudará; começando com a cor de seus fios, antes em seu tom natural de castanho, agora com seu loiro desbotado que o menino insistia em por para trás toda vez que lhe caíam nos olhos. Depois com seus parceiros, ou amantes, como Chan gostava de chamá-los, cada dia, raramente semana, um diferente, no qual o mais alto teve o desprazer de conhecer alguns deles como Jongin, o moreno do sorriso bonito, ou Yixing, o chinês de olhos meigos, e até mesmo Suho, mais conhecido como casinho mais duradouro, que durou menos de um mês, até Sehun terminar alegando estar cansado do menino. Até mesmo Chan se surpreendia em como o Oh conseguia ser frio com seus sentimentos e com as pessoas a sua volta, porém entendia o que o menino havia passado, ele mesmo tinha ajudado este a se recompor.

      Mais um assistente havia desistido do seu cargo, já fazia um mês e ChanYeol não aguentava mais ter trabalho acumulado todas as noites, então depois de muito insistir, hoje novos estagiários seriam entrevistados. Sehun não havia gostado de nenhum deles, na maior parte mulheres siliconadas que, segundo o loiro, não fariam nem metade do trabalho.

      Era o último candidato, um menino baixinho de fios castanho claro que lhe caíam sobre a testa, entrava na sala atrapalhado com os papéis que segurava enquanto resmungava alguma coisa baixa demais para os dois meninos na sala escutarem. Assim que se acomodava na cadeira o menino baixo entregava um currículo para cada um dos que estavam à  sua frente, Sehun não se importou em ler, apenas continuou sério enquanto olhava o menino, o analisando.

–Nome. - O loiro ditou alto e sério, fazendo o menor estremecer.

–B-byun Baekhyun. - Este se odiou mentalmente por gaguejar, realmente precisava do emprego e queria se mostrar confiante.

–Certo, Byun, por que deveríamos contratá-lo ao invés dos outros candidatos? - Aquela pergunta havia pegado o pequeno, fazendo-o congelar. Sim, ele tinha ensaiado caso lhe fizessem aquela pergunta, mas sua resposta perfeita e ensaiada tinha evaporado de sua cabeça.

–E-eu… Hum… Sou um bom funcionário… - Suspirou, devia estar parecendo patético, mas mesmo assim continuou. – e eu não me importo em ficar depois do horário… E também sou muito esforçado.

      O pequeno mordiscou seu lábio inferior em nervosismo. Chan lia seu currículo com um grande sorriso nos lábios, aquele menino tinha ótimas recomendações, apesar de parecer inexperiente, por ele o menino já estava contratado. Sehun continuava a olhar o menor com a mesma cara séria de sempre quando o maior, entre eles, lhe chamou baixinho, para o Byun não ouvir.

–Hun, pense bem, você não vai conseguir ninguém melhor que ele. Por favor, nós precisamos de um novo estagiário.

      O Oh permaneceu quieto e voltou seu olhar para o garoto que batia seu pé no chão repetidas vezes, um sinal de nervosismo.

–Certo, Byun, está contratado. - Deu uma pausa para molhar os lábios e sorrir, um tanto malvado, segundo o Byun. – Você vai obedecer minhas regras, se não gostar de algo ou não obedecer, está fora.

      BaekHyun engoliu o seco, afinal onde havia se metido!? Mal tinha entrado naquele lugar e já suspeitava que iria odiar o emprego, mas precisava daquilo, então deu seu melhor sorriso largo e levantou-se fazendo uma breve reverência, Sehun apenas revirou os olhos.

–Você começa na segunda, novato.