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História Hogwarts Lendo Percy Jackson - O Encontro dos Escolhidos. - O Ladrão de Raios - Capítulo 1


Escrita por: L_Petsch

Notas do Autor


EU DEMOREI MAS TÁ AQUI, EXPLICAÇÕES NAS NOTAS FINAIS.

Capítulo 2 - O Ladrão de Raios - Capítulo 1


MESA DA SONSERINA.

 

Era palpável o quanto a tensão na mesa de Sonserina era diferente da das outras casas, enquanto a maioria sentia medo e raiva, os sonserinos sorriam com expectativa, outros mantinham expressões distantes pensando em avisar seus contatos entre os Comensais da Morte sobre o descendente de seu lorde.

- Dessa vez eu te peguei – Murmurou Draco Malfoy, lembrando-se do armário na torre, uma forma de se comunicar com comensais da morte fora dos conhecimentos e defesas de Dumbledore. Mesmo que ele não tenha revelado, era óbvio que ele iria impedir qualquer menção ao neto do lorde das trevas de deixar o castelo.

- Está planejando algo não está? – Sussurrou Blazio Zabini se aproximando do louro – Qual seu plano?

- Meu plano é algo que só diz direito a mim Zabini – retrucou de forma áspera.

- Não seja idiota, menospreze Dumbledore o quanto quiser, mas não pode negar seu poder, até o Lorde das Trevas já o considerou um rival – Daphne Greengras retrucava – Você precisara de ajuda.

- O que estão sussurrando aí? – Astória Greengras se juntou a conversa ao lado da irmã, com um sorriso inocente – Já pensando sobre o livro?

- É claro, é o neto do lorde das trevas, tem como não ficar empolgada? – Pansy Parkinson se uniu a roda de Sonserinos – Quer dizer... A menos que não seja de Sonserina, perceberam toda a tensão nas outras mesas? Especialmente Grifinória e aquele idiota do Potter.

Draco fez uma certa careta de expressão, quando ele se tornou o centro das atenções e todos esses se reuniram a sua volta? O único que realmente importava pra ele que era Theodore Nott não fazia nada além de escrever em um pergaminho, Draco esperava que ele estivesse fazendo anotações sobre a localização do neto do lorde das trevas, ele mesmo o faria se tivesse se lembrado de trazer pergaminho e tintas.

- Armada de Dumbledore – Cuspiu Draco – Os integrantes estão todos se reunindo em suas mesas, com certeza tramando contra o neto do lorde.

- Façam silêncio – Exclamou Theodore desviando o olhar de todos para ele – a leitura está começando.

Ao mesmo tempo, Draco sentiu algo raspando em suas mãos, um rolo de pergaminho flutuando entre seus dedos – do mesmo tipo que Theodore tinha sobre sua mesa – quando abriu o curto papel apenas uma linha de texto foi suficiente para arrancar um sorriso curto dos lábios do albino – “Eu sei sobre o armário, amanhã depois de adivinhação.”

 

MESA DE CORVINAL

 

Seis nomes se reuniam na mesa de Corvinal, integrantes da Armada de Dumbledore e alguns dos mais fiéis aliados de Harry Potter em sua revolta contra Dolores Umbridge no último ano.

- Isso não faz sentido, faz? Porque estamos lendo sobre o neto de Você-Sabe-Quem? – Murmurou Antonio Goldstein, já demonstrando irritação com a insistência dos colegas em ouvir a história.

- Preciso concordar... Deveríamos buscar uma forma de notificar o ministério da magia e os aurores sobre o que Dumbledore está nos contando. – Miguel Corner.

- WOW! Fica calmo aí, não seja idiota de tentar burlar as regras de Dumbledore, mantenha um valor mínimo de racionalidade e lembre-se que é um aluno de 16 anos tentando quebrar os feitiços de Dumbledore. – Cho Chang exclamou assustada, por mais que concordasse com a ideia do amigo sobre informar o ministério era claro que qualquer tentativa seria frustrada.

- Podemos usar Allínideos – disse Luna Lovegood em seu típico tom sonhador – Eles podem gravar pensamentos e transmitir para seus colegas em qualquer lugar do mundo, meu pai tem alguns em casa, eu posso falar com ele.

- Isso é uma lenda Luna, não existe nenhuma pesquisa que possa confirmar que Allínideos tem essa capacidade – Disse Terêncio Boot, girando os olhos, ele adorava a amiga, mas seus momentos de loucura eram vergonhosos.

- Não é uma lenda, só precisa saber ligar a sua mente a do Allínideo e explicar direito pra quem ele deve enviar seus pensamentos – retrucou a garota.

- Certo Luna, essa é uma ideia, mas por enquanto vamos tentar métodos mais... Confiáveis – Cho Chang interviu apaziguando os colegas e listando todos os modos de comunicação que conseguisse se lembrar.

 

MESA DE LUFA-LUFA

 

Se o grupo de Corvinal mantinha sua razão lógica e era fiel a seus ideais, então o mesmo não poderia ser dito sobre os Lufanos, a casa da lealdade, da justiça e do trabalho em equipe mal conseguia manter os cinco membros da Armada sentados próximos uns dos outros.

- Você não pode estar falando sério – Zacarias Smith usava as últimas forças para manter a calma e não gritar para que todo o salão o ouvisse – O neto de Você-Sabe-Quem é uma boa pessoa?

- Eu não disse que ele é uma boa pessoa – retrucou Ernesto MacMillan – Eu disse que deveríamos conhecer sua história antes de julgá-lo.

- Conhecer a história? O que tem pra conhecer esse garoto deve ser abominável como o avô – Murmurou Susana Bones – Você-Sabe-Quem matou quase todos os membros da minha família e você diz que eu deveria ser justa? Pois serei aceitando meu destino em Azkaban para usar a maldição da morte em qualquer um que seja, o neto, o filho ou o avô.

- Ana tem como me dar ajuda aqui? – Questionou Justino Fletchley.

- Escutem todos vocês, estamos todos do mesmo lado, mesmo que alguns tenham opiniões controversas somos da Armada de Dumbledore, se o neto for bom, ótimo, temos uma arma contra Você-Sabe-Quem, se ele for maligno então temos informações sobre toda sua infância e formas de lutar contra ele. – Anna Abbott interviu, tentando reunir os amigos que já começavam a se afastar.

- Vamos não façam tanto show apenas por causa de uma opinião, o Ernesto vai perceber que isso não faz sentido em no máximo 2 capítulos todos sabemos disso – Justino pronunciou com um sorriso nervoso, recebendo um olhar de irritação do MacMillan – Querem mesmo perder a chance de fazer ele pedir desculpas e admitir estar errado?

O comentário foi o suficiente para que Zacarias Smith e Susana Bones voltassem a seus lugares o mais distantes possível de Ernesto.

 

MESA DA GRIFINÓRIA

 

- Eu ainda não sei se devíamos ficar aqui Harry – sussurrou Hermione – Quer dizer... Eu até entendo o porquê, mas acha mesmo que é uma boa ideia, você já tem muita coisa pra se preocupar.

- Eu preciso estar aqui Hermione, qualquer coisa que eu possa saber sobre Voldemort pode me ajudar.

- Pare de dizer a droga do nome – Exclamou Ron enquanto continuava enchendo seu prato com o fim do jantar.

- É apenas um nome – disse Hermione – E você sabe que nós podemos te contar tudo Harry, você devia descansar.

- Estou bem Hermione, sério, obrigado, mas... Não precisa se preocupar comigo – Disse Harry desviando sua atenção para o grupo que vinha se sentar próximo aos três, quase todos membros da Armada de Dumbledore.

- Sabia sobre isso Harry? – Perguntou Gina Weasley – foi sobre isso que Dumbledore falou com você na enfermaria?

- Apenas um pouco, ele me disse que tinha planos para revelar esta informação e ia cuidar para que ninguém fora de Hogwarts soubesse da verdade.

- Imagino que Sonserina já estejam escrevendo cartas para os papais comensais da morte, vai ser engraçado ver eles pensando que alguma coisa vai sair do castelo – riu Dino Thomas, observando Theodore Nott com seus pergaminhos.

- É, mas talvez seja uma boa ideia manter um olho neles, sabe só pro caso de terem alguma outra forma de se comunicar, como Sirius fazia com a lareira – comentou Neville Longbottom pensando no último ano.

- E como vamos “manter um olho neles” quer dizer eles odeiam a gente e podem fazer qualquer coisa no salão comunal da Sonserina, não temos como impedir – Disse Simas Finnigan.

- Talvez tenha, Astória Greengras, ela é da Sonserina, mas não parece concordar com os ideais puristas de Você-Sabe-Quem – disse Colin Creevey.

- E como sabe disso? – Perguntou Rony – Porque a irmã dela é um exemplo de Comensal da Morte, quer dizer a garota é insuportável.

- Astória começou em Hogwarts no mesmo ano que eu, tivemos muitas aulas juntos, e quando toda aquela coisa da câmara secreta e nascidos trouxas sendo atacados estava acontecendo eu percebi que ela achava uma grande idiotice julgar alguém apenas pelo sangue. A gente não conversou muito desde o 3º ano quando nossas matérias mudaram, mas antes disso eu sei que ela era gente boa – completou Colin.

Antes que alguém pudesse comentar, a voz de Dumbledore irrompeu pelo salão, dizendo:

- O primeiro dos livros, conta uma história que foi conhecida como, “O Ladrão de Raios”.

- Como se rouba um raio? – questionou Rony, olhando para os amigos.

- Deve ser alguma metáfora – comentou Hermione.

 

- Então além de assassino o neto também é um ladrão – disse Zacarias Smith.

- É o que parece, mas estou curiosa sobre o que seria esse raio – Susana Bones.

 

- Ele disse Raio? – Daphne Greengras, perguntou confusa.

- Deve ser algum tipo de artefato magico – Blazio comentou, ainda pensando sobre a atitude de Malfoy – O neto do lorde das trevas parece poderoso se ele tem alguma coisa como um raio em seu arsenal.

- Ou ele só é louco – disse Astória – Quer dizer um raio? Que tipo de pessoa pensa em roubar um raio?

- Astória, veja como fala – A mais velha comentou.

 

- O Ladrão de Raios – Luna disse com um sorriso – Certo, isso vai ser interessante.

- Porque parece que você é a única que entendeu o que está acontecendo? Sabe o que é esse raio?

- Eu não sei de nada – disse Luna, sorrindo – Por isso é interessante.

- Preciso concordar que ela tem razão – Cho Chang riu baixo observando o olhar confuso de seus companheiros.

 

Capítulo 1 – Sem querer transformo em pó minha professora de iniciação em álgebra.

 

- É Ernesto ele realmente parece uma ótima pessoa – Ana Abbott, bateu na mesa – Ele vai matar alguém no primeiro capítulo. Estamos prestar a ler um genocídio.

- Ele disse que foi sem querer – Ernesto defendeu, mas até mesmo ele parecia assustado.

 

- Transformar em pó? – Draco sorriu – Eu nunca ouvi falar de um feitiço que pudesse fazer isso com outra pessoa.

- Ele é inacreditavelmente poderoso se pode mesmo fazer isso – Theodore comentou cum uma expressão séria de preocupação.

 

- É incrível, é um psicopata ainda maior do que o avô ele nem esperou o capítulo começar para dizer que iria matar alguém – Antonio exclamou com raiva na voz.

- Mas não é como se alguém esperasse algo diferente certo? Já sabíamos que era um monstro como o avô.

- Sim, até preciso concordar, mas... Acho que nenhum de nós esperava que a resposta viria tão cedo – Cho soltou de ombros caídos, no fundo seria apenas uma série de assassinatos divididos em capítulos.

 

- Atacar um professor... Acho que nem mesmo Voldemort fez isso em sua época de escola – Harry exclamou.

- O que quer dizer? – Rony perguntou, já sabendo a resposta – O garoto pode ser ainda pior que Você-Sabe-Quem?

A mesa da Grifinória estremeceu só de pensar nisso, Harry fechou os olhos refletindo por um minuto e depois focou sua atenção em Dumbledore.

- E talvez ele seja mais poderoso também – Afinal, ele já havia confrontado Voldemort três vezes, e nunca viu uma demonstração de poder capaz de transformar alguém em pó.

 

Olhe, eu não queria ser um meio-sangue.

 

Aquele balaço me deixou louco, ou o neto de Voldemort que tanto preza pelo sangue puro acabou de admitir que é um mestiço? – Harry olhou incrédulo. Murmúrios em todas as quatro mesas começaram sobre esta declaração.

- Não, você não está louco – disse a Granger franzindo as sobrancelhas – E isso com certeza não é o que eu esperava ouvir na primeira linha.

- Ah tanto faz – disse Rony animado – Conhecendo Você-Sabe-Quem isso deve significar que ele mataria o próprio neto, talvez Dumbledore nos tenha feito ouvir isso para que não precisemos nos preocupar com novos inimigos.

- Talvez... – A sabe tudo não parecia convencida.

 

- Meio-Sangue? – Draco Malfoy cuspiu.

- Uma outra forma de dizer mestiço? Ele veio de uma família trouxa? – Theodore Nott, levantou.

- Sei o que significa, mas porque ele diz isso tão abertamente? – Draco retrucou.

- Pode não ser verdade – Daphne comentou – A forma como ele diz no livro, poderia ser um aviso, algo como “Olhe, eu não queria ser um meio-sangue quando o lorde das trevas tomar o poder”

- Isso faz mais sentido... Pode ser que essa seja a interpretação – disse Blazio.

- Porque o sangue dele faz alguma diferença? Ainda é um bruxo descendente de seu lorde, não é? Vocês mudam de admiradores para carrascos apenas porque causa do sangue? – Astória bufou.

- Você sabe muito bem o quanto o sangue dele faz diferença – Daphne comentou, irritada pelos comentários da irmã, não era novidade que Astória não seguia os ideais puristas do restante de sua família, mas havia mesmo necessidade de envergonhar o nome de todos os Greengras?

 

Se você está lendo isto porque acha que pode ser um, meu conselho é o seguinte: feche este livro agora mesmo.

 

- Ele fala como se estivesse em perigo..., mas não faz sentido quem está caçando os nascidos trouxa e mestiços são os Comensais da Morte, eles realmente não sabem sobre a descendência dele? – Questionou Ana Abbott.

- É realmente confuso, mas ele pode estar falando sobre os aurores que estão caçando-o – Justino comentou.

- Isso faz muito mais sentido – Sorriu Ana, sentindo-se uma tola.

 

Acredite em qualquer mentira que sua mãe ou seu pai lhe contou sobre seu nascimento, e tente levar uma vida normal.

 

- Mentira sobre o nascimento? Como assim quem conta mentira sobre o nascimento de alguém? – questionou Miguel Corner da Corvinal.

- Ele fala como se a mãe ou pai tivessem que esconder o sangue trouxa e fingir que são sangue-puro.

- Não é estranho como ele fala? – Cho comentou.

- O que é estranho? – Padma Patil perguntou

- Sua mãe OU seu pai... Ele fala como se... Como se fosse impossível crescer com os dois pais sendo um mestiço.

- Talvez queira dizer que os trouxas serão mortos e apenas o pai ou mãe com magia vai viver para cuidar de uma criança – Terêncio comentou, mas fez uma anotação em seus pergaminhos apenas caso a amiga tivesse encontrado uma linha a ser explorada.

 

Ser meio-sangue é perigoso. É assustador. Na maioria das vezes, acaba com a gente de um jeito penoso e detestável.

 

- Ele disse “acaba com a gente” – Astória cantarolou.

- E? porque isso é importante? – Pansy perguntou.

- Não entendeu mesmo? O neto de Voldemort acabou de dizer que ser meio-sangue é perigo e que ser meio sangue “acaba com a gente” ... Ele se incluiu no grupo de meio-sangue... Parabéns para vocês... Seu novo lorde é um mestiço.

- Ele ainda pode estar fingindo ser mestiço – Pansy retrucou.

- Estamos lendo os pensamentos dele, como ele poderia fingir alguma coisa? – Astóris retrucou sorrindo enquanto toda a mesa se olhava ainda digerindo este aparente fato.

 

Se você é uma criança normal, que está lendo isto porque acha que é ficção, ótimo. Continue lendo. Eu o invejo por ser capaz de acreditar que nada disso aconteceu.

 

- Ele sabia que iriamos ler isso? – Neville comentou.

- Então... Será que Dumbledore conseguiu esses pensamentos do próprio neto de Você-Sabe-Quem? – perguntou Gina.

Harry não comentou, mas se lembrou da forma como Dumbledore podia extrair lembranças de sua mente com a varinha ou através de lagrimas, mas para conseguir isso de uma forma ou de outra ele precisaria ter estado cara a cara com quem quer que fosse o dono das memórias.

 

Mas, se você se reconhecer nestas páginas – se sentir alguma coisa emocionante lá dentro -, pare de ler imediatamente. Você pode ser um de nós.

 

- Espere um pouco, ser um de nós? Quer dizer um mestiço? Como um livro pode dizer que eu sou um mestiço? Eu posso me emocionar e isso não vai mudar o meu tipo de sanguíneo – disse Hermione – Alguma coisa nessa história de Meio-Sangue não parece fazer sentido.

- Ele sabia que íamos ler isso – Disse Harry cerrando seu punho – Não tenho certeza se podemos confiar em qualquer coisa que ele está dizendo, talvez tenha usado um feitiço para mudar a própria memória quando Dumbledore a conseguiu e essa frase estranha tenha sido alguma falha e por isso parece não fazer sentido, o contexto dela está errado. Já vi memórias falsas, Dumbledore mesmo tem uma pela qual preza muito – Disse Harry se lembrando da memória alterada de Slughorn.

- Então é perda de tempo ficar aqui – Disse Ron – se todas as memórias são falsas então qual a utilidade de conhecer elas?

- Porque Dumbledore não nos faria ler isso se não houvesse algo a aprender – respondeu Hermione.

 

 E, uma vez que fica sabendo disso, é apenas uma questão de tempo antes que eles também sintam isso, e venham atrás de você.

 

- Isso não faz muito sentido.

- Nenhum, como saber que é um mestiço te faz começar a ser seguido? – Antonio comentou – Faria sentido se os perseguidores descobrissem, mas não você mesmo.

 

Não diga que eu não avisei.

 

- Eu vou dizer que não entendi o aviso – Simas riu, apenas para ser encarado pela sua mesa – O que? Nenhum de nós entendeu.

- Cala a boca – disse Nigel Wolpert, mas no fundo ele tinha um sorriso escondido no rosto.

 

Meu nome é Percy Jackson.

 

- Ah não outro Percy não – disseram Ron e Gina. O restante de Grifinória não pode conter um sorriso.

 

- Jackson... Não conheço esse nome, não é de nenhuma família bruxa que eu consiga me lembrar – Daphne comentou.

- Porque ele não vem de uma família bruxa – cantarolou Astória.

Draco deu uma rápida olhada para Theodore, apenas para ver enquanto ele se debruçava sobre o pergaminho e continuava escrevendo.

 

- Enfim temos um nome – Disse Padma Patil – Odeio ficar dizendo Neto de Você-Sabe-Quem.

 

Tenho doze anos de idade. Até alguns meses atrás, era aluno de um internato, na Academia Yancy, uma escola particular para crianças problemáticas no norte do estado de Nova York.

 

- Okay, uma escola para crianças problemáticas – Zacarias comentou olhando para seu amigo Ernesto – Bom você disse?

- Não sabemos porque ele estava nessa escola.

- Ah, sabemos sim, você é o único que acha que pode ter outra razão – Ana comentou sarcástica.

 

- Uma escola de trouxas? E ainda por cima os problemáticos? Porque ele não estudou em Ilvermony? – Theodore comentou assustado pelo comentário de Percy.

- Acho que isso confirma que ele está tentando se esconder, até mesmo estudando entre trouxas – Daphne comentou, observando a irmã – E que ele ainda pode estar mentindo sobre ser mestiço.

- Ah sim, com certeza – Astória comentou sarcasticamente.

 

Se eu sou uma criança problemática?

Sim. Pode-se dizer isso.

 

- Resta saber o que é ser problemático para ele – Colin perguntou – Será que podemos nos atrever a ter esperanças de ele ser como Fred e Jorge? O tipo problemático, mas com bom coração?

- Não compare meus irmãos a ele – Disse Gina – Lembre-se do nome do livro, ele é um ladrão além de ter sangue de um assassino em suas veias... Com certeza é o tipo ruim de problemático.

Novamente Harry não fez comentários, apenas se lembrou da lembrança de Tom Riddle com 11 anos... Roubando, machucando outras crianças... Ele com certeza já sabia que tipo de problemas Percy Jackson costumava causar.

 

Eu poderia partir de qualquer ponto da minha vida curta e infeliz para prová-lo, mas as coisas começaram a ir realmente mal no último mês de maio,

 

- Curta e infeliz? – Harry mordeu os lábios – Isso tá me soando tão mimado.

 

- Ao que parece ele não cresceu usando as fortunas do lorde – Pansy comentou – Mas não é de se estranhar, se ele tem 12 anos deve ter nascido apenas alguns antes de Você-Sabe-Quem perder seus poderes, provavelmente a mãe ou pai fugiu com o filho do lorde para os Estados Unidos e cresceram entre os trouxas esperando o dia que o mestre retornasse. Mesmo assim crescer entre trouxas... Ele realmente é determinado.

- Eu não sei o que me surpreende mais, a Pansy ser capaz de formar toda essa linha de raciocínio ou vocês incomodados por causa de uma escola de trouxas – Disse Astória, arrancando um riso baixo dos sonserinos exceto da Parkinson.

 

Quando nossa turma do sexto ano fez uma excursão a Manhattan – vinte e oito crianças alucinadas e dois professores em um ônibus escolar amarelo indo para o Metropolitan Museum of Art, a fim de observar velharias gregas e romanas.

 

- Excursões escolares, museus, mitologia grega... Se ele queria se disfarçar como um trouxa ele realmente fez um ótimo trabalho – Hermione se sentiu obrigada a admitir.

- É um mentiroso nato, o pior tipo deles como o avô – Lilá Brown comentou se abraçando em Ron, que parecia extremamente desconfortável.

- É... É sim – a Granger murmurou sem dar atenção a loira.

 

Eu sei, parece tortura. A maior parte das excursões da Yancy era mesmo.

 

- A maior parte das excursões de qualquer escola trouxa é mesmo uma tortura – Justino comentou, se lembrando dos anos em que frequentou, ele até costumava gostar, mas quando comparadas a Hogsmeade? Eram puro tédio – Na verdade ficar dentro da escola também era uma tortura.

 

Mas o sr. Brunner, nosso professor de latim, estava guiando essa excursão, assim eu tinha esperanças.

 

- Será que esse Brunner é um bruxo? - Blazio ergueu o questionamento, talvez ele tenha esperança de conseguir se divertir com algumas dessas 28 crianças no ônibus.

- Ah eu adoraria ver isso – Pansy sorriu imaginando, Percy enquanto torturava as crianças.

 

O sr. Brunner era um sujeito de meia-idade em uma cadeira de rodas motorizada. Tinha o cabelo ralo, uma barba desalinhada e usava um casaco surrado de tweed que sempre cheirava a café. Talvez você não o achasse legal, mas ele contava histórias e piadas e nos deixava fazer brincadeiras em sala. Também tinha uma impressionante coleção de armaduras e armas romanas, portanto era o único professor cuja aula não me fazia dormir.

 

- Ele dorme nas aulas – disse Hermione incrédula.

- É com isso que está se incomodando? – riu Gina.

 

Eu esperava que desse tudo certo na excursão. Pelo menos tinha esperança de não me meter em encrenca dessa vez.

 

- Como se não fosse você a procurar a encrenca em primeiro momento – disse Ron.

 

- Não parece que ele planeja fazer nada – disse Astória – Parece contente que nada vai ficar como culpa dele.

- Exato... Nada será culpa dele – Disse Pansy, tentando entender como Astória não conseguia entender que Brunner iria ocultar qualquer indicio de que Percy era o culpado de um ataque as outras pessoas no museu.

 

Cara, como eu estava errado.

 

- Então ele realmente vai aprontar alguma coisa – Antonio franziu o rosto, já temendo pela segurança de todos no ônibus.

 

Entenda: coisas ruins me acontecem em excursões escolares. Como na minha escola da quinta série, quando fomos para o campo de batalha de Saratoga, e eu tive aquele acidente com um canhão da Revolução Americana. Eu não estava apontando para o ônibus da escola, mas é claro que fui expulso do mesmo jeito.

 

- Ele é bom não é Ernesto? – Disseram Zacarias e Susana ao mesmo tempo.

- Ele disse que foi um acidente, poderia acontecer com qualquer um – retrucou, mas até mesmo Ernesto já não tinha muitas formas de defender Percy, talvez ele realmente fosse uma cópia do avô.

 

- Ele é criativo, não tinha idade pra usar uma varinha e mesmo assim não foi impedido de atacar alguns trouxas – disse Draco com certa admiração.

- Não quer ia ao banheiro lidar com essa ereção Malfoy? – Disse Astória em tom de deboche.

- Ou te levar até lá, pra você lidar com ela no meu lugar? – respondeu rápido e sem nem pensar que isso não fazia seu estilo, a Greengras mais nova sempre pareceu ter um dom para tira-lo do sério.

- Vou fingir que não te ouvi dizer isso, para minha irmã Draco...

 

E antes disso, na escola da quarta série, quando fizemos um passeio pelos bastidores do tanque dos tubarões do Mundo Marinho, e eu de alguma forma, acionei a alavanca errada no passadiço e nossa turma tomou um banho inesperado. E antes disso... Bem, já dá para você ter uma ideia.

 

- É eu já sei tudo o que preciso saber – Ron disse se levantando, junto com Lilá, antes de ser puxado de volta pro banco por Hermione – Aí! Porque fez isso?

- Porque... Hum... Já disse deve ter um motivo pra Dumbledore nos fazer ouvir isso.

- O garoto é mal, sabemos de pelo menos duas vezes que ele tentou matar trouxas e ele nem tinha uma varinha, aparentemente ele já tentou isso antes e ele mesmo já disse que vai tentar de novo – Lilá comentou puxando o braço do namorado – Vem Ron, vamos pro salão comunal.

- Hãã... Talvez Hermione esteja certa... Deve haver um motivo – ele se sentou novamente enquanto a loira bufava irritada e lançando um olhar assassino para a Granger que só foi percebido por Harry.

 

Nessa viagem, eu estava determinado a ser bonzinho.

 

- Isso parece exigir muito esforço dele – Comentou a Lovegood, arrancando alguns risos de seus colegas.

- Mas depois dele contar essas coisas, eu realmente fiquei confuso, qual o motivo para lermos isso se claramente Percy é tão ruim quanto o avô – Miguel Corner disse olhando para Dumbledore.

 

Ao longo de todo o caminho para a cidade aguentei Nancy Bobofit, aquela cleptomaníaca ruiva e sardenta, acertando a nuca do meu melhor amigo, Grover, com pedaços de sanduíche de manteiga de amendoim com ketchup.

 

- Trouxas, conseguem ser ainda mais asquerosos do que qualquer um seria capaz de imaginar – Pansy Parkinson exclamou.

- Não vamos generalizar, alguns bruxos também são asquerosos, a diferença é que iriamos arremessar meleca de trasgo em vez de sanduiche – Para a surpresa de todos fora Malfoy quem fizera o comentário – Especialmente os sangue-ruim... Conseguem ser ainda mais asquerosos do que os trouxas.

 

- Nenhum professor está vendo essa garota importunar o Grover? – Questionou Susana Bones.

- Porque está preocupada com ele? É amigo do neto de você-sabe-quem.

- Não estou preocupada, mas eu simplesmente odeio esse tipo de atitude em qualquer situação – Susana suspirou, ela conhecia pessoas que foram vítimas de bullying e até os dias de hoje ainda se sentiam inferiores e depressivas por causa disso. Ela não podia aprovar essa atitude, independente de quem fosse a vítima.

 

- Ruiva, com sardas...

- Se você estiver pensando em comparar a mim ou a minha família com esta garota é melhor nem terminar de falar – Gina rapidamente calou a boca de Simas Finnigan apenas com o olhar.

 

Grover era um alvo fácil. Ele era magrelo. Chorava quando ficava frustrado. Devia ter repetido de ano muitas vezes, porque era o único na sexta série que tinha espinhas e uma barba rala começando a nascer no queixo. E, ainda por cima, era aleijado. Tinha um atestado que o dispensava da Educação Física pelo resto da vida, porque tinha algum tipo de doença muscular nas pernas. Andava de um jeito engraçado, como se cada passo doesse,

 

- Bela forma de se falar de um amigo – Disse Ana Abbott.

- Não acho que ele sabe o que é ter um amigo – completou Zacarias.

 

mas não se deixe enganar por isso. Você precisa vê-lo correr quando era dia de enchilada na cantina.

 

- Enchilada é uma delícia – Luna comentou, e ouviu enquanto Ron Weasley dizia as mesmas palavras na mesa ao lado, ambos se entreolharam e soltaram uma risada, juntos antes de voltar a prestar atenção na leitura.

 

De qualquer modo, Nancy Bobofit estava jogando bolinhas de sanduíche que grudavam no cabelo castanho cacheado dele, e ela sabia que eu não podia revidar, porque já estava sendo observado, sob o risco de ser expulso. O diretor me ameaçara de morte

 

Ele fez o que? – Daphne mordeu os lábios.

- Esse diretor nem faz ideia de com quem está lidando, não é? – Blazio comentou já levando sua mão a varinha.

 

com uma suspensão na escola (ou seja, sem poder assistir às aulas, mas tendo de comparecer à escola e ficar trancado numa sala fazendo tarefas de casa)

 

Ah – Pansy suspirou – Ainda bem que foi apenas uma suspensão.

- Não que vá fazer diferença – Draco comentou – Esse diretor vai morrer mesmo assim, ou vocês acham que o futuro lorde das trevas vai deixar que o tratem desse jeito?

 

 caso alguma coisa ruim, embaraçosa ou até moderadamente divertida acontecesse durante a excursão.

 

- O que será que ele considera como moderadamente divertido? – Simas questionou.

- Baseado nas histórias? Tentar matar o resto da sua turma com um canhão ou como comida de tubarão – Harry respondeu rapidamente.

 

- Eu vou matá-la – murmurei.

 

- Excelente primeira frase para nos fazer gostar dele – Draco sorriu.

- Ele não vai matar ela – Astória comentou.

- Você não sabe disso – Daphne retrucou.

- Sim eu sei, mas tudo bem pensem o que quiserem.

 

- Oh! Ele já começar matando em alguém? – Disse Ron.

- Ele só quer proteger um amigo... É estranho não faz o estilo de Voldemort... – A Granger, questionava a si mesma, apesar dos acidentes mencionados anteriormente, nada fazia Percy parecer com o Herdeiro de Sonserina e muito menos com Voldemort.

 

Grover tentou me acalmar.

- Está tudo bem. Gosto de manteiga de amendoim.

 

No cabelo? – Parvati Patil comentou abanando seu rosto com a mão – Asqueroso.

- É com isso que você se incomoda? – Dino disse incrédulo – Hey, o Percy tá ameaçando a garota de morte.

- Sim e daí? – Ninguém se deu ao trabalho de responder, era óbvio que a Parvati tinha algumas prioridades bem diferentes.

 

Ele se esquivou de outro pedaço do lanche de Nancy.

- Agora chega. - Comecei a levantar,

 

Astória precisou confessar que ela vacilou um pouco em sua visão sobre Percy, ela tinha acredito que o garoto pudesse ser bom, mesmo com sua descendência, mas aparentemente estava errada. Não que ela fosse admitir isso de qualquer forma.

- Acho que alguém estava errada – Pansy cantarolou da mesma forma como Astória havia feito poucos minutos atrás.

- Ele ainda não a matou – a menor respondeu exatamente da mesma forma.

 

mas Grover me puxou de volta para o assento.

 

- Se não fosse por Grover – Pansy mordeu o lábio.

 

- Quem é esse Grover afinal? Será algum bruxo servo de você-sabe-quem? – Hermione questionou, pensando em como o rapaz parecia frágil, mas de repente teve forças para impedir Percy de cometer um ataque. Algo em Grover não parecia normal.

- Deve ser algum tipo de guarda-costas – Neville comentou.

- Ou assistente – disse Colin – De qualquer forma ele deve ser mais do que o livro descreve, não é possível que o neto de você-sabe-quem teria amizade com alguém que parece tão fraco.

 

- Você já está sendo observado - ele me lembrou. - Sabe que será culpado se acontecer alguma coisa

Quando me lembro daquilo, preferia ter acertado Nancy Bobofit no ato. A suspensão na escola não teria sido nada em comparação com a encrenca que eu estava prestes a me meter.

 

- Ele iria bater em uma garota? – Lilá Brown disse de boca aberta.

- Voldemort já assassinou minha mãe e muitas outras mulheres, sexo não faz diferença pra ele, e aparentemente não faz diferença para o neto – Disse Harry cada vez mais irritado com as atitudes de Percy.

- Eu acho que... Acho que “matar ela” foi exagerado, talvez ele só a confrontasse e pedisse para parar de perturbar Grover – Disse Hermione.

- Acha que Você-Sabe-Quem sabe pedir alguma coisa? Vamos lá Hermione você é mais inteligente que isso – Gina retrucou, sem levar a sério o comentário da amiga.

 

O sr. Brunner guiou o passeio pelo museu. Ele foi na frente em sua cadeira de rodas, conduzindo-nos pelas grandes galerias cheias de ecos, passando por estátuas de mármore e caixas de vidro repletas de cerâmica preta e laranja muito velha. Eu ficava alucinado só de pensar que aquelas coisas tinham sobrevividos por dois mil, três mil anos.

 

- Ele continua agindo como um garoto normal, quer dizer... Gente sejamos sinceros alguém aqui encontra qualquer ligação com Percy e Sonserina? Até agora eu não vejo nenhuma característica nele que parece ser igual a Voldemort – A Granger exclamou, confusa com seus pensamentos – Além do caso do ônibus e do aquário, que ele diz serem acidentes, e por menor que seja a chance... Talvez realmente sejam acidentes, ele não parece ser ruim.

- Ele ameaçou uma garota de morte – Lilá exclamou.

- Para proteger um amigo... Olha eu sei que parece loucura, mas... E se Percy realmente for diferente do avô.

- Só pode estar brincando Mione – Disse Harry.

 

Ele nos reuniu em volta de uma coluna de pedra com quatro metros de altura e uma grande esfinge no topo, e começou a explicar que aquilo era um marco tumular, uma estela, feita para uma menina mais ou menos da nossa idade. Contou-nos sobre as inscrições laterais. Estava tentando ouvir o que ele tinha a dizer, porque era um pouco interessante, mas todos ao meu redor estavam falando, e cada vez que eu dizia para calarem a boca, a outra professora que nos acompanhava, a sra. Dodds, me olhava de cara feia.

 

- Absurdo – Se pronunciava pela primeira vez a Professora McGonagall – Um aluno que deseja aprender e sua professora o tratando desta forma.

- O garoto pode ter sido muito rude – Disse Snape – Mas devo concordar que não é um comportamento ideal para um professor.

- Vocês dois concordando em algo? Há, agora sim já vi de tudo – Hagrid comentava com um sorriso escondido entre a barba, alguns dos outros membros do corpo docente de Hogwarts soltaram risos com o comentário enquanto Snape e Minerva apenas fingiam não ter ouvido nada.

 

A sra. Dodds era aquela professorinha de matemática da Geórgia que sempre usava um casaco de couro preto, apesar de ter cinquenta anos de idade. Parecia má o bastante para entrar com uma moto Harley bem dentro do seu armário. Tinha chegado em Yancy no meio do ano, quando nossa última professora de matemática teve um colapso nervoso.

 

- É incrível, até esse momento já temos 2 ou mais turmas que ele tentou matar, uma aluna que ele ameaçou de morte e uma professora que teve problemas de saúde, incrível como tantos acidentes ocorrem ao redor dele não é Hermione? Ah e eu não posso me esquecer, a professora de iniciação em álgebra vai ser transformada em pó caso tenha esquecido – Disse Harry.

- Sei que é estranho Harry, mas... E se não for nada além de coincidência? Ou talvez a própria Dodds tenha causado o colapso nervoso, ou vai dizer que a Sra. Dodds não tem cara de Comensal da Morte?

- Se fosse um Comensal da Morte a última professora estaria morta, não apenas com problemas de saúde – Rony se meteu na conversa – A única explicação é que Percy ainda não tinha uma varinha, não conseguiu lançar um feitiço forte o bastante para matar e apenas a deu problemas de saúde?

- A única explicação? E que tal o fato de que a professora tinha problemas de saúde e ninguém tem culpa disso?

- Você é ridícula – Lilá suspirou em desgosto. Harry franziu os lábios com o comentário da garota, quem ela pensa que é para falar assim de Hermione?

 

Desde o primeiro dia, a sra. Dodds adorou Nancy Bobofit e concluiu que eu tinha sido gerado pelo diabo. Ela me apontava o dedo torto e dizia: “Agora, meu bem”, com a maior doçura, e eu sabia que ia ficar detido depois da aula por um mês.

 

Em quatro mesas, três viram seus alunos estremecendo, até mesmo o corpo de professores pareceu desconfortável por um momento.

- Acho que todo mundo lembrou da Umbridge – Comentou Parvati Patil enquanto observava a cicatriz nas suas mãos e de quase todos os membros da Armada de Dumbledore.

- Odeio lembrar dessa mulher – Rony respondeu olhando para o amigo.

 

Certa vez, depois que ela me fez apagar as respostas em antigos livros de exercícios de matemática até meia-noite,

 

- Talvez devêssemos aplicar alguns castigos assim – Comentou Snape – Especialmente para certos grupos de encrenqueiros.

- Creio que aprendemos nossa lição com toda a confusão causada 4 anos atrás com Lockhart, quase acusamos o jovem Harry de ser o responsável pelos ataques apenas porque ele estava no corredor errado e na hora errada. – Madame Sprout partiu em defesa da colega McGonagall quando ficou claro que sua resposta não seria tão educada.

 

 disse a Grover que achava que a sra. Dodds não era gente. Ele olhou para mim, muito sério, e disse:

- Você está certíssimo.

 

- Ele sabe de algo – disse Hermione.

- Já chegamos a essa conclusão antes Hermione, ele deve ser um guarda-costas – Dino reforçou, mas não era nisso que a Granger estava pensando.

 

O sr. Brunner continuou falando sobre arte funerária grega.

Finalmente, Nancy Bobofit, abafando o riso, falou algo sobre o sujeito pelado na estela, e eu me virei e disse:

- Quer calar a boca?

 

- Grosso – Padma respondeu.

- Ah... Não acredito que vou dizer isso, mas ele até que tem razão agora, ele tá tentando aprender e alguém está atrapalhando – Antonio se viu obrigado a confessar.

- É... Mas ele poderia ter pedido ao professor para que interrompesse a explicação e pedisse por silêncio para os alunos, ou ter tentado ficar mais perto do professor – Miguel insistiu, se negando a aceitar qualquer qualidade de Percy, especialmente uma que era tão valorizada em Corvinal.

 

Saiu mais alto do que eu pretendia.

O grupo inteiro deu risada. O Sr. Brunner interrompeu sua história.

- Sr. Jackson - disse ele -, fez algum comentário?

Meu rosto estava completamente vermelho. Eu disse:

- Não, senhor.

 

- Isso não é justo, quando ele pede por silêncio recebe um sermão, mas enquanto os outros brincam está tudo bem? – Hermione não foi capaz de suprimir sua indignação com o professor.

 

- Será que Brunner é mesmo um aliado dele? – Astória questionou – Não acho que ele estaria se atrevendo a agir dessa forma se soubesse quem Percy é.

- Pela primeira vez preciso concordar com minha irmã.

- Ou talvez esteja apenas fazendo o papel dele, quem sabe as ordens de Brunner permitam a ele agir dessa forma quanto é necessário.

 

O sr. Brunner apontou para uma das figuras na estela.

- Talvez possa nos dizer o que está figura representa.

- Odeio quando professores fazem isso - Disse Ron - Se você não ergueu a mão quer dizer que não sabe simples.

- Se tivesse estudado saberia - Hermione devolveu.

- Ehh - O Weasley respondeu dando de ombros, ou ombro já que Lilá ainda se agarrava a seu braço esquerdo.

Olhei para a imagem entalhada e senti uma onda de alívio, porque de fato a reconhecera.

- É Cronos comendo os filhos, certo?

 

- Ah que saudade de estudar Mitologia Grega - Ana suspirou, lembrando dos primeiros anos em Hogwarts quando o assunto era uma aula de História da Magia e também Estudos dos Trouxas.

- Sabe o que eu me lembrei? - Disse Justino com um sorriso no rosto - No primeiro ano, quando cheguei em Hogwarts, eu fiquei ridiculamente assustado quando me disseram que Mitologia Grega era real... Eu realmente me assustei pensando que deuses e titãs existiam por aí até que me disseram que apenas as criaturas da mitologia eram reais e mesmo assim nem todas elas.

- Eu me lembro disso - Ernesto entrou na conversa, feliz por ter algo para conversar com o grupo que se virava contra ele - Caramba você passou uma semana sem dormir pensando sobre as histórias dos deuses e pensando em quantas vezes poderia ter ofendido algum Olimpiano - os cinco da mesa pela primeira vez se uniram para rir juntos. Ana finalmente se mostrava estar certa, apesar de opiniões diferentes os 5 estavam do mesmo lado.

 

- Sim – disse o sr. Brunner, e obviamente não estava satisfeito. – E ele fez isso porque...

 

- Merlin, qual a importância de tudo isso para a história? - Draco murmurou irritado, com a lentidão em que as coisas aconteciam.

- Relaxa, lembre-se ele vai transformar alguém em pó ainda nesse capítulo - Blazio defendeu, mesmo que ele também parecesse entediado.

 

- Bem... - eu quebrei a cabeça para me lembrar. - Cronos era o deus-rei e...

- Rei? - perguntou o sr. Brunner.

 

Ele realmente cometeu um erro tão bobo? - Astória não pode evitar de pensar em que tipo de educação Percy havia recebido, para que nem mesmo conhecesse o básico da história grega.

 

- Titã - eu me corrigi. - E... ele não confiava nos filhos, que eram os deuses. Então, hum, Cronos os comeu, certo? Mas sua esposa escondeu o bebê Zeus e deu a Cronos uma pedra para comer no lugar dele. E depois, quando Zeus cresceu, ele enganou o pai, Cronos, e o fez vomitar seus irmãos e irmãs.

- Eca! - disse uma das meninas atrás de mim.

 

- Trouxas - Pansy revirou os olhos.

- Imagina a reação delas se vissem o Weasley vomitando lesmas no 2º ano? - Blazio não pode segurar o riso ao se lembrar da cena.

 

- ...e então houve aquela grande briga entre os deuses e os titãs - continuei -, e os deuses venceram.

 

- É isso? Ele pega a maior guerra de toda a Mitologia Grega e chama de "grande briga" - Hermione indignou-se.

- E é com isso que ela se irrita? Com o ônibus que ele explodiu? não, mas com a forma como ele fala de um mito - Lilá exclamou.

- Se Hermione é inteligente o suficiente para saber que essa guerra é importante demais para ser resumida assim, não vejo qual o problema em ela comentar - Harry não conseguiu se segurar, a nova namorada de Rony passava de todos os limites do aceitável.

 

Algumas risadinhas do grupo.

Atrás de mim, Nancy Bobofit murmurou para uma amiga:

- Como se fôssemos usar isso na vida real. Como se fossem falar nas nossas entrevistas de emprego: “Por favor explique por que Cronos comeu seus filhos”.

 

- Exatamente, é tudo inútil, podemos pular essa parte e ir pra hora que ele transforma uma professora em pó? - Até mesmo Daphne não suportava mais.

- E por que, Sr. Jackson - disse o sr. Brunner -, parafraseando a excelente pergunta da Srta. Bobofit, isso importa na vida real?

- Se ferrou – murmurou Grover.

- Cala a boca - chiou Nancy, a cara ainda mais vermelha que seu cabelo.

 

- Agora sim, pelo menos ela também foi repreendida - Antonio sorriu, sentindo-se melhor agora que a azucrinadora também tinha tido problemas.

 

Pelo menos Nancy também foi enquadrada. O sr. Brunner era o único que a pegava dizendo algo errado. Tinha ouvidos de radar.

 

- Ou algum ouvido, quer dizer a garota estava rindo o tempo todo durante a excursão – Gina Weasley precisou sair em concordância com Percy.

- E até mesmo antes dela, ainda na viagem de ônibus – Dino Thomas concordou com a namorada.

 

Pensei na pergunta dele, e encolhi os ombros.

- Não sei, senhor.

- Entendo. - O sr. Brunner pareceu desapontado.

 

- Não deveria, mesmo para nós bruxos a Mitologia Grega e toda a história de Cronos é irrelevante – Colin repreendeu o professor, mesmo sabendo que não seria ouvido – Qual a utilidade disso na vida real?

- E se ele quiser ser um professor ou trabalhar com história? – Hermione veio em defesa do conhecimento – Não existe conhecimento que não seja útil de alguma forma.

- Isso é ridiculamente especifico, em qualquer outra ocasião esse tipo de conhecimento seria irrelevante na vida dele.

 

- Bem, meio ponto, Sr. Jackson. Zeus, na verdade, deu a Cronos uma mistura de mostarda e vinho, o que o fez vomitar as outras cinco crianças, que, é claro, sendo deuses imortais, estavam vivendo e crescendo sem serem digeridas no estômago do titã. Os deuses derrotaram o pai deles, cortando-o em pedaços com sua própria foice e espalharam os restos no Tártaro, a parte mais escura do Mundo Inferior. E com esse alegre comentário, é hora do almoço. Sra. Dodds, quer nos levar de volta para fora?

 

- Alegre comentário? Adoro a ironia – Simas riu junto com Dino Thomas.

 

A turma foi retirada, as meninas segurando a barriga, os garotos empurrando uns aos outros e agindo como bobões.

Grover e eu estávamos prestes a segui-los quando o sr. Brunner disse:

 

- Sr. Jackson.

 

- De novo? O que ele fez dessa vez? – Hermione suspirou.

- Talvez seja o que ele vai fazer, esse Brunner pode ser um bruxo, talvez seja agora que veremos Percy mostrar quem realmente é? – Ron comentou.

 

- Os dois vão ficar sozinhos, talvez finalmente as coisas comecem a ficar interessantes – disse Theodore – Se estivermos certos e Brunner for um bruxo disfarçado ele pode pedir perdão pela forma como agiu repreendendo naquele momento.

 

Eu sabia o que vinha a seguir.

 

- Parece que eles ficam sozinhos com frequência – Disse Susana Bones – Planejando ataques contra trouxas.

 

Disse a Grover para ir andando. Então me voltei para o professor.

- Senhor?

O sr. Brunner tinha aquele olhar que não deixa a gente ir embora - olhos castanhos intensos que poderiam ter mil anos de idade e já ter visto de tudo.

 

Harry desviou o olhar para Dumbledore, ele mesmo pensava o mesmo sobre o olhar do bruxo, olhar que carregava sabedoria e conhecimento que nenhuma vida seria capaz de manter, talvez até fosse esse o motivo para ele remover as próprias memórias de sua mente.

 

- Você precisa aprender a responder à minha pergunta - disse ele.

- Sobre os titãs?

- Sobre a vida real. E como seus estudos se aplicam a ela.

 

- Ele está colocando muita pressão no garoto, digo Percy já demonstrou mais conhecimento do que grande parte de seus outros alunos – McGonagall foi forçada a comentar, incomodada pelas atitudes de Brunner

 

- Ah.

 

- Melhor resposta de todas – Astória brindou. Seguida por sua irmã e alguns outros alunos de Sonserina, a maioria, entretanto nem se deu ao luxo de prestar atenção – Realmente não existe bom humor entre serpentes.

- Ou as suas piadas que são horríveis – Pansy disparou.

- Garanto que você que não tem senso de humor – Daphne defendeu.

- Deixa maninha, deve ser triste pra ela acordar e ter que lidar com a vida de correr atrás do Draco que vive correndo atrás de Harry Potter.

- Sua pirralha – Draco disparou, novamente mordendo a língua, porque ele sempre se deixava levar com a Greengras mais nova?

- Para o seu conhecimento, Astória eu já deixei de correr atrás do Draco a muito tempo.

- Uhum, seus argumentos estão sendo bem tratados com a minha indiferença – Astória buscou seu cálice voltando sua atenção para Dumbledore.

 

- O que você aprende comigo - disse ele - é de uma importância vital. Espero que trate o assunto como tal. De você, aceitarei apenas o melhor, Percy Jackson.

 

Novamente o rosto da diretora de Grifinória se dobrava em expressões de desaprovação.

 

- Como aulas de latim poderiam ser de importância vital? – Ron questionou – Acho que esse professor é tão maluco quanto o Pirraça para achar algo assim.

- Ou então essa é outra lembrança que foi alterada com magia – Harry só conseguia encontrar esta explicação para cada uma das mensagens que não pareciam ter qualquer tipo de fundamento lógico.

 

Eu queria ficar zangado, aquele sujeito me pressionava demais.

Quer dizer, claro, era legal em dias de torneio, quando ele vestia uma armadura romana, bradava “Olé!” e nos desafiava, ponta de espada contra o giz a correr para o quadro-negro e citar pelo nome cada pessoa grega ou romana que já viveu, o nome de sua mãe e que deuses cultuavam.

 

- Caramba até eu iria prestar atenção em Estudo dos Trouxas e História da Magia se as coisas fossem assim – Blazio soltou, sendo seguido com uma aprovação por Astória.

- Talvez História da Magia, mas Estudo dos Trouxas? É ainda mais inútil que Mitologia Grega – Daphne retrucou, provavelmente apenas por se tratar de trouxas e não por qualquer utilidade que a aula poderia vir a ter.

 

- Tá qualquer professor que consiga fazer a aula de latim ficar interessante não pode ser mal. – Disse Simas Finnigan – Brunner não sabe de nada sobre Percy, coloco minha mão no fogo por isso.

- Eu não teria tanta certeza ainda, bruxos das trevas podem ser bem criativos quando se trata de enganar trouxas e nascidos-trouxa

 

Mas o sr. Brunner esperava que eu fosse tão bom quanto todos os outros a despeito do fato de que tenho dislexia e transtorno do déficit de atenção, e de que nunca na vida tirei uma nota acima de C.

 

- Wow! – Hermione se ajeitou na cadeira – Eu já achava que Brunner estava o pressionando demais, mas agora? Sabendo dessas doenças é ridículo esperar que Percy poderia acompanhar os outros alunos em sua turma.

- O que é dislexia e transtorno de déficit de atenção? – Ron questionou – Sei que são doenças, mas o que elas fazem?

- Dislexia faz que você tenha dificuldade para ler, imagine que as letras começam a flutuar das páginas e se embaralhar formando palavras que não existem de verdade, E TDAH é basicamente hiperatividade, não conseguir ficar parado e se concentrar em apenas uma coisa por muito tempo – Explicou Hermione.

- Essas duas coisas juntas devem atrapalhar totalmente os estudos dele – Harry precisou se sentir um pouco solidário, Percy não tinha condições de lidar com tanta pressão.

 

Não - ele não esperava que eu fosse tão bom quanto; ele esperava que eu fosse melhor. E eu simplesmente não podia aprender todos aqueles nomes e fatos, e muito menos escrevê-los direito.

 

- Pobre Percy – Astória comentou tristemente – É visível o quanto ele gosta desse professor, mas... Não tem como ele corresponder a essas expectativas.

- Não seja estupida, essas doenças devem fazer parte de quem Percy tenta fingir que é para se esconder de aurores – Draco comentou – Existem feitiços e poções que poderiam tratar essas doenças em pouco tempo, se Percy realmente tivesse nascido com elas já estaria curado desde a infância.

- É, o neto do Lorde não teria problemas de saúde como esse sendo filho do gênio que é – Pansy concordou.

- Essas doenças não são hereditárias, não é porque Voldemort é um gênio que seus descendentes estariam imunes a elas – Astória retrucou em tom de discussão, lorde isso, lorde aquilo, será que não vão parar de chama-lo assim nunca?

- Odeio quando você fala o nome dele – Daphne mordeu os lábios.

- E não pode fazer nada para me impedir, já tivemos essa conversa antes e eu ganhei – disse a mais jovem de forma infantil e irritada, arrancando um pequeno sorriso de sua irmã.

 

Murmurei alguma coisa sobre me esforçar mais, enquanto o sr. Brunner lançava um olhar longo e triste para a estela, como se tivesse estado no funeral daquela menina.

 

- Ah ele provavelmente estava – Disse Zacarias – Qualquer professor de latim com certeza deve ter mais de 3000 anos de idade, porque mais alguém iria se importar em falar latim?

Os Lufanos não puderem segurar o riso.

 

Ele me disse para sair e comer meu lanche.

 

Rony Weasley lambeu os lábios, logo procurando por mais comida na mesa.

 

A turma se reuniu nos degraus da frente do museu, de onde podíamos assistir ao trânsito de pedestres pela Quinta Avenida.

Acima de nós, uma imensa tempestade estava se formando, com as nuvens mais escuras que eu já tinha visto sobre a cidade. Imaginei que talvez fosse o aquecimento global ou qualquer coisa assim, porque o tempo em todo o estado de Nova York estava esquisito desde o Natal. Tivemos nevascas pesadas, inundações, incêndios nas florestas causados por raios. Eu não teria ficado surpreso se fosse um furacão chegando.

 

- Por Merlin, Mitologia Grega, doenças, e agora o tempo? Quando é que ele vai realmente fazer alguma coisa importante? – Draco já não suportava mais ficar esperando que Percy revelasse seus dons.

- Eu me lembro desse ano – Disse Daphne – Lembra Astória? Você não foi com Mamãe e papai aos Estados Unidos naquele ano? O clima simplesmente não fazia sentido nenhum.

- Wow! Eu já nem me lembrava disso, sim visitamos Manhattan durante uma semana, quase não saímos do hotel porque estava chovendo basicamente sempre.

 

Ninguém mais pareceu notar. Alguns dos garotos estavam jogando biscoitos para os pombos. Nancy Bobofit tentava afanar alguma coisa da bolsa de uma senhora e, é claro, a sra. Dodds não via nada.

 

- Absurdo, esta mulher é a vergonha da profissão – gritou Hagrid, novamente atraindo atenção de todo o corpo docente, muitos concordaram, Snape, entretanto apenas deu uma guinada para sua colega Minerva comparando a forma como ambas tinham um fraco pelos encrenqueiros.

 

Grover e eu nos sentamos na beirada do chafariz, longe dos outros. Pensamos que, se fizéssemos isso, talvez ninguém descobrisse que éramos daquela escola - a escola para esquisitões lesados que não davam certo em nenhum outro lugar.

- Detenção? - perguntou Grover.

- Não - disse eu. - Não do Brunner. Eu só gostaria que ele às vezes me desse um tempo. Quer dizer, não sou um gênio.

 

- Percebe-se – Disse Miguel – Nenhuma nota acima de C-, com certeza você não é um gênio.

- Isso é cruel, o garoto tem dificuldades enormes com suas doenças – Antonio novamente foi em defesa de Percy, sem saber exatamente o porquê – Ou talvez ele apenas finja não ser um gênio, de qualquer forma não importa;

 

Grover não disse nada por algum tempo. Então, quando achei que ele ia me brindar com algum comentário filosófico profundo para me fazer sentir melhor, ele disse:

- Posso comer sua maçã?

 

Grande parte dos alunos soltou uma risada com os pensamentos do garoto.

 

Eu não estava com muito apetite, então a entreguei a ele.

 

- Talvez ele não seja um amigo tão ruim, está dividindo seu lanche – Ernesto ergueu para seus colegas, mesmo sabendo que apenas uma maçã, não os faria rever seus julgamentos.

- Vamos fingir que ele não falou isso apenas para evitar um novo conflito? – Disse Susana Bones, que apenas balançou a cabeça sem acreditar no que estava ouvindo.

 

Observei os táxis que passavam descendo a Quinta Avenida e pensei no apartamento de minha mãe,

 

- É ela – Harry disse – Dumbledore disse que Voldemort teve uma filha, a mãe dele é a descendente de Tom Riddle e ele ainda vive com ela em Nova York.

- Um apartamento – Hermione simplesmente não conseguia mais considerar tudo como uma fachada – Eles se esconderam bem demais, até mesmo estão morando entre trouxas? Quer dizer nem mesmo uma casa secreta como a do Sirius? Eles realmente alugaram um apartamento? Mesmo que estivessem desesperados depois da derrota de Voldemort 16 anos atrás ainda é humilhação demais para eles.

 

na área residencial próxima ao lugar onde estávamos sentados. Eu não a via desde o Natal. Tive muita vontade de pular em um táxi e ir para casa. Ela me abraçaria e ficaria contente de me ver, mas também ficaria desapontada. Imediatamente me mandaria de volta para Yancy e me lembraria que preciso me esforçar mais, ainda que aquela fosse minha sexta escola em seis anos e que, provavelmente, eu seria chutado para fora de novo. Não conseguiria suportar o olhar triste que ela me lançaria.

                                                                         

- Ele ama a mãe – Lovegood comentou após um longo silencio.

- É mas é engraçado ele nem mencionou o pai, será que não o conhece? E se sim será que ele é o filho de Você-Sabe-Quem? – Padma questionou os colegas e Terêncio rapidamente tratou de fazer anotações a qualquer menção sobre o pai de Percy Jackson.

 

O sr. Brunner estacionou a cadeira de rodas na base da rampa para deficientes. Comia aipo enquanto lia um romance. Um guarda-chuva vermelho estava enfiado nas costas da cadeira, fazendo-a parecer uma mesa de café motorizada.

Eu estava prestes a desembrulhar meu sanduíche quando Nancy Bobofit apareceu diante de mim com as amigas feiosas - imagino que tivesse se cansado de roubar dos turistas - e deixou seu lanche, já comido pela metade, cair no colo de Grover.

 

- Essa garota me faz ter cada vez mais ódio cada vez que o nome dela é mencionado – Astória tencionou a varinha instintivamente.

- Não se preocupe, depois da professora tenho quase certeza que Nancy será a próxima a ser reduzida a pó – Theodore comentou colocando uma certa quantia de dinheiro na mesa – aposto minha grana nisso.

Várias moedas começaram a ser jogadas sobre a mesa, concordando e discordando.

 

- Oops. - Ela arreganhou um sorriso para mim, com os dentes tortos. As sardas eram alaranjadas, como se alguém tivesse pintado o rosto dela com um spray de Cheetos líquido.

 

- Simas... – Disse a Weasley, assim que o garoto abriu a boca.

- Eu só ia dizer que adoro Cheetos – ele respondeu com certa indignação na voz arrancando mais risos dos outros membros da mesa.

 

Tentei ficar calmo. O orientador da escola me dissera um milhão de vezes: "Conte até dez, controle seu gênio." Mas estava tão furioso que me deu um branco. Uma onda rugia nos meus ouvidos.

 

- Espera ele vai mesmo atacar ela? – Lilá exclamou.

- Ela já teria matado ela no ônibus se Grover não tivesse impedido, agora a raiva de antes se acumulou, o garoto deve estar furioso – Parvati exclamou assustada.

 

- Olha Theodore eu acho que vai perder sua aposta – Disse Draco – A garota morre primeiro e a professora depois.

Astória ouvia tudo com atenção, ela ainda não queria acreditar que Percy era maligno, mas depois disso... Ela sentia raiva da Bobofit, mas não seria capaz de matar a garota, talvez uma azaração no máximo.

 

Não me lembro de ter tocado nela, mas quando dei por mim Nancy estava sentada com o traseiro no chafariz, berrando:

 

Harry deu um forte soco na mesa da Grifinória, atraindo atenção de quase todos no salão, antes de sussurrar para seus colegas:

- Outra vez, uma memória alterada com magia, ele fez isso pelo livro todo é uma perda de tempo.

- Você acha isso apenas porque ele não se lembra de ter tocado nela? – Disse Gina.

- É a única explicação para ele simplesmente dizer que não se lembra, como ele pode não se lembrar de algo? – Harry cerrou os punhos

- Talvez esteja certo Harry. – Disse Hermione, mas ainda questionando se tais memórias alteradas, não eram apenas peças de um quebra-cabeça maior do que ela havia previsto.

 

- O Potter está pirando ainda mais do que nós – Malfoy se deliciou com a frustração do rival.

- Parece até que ele sabe algo – Theodore cruzou olhares com Malfoy.

 

- Percy me empurrou! A sra. Dodds se materializou ao nosso lado. Algumas das crianças estavam sussurrando:

- Você viu...

- ...a água...

- ...parece que a agarrou...

 

- Magia elemental? Com 12 anos de idade? – Daphne estava boquiaberta – meu primo Lion tem 22 e é apenas um iniciante nessa arte, ele é ainda mais poderoso do que imaginamos.

- Sim é impressionante, mas o importante é a Sra. Dodds, ela apareceu do lado dele como se tivesse se materializado – Draco sorriu – Se ela tentar repreender Percy eu apostaria que este é o momento em que ele ataca.

Enquanto todos discutiam, Theodore lentamente movia seus dedos para a filha de dinheiro retirando as suas moedas e talvez algumas a mais do que havia deixado ali no início.

 

- Isso foi magia acidental ou ele sabe usar magia sem varinha aos 12 anos de idade? – perguntou Terêncio.

- Acidental, estava sob pressão do professor, irritado com a garota, e com saudades da mãe, seu estado mental causou isso estou certa – Padma foi a primeira a responder.

- Vamos torcer para que esteja certa.

 

- Vamos Ernesto, não me faça dizer aquilo outra vez – Zacarias riu com deboche – Admita estava errado.

- Eu até admitiria se eu mesmo já não tivesse enfeitiçado pessoas que me irritaram, isso não me faz um bruxo das trevas e o Percy não matou a garota, praticamente nem fez nada além de assustar ela.

 

Eu não sabia do que elas estavam falando. Tudo o que sabia era que estava encrencado outra vez.

Assim que se certificou de que a pobre Nancy estava bem, prometendo dar-lhe uma blusa nova na loja de presentes do museu etc. e tal, a sra. Dodds se voltou para mim. Havia um fogo triunfante em seus olhos, como se eu tivesse feito algo pelo que ela esperara o semestre inteiro:

- Agora, meu bem...

 

Harry rapidamente coçou a cicatriz no braço esquerdo – Acho que odeio essa professora ainda mais do que o neto de Voldemort.

- Ao menos nisso concordamos – Hermione exclamou – Até esse momento essa professora parece ser muito pior do que o Percy.

 

- Eu sei - resmunguei. - Um mês apagando livros de exercícios.

Não foi a coisa certa para dizer.

- Venha comigo - disse a sra. Dodds.

 

- É agora – Draco sorriu se ajeitando na cadeira e logo desviando um olhar para a Greengras mais nova, que se preparava para fazer outro comentário – E se quiser saber se estou tendo uma ereção pode vir se sentar ao meu lado e sentir por conta própria.

- Draco já é a segunda vez que você fala esse tipo de coisa pra minha irmã, e na próxima eu já aviso, vou enviar uma carta aos meus pais e dizer pra eles fazerem uma proposta de casamento e união das duas famílias.

- Daphne, você não se atreva a dizer qualquer coisa sobre isso – A mais nova expressou em pânico – Eu aceito até arrumar sua cama por todo o resto do mês, mas não se atreva.

- Combinado, você arruma minha cama pelo resto do mês.

 

- Espere! - guinchou Grover. - Fui eu. Eu a empurrei.

 

Susana não pode resistir – É realmente uma maçã pode pagar por toda essa amizade – Ernesto não tentou responder.

 

Olhei para ele perplexo. Não podia acreditar que estivesse tentando me proteger. Ele morria de medo da sra. Dodds. Ela lançou um olhar tão furioso que fez o queixo penugento dele tremer.

- Acho que não, sr. Underwood - disse ela.

 

- Como assim? Grover admitiu a culpa e mesmo assim ela pretende levar Percy? Isso não é um comportamento comum, no mínimo deveria levar os dois – Hermione partiu.

- Talvez ela tenha visto Percy a atacando? – Gina questionou.

- As outras pessoas disseram que a garota foi atacada pela água, como isso poderia ser culpa do Percy? – Hermione e questionou e antes que Rony pudesse contraria-la a mesma continuou – Eu sei que somos bruxos, e é possível que tenha mesmo sido o Percy, mas como a professora poderia culpa-lo por algo que não pode provar, ainda mais quando Grover está assumindo a culpa.

- Tem algo estranho nessa professora – Harry concordou – Talvez ela seja do ministério da magia e saiba quem ele é de verdade, que separar ele do resto da turma para poder interroga-lo.

- Se ela realmente fosse do ministério acho que o próprio Percy saberia, ou Grover que parece ser uma espécie de protetor, já teriam se livrado dela de algum jeito, estou dizendo tem algo que não estamos vendo...

 

- Mas...

- Você... vai... ficar... aqui.

Grover me olhou desesperadamente,

- Tudo bem, cara - disse a ele. - Obrigado por tentar.

 

- Grover parece achar que ele corre risco de vida de verdade – Blazio apontou – Com certeza a professora é alguém do ministério, Grover deve ser um Comensal disfarçado.

- Se ele é porque está deixando que o levem? – Pansy tinha suas dúvidas.

- Ele não pode estragar o disfarce – Disse Draco – Se ele atacar a Sra. Dodds agora no meio de todos esses trouxas seria um escândalo no mundo bruxo, ainda mais nos Estados Unidos que é completamente contra a interação de magia envolvendo os trouxas. Iria fazer as pessoas investigarem e colocar todos esses anos que passaram fugindo em risco.

- Wow! – Astória precisou admitir que estava impressionada com o raciocínio de Malfoy.

- Ótimo, agora até a Astória tá dando mole pro Draco – Daphne revirou os olhos.

- Eu só... Esquece – a garota se virou escondendo um rosto levemente rosado.

 

- Meu bem - latiu a sra. Dodds para mim. - Agora.

 

- AU AU! – Gritou Cormaco McLaggen da Grifinória, arrancando risadas de uma grande quantidade de colegas sentados perto dele, a maioria fãs de quadribol e membros do time de Grifinória como Katie Bell e Demenza Robbins.

- Menos 5 pontos para Grifinória – Disse o Diretor Dumbledore, interrompendo a leitura por um minuto. A proclamação veio seguida de vaias e murmúrios enquanto bolas de pergaminho voavam para cima do brincalhão.

 

- Eu quase queria que alguma coisa acontecesse com essa mulher – Harry ganiu lembrando-se de Umbridge novamente.

 

Nancy Bobofit deu um sorriso falso.

Lancei-lhe meu melhor olhar de "vou acabar com a sua raça". Então me virei para enfrentar a sra. Dodds, mas ela não estava lá. Estava postada à entrada do museu, lá no alto dos degraus, gesticulando impaciente para mim.

 

Hermione deu um súbito novo ar de interesse, novamente Harry parecia pensar que a memória havia sido alterada, mas das outras vezes qualquer que fosse a “memória verdadeira” as informações eram confusas como se duas versões de uma história colidissem, mas agora simplesmente houve um salto temporal, se eles sabem apagar as memórias desse jeito então porque não o fizeram desde o início?

 

Como ela chegou lá tão depressa?

Tenho milhares de momentos desse tipo – meu cérebro adormece ou algo assim e, quando me dou conta, vejo que perdi alguma coisa, como se uma peça do quebra-cabeça desaparecesse e me deixasse olhando para o espaço vazio atrás dela.

 

Hermione deu uma olhada para Harry, e se na verdade todas as lembranças estranhas não forem alterações, mas a própria mente de Percy que sofre de TDAH e faz cortes em momentos de tensão? Então talvez o garoto realmente não quisesse esconder nada.

 

- Eu sei como ele se sente – Disse Luna, para seus colegas não era surpresa que ela entendesse o sentimento, afinal eram poucos os momentos em que a garota não estava presa em seu mundinho fantasioso.

 

O orientador da escola me disse que isso era parte do transtorno do déficit de atenção, era meu cérebro que interpretava tudo errado.

Eu não tinha tanta certeza.

Fui atrás da sra. Dodds.

 

- Ah não – comentou Susana Bones – O título do capítulo.

- O que? – Justino levou um tempo para formular seus pensamentos e arregala-se os olhos – a professora transformada em pó, é a sra. Dodds?

- O Merlin, eu sei que ela é uma megera, mas isso é cruel até pra mim – Ana tapou os ouvidos como se não quisesse mais ouvir.

- Pelo menos ele vai parar com essa de menino bonzinho por algum tempo e mostrar quem ele realmente é – Disse Zacarias já olhando para Ernesto.

 

No meio da escadaria, olhei para Grover lá atrás. Ele parecia pálido, movendo os olhos entre mim e o sr. Brunner, como se quisesse que o sr. Brunner reparasse no que estava acontecendo, mas o professor estava absorto em seu romance.

 

- Acho que estávamos errados sobre Brunner – Astória comentou – Se Grover quer ajuda dele, então os dois devem ser parceiros.

- Talvez, mas que tipo de protetor é esse que está concentrado na leitura enquanto a pessoa que ele devia proteger corre perigo? – Pansy bufava irritada – Ele é um professor, faria sentido que ele fosse lá interferir e ajudasse Percy a se livrar desta situação.

- Não, não faria – Draco respondeu – Ele é um professor, precisa punir o mal comportamento dos alunos quando é necessário e nesse momento todos acreditam que Percy tentou afogar a garota é com certeza um comportamento que não pode passar sem um castigo. – Quando terminou de falar ele deu um olhar para a Greengras mais nova que apenas tomando mais suco de seu cálice.

Voltei a olhar para cima. A sra. Dodds desaparecera de novo. Estava agora dentro do edifício, no fim do hall de entrada.

Certo, pensei. Ela vai me fazer comprar uma blusa nova para Nancy na loja de presentes.

Mas aparentemente não era esse o plano.

Eu a segui museu adentro. Quando finalmente a alcancei, estávamos de volta à seção greco-romana.

 

- Greco-Romana de novo? Será que isso tem alguma importância para a história? – Terêncio comentou fazendo uma anotação no canto de seu caderno.

- É um museu... Quase todo museu tem coisas greco-romanas não deve ser nada demais – Miguel deu de ombros.

 

A não ser por nós, a galeria estava vazia.

 

Harry ainda se lembrava do sentimento de quando visitou a sala de Dolores Umbridge pela primeira vez, o sentimento de incapacidade e de perigo que ele sentia ao estar sozinho com a professora, ele se pegou tendo pena de Percy e logo afastou os pensamentos, Dolores era um monstro, por mais que a sra. Dodds lembra ela, as duas trabalharam de formas completamente diferentes e a Sra. Dodds está mesmo tentando fazer algo bom.

 

A sra. Dodds estava postada de braços cruzados na frente de um grande friso de mármore com os deuses gregos. Ela fazia um mulo estranho com a garganta, como um rosnado.

 

- Se latir de novo eu vou ter de jogar uma azaração – Os grifinórios ouviram Katie sussurrando quando Cormaco novamente parecia pronto para repetir sua piada. O garoto apenas se encolheu e soltou um riso baixo, junto com o resto dos colegas.

 

Mesmo sem o ruído, eu teria ficado nervoso. É esquisito estar sozinho com uma professora, especialmente a sra. Dodds. Algo no modo como ela olhava para o friso, como se quisesse pulverizá-lo...

- Você está nos criando problemas, meu bem-disse ela.

 

- E a outra garota que estava roubando pedestres? Rindo durante a aula, atirando pasta de amendoim no pobre Grover também não estava criando problemas? – Hermione falou para sua mesa

- Você sabe que ela está falando sobre ele ser neto de Você-Sabe-Quem – Disse Ron

 

Fiz o que era seguro. Disse:

- Sim, senhora.

Ela ajeitou os punhos de seu casaco de couro.

 

- Não consigo evitar imaginar ela montada em moto Harley, com um facão no cinto, óculos escuros e botas de soldado – Disse Simas apenas para Dino, quando os dois começaram a rir.

 

- Você achou mesmo que ia se safar desta?

A expressão em seus olhos era mais que furiosa. Era perversa. Ela é uma professora, pensei, nervoso. Não é provável que vá me machucar. Eu disse:

                                          

- Mesmo estando sozinhos ele continua fingindo – Notou Theodore, confuso – Será que... Não, não é possível.

- O que Nott? Agora fiquei curiosa – Perguntou Pansy.

- É besteira é só que... Com exceção daquele início, onde ele falou sobre ser um mestiço, não tivemos sequer uma menção a elementos mágicos, e se Percy ainda não sabia que era um bruxo nessa época? Digo ele também pareceu surpreso de ver a garota dentro da fonte quando usou magia mais cedo – O Nott explicou – E se nesse momento da história, Percy está vivendo entre os trouxas, porque pensa que é um?

- Até mesmo o título, não é apenas transformo em pó minha professora – Daphne se lembro – é “Sem querer transformo em pó a minha professora de iniciação em álgebra”. Ele não sabia que era um bruxo.

Ninguém da Sonserina teve respostas, a verdade é que isso fazia sentido.

 

- Eu... eu vou me esforçar mais, senhora.

Um trovão sacudiu o edifício.

 

- Wow! Eu me lembro que o clima estava péssimo naquele ano, mas não a ponto de sacudir todo um edifício – Disse Astória, começando a se perguntar se tais trovões eram importantes.

 

- Nós não somos bobos, Percy Jackson - disse a sra. Dodds. - Seria apenas uma questão de tempo até que o descobríssemos. Confesse, e você sentirá menos dor.

 

- Ela sabe – Disse toda a mesa de Grifinória, era bastante óbvio que uma batalha estava para se iniciar.

 

- Agora sim, ele vai parar de fingir agora que ela já deixou claro que sabe a verdade – Zacarias disse.

- É só nisso que você pensa? Essa professora vai morrer esqueceu? – Susana reclamou.

- Eu não posso fazer nada para impedir certo? Essa história já aconteceu chorar por isso não vai mudar algo – O lufano deu de ombros.

- Ela é família de alguém – insistiu a garota.

- Infelizmente ela ERA família de alguém.

A garota apenas se manteve em choque, recebendo um abraço e confortos da amiga Ana, enquanto Justino batia em Zacarias com o cotovelo.

- Foi desnecessário.

- Que seja.

 

Eu não sabia do que ela estava falando.

 

- Ah, ótimo você fez a Susana ficar mal e o garoto nem vai parar de fingir – Disse Ernesto para Zacarias e então desviou o olhar antes que o rapaz respondesse.

 

Tudo o que pude pensar foi que os professores haviam descoberto o estoque ilegal de doces que eu estava vendendo no meu dormitório. Ou talvez tivessem descoberto que eu pegara meu trabalho sobre Tom Sawyer na Internet sem ter nem lido o livro, e agora iam retirar minha nota. Ou pior, iam me obrigar a ler o livro.

 

- Ele prefere perder a nota ao ler o livro – Disse Hermione.

- Ele tem que definir o que é prioridade – comentou Ron.

- Lembrem-se que ler é quase impossível para o Percy por causa das doenças, eu até entendo ele não suportar a ideia.

- E então? - exigiu.

- Senhora, eu não...

- O seu tempo se esgotou - sibilou ela.

Então algo muito estranho aconteceu. Os olhos dela começaram a brilhar como carvão de churrasco.

 

Imediatamente houveram gritos pedindo para que Dumbledore lesse novamente a última linha, muitos simplesmente não acreditaram no que ouviram, ou pensaram ter confundido as palavras.

 

Os dedos se esticaram, transformando-se em garras. O casaco se fundiu em grandes asas de couro. Ela não era humana. Era uma bruxa má e enrugada, com asas e garras de morcego e com uma boca repleta de presas amareladas - e estava prestes a me fazer em pedaços.

 

- Eu não sou má e enrugada – Disse Cho com uma expressão confusa – Ele sabe o que é uma bruxa?

- Ele parece só conhecer a versão dos trouxas sobre as bruxas – Disse Luna – Ele não sabe o que nós somos de verdade.

- Está querendo dizer que o garoto não sabe que é um bruxo? – disse Miguel enquanto Terêncio checava suas anotações.

- É... Digo... Tem aquela parte sobre ele ser um mestiço, mas naquele momento ele claramente era o Percy de hoje e não o do momento da história que estava falando, todo o resto nos leva a conclusão de que ele ainda não sabe sobre sua origem.

- Mas... Se ele não foi criado pelos bruxos... – Cho começava a questionar se ainda havia uma chance de converter Percy Jackson para a bondade, mesmo que atualmente ele já tivesse pleno conhecimento de sua descendência.

 

- Ela não é uma bruxa do ministério disso podemos ter certeza – Foi Neville que quebrou o gelo na mesa de Grifinória – Além dos dementadores, eu nunca ouvi falar do ministério trabalhar com nenhum outro tipo de criatura.

- Tenho a sensação que a Sra. Dodds não é do ministério... E talvez nem mesmo aliada de Voldemort – Disse a Granger.

- Então porque quer matar o Percy? – Disse Gina, nada daquilo faria sentido se fosse assim.

- Isso eu ainda não sei...

- Que diferença faz? Nenhum monstro é pior do que o neto de Você-Sabe-Quem – Disse Ron, já torcendo pela sra. Dodds.

 

- Alguém ajude ele – Disse Daphne ao ouvir a descrição da nova forma da Sra. Dodds.

- Está falando com um livro – disse a irmã mais nova, mas ela parecia tão apreensiva quando a mais velha.

- Onde estão aqueles dois inúteis que deviam protege-lo – Grunhiu o Malfoy, mais pela incompetência dos dois protetores do que por medo da segurança de Percy, afinal ele já sabia quem sairia vencedor deste duelo.

- Devem aparecer em breve, agora que estão fora da visão dos trouxas os dois podem usar magia a vontade – Comentou Blazio.

- Isso se chegarem a tempo...

 

- Ok, alguém parou e fingir – Disse Ernesto – Parabéns Zacarias a Sra. Dodds acaba de nos mostrar quem ela é de verdade.

- E agora é a vez do Percy, enfrentando esse monstro ele não deve mais manter essa imagem de trouxa inocente – Zacarias continuava convencido.

- Hey, aquela professora era só outro monstro – sussurrou Ana para a amiga que ainda estava mal.

- O problema não é esse, o problema é ele agir como se estivesse tudo bem pessoas perdendo suas famílias – respondeu a Bones.

- Zacarias é um idiota, não deixe ele te fazer mal com as atitudes dele, se anime está bem, volte a prestar atenção a leitura, não quer perder nada importante.

 

Então as coisas ficaram ainda mais esquisitas.

 

- E como isso pode ser possível – Comentou Neville Longbottom – Isso faz as histórias do Harry parecerem uma visita a Hogsmeade.

                                                                                  

O sr. Brunner, que estava na frente do museu um minuto antes, foi com a cadeira de rodas até o vão da porta da galeria, segurando uma caneta.

                                                                                 

- Finalmente, mas o que vai fazer com uma caneta? – disse Pansy confusa – Será uma varinha disfarçada?

- Provavelmente.

 

- Olá, Percy! - gritou ele, e lançou a caneta pelo ar.

 

- Ele fez o que? – Disse Astória – Porque não lançou nenhum feitiço?

- Talvez a caneta não seja uma varinha então – Comentou Theodore acreditando que esta era a única explicação plausível.

 

A sra. Dodds deu um bote para cima de mim.

Com um gemido agudo, eu me esquivei e senti as garras cortando o ar ao lado do meu ouvido. Agarrei a caneta esferográfica no alto, mas quando ela atingiu minha mão já não era mais uma caneta. Era uma espada - a espada de bronze do sr. Brunner, que ele sempre usava em dias de torneio.

 

- Uma... Espada? – Comentou Harry.

- Talvez seja como o basilisco? – sugeriu Hermione.

- Por favor não me lembrem disso – disse Gina se encolhendo a menção da serpente.

 

- Porque uma espada? O que ele vai fazer com uma espada? – Pansy ficava mais apreensiva a cada segundo – Uma varinha seria melhor, mesmo sem saber nenhum feitiço as emoções dele seriam o bastante.

- Sim, entendemos, agora cale a boca e nos deixe ouvir o resto da história tudo bem? – Draco exclamou em voz alta, fazendo a garota recuar na cadeira e se afastar um pouco.

- Desculpe – ela pediu, sem nenhuma resposta.

 

A sra. Dodds virou-se na minha direção com uma expressão assassina nos olhos.

Meus joelhos ficaram bambos. As mãos tremiam tanto que quase deixei a espada cair.

 

- Ele nem faz ideia do que está fazendo né? – Disse Ron, empolgado.

 Harry por outro lado estava aflito, ele já esteve no lugar de Percy, enfrentando uma criatura muito mais forte do que ele, tendo nada além de uma arma que não sabia manejar. Novamente o bruxo sacudiu sua cabeça afastando qualquer pensamento de solidariedade por Percy Jackson.

 

Ela rosnou:

- Morra, meu bem!

 

- Au au! – Os grifinórios ouviram baixo, desta vez sem risada, apenas acompanhados de tapas e vozes pedindo silencio.

 

E voou para cima de mim. Um terror absoluto percorreu meu corpo. Fiz a única coisa que me ocorreu naturalmente: desferi um golpe com a espada.

A lâmina de metal atingiu o ombro dela e passou direto por seu corpo, como se ela fosse feita de água: Zaz!

 

- Espera ele acabou de desferir um golpe com uma espada de forma natural e ainda acertou? – Hermione questionou boquiaberta.

- Grande coisa, o Harry já fez isso contra uma criatura 10x maior – Ron se negou a reconhecer os talentos de Percy.

- Não exatamente, quando eu apunhalei o basilisco, foi mais sorte e desespero do que qualquer coisa, não foi nada natural usar uma espada, é estranho, mas o garoto parece ter talento para esgrima – os outros membros da mesa ficaram apenas observando enquanto Potter comentava, logo ele acrescentou – O que?

- Está dizendo que o neto, Dele é melhor que você em algo?

- Não posso ser o melhor em tudo, além do mais quando lutarmos usaremos uma varinha e não espadas – Retrucou Harry.

 

A sra. Dodds era um castelo de areia debaixo de um ventilador. Ela explodiu em areia amarela, reduziu-se a pó, sem deixar nada do cheiro de enxofre, um grito estridente que foi sumindo e um calafrio de maldade no ar, como se aqueles olhos vermelhos incandescentes ainda estivessem me olhando.

 

- Aí está – gritou Blazio Zabini – A professora que foi transformada em pó.

Rapidamente os murmúrios se iniciaram por todo o salão, a grande maioria dos alunos já tinha se esquecido do título do capitulo.

- Ele estava se defendendo – Disse Dino – Ele não a matou por vontade própria, só estava se defendendo.

- Isso não interessa ele ainda matou uma professora – Ron continuava insistindo.

- E o que você faria no lugar dele? – Hermione teve que questionar.

- Fugiria, buscaria ajuda de alguém, para derrubar o monstro sem matar.

- Ron, detesto admitir tanto quanto você – Harry comentou – Mas nenhum de nós dois ia pensar em fugir, teríamos matado aquele monstro.

 

Eu estava sozinho. Havia uma caneta esferográfica na minha mão.

O sr. Brunner não estava lá. Não havia ninguém lá além de mim.

 

- Espera será que foi tudo uma alucinação? – Padma sugeriu.

- Não pode ser, como ele teria a caneta? – Antonio apontou.

- Podem ser Nargulles, Percy parece o tipo de pessoa que eles mais gostam – comentou a Luna.

- Sim claro – Padma revirou os olhos.

- Não pode ter sido apenas imaginação pode.

 

Minhas mãos ainda estavam tremendo. Meu lanche devia estar contaminado com cogumelos mágicos ou coisa assim.

 

Theodore franziu o rosto – É a primeira menção dele a magia e não poderia ser algo mais... Trouxa do que isso.

 

- Nenhum tipo de cogumelo magico tem propriedades alucinógenas tão intensas, no máximo ele veria familiares ou colegas, mas não monstros e toda uma cena de combate – Disse Neville.

- Mas é um pouco estranho... Ele nem se feriu lutando contra esse monstro, como se a mente soubesse que um ferimento sumir de repente não faria sentido – Comentou Parvati – E se for algum tipo de presságio?

- Temos que trazer os materiais de adivinhação para o jantar amanhã – Disse Lilá Brown.

 

Será que eu havia imaginado tudo aquilo?

Voltei para o lado de fora. Tinha começado a chover.                   

 

- Outra vez ele falando sobre o tempo... – Disse Astória.

- Raios, o tempo não é importante – disse Pansy. Nesse momento algo estalou na mente de Astória.

- O nome do livro, é O Ladrão de Raios, esses trovões esse tempo louco, talvez o motivo seja alguma coisa relacionada a essa história – Draco Malfoy foi o primeiro a concordar.

- Faria sentido, diferente de quase todo o resto desse capítulo.

 

Grover estava sentado junto ao chafariz com um mapa do museu formando uma tenda em cima de sua cabeça. Nancy Bobofit ainda estava lá, encharcada do banho no chafariz, resmungando para as amigas feiosas. Quando me viu, disse:

- Espero que a sra. Kerr tenha chicoteado seu traseiro.

 

- Quem? – vários alunos disseram em uníssono.

- Tinha uma Sra. Kerr?

- Não, lembro dele dizendo, 28 alunos e dois professores Sr. Brunner e Sra. Dodds.

- Então de onde veio essa Sra. Kerr?

 

- Quem? - respondi.

- Nossa professora. Dãã!

Eu pisquei. Não tínhamos nenhuma professora chamada sra. Kerr. Perguntei a Nancy de quem ela estava falando.

Ela simplesmente revirou os olhos e me deu as costas.

Perguntei a Grover onde estava a sra. Dodds.

- Quem? - respondeu ele.

 

- O que ele também? – Disse Blazio – Só o Brunner apareceu durante o duelo, será que o Grover é mesmo um protetor?

- Eu desisto – Pansy levou as mãos ao alto – São todos trouxas até que se prove o contrário.

 

Mas Grover primeiro fez uma pausa, e não olhou para mim, portanto, pensei que estivesse me gozando.

 

- Ele está fingindo, mas porque fingir para o Percy? – se perguntou Ana.

- Talvez por causa dos trouxas ao redor, se eles falarem sobre uma professora que ninguém conhece, os outros podem achar estranho – disse Justino.

 

- Não tem graça, cara - disse a ele. - Isso é sério.

Um trovão estourou no alto.

 

Os sonserinos todos dirigiram o olhar para a mais nova Greengras.

 

Vi o sr. Brunner sentado embaixo do guarda-chuva vermelho, lendo seu livro, como se nunca tivesse se mexido. Fui até ele. Ele ergueu os olhos, um pouco distraído.

- Ah, é a minha caneta. Por favor, traga seu próprio instrumento de escrita no futuro, sr. Jackson.

 

- Mas... – Neville sequer terminou sua fala, já erguendo as mãos em rendição.

 

Entreguei a caneta ao sr. Brunner. Não tinha notado que ainda a estava segurando.

- Senhor - disse eu -, onde está a sra. Dodds? Ele olhou para mim com a expressão vazia.

- Quem?

 

Novamente, o salão explodiu em conversas.

- Ele também?

- Afinal o que tá acontecendo?

- Eu achei que o Brunner fosse um bruxo.

- Silêncio ele só deve estar fingindo como o Grover.

- Eu cochilei, pode reler o último parágrafo?

- Afinal tem algum bruxo nessa história?

- SILÊNCIO – rugiu a poderosa voz de Dumbledore.

 

- A outra professora que nos acompanhava. A sra. Dodds. Professora de iniciação à álgebra.

Ele franziu a testa e se inclinou para a frente, parecendo ligeiramente preocupado.

- Percy, não há nenhuma sra. Dodds nesta excursão. Até onde sei, nunca houve uma sra. Dodds na Academia Yancy. Está se sentindo bem?

 

- Este é o fim do primeiro capítulo, e... Se me permitem, antes de iniciar a leitura do próximo eu gostaria de convidar a se juntar a nós, alguns convidados especiais para esta leitura. – Dumbledore fez um sinal com a mão e as portas do grande salão se abriram, revelando duas figuras.

A primeira era um senhor de meia-idade, vestindo um terno marrom claro e um cachecol de xadrez com as cores vermelho, preto e verde, ele também estava em uma cadeira de rodas motorizada que era empurrada por uma outra figura quase tão diferente quanto ele.

Ele parecia um homem adulto, embora ainda não fosse tão alto quanto um, barba rala e algumas espinhas espalhadas pelo rosto, Usava um gorro rastafari com cores preto, verde, amarelo e vermelho, e devia estar a um tempo sem cortar o cabelo, já que o gorro parecia estar bastante volumoso, usa tênis escuros e uma calça jeans, junto a uma camisa laranja onde se lia a inscrição “Acampamento Meio-Sangue”

- Sr. Brunner e Grover Underwood, sejam muito bem-vindos a Hogwarts – disse Alvo Dumbledore caminhando pelo grande salão para receber os convidados.


Notas Finais


História Original: https://www.spiritfanfiction.com/historia/hogwarts-lendo-percy-jackson-10200816

GEEEEENTEEEEE. Primeiro: Me desculpem pela demora, eu prometi um capítulo hoje a noite, mas eu não imaginei que ia sair de madrugada, acontece que...

EU NÃO TINHA NEM IDEIA DE QUE ISSO IA DEMORAR TANTO AUSHAUSUAHSUASH Digo eu sabia que era muita coisa, mas eu realmente tava achando que ia escrever tudo bem rápido.

O inicio do capítulo e o fim estão exatamente do jeito que eu queria (exceto a entrada dos dois visitantes, mas eu estou cansada demais para mudar isso agora, me desculpem eu edito isso amanhã). Mas eu confesso que me perdi muito pelo meio, na cena do museu, os motivos são vários.

A: Eu já tava exausta, gente esse capítulo teve mais paginas do que meu TCC E ELE TINHA VÁRIAS IMAGENS PRA OCUPAR ESPAÇO.

B: Eu realmente não acho que os bruxos deviam dar atenção a mitologia grega nesse momento, já que eles não fazem ideia de quão importante isso é na história.

C: Eu sempre imaginei que os bruxos conhecem mitologia, afinal o que é mitologia além da magia? então eu considero que eles tem um conhecimento basico sobre o universo.

Eu acabei ficando sem ideias pra dialogos e quando percebi estava praticamente copiando todos os dialogos de outras fanfics de reação a PJO, então eu dei um chega pra lá e voltei a manter minha forma de escrever e minha opinião.

Então pessoal, basicamente é isso, eu já vou avisando... NÃO VAI TER CAPÍTULO AMANHÃ UAHUASUASSUS Gente me desculpem, eu sei como é estar ansiosa por uma história, mas não tem condição de escrever quase 12000 palavras todos os dias e ainda manter o nivel de qualidade que vocês merecem, eu vou escrever com mais calma e melhor, e eu acho que a 3 ou 4 dias eu devo terminar um capítulo do livro, e lembrem-se que eu vou ter capítulos de interseção, que não são de leitura, como já tenho um deles planejado, para sair entre os capitulos 2 e 3 do livro (Mesmo capítulo que vai colocar o Percy na história)

Enfim, espero que entendam, me perdoem, me desculpem pelos de portugues eu to escrevendo isso desde as 16:00 e to realmente exausta, eu prometo corrigir tudo amanhã. Beijinhos <3


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