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História Enchanted For Our Love - II - Terceiro andar.


Escrita por: Wonuars

Notas do Autor


HEEY VOLTEI a vontade bateu e eu precisava postar mais, porque eu simplesmente tô apaixonada de escrever Hualian in girls

Boa leitura, espero que gostem e perdão qualquer erro!***

Capítulo 2 - II - Terceiro andar.


Hua Cheng era a única herdeira de uma das maiores empresas de tecnologia de toda a Ásia, se não mundial. Desde o caso de assassinato de sua família, onde ela foi a única sobrevivente com o porém de uma bala que a deixou cega de um olho quando tinha apenas cinco anos, sua infância e adolescência se resumiu no colégio interno do Oficial Celestial, quase um confinamento até sua maioridade e todos a conheciam e sabiam que ela era um demônio encarnado em uma garota sem qualquer salvação. Tanto que só arrumou um amigo no colegial, um garoto que não falava e comia cada refeição como se fosse a última, tão estranho, antissocial e perturbado quanto ela.

E por serem órfãos herdeiros e podres de ricos em tão tenra idade somado ao jeito que são, eram conhecidos como o Rei e a Rainha fantasma. Sempre conseguindo se safar de qualquer merda que fizessem.

Ou apenas as duas calamidades do Heavenly. 

Tudo o que acontecia de problemático, era obra deles ou tinha dedo deles. Sem exceção.

Mas não era por ser "rei" que He Xuan era maior que Hua Cheng, na verdade era ela quem tinha tudo ali- e muita coisa fora- na palma da mão.

Egocêntrica, arrogante, exibida, soberba, uma cobra sedutora... Ela era tudo de ruim e deixava claro que detestava tudo e todos daquele lugar.

Menos a coordenadora líder.

Sua jiejie. A única que conseguia total simpatia e atenção da morena.

Ninguém sabia ao certo a origem do afeto entre as duas, mais ele era tão claro quanto água para qualquer um ver e era ainda mais questionável o carinho e estima que Xie Lian tinha pela garota tão odiada e temida daquela escola. 

Ela era a única que parecia não ter qualquer receio com a mais nova. Os corajosos acreditavam que ela não tinha medo de nada, nem do próprio demônio.

E Xie Lian poderia não notar, mas é claro que seus dois cães de guarda notaram o olhar excessivamente obsessivo e por vezes indecente daquela pirralha em Lian. Talvez exagerassem, mas não tanto!

Aquela marcação era quase assustadora, e por mais que eles tentassem avisar que a mais velha seria prejudicada se aquela demonia resolvesse fazer algo contra si, porque muitos ali ainda tinham uma visão complicada de Xie Lian desde que ela assumiu seu real gênero e passou pela transição, mas a notícia de que ela se envolvia com uma aluna menor de idade? Nem mesmo seu pai que era o diretor poderia poupar ela de perder o emprego... Bom, ou só afastada por um tempo. Pei Ming conhecia muito isso.

No fim, tudo sempre estaria propenso a fazer ela cair e ela já caiu muitas vezes durante todos esses vinte e quatro anos. Nada novo sobre o céu.

Mas ela se recusava a se afastar daquela garota que em um passado não muito distante foi sua única companhia e a única que a tratou com gentileza e carinho, sem qualquer preconceitos naquela escola que lhe pareceu um dia tão fria e macabra de memórias-fantasma horríveis.

Sua San Niang era de um valor inestimável para si. E ai de quem tentasse a afastar.

Não era como se ela fosse tão idiota assim, sabia dos riscos. Mas eram só boatos! Ela e a mais nova nunca atravessaram o limite profissional, nem quando as vezes saiam juntas em passeios pacíficos pela cidade, mas ela sabia dos olhares da outra e sabia o que ela queria.

Na realidade, San Niang nunca escondeu seu fascínio e interesse romântico. Mas ela nunca tratou Xie Lian com qualquer falta de respeito ou tentou fazer algo sem seu consentimento.

E... Lian também tinha sentimentos por ela.

Mas não tinha porque se desesperar, ela logo seria de maior e Xie Lian não ficaria no colégio para sempre, mesmo que Jun Wu não estivesse de acordo com isso.

Ela estava em paz com esse assunto, tudo tinha seu tempo. "Se fosse para ser, será" esse ditado passou a fazer muito parte de seus dias.

 

Era claro que isso não a impedia de ter um grande nervosismo e ansiedade- e pânico-  sempre que ficava sozinha com a outra que por alguma razão, sempre estava de algum jeito em seu campo de visão.




Observando pela janela a turma dela descer as escadas para a quadra de esportes enquanto levava três caixas equilibradas para uma sala no terceiro andar, acabou que sem querer seus olhos claros cruzarem com os castanhos e intensos da mais alta.

Os olhos dela sempre pareciam brilhar ao olhar para sua jiejie, como se nada fosse capaz de tirar sua atenção daquela beleza. E Xie Lian era tão absolutamente linda, como a estátua mais perfeita feita aos deuses na época imperial da China antiga.

Não era atoa que a morena sempre tirasse notas altas na aula de artes pelas suas esculturas e estilos celestiais da mais velha. A jovem professora Banyue sempre admirava-se por suas artes, por ser muito próxima e ter um imenso carinho pela coordenadora, mas se fosse outros docentes...

É, não era de hoje que a morena tinha fama de louca.

 

Xie Lian tentou acenar timidamente para ela, mas como era de se esperar da sua sorte miserável duas das caixas escorregaram de seu braço por acidente.

Suspirando, ela se abaixou e as pegou novamente. "Ainda bem que eram apenas livros".

Voltou ao seu caminho e mal deu três passos e a caixa mais uma vez escapou de seu braço, mas dessa vez não foi para o chão e sim para mãos pálidas e delgadas.

— Jiejie, me deixe te ajudar.— A morena que pareceu emergir do chão atras de si já estava para pegar a segunda caixa.— Elas vão para o terceiro andar, certo?

— N-não precisa San Niang! É muita gentileza sua, mas eu consigo carregar elas sozinha.— Ela tentou em vão buscar de volta as caixas.

— Por favor, eu quero ajudar Jiejie.— O tom e face de manha foram o bastante para a mais velha suspirar e desistir. Mas ainda conseguiu convencer a morena a deixar ela levar a mais pesada.

Caminhando pelos corredores vazios e passando pelos armários conversando sobre assuntos banais, elas já alcançaram as escadas quando a castanha se tocou de algo parando no lugar, fazendo a morena parar também e a olhar.

— San Niang era para você estar em aula agora!

A mais nova bufou, seu rosto sombrio.

— Pfft, prefiro infinitamente ficar com você do que assistir a aula daquele tarado.

Xie Lian pensou em refutar, mas acabou que não soube se ria ou chorava.

 

O professor de educação-física, Pei Ming era uma figura meio complicada. Na verdade, um dos três tumores naquela escola, junto da professora de literatura, gramática e línguas Ling Wen e o professor de química e física, Shi Wu Du que ninguém entendia porque lecionava sendo que era um milionário.

Mas o problema era que Pei Ming era um homem de princípios um tanto primitivos, de uma forma mais rude: Ele não podia ver qualquer indivíduo de peitos e bunda atraente que atacava. O pior era que o infeliz conseguia, porque era muito atraente!

E isso já tinha dado tanta, mais tanta dor de cabeça na diretoria e na coordenação, mas por algum milagre o homem nunca foi preso, mesmo tendo sido afastado muitas vezes do cargo e por vezes quase apanhado de alunos e alunas. Mas parece que com a idade ele ficou com um gosto mais específicos e deixou as alunas em paz... Mesmo que ainda desse olhares furtivos para as quase formadas. Pelo menos agora não tinha que ter sempre algum coordenador para ficar de olho nele. Bom, as vezes ainda precisava.


— Ele não tem jeito.— Xie negou com a cabeça.

— Nada que uma castração e algumas amputações não resolva.— Ela disse tranquilamente, seu tom frio.

— San Niang sabe que se qualquer coisa acontecer, pode falar comigo.


Ela olhou com seu único olho para a mais velha.

Ninguém, nem professores, nem mesmo o diretor, tinha coragem de falar ou colocar um dedo na Hua. Os boatos de coisas sujas que ficavam por baixo dos tapetes também era conhecido, por que Hua Cheng poderia ser uma garota no colegial, mas ela já comandava muita, muita coisa mesmo que era melhor nunca ser citado. Afinal, não era de hoje que pessoas fingiam que sua fortuna vinha de algo honesto.

Todos os bem informados sabiam e temiam, mas Xie Lian parecia ser a única pessoa que não se importava de andar e conversar com a rainha do submundo. Como se nenhum mal supremo a fizesse temer.

Mas San Niang apenas sorriu, um adorável sorriso de presas afiadas.

— Fico feliz de ter jiejie para me salvar.

Chegaram nas salas vazias do terceiro andar, que tinha sido interditado a algum tempo desde o incêndio "acidental" em uma das aulas em laboratório de Shi Wu Du. Não tiveram muitos feridos, mas o professor quase perdeu os cabeça quando toda a responsabilidade caiu em suas costas e seu irmão mais novo que estava na aula, quase teve uma grave queimadura séria em um braço e perna. Ninguém descobriu quem foi o autor até hoje.

Ainda tinham partes para serem reconstruídas, mas quem andasse por ali agora nem suspeitaria de que já esteve totalmente preto de cinzas e totalmente deteriorado. Eles tinham perdido muitos livros e materiais, e como o carregamento chegou essa semana, revezavam quem levaria as coisas para cima a cada dia para não atrapalhar nas tarefas da coordenação. Poderiam ter mais ajuda com os quase milhares de livros? Sim, mas nenhum dos três se sentia confortável em incomodar os alunos ou outros funcionários.

Em uma ou duas semanas tudo já estaria pronto para a volta dos alunos.

Xie Lian empurrou a porta de uma das salas do fim do longo corredor e orientou San Niang para colocar as duas caixas em um canto perto dos armários do fundo, onde já tinham outras várias caixas.

A mais nova não deixou de arquear as sobrancelhas, levemente surpresa.

— Jiejie já trouxe tudo isso, você é tão forte.

O olhar que ela lhe lançou antes de ir para os fundos da sala fez Xie Lian corar e desajeitadamente a seguir.

Ainda de pé, colocou a caixa sobre uma pilha e olhou para a mais nova, que estava inclinada arrumando as outras. Usando as roupas de ginástica, ela vestia um short curto e justo que marcava muito sua bunda e a camisa branca com detalhes amarelos do logo da escola também não era larga, deixando claro que San Niang naquele dia não quis se dar ao trabalho de colocar qualquer sutiã. E aquele rosto pálido seriamente focado e a trança de lado.

Ela era sedutora até quando não estava sendo. Quase uma afronta.

A mulher engoliu a seco querendo bater a cabeça na parede, não, ela não era uma pervertida!

O rubor não passou despercebido pela morena e a forma nervosa tampouco, que ainda de costas escondeu um sorriso travesso, e colocando uma mexa da franja atrás da orelha revelando seus brincos e piercings ela acabou se inclinando um pouco mais empinando sua parte traseira de propósito e fingia ajeitar as caixas.

Ainda na posição ela virou a cabeça, seu olho focando com deleite nas expressões tímidas da outra que tentou disfarçadamente se afastar. Seus lábios tremeram quando a viu tropeçar em nada.

— Tem mais caixas para carregar Jiejie?

Xie Lian fingia ajeitar as mangas se sua blusa social por baixo do colete, suas mãos trêmulas. Parecia que o oxigênio ali estava acabando e ela fossem explodir.

— Não... Essas eram as últimas.— Suas mãos estavam inquietas e suavam. Ela estava cada vez mais consciente de que estavam apenas as duas ali, sozinhas. Ninguém viria ali naquele momento e o olhar da mais nova parecia a cada segundo ficar cada vez mais predatório enquanto ela se levantava e vinha até si lentamente como uma raposa.

A castanha deu alguns passos para trás até bater contra uma das mesas, seu coração parecendo querer sair pela boca a qualquer momento.

Ah, mas aquilo era tão injusto.

Hua Cheng se orgulhava do seu autocontrole impecável, principalmente com a mulher que amava e venerava.

Mas ver Xie Lian tímida com o rosto delicado deliciosamente corada, parecendo um coelho encurralado por uma raposa, era demais para sua sanidade.

E antes que ela fizesse como todas as vezes e fugisse de si, a mais nova foi ágil em agarrar as coxas firmes da mais velha e a colocar sentada sobre a mesa.

— Jiejie...

San Niang tentou, mas não conseguiu conter a risada ao ver a forma como ela parecia entrar em colapso.

— San Niang!!

Lian escondeu o rosto queimando com a mão, sentindo as mãos da outra subir para sua cintura fina, que poderia facilmente ser rodeada por suas mãos e fazer um carinho delicado por ali. A forma como Hua Cheng a tocava sempre era tão atenciosa e cuidadosa, como se a mais velha fosse da porcelana mais preciosa.

San Niang suspirou fundo, se abaixando e abraçando com força moderada Xie Lian, seu rosto enterrado no pescoço que cheirava tão bem. Sempre sentia uma paz absurda ao ficar assim com ela, sentindo seu perfume.

Levou uma de suas mãos até a pescoço alheio, contornando com suas unhas grandes e escuras aquela gargantilha na pele imaculada da Xie.

Seu coração estava muito acelerado.

Sempre era assim quando estava perto dela.

Hua Cheng sempre foi solitária, muito nova não via qualquer sentido em muitas coisas e sua vida nunca foi boa, o que era o dinheiro quando seus pais nunca nem sequer olharam para você direito? Nem sequer mostrando qualquer afeto ou carinho? Quando você não tinha mais ninguém e o mundo parecia uma infinidade de falsidade e maldade. Quando o mundo não parecia tão diferente do próprio inferno.

Mas ele agora era suportável, graças a sua salvadora. 

Desde que a viu pela primeira vez, sentindo seu toque em braços gentis e cuidadosos, quando ela se importou ao ponto de segurar uma criança que ia cair para a morte, ela viu algum sentido. Foi ela que quando ninguém acreditava em si foi a sua ajuda, sempre era ela e apenas ela. Hua Cheng sempre sentiu isso em seus ossos.

E foram tantos anos a olhando de longe pelos corredores e querendo mais sem poder se aproximar, ver ela rir, vê-la chorar, ver um dos piores e mais humilhantes momentos de sua vida... Mas Hua Cheng era só uma criança e não tinha força nenhuma.

Mas agora...

Bom, uma coisa era encarar o mundo, e pode apostar, ela lutaria e faria qualquer coisa pela mais velha. Nada a impediria de proteger sua jiejie e ficar ao lado dela se isso fosse o que ela quisesse.

Mas tinha uma única coisa que poderia a impedir de algo.

A própria Jiejie.

Ou melhor, a droga da proibição de relação de funcionário e aluno e a merda da sua menoridade. E ela sabia que seria- e era- complicado fazer Xie Lian ir contra alguns princípios. Desde o início de suas investidas ela sempre se esquivou e recusou de forma gentil e paciente a aluna, e não era para menos, a Hua a cortejava desde os onze anos.

Ela ronronou, sua voz fazendo cócegas no pescoço sensível: — Jiejie logo eu já faço dezoito.— Então ela se aproximou do ouvido dela e sussurrou.— Você prometeu pra mim que teríamos um encontro de verdade depois que eu fosse de maior e Jiejie é uma mulher de palavra.

Xie Lian estremeceu e arfou.

Lembra de sua promessa. Aliás de suas promessas, mas com San Niang tão próxima e com o corpo entre suas pernas e bem colada a deixava muito nervosa e dispersa.

Tentando buscar alguma firmeza, lutando contra a vontade de correr dali, ela disse:

— Eu não esqueci da promessa que fiz.

Mas sua frase foi meio ambígua.

 

"— Quando eu crescer, quero casar com gege!— A voz infantil era firme.

— Mas e se eu não for mais seu gege e sim sua jiejie?— Sua voz na época era fraca, frágil.

— Vou continuar amando você mesmo assim!— A figura pequena continua resoluta, e mais uma vez ergueu a flor que oferecia para a pessoa mais velha.— Então por favor, espere por San Niang!"

 

 

A mais nova ergueu a cabeça da curva do pescoço alheio, seu rosto tão próximo da outra que seus narizes se tocaram.

A forma como se encaravam e analisavam cada mínimo detalhe da outra deixaria qualquer um desconfortável com a intensidade e aquela paixão. Só tinha elas ali, apenas elas em seu mundinho.

E euforia por Xie Lian não ter fugido quando já estavam assim tão próximas, San Niang não suportou mais. Colou seus lábios nos delicados da outra, seu corpo explodindo ao sentir aquela maciez e quentura que tanto desejou.

Foi apenas um selar casto, sem língua, pois ainda tinham certos limites, mas isso também não impediu da Hua prolongar pelo máximo que podia e morder aquele lábio inferior com gosto. Ela sorriu contra os lábios dela quando ainda extasiada apertou com mais força sua cintura.

Se afastou um pouco, sempre amando ver o rosto corado e os olhos fortemente fechados da castanha.

Pensou que logo seria afastada ou até na pior das hipóteses, ignorada depois disso. Mas seu coração estava tão feliz, foi o primeiro beijo de sua jiejie, melhor ainda, o primeiro beijo delas!

Mas quão foi a sua surpresa quando Xie Lian abriu os olhos lentamente e com um olhar de determinação repentina, puxando sua nuca para um novo selar com força?!

Sua Jiejie era seu fim.

 

 


Notas Finais


N consigo de jeito nenhum fazer os personagens com personalidades diferentes, pra mim é quase impossivel ver eles de outro jeito, tipo o Pei Ming kkkjkjk

Espero que tenham gostado e até o próximo!***


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