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História Encrenca - A Companhia dos Loucos


Escrita por: Gaster_Shipper

Notas do Autor


É UM MILAGRE?!?!?!?!?!?!

HEAVENTALE GASTER CHEGANDO!!!!!!! E eu tenho notícias muito boas pra vocês!!! (são boas pra mim também, mesmo que eu tenha que cozinhar comida extra ;u; faz parte)

TEREMOS POSTAGEM SEGUIDA!!!!!!!

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH *explode*

Espero que tenham tido a mesma reação que eu, pra mim não ficar mau na fita :v mas em fim, deixa eu explicar:

Lady Dinamite Dinamitosa me mandou um zapi-zapi (whatsapp é pros frescos) que ela tinha DOIS capítulos prontos (não me perguntem como ela conseguiu esse milagre :v) e que queria postar um hoje E OUTRO AMANHÃ, PERTO DO HORÁRIO DO ALMOÇO!!!!!

QUEM TÁ ANIMADO GRITA PAÇOCA!!!!!!

Ah, e como faz relativamente pouco tempo tempo desde a última postagem, decidimos deixar as votações ainda em aberto! Por enquanto, Banana tá ganhando, mas se você ainda não votou, aqui vai as regras:

SE VOCÊ QUER CAPÍTULO DE ATÉ 2.000 PALAVRAS COMENTE BISCOITO

SE VOCÊ QUER CAPÍTULO DE 2.000 A 3.000 PALAVRAS COMENTE BATATA

SE VOCÊ QUER ATÉ 3.000 PALAVRAS COMENTE BOLACHA

SE VOCÊ NÃO SE INCOMODA DE LER UM CAPÍTULO COM 4.000 PALAVRAS OU MAIS, NÃO IMPORTA QUANTO TEMPO DEMORE PRA POSTAR, COMENTE BANANA

Ah, e dessa vez vou colocar um recadinho nas notas finais além dos da Lady Dinamite (ia colocar aqui, mas já escrevi uma bíblia, então né?), então queria avisar, porque sei que a maioria lê as notas iniciais, mas não sei se todo mundo lê as notas finais ¬¬

BOA LEITURA E ABRAÇOS DE OSSOS DO GASTER!!!!

Capítulo 6 - A Companhia dos Loucos


Cap. 5 – Companhia dos Loucos

 

 

Os moradores do burgo começaram a se aproximar depois de um tempo, um pouco curiosos e cautelosos, mas quando perceberam que os Ladrões tinham debandado e que provavelmente não voltariam mais, começaram a comemorar bem alto:

 

― OS LADRÕES FORAM EMBORA!!!
 

― QUERO VER ESSES COVARDES VOLTAREM!!!

 

― NÓS FOMOS SALVOS!!!

 

― é, acho que não vamos ser processados ― comentou Azure, sorrindo de canto.

 

― ATENÇÃO, ATENÇÃO TODOS!!! ― um Humano de elegante casaco longo e azul, com uma suntuosa peruca branca e grandes olhos castanhos se encarapitou no alto de um dos destroços, chamando a atenção do povo. Todos reconheciam o Governador Costa, responsável pela administração do Burgo ― ESSE DIA HISTÓRICO MERECE UMA COMEMORAÇÃO!!! ― o público bradou, animado ― CONVIDO TODOS Á PRAÇA CENTRAL! TRAGAM SUAS PROVISÕES, E FAREMOS A MELHOR FESTA DO ANO!!!

 

O povo gritou ainda mais animado, todos correndo para suas casas e lojas para contribuírem com a festa improvisada.

 

― Uau, o povo daqui é bem animado ― comentou Esmeralda ― se fosse onde nós morássemos, teríamos que sair correndo...

 

― não é? ― para a surpresa de todos, o urso chamado Omeri falou, se aproximando de Esmeralda. Sua forma loco começou a emitir um leve brilho, ondulando, dobrando e esticando, diminuindo até se transformar em um monstro coelho de pelagem lavanda, roupas coloridas de menestrel e um chapéu típico da profissão, com duas penas coloridas de vermelho e lavanda ― gostaria que as pessoas agissem mais desse jeito, celebrando as vitórias do que chorando as derrotas.

 

― p-perdão, mas como fez isso? ― perguntou Órion, impressionado

 

― Omeri é um Pluris, uma espécie de monstro bem raro ― contou Esmeralda, colocando a mão no ombro de Omeri, visando confortá-lo. Ela sabia que ele já tinha se acostumado com as perguntas e com os olhares tortos, mas isso não quer dizer que gostava deles ― ele consegue mudar totalmente sua forma para qualquer que seja, mas todas elas vão ter essa marquinha de nascença super fofa que ele tem na bochecha!

 

― Esmé!!! ― repreendeu Omeri, corando um pouco, e a dançarina apenas mostrou a língua em resposta.

 

― impressionante ― comentou Simon, encantado.

 

― nossa, eu queria muito poder fazer isso ― comentou Eterna ― assim poderia ser um pouquinho mais útil em dias de calor ao invés de ficar estatelada no chão morrendo.

 

― de onde vocês vieram? Digo, esse tipo de roupa é comum dos artistas itinerantes, então...

 

― atualmente nossa caravana de shows está na índia ― respondeu Omeri, com uma voz suave e extremamente melodiosa ― mas Esmeralda tem o dom da Previsão, e ela viu que tínhamos um papel importante a desempenhar nessa cidade, embora não ficasse claro qual fosse.

 

― estávamos esperando chegar, nos alojar e descobrir o que poderíamos fazer, mas não imaginávamos que estaria naquela baderna logo que chegássemos ― concordou ela.

 

― B-bem, tenho um quarto de hóspedes sobrando na minha casa, se vocês quiserem se alojar lá, s-serão b-bem-vindos! ― ofereceu Lofy ― m-mas creio que não vão querer ficar no mesmo quarto...

 

― oh, não se preocupe! ― exclamou Omeri, sorrindo amigável ― nós crescemos juntos como irmãos, estamos acostumados a dividir espaço.

 

― podemos ajudar nas despesas da casa também ― ajuntou Esmeralda, enquanto Lofy negou:

 

― eu sou a anfitriã, não cobro nada de meus convidados.

 

― bom, que tal a gente ir curtir a festa? ― sugeriu Rufous ― aposto que vai ter uma Pinãta.

 

Todos acataram á ideia, seguindo para a Praça Central, onde a festança já começava a tomar forma. Foi tudo no mais completo improviso: o bar do centro cedeu as mesas, a banda foi formada por uma estranha e improvável fusão do coro da igreja, a orquestra do teatro e os musicistas da taverna, as bebidas foram cortesia da adega pessoal do Governador, as comidas foram trazidas das casas dos moradores e a loja de festas local ofereceu sua melhor e mais colorida piñata para a ocasião. A música espanhola tocava em volume alto – mesmo em solo Português, a maioria dos habitantes de Vale Azul era Espanhola - e todos comiam, bebiam e festejavam, parecendo ignorar completamente o fato de que quase metade da cidade tinha sido destruída naquela batalha, para alívio de todos, mesmo que demoraria um bom tempo para reconstruir.

 

Depois de rir bastante com o jogo da piñata (que foi quebrada por Órion, depois de atingir a cabeça de Rufous com o taco umas duas vezes), foram dançar em um palco improvisado, formado pelas mesas de outro bar, Omeri, Esmeralda e Encre rapidamente dominando a pista de dança e fazendo com que todos dançassem em seu ritmo. Depois de um tempo, Eterna e Rufous saíram apenas para sentar em uma mesa próxima, beber e rir quando algum dançarino bêbado errava um passo e caia de cima do “palco”. Depois de uma longa e animada partida de Conga, todos finalmente se reuniram em uma mesa para se empanturrar de comida e doces que as pessoas insistiam em oferecer, alegando que eles impediram os Ladrões e por isso, o bando não voltaria a Vale Azul tão cedo.

 

― caramba Encre, onde aprendeu a dançar assim? ― comentou Órion, dando uma garfada em um bolo que parecia ser bem apetitoso.

 

― minha tia Soffié adorava dançar ― contou ele ― e eu parecia ser o único sobrinho minimamente interessado em dança, por isso ela decidiu que me ensinaria tudo ― ele deu um sorriso melancólico ― ela era simplesmente incrível! Uma verdadeira Femme Fatalle, de gênio forte, segura de si, esbanjando carisma e sensualidade. Acho que eu sempre quis ser assim, já que éramos muito próximos...

 

― eu me lembro dela ― contou Lofy ― era uma verdadeira musa inspiradora para nós.

 

― é mesmo ― concordou Eterna ― ela sempre dizia para nós não nos mantermos caladas e defender o que acreditávamos, mesmo que todos a nossa volta discordassem ou fizessem pouco de nós. E nos ensinou vários meios de provarmos nossas crenças em diálogos. Sentimos bastante a falta dela quando vocês se mudaram...

 

― falando nisso ― comentou Rufous ― Porque voltou para esse fim de mundo, Encre? Quer dizer, você depois foi para a Capital...

 

― é verdade ― concordou Simon ― não gostou de Lisboa?

 

― Não é bem isso... ― começou o pintou, cauteloso ― digamos que as coisas não tem sido fáceis desde que nós saímos de Vale Azul...

 

― A, B ou C? ― perguntou Azure, com um tom de voz compassivo. Encre pensou um pouco e depois respondeu:

 

― B.

 

― como assim? ― perguntou Simon, que não tinha entendido o diálogo.

 

― meus pais eram abusivos ― explicou Azure, fazendo todos se remexerem um pouco incomodados em seus assentos. Os amigos mais antigos lembravam muito bem dos pais de Azure – e de todos os absurdos que o amigo fora obrigado a passar – de modo que trazer a situação a tona em um momento de alegria era no mínimo desconfortável ― e quando eu era pequeno, não era tão fácil de falar as coisas, então criamos esse ranking.

 

― A é abuso físico ― explicou Lofy ― B é abuso moral/psicológico, e C... ― fez-se um silêncio ainda mais desconfortável, mas cheio de significado.

 

― é o pior tipo ― concluiu Eterna ― acho que vocês já entenderam. Felizmente nunca chegou a isso, mas estávamos preparados para o pior.

 

― o que aconteceu, Encre? ― perguntou Órion, preocupado. El tinha percebido o quanto o amigo ficara cabisbaixo de uma hora para a outra.

 

― b-bem... ― ele tomou um gole do suco de abacaxi antes de continuar ― antes de ir para Lisboa, paramos em um pequeno vilarejo. Chegamos em uma data especial, onde iria ter uma feira onde todos os aldeões iriam, e estavam todos extremamente animados. Mas... houve uma chacina ― todos o olharam com olhos arregalados de espanto ― eu estava em casa de castigo, então sobrevivi. Mas...

 

Um silêncio pesado tomou conta do grupo.

 

― depois fui para Lisboa ― continuou o pintor, depois de um tempo ― esperava me reerguer, ganhar uma grana e... Tentar esquecer, não sei. Mas não demorou muito pra mim perceber que não ia conseguir fazer isso lá, era muito caótico, as pessoas eram estranhas, e eu não conseguia relaxar. Então pensei em voltar ás raízes, e aqui estou.

 

― Sinto muito... ― disse Eterna, com voz embargada. Ela se lembrava dos familiares de Encre, e podia imaginar que alguns tinham sido mortos durante o evento.

 

― tudo bem ― respondeu o pintor, com um sorriso fraco ― não foi culpa sua, e está no passado. Tudo o que eu posso fazer agora é aceitar e seguir em frente.

 

Mais um silêncio pesado se formou sobre o grupo.

 

― Agora pensando, acho que depois que o Encre saiu de Vale Azul, ficou difícil pra todo mundo ― observou Rufous ― Por causa dos Ladrões e os ataques da Floresta Escura...

 

― A, B ou C? ―perguntou Encre, categórico.

 

― B ― respondeu Eterna, em um suspiro desanimado.

 

― eu sou B também ― contou Lofy

 

― acho que A ― comentou Simon

 

com certeza sou A ― disse Órion

 

― Acho que sou A e B ― comentou Esmeralda

 

― eu também ― concordou Omeri

 

― sempre fui A e B ― respondeu Azure, dando de ombros, meio melancólico.

 

― A e B ― finalizou Rufous, sério.

 

―...alguém quer falar algo sobre? ― perguntou Encre.

 

― bom, vocês já sabem o básico ― respondeu Azure, dando de ombros ― meus pais abusivos que adoravam gritar comigo e me bater. Quando você saiu, os tratamentos começaram a piorar, até que em um ataque de Ladrões os dois foram mortos. Por um instante pensei que tudo poderia melhorar, mas descobri que no mesmo ataque sequestraram meu melhor amigo.

 

― você foi sequestrado, Rufous?! ― exclamou Simon, surpreso.

 

― foi onde eu aprendi meu ofício de ferreiro ― respondeu ele, dando de ombros ― quando fui sequestrado, me venderam como escravo a um importante ferreiro que estava aumentando sua produção. Não recebi o melhor dos tratamentos, vocês já devem imaginar. Mas consegui aprender bastante sobre a moldagem dos metais, e graças a isso consegui fugir.

 

― ...bom, o meu caso... ― começou Eterna

 

― tem alguma coisa a ver com o tapa-olho? Você não tinha ele antes ― comentou Encre

 

― nah, isso foi um acidente culinário ― respondeu ela, revirando o único olho a mostra ― mas queria que tivesse sido só isso. Meu pai era o Chefe dos Caçadores de Vale Azul. Quando os ataques começaram, ele foi... Atacado enquanto fazia o seu turno perto da floresta. O bicho o mordeu.

 

Lofy colocou a mão no ombro de Eterna, visando confortá-la:

 

― nós lembramos disso, não precisa falar se não quiser.

 

― nem todos estavam aqui ― lembrou a caçadora, erguendo o olhar para Órion, Simon, Esmeralda, Omeri e Encre ― e como disse Encre, isso está no passado. Preciso seguir em frente ― ela suspirou, parecendo juntar forças ― não sabíamos se a mordida era contagiosa na época, então... Ele decidiu não arriscar. Logo depois de sua morte minha mãe adoeceu.

 

― É uma pena... ― disse Encre, pesaroso ― eles eram ótimos pais.

 

― essa época foi bem difícil ― concordou Lofy ― Vale Azul estava sofrendo vários ataques dos Ladrões das Montanhas e da Floresta Escura, não tínhamos como nos defender direito, e a Guarda Real não estava dando conta de nos proteger, mas por mais que o Governador implorasse por mais Guardas no burgo, a  coroa não parecia interessada. Em um dos ataques de Ladrões, Lisa, minha irmã mais nova ficou ferida... Mas o hospital estava cheio de feridos, e não tinham médicos nem remédios para toda a população. E por negligência médica, ela e várias pessoas não estão mais aqui. Por isso eu quis me tornar a Médica chefe daquele hospital e garantir que mais ninguém de Vale Azul passasse por isso.

 

― é bem nobre de sua parte ― disse Esmeralda ― ao invés de querer se vingar, você prefere viver com propósito.

 

― Lisa era boa demais para quere vingança ― suspirou Lofy. Eterna tentou confortá-la com alguns tapinhas nas costas, e mesmo que tenham sido um pouco fortes demais (a amiga não estava acostumada a ser gentil desse modo), Lofy pareceu um pouco menos abatida.

 

― ...bem, já que estamos nos abrindo uns para os outros, acho que o mínimo que eu posso fazer é ser franco também ― disse Órion ― sou órfão desde que me lembro, e cresci na rua. O tempo todo tive que lutar por comida, água e abrigo, e nunca sabia como seria o dia de amanhã. Aprendi a usar o arco sozinho, para garantir comida, mas comecei a ter problemas com outros moradores de rua que começaram a me roubar já que sabiam que eu sempre tinha comida. Consegui um contrato com um açougue, juntei dinheiro e vim para cá, esperando que tivesse maiores oportunidades.

 

― e conseguiu ― comentou Eterna, com um pouquinho de orgulho em sua voz ― você é um dos melhores Caçadores que já entraram na Associação. Inclusive, se eu não tomar cuidado você fica com o meu posto!

 

― realmente, a precisão de Órion com o arco é surreal — concordou Omeri ― e olha que não me surpreendo tão fácil.

 

― obrigado ― respondeu o caçador, corando levemente em azul, encabulado.

 

― sei que eu não conheço vocês a tanto tempo assim, mas sei que posso confiar plenamente em cada um de vocês ― disse Esmeralda ― sempre tive o dom da Previsão, e meu irmão adorava ganhar dinheiro ás minhas custas. Ele me deixava trancada no quarto, fazendo previsões, enquanto ele ganhava uma fortuna por isso. Um dia consegui fugir, e depois de quase ser pega várias vezes pelos capangas que ele mandou para me capturar novamente, encontrei a Caravana de Shows, que estava indo para outra cidade naquele exato momento. Eu só entrei escondida e depois passei a trabalhar como cigana e dançarina, e aquela logo virou minha família.

 

― seu irmão parece ser o tipo de cara que eu adoraria usar como alvo para minhas lanças ― comentou Eterna, desgostosa.

 

― fico feliz que tenha conseguido encontrar uma família que realmente te mereça ― disse Azure, com um sorriso companheiro.

 

― acho que agora é minha vez... ― comentou Simon ― como a maioria de vocês já sabem, meu irmãozinho Peter tem uma doença grave, que até então não se tinha cura. Ele é minha única família, portanto eu comecei a estudar medicina para descobrir um meio de curá-lo, mas o vilarejo onde morava era muito conservador, de modo que começaram a suspeitar que eu fazia bruxaria.

 

― oi? ― perguntou Encre, chocado.

 

― mas monstros fazem magia! ― exclamou Azure, também sem entender ― eles não sabiam disso?!

 

― sabiam, era um vilarejo misto ― respondeu Simon.

 

― isso não faz sentido ― comentou Órion, chocado.

 

— eu sei que não faz ― concordou o cientista ― mas nem por isso deixaram de perseguir a mim e a Peter com forcados e tochas. Precisei fugir com ele e garantir nossa sobrevivência, mas as notícias correram longe e até mesmo nos vilarejos vizinhos nós éramos considerados bruxos. Quando cheguei aqui, fiquei com medo que esse boato se espalhasse, mas felizmente as pessoas de Vale Azul são um pouco mais ponderadas e sabem que isso é um absurdo.

 

― não sei se são tão ponderadas assim — comentou Lofy, indicando a festa que ocorria ao redor, fazendo todos rirem de leve.

 

― acho que só falta eu agora ― disse Omeri depois de um tempo, com sua voz doce ― como Esmeralda já disse, sou um Pluris, uma espécie de mostro bem rara. Infelizmente, meu povo era caçado tanto por humanos quanto por monstros que moravam em regiões próximas, pois os dois povos nos consideravam como abominações, e faziam competições de caça. Meus pais me enviaram a índia durante uma temporada de caça e prometeram que voltariam para me buscar quando tudo estivesse normalizado, mas eles nunca mais voltaram. Com medo de ser encontrado pelos caçadores de Pluris, entrei na Caravana e me apresento como menestrel, junto com Esmeralda, e dançarino da corda bamba.

 

― admiro sua coragem ― disse Encre, solene ― depois de sobreviver a chacina, eu nunca mais... Nunca mais consegui me apresentar como Comyet, com medo de que os assassinos me descobrissem e tentassem me matar. Mas você continua se metamorfoseando como Pluris, sem medo de negar sua identidade.

 

― não é que eu não tenha medo ― respondeu Omeri ― isso eu tenho, e muito. Mas não quero passar minha vida negando quem eu sou, prefiro viver tendo orgulho de ser eu mesmo e, quando precisar, pegar o meu alaúde de Cobre Serrado e quebrar a fuça de quem tentar me fazer mal.

 

― você é dos meus ―riu Eterna, aplaudindo.

 

― realmente, acho que eu preciso aprender com você, Omeri ― sorriu o pintor.

 

― não só você ― ajuntou Órion

 

― sabe, acho que somos loucos ― comentou Rufous ― nós passamos por situações bem ruins e insistimos em ver o lado bom da vida e seguir em frente de cabeça erguida, por mais suicida e doloroso que isso seja.

 

― que a gente era louco eu já sabia ― disse Simon ― mas nunca pensei por esse lado.

 

― se for assim, mesmo com todas as desvantagens, eu me orgulho de ser louco ― falou Órion

 

― ei, o que vocês acham da gente se tornar a Companhia dos Loucos? ― perguntou Encre, animado, com olhos brilhando ― pra ajudar uns aos outros a continuar seguindo em frente pro que der e vier?

 

― e fazer campanhas malucas como expulsar os Ladrões de Vale Azul? ― perguntou Eterna ― tô dentro.

 

― eu adorei o nome! ― riu Esmeralda ― vai ser um prazer participar.

 

― eu topo ― riu Lofy

 

― pode crer! ― concordou Órion

 

— acho que assim vou poder testar minhas invenções com mais frequência ― concordou Simon

 

― interessante ― respondeu Omeri

 

― só fico imaginando os barracos futuros ― riu Rufous ― vai ser legal.

 

― acho que isso vai ser melhor do que nos velhos tempos ― sorriu Azure.

 

― então um brinde a mais nova irmandade, empresa, grupo ou o raio que o parta, Companhia dos Loucos! ― exclamou Eterna

 

― um brinde! ― exclamaram todos, erguendo seus copos e os chocando, todos tomando um gole logo em seguida.

 

― tá, agora que somos uma Companhia, qual nossa primeira empreitada? ― perguntou Omeri, curioso

 

― bem, precisamos estabelecer vocês dois na cidade ― pensou Lofy ― acredito que vocês possam fazer apresentações no teatro municipal, se quiserem...

 

― certo, mas isso já está meio que definido... ― comentou Esmeralda

 

― eu já sei qual vai ser a primeira missão ― disse Órion, com um sorriso maroto

 

― primeira missão sem ser a expulsão dos ladrões, né? ― perguntou Rufous

 

― pois é, pode não ter sido combinada, mas foi uma missão complexa e um pouco suicida.

 

― que nada, aqueles caras mal viram o que os atingiu! ― lembrou Eterna ― pare de ser tão humilde Azure!

 

― mas em fim, qual a missão, Órion? ― perguntou Encre, curioso, fazendo o sorriso maroto do caçador se alargar.

 

― lembra que eu tinha dito de levar o Mundo Folhetim a falência?

 

QUÊ?! ― exclamou Lofy, fazendo os outros amigos rirem

 

― melhor missão!!! ― riu Eterna

 

― com certeza!!! ― bradou Azure

 

―quem são os caras? ― perguntou Esmeralda

 

― uns esnobes que não aceitaram a história maravilhosa da Lofy ― falou Azure, com desgosto ― e tá muito boa!

 

― adoramos derrubar gente esnobe ― disse Omeri, com um sorrisinho maroto.

 

― os planos construtivos da máquina de impressão já tá pronto ― contou Simon

 

― acho que eu posso fabricar algumas na minha ferraria ― ofereceu Rufous

 

― e eu vou fazer as MELHORES ilustrações ― concordou Encre ― eles nem vão saber o que o atingiram!!!

 

― m-m-m-mas... ― começou Lofy

 

― sem “mas”! ― falou Eterna ― é isso ou a gente sai no braço com os Editores.

 

― certo, então vai ser assim... ― como se estivessem traçando um plano de guerra, Órion começou a montar a estratégia para eles venderem um maior número de folhetins em menor tempo, e logo todos começaram a dividir as funções de quem faria o que para que o novo império de folhetins surgisse.


Notas Finais


"Esmeralda e Omeri não existem na AU Vampireverse, sendo a Esmeralda a versão da Fuku Fire e Omeri a versão do Omni, personagem que eu adoro. O fandom br parece não saber que Paperfresh NÃO É MAIS CANON, então decidi dar uma atualizada e apresentar um pouco do Omni pra vocês (até porque OmniPj É LINDO DEMAAAAIS)" -- Lady Dinamite

Ok, recado dado agora é Gaster falando! Seguinte gente, eu percebo o quando os comentários, favoritagens e visualizações das fanfics motivam tanto a Lady quanto a Rainha a continuar escrevendo (pra vocês terem uma ideia, mesmo não podendo a Rainha tá tentando arranjar tempo pra terminar o próximo capítulo da fic dela só porque alguém comentou dizendo que estava com saudades da fic que não tinha atualização), então queria pedir para vocês lerem as outras histórias e, se já fizeram isso, compartilhar elas com as pessoas, pra manter as duas motivadas apesar de tudo.

Por enquanto temos:

Eu Amo, Eu Odeio
https://www.spiritfanfiction.com/historia/eu-amo-eu-odeio-11628348

Guardas para Guardiões
https://www.spiritfanfiction.com/historia/guardas-para-guardioes-9785159

A Caixa de Ink
https://www.spiritfanfiction.com/historia/a-caixa-de-ink-9792780

não são muitas histórias, mas todas são feitas com todo amor e carinho <3

ABRAÇOS DE OSSOS DO GASTER!!!!


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