História Encontros e surpresas (SasuNaru) - Capítulo 5: Resolvendo assuntos

Naruto não gosta de ser acordado e prefere acordar sozinho quando seu próprio corpo desejar acordar. Ele realmente gosta de seguir seu relógio biológico, mas quando ele acordou sentindo a língua quente de Sasuke afundar no seu buraco, então ele começou a achar que seria uma ótima ideia ter Sasuke como seu despertador pessoal.

A língua quente do alfa ou o pau grande seriam ótimos despertadores, Naruto fez até uma anotação mental para deixar Sasuke ciente sobre aquilo.

— Sasu… — Naruto gemeu docemente enquanto empinava a bunda no rosto do alfa.

Sasuke sorriu entre as lambidas e beijos que dava no delicioso buraco rosado, que aquela altura estava sensível e inchado por causa do sexo que haviam tido durante horas na madrugada passada.

Sasuke abriu mais os lados da bunda farta e enfiou a língua mais profundamente. O suco de Naruto escorria pela boca de Sasuke, deixando toda a boca e o rosto do alfa molhados com a deliciosa lubrificação que saía do buraco gotejante. Naruto gemeu arrastado e soltou um grito mudo quando gozou nos próprios lençóis. Sasuke passou os dedos pelos lençóis “sujos” com o gozo de Naruto e lambeu, provando o sêmen doce do seu precioso ômega.

— Bom dia, precioso. — Sasuke disse enquanto abraçava Naruto e depositava beijos nas costas e ombros do ômega.

— …Dia, alfa. — Naruto sorriu. — É uma forma doce de acordar.

— Gostou, precioso? Não consegui deixar minha boca longe da sua bunda. Ela estava me chamando.

— Estava? — Naruto riu, fazendo seus olhos se tornarem meia-luas brilhantes.

— Sim, era algo como…”Por favor, alfa…beije minha bunda e me faça gozar linda…”

— Sasu…pare…— Naruto empurrou os ombros do alfa, sentindo vergonha ao imaginar a cena de um Sasuke recém desperto enfiando a boca no seu buraco.

— Você estava gemendo enquanto dormia, Naru…foi lindo. — Sasuke puxou o queixo de Naruto e beijou os lábios. — Eu amei acordar e ter sua bunda como a primeira coisa que vi…posso me acostumar com isso.

— E eu posso me acostumar a ter sua boca como meu despertador pessoal.

Sasuke riu e começou a beijar o ventre liso do ômega.

— Vamos para o médico hoje, precioso. Temos uma consulta em 2 horas…o que acha de tomar um delicioso banho e um bom almoço?

— Almoço? — Naruto arregalou os olhos. — Dormimos tanto assim?

— Sim, precioso, mas só dormimos quando o sol nasceu então na verdade dormimos um pouco mais de 5 horas.

— Tem razão…vamos perder a universidade hoje também, não é? — Naruto perguntou. Ele estava mexendo nos cabelos do alfa, enquanto que o alfa estava com a cabeça deitada em seu ventre reto.

— Sim, mas não se preocupe, precioso. Vou deixar a universidade saber o motivo.

— A universidade deixaria isso passar?

— Claro que sim, precioso. A família Uchiha é uma grande investidora em algumas pesquisas lá.

Naruto riu.

— Ser rico é algo incrível, não? — Naruto disse com um sorriso brincalhão nos lábios.

— Não sei, diga-me você, afinal você é um Uchiha também, doçura.

Naruto sorriu. O tipo de sorriso que fazia Sasuke se apaixonar uma vez mais.

— Então está tudo bem pegar o seu cartão e torrar seu dinheiro com um par de alianças?

— Claro, precioso. Vai ser excitante ver você gastar meu dinheiro.

Naruto riu e puxou Sasuke para um beijo.

Eles ficaram na cama o máximo de tempo possível para não se atrasarem para a consulta. Depois de uma longa sessão de beijos, toques e amassos, com Sasuke deixando chupões profundos no pescoço de Naruto, ambos foram tomar banho juntos.

Naruto docemente pediu para o alfa ensaboar seu corpo, Sasuke obedeceu sem questionar, no final Sasuke precisou usar o máximo da sua força de vontade para não meter fundo dentro de Naruto enquanto ensaboava o corpo do loiro, mas Naruto não colaborava. O corpo do ômega estava sensível pela noite passada, então o mínimo toque de Sasuke fazia o loiro gemer baixinho.

Depois da árdua luta de Sasuke para tentar manter o controle enquanto lavava o corpo de Naruto, ambos vestiram roupas confortáveis e desceram para o almoço, e logo depois foram para a primeira consulta.

E se Sasuke estava completamente eufórico, Naruto estava apreensivo.

Durante todo o caminho ele mantinha as duas mãos na barriga, protegendo o caroço de feijão de perigos imaginários, contando até com o seu próprio medo.

Embora estivesse feliz com o bebê, havia muito medo dentro do seu coração. Ele nunca pensou em um bebê até engravidar, então era como se ele tivesse sido jogado em um campo de guerra para lutar usando apenas a coragem, ou talvez nem isso.

Ele realmente estava feliz, mas tudo era muito novo para ele, até mesmo seu relacionamento com Sasuke. Geralmente você conhece a pessoa antes de engravidar, mas Naruto havia engravidado para conhecer a pessoa, e aquilo o fazia ter um pouco de medo. Aquilo podia ser o início de um relacionamento forte ou apenas o início de uma grande explosão?

Por sorte Naruto estava conseguindo fingir bem seus medos com um grande sorriso no rosto e Sasuke estava distraído cantarolando e distraído com o trânsito.

Ele amava Sasuke, desde antes até agora, e estava feliz com o bebê, mas ele era jovem demais e foi pego de surpresa. E não era covardia sentir medo ou apreensão. Uma gestação em uma época tão jovem é realmente algo assustador, mas Naruto sabia que podia contar com as pessoas que amava. Ele só precisava de tempo. Tempo para digerir tudo e para entender tudo. Tempo para se acostumar com todas as mudanças das últimas semanas.

— Esse médico é o melhor.

— Ahn? O quê?

— O médico que vai acompanhar sua gestação é o melhor do Japão. Ele é meu padrinho também…

— Oh! Sério?

— Sim, ele foi o médico que acompanhou a gestação de Itachi, e o Alfa dele é um escritor conhecido, no final minha mãe e esse médico acabam construindo uma amizade fora do lado profissional depois de conversarem em uma festa, e no final ele se tornou meu padrinho.

— É bom que seu padrinho seja seu médico quando criança…aposto que você inventa dores quando era um filhote porque sabia que ele iria te dar atestados, não?

— Fui pego. — Sasuke riu. 

Naruto imaginou um pequeno Sasuke choramingando no colo do padrinho e inventando doenças apenas para não precisar ir para o jardim de infância, e Naruto nem podia o culpar por isso, quando ele próprio era um filhote constantemente choramingava no colo do “baasan”, que era médico, e pedia para ficar na cama por causa dos dodóis.

— Também tenho um parente médico, na verdade dois, e meu avô é escritor…você comentou que o alfa do seu padrinho é um escritor então me lembrei do meu avô.

— Ele é? Não o conheci ainda.

— Ele está na Europa…com o novo livro dele. Vai ter algo com uma série ou filme…não sei realmente.

— Qual é o livro?

— Tem alguns, o último foi "cidade de marfim". É um livro de distopia.

— Vou ler para quando o encontrar…para causar boa impressão.

— Não precisa disso. — Naruto disse. — Você vai causar uma boa impressão apenas respirando. 

Sasuke riu.

— Eu vou?

— Claro que vai. Você é Sasuke boa impressão Uchiha.

— Muito engraçado, Naru, mas surgiu uma dúvida agora…quando vou conhecer sua família? Tipo…toda a família?

— Quando surgir oportunidade? — Naruto respondeu com uma pergunta. — Não há muitos Namikaze, mas tem muitos Uzumakis.

— Podemos fazer um grande chá de bebê daqui uma semanas.

— Podemos. Isso me lembra que ainda não falei da minha gestação para nenhum familiar fora meus pais e irmãs.

— Não?

— Não.

— Sério?

— Sim, mas não fique com essa cara de gato zangado, faz pouco tempo que estamos juntos. Eu apenas não tive tempo de informar ao bando.

— Eu avisei para minha família.

— Quando?

— Quando eu soube.

— Oh! Está brincando?

— Não. Por que eu brincaria? Queria que todos soubessem.

— Hum…entendi…acho que depois de comprar alianças hoje eu vou mandar uma foto no grupo da família e desligar o celular…tia Mei vai me matar.

— Por que mataria?

— Ela é do tipo conservadora e pulamos algumas etapas…mas sei que ela vai gostar de você. Ela vai dizer que você é bonito e bem de boa família, além de assumir a responsabilidade e afins.

— Então ela vai me aprovar se eu colocar uma aliança no seu dedo?

— E uma marca no meu pescoço.

— Então é bom cumprir os desejos dela, não é? — Sasuke disse com um sorriso estampado no rosto.

— Vocês vão se dar bem. — Naruto sorriu.

Elas não demoraram para chegar até a clínica. Naruto nem se surpreendeu quando desceu do carro e viu o prédio mais bonito que seus olhos já enxergaram.

— Isso é uma clínica? Tem certeza que não é um hotel 10 estrelas?

Sasuke riu. A mão dele sempre circulava na cintura de Naruto.

— Tenho certeza, precioso. — Sasuke riu. O alfa queria que Naruto se acostumasse a frequentar bons lugares. Queria dar ao seu ômega tudo do bom e do melhor. Queria que ele fosse tratado como um rei. — Vá se sentar, vou na recepção para organizar seus documentos.

— Tudo bem… — Naruto ficou na ponta dos pés e selou brevemente os lábios de Sasuke antes de se afastar e ir sentar no confortável sofá da recepção.

Sasuke passou alguns segundos desconcertados. Naruto nunca o beijou daquela forma. Um pequeno selo de despedida, o tipo de beijo que casais ficam dando sempre que vão a algum lugar. Não era um beijo intenso e forte, era doce e suave, como se estivesse dizendo "te vejo daqui a pouco".

Sasuke fez uma anotação mental para incluir aquilo na lista de coisas que sempre deveria fazer. "Selinhos de despedida".

Ele chegou na recepção. Uma mulher bonita e elegante o atendeu.

— Boa tarde, Senhor Uchiha, no que posso ajudar?

— Obstetrícia. Para o Dr. Orochimaru.

A mulher o olhou por alguns segundos. Todos sabiam quem era a família Uchiha, e todos sabiam quem era Sasuke Uchiha.

— Qual o paciente?

— Naruto Uchiha.

— Um momento…não há nenhum Naruto Uchiha no sistema.

Sasuke soltou um suspiro longo e estalou a língua.

— Procure Naruto Uzumaki.

A recepcionista fez o que foi mandando e em poucos segundos o rosto dela se afastou da tela do computador.

— Está aqui. Naruto Uzumaki… É seu ômega?

— Sim. Mude o nome dele para Naruto Uchiha.

— Não posso, os documentos constam Naruto Uzumaki.

Sasuke estalou a língua novamente.

— Ele é vinculado a mim. Apenas mude já que ele é meu.

— Senhor, se fosse uma marca então poderíamos mudar porque uma marca vale mais que um casamento, mas é apenas um vínculo, então podemos mudar. Alterações apenas quando ocorrer uma marca ou mudança oficial no nome, o que vinher primeiro.

Soltou um suspiro longo.

— Vou providenciar a mudança de nome. — Sasuke resmungou para si mesmo. — De que horas a consulta?

— Daqui a 20 minutos. Por favor suba até o andar 10.

— Certo. — Sasuke respondeu.

Seu humor baixou ao saber que o nome de Naruto não constava como Uchiha. Era algo bobo para muitos, mas alfas tendiam a ser muito desconfiados.

— Naru, vamos subir até o 10° andar. — Sasuke disse quando se aproximou do loiro.

Naruto estava segurando a barriga confortavelmente com as duas mãos e cantarolando quando Sasuke chegou perto de si.

— O médico não fica aqui?

— Cada andar é uma especialidade.

— Uau! Isso é maneiro. — Naruto se levantou e estendeu a mão em direção a Sasuke.

Sasuke aceitou prontamente e entrelaçou os dedos.

— Minha mãe fez o seu cadastro aqui. Sempre que sentir algo basta pedir para algum dos motoristas da família vim deixar você…obviamente que você deve falar comigo primeiro e eu trago você até aqui, mas caso eu esteja longe basta usar os motoristas e carros da família.

— Certo…mas eu tenho um plano de saúde também. O trabalho da mamãe oferece plano de saúde familiar.

— Use o meu plano, Naru. Prefiro que você seja atendido pelos médicos que cuidam da família Uchiha há quase 40 anos.

Naruto sorriu.

— Você fica fofo sendo tão cuidadoso e desconfiado com as coisas. — Disse enquanto agarrava o braço de Sasuke.

— Dizem que alfas são superprotetores no começo do relacionamento…e até o fim dele, talvez até além. — Sasuke disse ao lembrar que mesmo depois de anos de casados seus pai também agia daquela forma com a sua mãe. — Entre, amor. — O alfa disse quando a porta do elevador abriu.

— Até mesmo o elevador é bonito. Eu não sabia que elevadores podiam ser bonitos.

Sasuke riu. O braço dele não largava a cintura de Naruto, sempre lá, protegendo seu ômega.

— É adorável sua surpresa com tudo que vê. 

Naruto riu.

— Podemos ir para alguma doceria quando acabar aqui?

— Claro, doçura.

A porta do elevador abriu no décimo andar, e alfa e ômega se surpreenderam quando viram uma figura rosada na porta do elevador.

— Sasuke-kun! — Sakura exclamou. Um sorriso doce emoldurou seus lábios até que ela viu Naruto e o sorriso aos poucos diminuiu.

— Sakura. — Sasuke cumprimentou sem dar muita atenção. 

Naruto segurou o braço do alfa com mais força. Ele já havia visto Sasuke e Sakura juntos um par de vezes, e embora nunca tenha visto nada realmente, ele sabia que havia tido algo.

— O que faz aqui? — Sakura perguntou.

— Viemos ver o nosso bebê. — Naruto respondeu rapidamente. Segurando a barriga com a mão livre. — É a primeira consulta do bebê-chan, então não podemos atrasar, não é, alfa? — Naruto olhou para Sasuke.

— Isso. — Sasuke sorriu enquanto captava feromônios territorialistas em Naruto. — Precisamos ir, não é, preciso? Ande com cuidado, ômega, suas pernas ainda estão fracas da noite passada.

O rosto de Sakura se contorceu em uma carreta feia, e o rosto de Naruto ficou vermelho, mas o loiro não negou, pelo contrário, agiu como um legítimo ômega protegendo seu território.

Ele segurou o braço de Sasuke com mais força e exalou feromônios doces. 

— O que posso fazer se meu alfa queria minha atenção? Agora vamos logo, Sasu, eu quero ver o bebê.

— Claro, amor. — Sasuke respondeu e passou pela rosada sem esperar que ela falasse algo.

Naruto sempre o agarrando, marcando território. Sasuke sentia uma euforia genuína vendo seu ômega ser tão possessivo consigo.

Quando estavam longe o bastante Naruto formou um bico nos lábios e encarou Sasuke.

— Ela é burra? 

— Que?

— Ela perguntou o que estamos fazendo aqui, mas isso não é óbvio? Cada andar é uma especialização, então se esse andar é a área ginecológica e obstétrica então não é óbvio?

— Bem, mas você poderia estar vindo apenas fazer uma consulta normal no ginecologista, não é? Ou talvez poderíamos estar apenas perdidos e…

— Vai defender ela?

— Não, doçura, você tem razão. Ela fez uma pergunta estúpida, e além disso onde eu vou não é da conta dela e nem de ninguém.

— É da minha conta. — Naruto respondeu, encarando Sasuke como se fosse um gatinho ranzinza.

— Exato, doçura, exceto você…e a minha mãe, eu não devo satisfação a ninguém.

— Exatamente, alfa. — Naruto respondeu. Orgulho puro nas suas palavras. Instinto dominante gritando mandando-o proteger seu alfa de ameaças.

E Sasuke, entendo os sentimentos que dominavam Naruto, emplacou a cintura do ômega e deixou seu cheiro abraçar o loiro, fazendo Naruto soltou um suspiro satisfeito.

Pouco tempo depois de chegarem na recepção eles foram chamados para a consulta. Naruto, que estava sempre alheio e deixando Sasuke tomar conta de tudo, sentiu o coração bater forte e feromônios acolhedores emanarem do seu corpo quando Sasuke abriu a porta do consultório e ele viu a pessoa que seria seu médico.

— Orochimaru-obaasan. — Naruto avançou dentro da sala e abraçou o ômega mais velho.

— Naru-chan…então realmente é você… — Orochimaru disse sorridente. Estava animado como Naruto, mas ele era bem mais discreto. — Oh! Então você está esperando um filhote?

— Sim, mas não conte pro vovô ainda. Quero contar pessoalmente quando ele voltar no próximo mês.

— Então vocês se conhecem. — Sasuke pontuou enquanto se aproximava dos dois ômegas e descansava a mão na lombar do loiro. — Se Orochimaru-san é seu obaasan, então o marido dele é seu avô? Aquele que você diz que escreve?

— Sim. Vovô era casado com minha avó, mas depois do divórcio ele construiu um relacionamento com Orochimaru-obaasan. Faz o que? Uns 35 anos?

— 37. — O ômega mais velho corrigiu com um sorriso nos lábios. Ele amava dizer em bom som o tempo que estava unido ao seu alfa. — Então Naru-chan é meu paciente…e seu alfa é o jovem Uchiha…ele contou que cuidei dele e do irmão dele?

— Sim, me sinto mais confiante agora que sei que é você.

— Fico feliz, mas me sinto estranho por não ter me falado antes.

— Pensei que estivesse com o vovô no exterior, e ainda estamos no começo, então ninguém sabe.

— Mei vai elouquecer. — Orochimaru disse enquanto sorria.

— Sim, ainda não sei como a mãe não contou pra ela.

— Kushina-san deve estar se esforçando muito pra não contar pra família inteira, mas agora vamos para o que interessa…por enquanto. — Orochimaru sussurrou. — Quero detalhes sobre essa história, Naru.

— Ligarei para você mais tarde, baasan, e vou explicar tudo, mas não conte para o vovô ainda.

— De qualquer forma eu não contaria para o seu avô e nem para Tsunade, eles morreriam e eu perderia meu alfa e minha amiga.

A história de amor do seu avô e de Orochimaru era intensa e forte. Jiraya, Tsunade e Orochimaru eram amigos de infância, ou melhor, amigos de berçário. Se conheciam desde pequenos e eram super amigos. Jiraya e Orochimaru sempre tiveram 'algo', não era um romance ou algo muito intenso na época, mas era algo, uma faísca que constantemente era contida. Como se tivessem medo de aceitar os sentimentos do seu coração.

No último ano do ensino médio Jiraya se confessou para Orochimaru e foi prontamente rejeitado, e não apenas rejeitado como abandonado. Orochimaru foi para o exterior, cursar medicina em uma universidade de prestígio na Alemanha. Jiraya e Tsunade foram abandonados, um deles pelo seu primeiro amor e o outro por um dos seus melhores amigos. Ambos acabaram se aproximando até entrarem em um relacionamento, mas no final ambos acabaram cavando a própria cova. Eles se amavam, mas não como um casal deveria amar.

Mas eles persistiram, se casaram e Tsunade engravidou, e embora ambos amassem Minato como nunca antes amaram na vida, eles não podiam continuar aquele relacionamento.

O divórcio veio quando Minato completou 2 anos, e quando Minato completou 5 anos Orochimaru voltou do exterior. Presos nos sentimentos que na verdade nunca foram embora, Jiraiya confessou o que sentia uma outra vez e dessa vez prometeu nunca desistir, Orochimaru negou, outra vez, mas não por não o amar e sim por não conseguir ter filhos. Sentia-se um ômega podre, defeituoso e fraco, mas Jiraya não desistia e todos os dias se confessa até que as barreiras de Orochimaru começaram a ceder.

Quando Naruto nasceu Minato e Kushina eram muito jovens e Tsunade estava fazendo pesquisas em lugares remotos do mundo, Orochimaru foi o principal suporte materno da família, embora não pudesse ter filhos, o ômega era muito familiar e tinha experiência com crianças por causa dos anos sendo pediatra, então ele sempre estava presente ajudando Kushina e cuidando de um pequeno Naruto choroso.

Até mesmo naquele momento Orochimaru cuidava dele, passando gentilmente o gel em sua barriga levemente dura.

— Ainda não acredito que não me contou antes, Naru.

— Faz pouco tempo que descobri…acho que 10 dias? Na verdade acho que faz menos.

— Você está com quase 6 semanas. — Orochimaru disse. Os cantos dos lábios do ômega mais velho estavam levemente erguidos. — Há um netinho ou netinha crescendo aqui dentro. É pequeno como um feijão, mas está bem e saudável, mas quero exames de sangue completos e quero que você cuide bem da sua saúde, ouviu?

 — Certo. Vou providenciar isso. — Sasuke respondeu no mesmo instante.

— E quero que cuide da sua alimentação e faça exercícios leves, principalmente aqueles que ajudam com a movimentação…e evite estresse. Isso é um aviso pra você, Sasuke. Que agora além de ser meu afilhado, você também é meu genro, e precisa cuidar bem de Naruto e seu filhote.

Sasuke sorriu vitorioso ao ser tão rapidamente acolhido pelo ômega mais velho. Se conquistar o resto da família de Naruto fosse fácil assim então ele estava bem na vida, tirando, é claro, as irmãs gêmeas do seu loiro que odiavam Sasuke profundamente. 

Ele conhecia Orochimaru há anos, então era bom saber que aquele homem também era parente de Naruto, e apenas vendo a forma como ele sorria para Naruto e Naruto para ele, Sasuke sabia que eles tinham uma boa relação, o que era estranho levando em consideração as personalidades completamente opostas.

— O coração…? — Naruto perguntou baixinho depois que Orochimaru falou sobre alguns cuidados.

Ele passou o aparelho com o gel na barriga de Naruto para os lados e depois de mexer alguns botões na grande tela, o barulho rápido do bater de um coração foi ouvido.

— Aqui está…o batimento do filhote. 

 Naruto sorriu, Sasuke sequer conseguia conter a voz interior que ressoava dentro de si o parabenizando pelo trabalho bem feito.

O alfa gentilmente segurou a mão de Naruto e beijou o alto da sua cabeça.

— Nosso filhote…é normal ser tão rápido assim?

— Sim. O filhote é minúsculo agora, então vocês podem ver apenas onde ele está…bem aqui… — Orochimaru apontou para um canto na tela. — Mas está saudável e o desenvolvimento é bom.

— Então…Naruto e o bebê estão bem?

— Sim. Nos próximos meses é possível que os hormônios de Naruto fiquem mais aflorados. Aqui. Pegue isso. —  Orochimaru puxou um pequeno livreto para Sasuke.

— “O que esperar quando seu ômega está esperando: O guia básico"? — Sasuke leu o título do livreto.

— São algumas coisas importantes para os alfas entenderem melhor seus ômegas, também há opções de livros e documentários. Escrito pelos melhores médicos da área, ou seja, eu estou no meio.

— Baasan é sempre preparado. — Naruto sorriu enquanto via Sasuke começar a ler o panfleto com muita atenção.

Depois de mais algumas instruções e depois de Naruto prometer ligar para Orochimaru, ambos saíram na sala. A mente de ambos ainda ressoava o som dos batidos acelerados do filhote.

— Doçura, você quer comer algo primeiro ou fazer algumas compras? Eu não sei se você lembra, mas você disse que queria alianças e eu não deixo você voltar atrás.

Naruto riu e entrelaçou seus dedos nos de Sasuke.

— Podemos fazer o que quiser primeiro, e não se preocupe…eu não vou voltar atrás e acabar fazendo algumas pessoas acharem que você está disponível. — Naruto disse.

— Você é doce quando está assim, Naru.

— Eu tenho bons motivos pra isso, não é? — Naruto apontou com o queixo para um canto e Sasuke olhou para onde seu ômega indicava.

Sakura Haruno estava lá, em pé perto do carro de Sasuke, ou melhor, colada ao carro de Sasuke.

— Baasan disse que eu não posso me estressar. — Naruto disse deixando seu desgosto bem claro. Sasuke encarou seu ômega e viu um vislumbre feroz em seus olhos claros.

— Não se preocupe, doçura. Sem estresse para você ou nosso filhote.

Sasuke segurou a mão de Naruto com mais força e ergueu a mão, dando um beijo sonoro no dorso.

Quando se aproximaram e finalmente tiveram a presença notada, Naruto notou que Sakura apertava o seu vestido com força, fazendo os nós da sua mão ficarem ainda mais brancos que sua pele.

— Sakura, algum problema? — Sasuke perguntou quando chegaram perto o suficiente.

— Ah…S-sasuke-kun…eu…eu ia pedir um táxi, mas meu celular descarregou então…

— Então você quer meu celular emprestado para pedir outro? — Sasuke perguntou se fazendo de inocente. — Aqui. Pegue. 

Sasuke desbloqueou o celular e estava prestes a entregar a Sakura, mas a voz de Naruto fez o moreno interromper a ação.

— Não precisa usar o seu, alfa…use o meu. — Naruto desbloqueou o celular e estendeu para Sakura. — Sasuke está esperando uma ligação importante da mãe, então não é bom usá-lo. — Naruto disse, chamando Mikoto de mãe.

Era comum tratar a sogra e o sogro como mãe ou pai. Naruto havia acabado de conhecer a família de Sasuke, então ele não era tão íntimo assim, mas ele não conseguia impedir aquele seu lado ciumento. Ele realmente queria marcar Sasuke como seu alfa. Queria proteger seu território.

Os olhos de Sakura se arregalaram levemente, mas logo ela retrocedeu.

— Eu na verdade estava pensando que uma carona seria melhor… — Sakura disse enquanto olhava para Sasuke.

— Alfa, dá tempo de dar uma carona para Sakura e irmos comprar nossas alianças? Eu quero minhas alianças, Sasu. — Naruto disse. Os olhos azuis ganharam um brilho extra e Naruto começou a ronronar baixo.

— Alianças? — Sakura perguntou.

— Sim. Eu e Sasu vamos casar quando o filhote nascer, não é, Sasu?

— Hum. Podemos casar hoje, mas você realmente quer esperar até o nosso filhote nascer.

— Mas o filhote não ficará bonito usando uma roupinha branca fofa e uma gravata borboleta?

— Ficará adorável, principalmente se ele for lindo como você.

Sasuke realmente gostava daquele Naruto. Um Naruto fofo e adorável que gostava de ter atenção e agir como se tudo fosse uma ameaça. Para Sasuke ele era como um filhote assustado e ele realmente amava isso.

— Ah, então, Sakura…quer uma carona para onde? — Naruto perguntou. Ele se sentia levemente culpado por agir daquela forma, mas ele não conseguia evitar. Sasuke era dele, e Naruto sabia que Sasuke era bem pior quando se tratava daquele assunto, constantemente agarrando Naruto e marcando-o com seu cheiro. 

— E-eu a-acho melhor não atrapalhar vocês…até outro dia. — Ela disse e simplesmente saiu sem esperar respostas.

— Você é uma coisinha braba quando fica com ciúmes. — Sasuke depositou um beijo no pescoço de Naruto. — Eu gosto.

— Sasu…eu peguei pesado? 

— Claro que não, doçura. Você estava protegendo o que é seu.

— Será que ela ama você?

— …Eu saí com ele um par de vezes…foi realmente por pouco tempo, talvez uma semana no máximo, mas eu disse a ela que não queria nada sério e ela aceitou.

Naruto ficou com um bico nos lábios.

— Não perguntei se você saiu com ela…alfa idiota.

Sasuke sorriu e abraçou Naruto, mordendo levemente o bico nos lábios do seu ômega.

— Respondendo a sua pergunta, doçura, eu não faço a mínima ideia se ela me ama, a única coisa que me importa é saber que você me ama tanto quanto eu te amo.

— …alfa idiota. — Naruto respondeu ainda com um biquinho nos lábios.

Sasuke riu. Ele abraçou Naruto com força, descansando seu rosto na curva do pescoço do seu loiro.

A última coisa que Sasuke pensou antes de Naruto começar a reclamar dizendo que estava com fome era que ele ia precisar de conselhos sobre como lidar com um ômega gestante.

[...]

Sasuke olhava para o anel de compromisso na sua mão direita com extremo carinho e devoção. O anel que Naruto passou horas procurando. O anel que Naruto cuidadosamente escolheu. O anel que Naruto colocou no seu dedo no dia anterior e beijou suavemente, prometendo um dia que eles usariam anéis combinando no dedo anelar da mão direita. O anel que guardava promessas de uma vida inteira juntos.

Sasuke beijou o anel e imaginou o ômega ao seu lado. Infelizmente eles não tinham aulas juntos e nem mesmo estudavam no mesmo departamento, então enquanto Sasuke estava pagando as disciplinas mais avançadas de gerência de empresas e empreendedorismo, para finalmente terminar a faculdade, Naruto ainda estava na metade do curso por ter precisado trancar algumas vezes e também reprovar em algumas disciplinas.

Ele realmente não gostava de ficar tão longe de Naruto, principalmente com o ômega carregando sua criança, mas ele sabia que se fosse muito controlar Naruto ia acabar se irritando, e um ômega gestante estressado é a última coisa que Sasuke precisa, então ele se contentava com a falta do loiro observando seu dedo anelar e colocando o nariz perto do seu moletom que estava cheirando exatamente como Naruto, já que o loiro havia usado a peça de roupa para dormir noite passada.

As aulas se passaram lentamente e quando finalmente acabou Sasuke já estava preparada para correr até o departamento do seu ômega, mas foi parado pela voz de Sakura, que puxou seu braço assim que ele passou pela saída, como se estivesse esperando por ele.

— O que? — Sasuke perguntou bruscamente. Seu alfa interior estava irritado por ser impedido de ir até seu ômega.

— E-eu…eu queria conversar sobre algo…

— Estou ocupado.

— Por favor. É importante.

—  Você tem 5 minutos. — Sasuke disse enquanto olhava o relógio de pulso. A aula de Naruto ainda não havia terminado. — Tenho que ir até Naruto.

Sakura tremeu suavemente com a menção do nome do ômega.

— É sobre ele que eu queria conversar…ou melhor, nós dois…

— Nós?

— Sasuke-kun…é realmente verdade? Você vai ser pai?

— Sim.

— Sasuke-kun, eu realmente acho isso estranho. Eu…eu…você sabe que eu sempre estive ao seu lado e eu…eu sei quem você é, e sei que esse não é você…se algo estiver acontecendo então por favor me diga!

— Do que diabos você está falando, Sakura?

— Se a sua família está forçando…

— Minha família não está forçando nada. — Sasuke interrompeu.

— E-então você deve estar se sentindo responsável, não é? Você não precisa casar apenas por causa de uma gravidez…n-na verdade talvez o bebê…

— Calada! — Sasuke interrompeu pela segunda vez, mas dessa vez os olhos negros ganahram um tom forte de vermelho e o rosto parecia travado em fúria. — Se você se atrever a insinuar algo do meu ômega, eu vou te matar. Eu vou te matar.

— S-sasuke-kun…

— Eu não sei o que você tem na cabeça, mas eu não estou sendo forçado. Transamos sem camisinha, e sim, foi um acidente, mas o filhote é desejado. Eu e Naruto estamos juntos como um casal porque queremos isso. Isso aqui. — Sasuke ergueu a mão direita. — É um anel de compromisso colocado de forma consensual.

— M-mas…você disse que relacionamentos são desnecessários. Você disse que…

— Aquilo era sobre outras pessoas. Naruto é completamente diferente.

— E-ele age como se você fosse propriedade dele, Sasuke-kun, talvez você não note porque acha que está apaixonado, mas…

— Eu estou apaixonado, Sakura. E eu sou propriedade dele. 

— S-sasu…

— Sakura, eu tenho certeza que você tem esses pensamentos ao meu respeito porque eu não me relacionei seriamente com você ou com qualquer outra pessoa desde que eu cheguei aqui, mas quero que você entenda algo, Naruto nunca foi qualquer pessoa pra mim. Eu o conheci há anos e o amo desde então e ele nunca será qualquer um. Eu não estou sendo enganado e nem forçado. Eu o amo, e eu não quero que você ou qualquer outra pessoa pense que eu estou brincando. Estou completamente sério e feliz.

— M-mas…ontem ele agia possessivo…e-eu sei que você odeia isso. Você sempre disse que adora a liberdade. — Sakura insistia no assunto, e Sasuke começou a se irritar.

— Sakura. Ele é um ômega gestante. A última coisa que um ômega grávido quer é alguém invadindo seu território, e ter uma ex ficante rondando o território dele faz com que ele fique rosnando por aí, e eu gosto disso. Ter meu ômega agindo assim por minha causa só mostra o quanto ele me vê como algo dele, e eu tenho o mesmo sentimento com relação a ele e sei que ele se sente da mesma forma. — Sasuke disse e suspirou profundamente. — Desde o início você sabia que eu nunca quis nada sério com você, então não insista.

— …

— Agora tire sua mão do meu braço.

— Sasuke-kun…eu te amo…realmente amo, e…e…e eu me contento em ficar com as migalhas…quando você estiver cansado…entediado ou…ou…ou quando ele ficar gordo demais para…

— Sakura! Você está insinuando que eu traia meu ômega com você? Um ômega grávido? Você realmente está sugerindo isso? — Fúria circulava o corpo de Sasuke. Cada fibra do seu corpo estava se segurando para não fazer algo que pudesse se arrepender. Os olhos agora brilhavam como carmim, e feromônios agressivos formavam uma nuvem densa ao redor do alfa. — E Naruto não vai ficar gordo, ele vai estar carregando meu filhote, então não fale merda nenhuma sobre ele, mas quando Naruto estiver “gordo” eu vou cuidar dele e amá-lo como nunca antes, vou carregá-lo para onde ele quiser ir, ajudá-lo com tudo que precisar e fazer exatamente tudo que ele quiser. — Sasuke retirou a mão de Sakura que ainda estava no seu braço e rosnou para a rosada. — Nunca mais chegue perto de mim ou do meu ômega. E para a sua informação, entre eu e ele, eu com certeza sou o mais apaixonado, então se você ainda acha que há algum golpe da barriga ou algo do tipo, saiba que eu sou o culpado. Sou o maldito golpista apaixonado, então não me perturbe com essas merdas e nem perturbe o meu ômega.