História Empty Space - Kim TaeHyung - Quase amassou a rosa.

*Natasha On*

Acordei num pulo quando percebi que estava cochilando. Tenho muita insônia e ansiedade, coisas que me deixam cansada o dia todo. Não posso dormir sabendo que a minha irmã pode tentar se matar, é a única coisa que me mantém acordada.

Percebendo que ela dormia tranquilamente e seus batimentos estavam normais. Resolvi usar o banheiro do seu quarto para lavar o casaco de TaeHyung. Fica perto e tem tudo o que preciso. Comecei a lavar aquele casaco lindo, mas sempre dando uma olhada em Blair.

Tenho medo de que o TaeHyung pare de falar comigo por saber da minha irmã. De ele saber que eu não tenho casa pra morar. Que eu sou magra demais e tenho muitas inseguranças sobre mim. Até porque eu gosto mais de mim quando estou com ele. Eu me odeio, porém, TaeHyung muda isso simplesmente por existir. Ele é um anjo.

Após lavar bem o casaco, deixei na secadora. Esperei um bom tempo enquanto imaginava uma vida com o Tae. Ele é o tipo de cara que faria sorrir todos os dias, presenteia sem precisar de datas comemorativas, assistiria todos os filmes da Barbie sem hesitar e que não tem masculinidade frágil. Pra mim, ele é perfeito.

— Só quero que tudo isso acabe. — Olhei para Blair com pena. A mulher dormia tranquilamente, e aquela cena do seu cabelo caindo me deixou traumatizada. Afinal, ela sempre amou seu cabelo, que antes era liso e preto, agora só lhe resta poucas mechas. Ela se recusa a raspar a cabeça. — Eu te amo mais que tudo. — São minhas últimas palavras antes de dormir ali mesmo, sentada e segurando a sua mão direita.

Acordei as quatro, como sempre, me preparando para sair para a escola e não ser vista por ninguém. O casaco de Tae já estava pronto para ser entregue e minha ansiedade para vê-lo nunca foi tão grande.

— Já vai, futura senhora Kim? — Ouvi minha irmã falar e rir de mim. Fiquei sem reação alguma. — Agarra logo o seu homem, Natasha.

— Se ele descobre que não sou tão santa quanto pareço, ele foge. — Rimos.

— É irônico. Você é mais virgem que qualquer evangélica, mas sabe de muitas impurezas.

— Meus fetiches não te diz respeito. — Mostrei a língua para a mesma que retribuiu. — Fica bem, tá? — Beijo sua testa e aprecio sua beleza um pouco mais.

— Eu amo você. Não se preocupe, estarei te esperando. — Essa mesma frase sempre me deixa traumatizada.

Saí as pressas do hospital, correndo disparada para o ponto. Para meu azar, Jungkook estava lá. Não é a primeira vez, mas é raro ver esse tipo de gente nos transportes. Fingi que não o vi alí, apenas fiquei esperando o busão como de costume.

— Você é bem esperta, não é? Se aproximou logo do riquinho do TaeHyung. — Ignorei sua fala, mas eu sabia bem o que ele queria dizer. — Jimin está chateado porque você prefere o Tae, e não ele.

— Gosto de homens bonitos e altos. Jimin é só o Jimin. — Comentei. — Era só o que me faltava, um anão gostando de mim. — Eu ri nasal lembrando da altura de Park.

O transporte chegou e não pensei duas vezes a não entrar correndo. Infelizmente, dando de cara com Park Jimin e sua cadelinha no cio, Choi Mia. Jungkook sentou junto deles e cochichou algo que não pude ouvir. Jimin pareceu surpreso. Tentei ignorar o fato de que eles estavam me perseguindo e foquei apenas no sorriso do Tae que agora sei que é só para mim, por enquanto. Talvez mude quando tudo voltar ao normal.

— Está fugindo de nós, amorzinho? — Mia gritou quando saí correndo do transporte. Olhei para trás e os três vinham em minha direção. Busquei por TaeHyung, mas ainda não tinha sinais dele. — Espera aí, gata do lixão. — Corri um pouco mais rápido quando os vi se aproximando e acabei esbarrando e caindo em alguém.

— Louquinha, pra quê a pressa? — Era TaeHyung. O cara mais lindo que conheci em toda minha vida. Ele não pareceu se importar com a queda e nem com meu peso. Fiquei tanto tempo admirando sua beleza de perto que jurei sentir sua mão passando pelo meu corpo me causando arrepio.

— Me desculpa, TaeTae. É que…

— Tá tudo bem, é isso que acontece em romances clichês. — Quebrou o gelo da situação da melhor forma. Levantei e o ajudei a levantar. — Você está bem?

— Estou, sim. Obrigada.

— Quase amassou a rosa. — Fez cara de bravo.

— Me desculpa. Posso comprar outra, se quiser. Por favor, passa desculpas a menina por mim.

— Por que você mesma não pede, já que ela é pra você. — Me ofereceu a rosa com um sorriso lindo estampado no seu rosto lindo. — Foi ideia da minha mãe, espero que não ache brega.

— Você comprou uma rosa, pra mim? — Indaguei. Foi a primeira vez que ganhei uma rosa, acho que já deu pra perceber isso.

— É o mínimo que posso fazer para me desculpar por tudo o que está acontecendo. Tudo bem se não gostar, pode jogar fora ou…

— Tá brincando? Eu amei. — Fiquei tão besta com a rosa que quase esqueci de devolver seu casaco. — Também tenho algo para você. — Tirei sua peça da minha bolsa e a entreguei. Estava até cheiroso. Foi aí que percebi que ele já usava um casaco igual aquele, cheguei a estranhar.

— Pode ficar com ele, sei que adorou.

— Não posso aceitar. É parecido com o seu, vão pensar que estamos juntos.

— Não importa o que eles digam. Nós sabendo a verdade já é suficiente, não acha?

— Sim. — Olhei novamente para a rosa e sorri feito boba. Pedi para ele segurar a rosa para que eu pudesse vestir meu novo presente.

— Fica melhor em você do que em mim. — O garoto beija a rosa e me devolve. — Vamos louquinha, a aula já vai começar. — Eu nunca gostei tanto de ser chamada de louca.

Enquanto fomos juntos para a classe, meus pensamentos deram a louca e começaram a imaginar o TaeHyung na hora do sexo. É meio louco pensar nisso num momento inoportuno, mas, não dá pra evitar. Kim TaeHyung é um gostoso.

Assim que chegamos na sala, os alunos nos olhavam estranho. Jimin apontou para o quadro, fazendo eu e Tae olharmos. Acabaram desenhando o TaeHyung e eu fazendo sexo. Okay, o desenho estava incrivel, e só Jungkook saberia desenhar tão bem. Estavam tentando nos colocar para baixo. TaeHyung e eu nos entreolhamos e começamos a gargalhar. Tenho certeza de que eles não esperavam aquilo da gente, porém, Tae e eu já havíamos combinado de não ligar para esse tipo de coisa.

— Não sabem nem escrever meu nome, seus animais. — Fui até o quadro, apaguei o nome errado do quadro e fiz certo. Tae e eu fomos para nossos lugares sem se importar, eu estava adorando aquilo.

— Bem que a gente poderia praticar o que desenharam. — Do nada TaeHyung soltou uma daquelas. Arregalei os olhos, eu já tinha pensando nisso, mas vindo da boca do próprio foi motivo de ansiedade. — Vou mandar o Jimin comprar nossa camisinha. — Brincou e eu ri. Eu já não sei mais o que está acontecendo com essa "amizade" repentina.