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História End of Summer - Someone important


Escrita por: Wndnee_

Notas do Autor


to usando um jeito diferente de separar os personagens pois n tinha ideia de como separa-los kskksks

espero q gostem :3

Capítulo 6 - Someone important


Fanfic / Fanfiction End of Summer - Someone important

Fiquei feliz ao perceber que coloquei alguma roupa descente na mala, Deku já estava querendo emprestar uma roupa do namoradinho dele pra mim, já que ele é menor que eu, só que eu sou menor que o namoradinho dele. De qualquer jeito consegui achar minha jaqueta preta, coloquei uma blusa branca por baixo e calça jeans rasgada no joelho.

Olhei-me atentamente no espelho, prestei atenção a todos os adornos que eu possuía, alguns anéis nos meus dedos, meu piercing industrial com pingente de soco inglês e mais alguns pretos de argola perto do lóbulo, meu bracelete de couro com um pingente de montanha no braço esquerdo e minha corrente de granada.

 

– Kacchan – Me chamou o menor, terminando de calçar o seu inseparável tênis vermelho.

 

– O que foi? – Perguntei terminando de passar o perfume.

 

– Você tem essa pulseira há bastante tempo não é?

 

– É um bracelete – O corrigi, me virando para encara-lo.

 

– Tanto faz – Resmungou inconformado – Só estou tentando dizer que lembro dele desde que estávamos no fundamental, teve uma época que você sempre estava com ele no braço.

 

– Hum – Encarei o objeto, a argola cintilando, já um tanto enferrujada – É verdade.

 

– De quem você ganhou?

 

– Como pode ter tanta certeza de que eu ganhei e não comprei? – Voltei a encara-lo, duvidando de si com deboche.

 

– Você me disse uma vez, não deixava nem eu tocar nela.

 

– Eu só... não me lembro – Um suspiro pesado sai de meus lábios, era de alguém importante, alguém importante. 

 

Meu olhar vacila, encaro a parede cinza como se ela fosse mais interessante do que a cara do garoto sardento na minha frente. Bufo frustrado ao não encontrar a resposta de minha pergunta incessante, quem era? Por que não consigo me lembrar? Porra, era de alguém importante.

O esverdeado murmura alguma coisa sobre o Todoroki já estar nos esperando do lado de fora da casa, suspiro e passo a mão pelo rosto, demonstrando meu cansaço ao pensar naquela questão. Saímos de casa após nos despedirmos da velhinha, um carro preto alto estacionado na frente do portão velho e enferrujado, um grande contraste.

 

– Desculpa eu ter tocado no assunto – Sussurra o menor antes de passarmos pelo portãozinho – Você não me respondia naquela época, achei que me responderia hoje.

 

– Eu realmente não me lembro, mas parabéns, quase estragou minha noite – Respondi seco enquanto entravamos no carro grande e luxuoso.

 

– Ah, Kacchan! – O ouvi reclamar enquanto eu me aconchegava no banco de couro, passando o cinto envolta do meu corpo a pedido dos olhos heterocromáticos que me observavam pelo espelho do retrovisor interno.

 

– Acelera essa merda aí ô bicolor – Ditei animado, me debruçando sobre os bancos da frente.

 

– Claro – Respondeu dando um sorriso de canto, o que pareceu assustar o Midoriya.

 

– Não, não faz isso!

 

– Bora beber! – Gritei em seu ouvido enquanto o mais alto ali pisava no acelerador, fazendo o garoto gritar pela alavancada brusca.

 

*⚜*

 

– Querida? – A familiar voz de meu pai me chamou, tirando minha concentração do ponche em minhas mãos – Você vai ficar bem?

 

– Sim – Respondi a mesma pergunta pela quinta vez naquela noite – Consigo lidar com alguns poucos adolescentes por uma noite.

 

– Não deixe ninguém ficar muito bêbado – Acariciou meu rosto minha mãe, vestindo seu melhor vestido de gala – Vamos voltar amanhã no fim da tarde, meu amor.

 

– Tem certeza dessa DJ? – O olhar duro se direcionou ao palco, onde saia um som calmo e ritmado – Poderíamos ter contratado um DJ melhor.

 

– Eu adoro as músicas dela! Ela ter vindo aqui tocar na minha festa foi muito importante – Respondi com um sorriso gentil, estressada por ele ter tocado novamente nesse assunto.

 

– Amor, deixa ela – Mamãe o repreendeu, deixou um selinho em meu cabelo e se despediu de mim com um aceno.

 

Observei a limosine deles indo embora, sumindo na escuridão, me virei e corri até Kyouka que estava no palco. A abracei de lado, ela se virou pra mim, me roubando um selinho, seus cabelos um pouco bagunçados por conta da movimentação de hoje.

Mal me lembro quando cai nesse abismo de paixão, era apenas um dia comum, eu lembro de como a conheci detalhadamente, naquela noite de inverno. Meu celular descarregou, frustrada me pus a andar a pé para casa, vez outra reclamando pra mim mesma por minha burrice.

Foi quando me vi totalmente perdida, eu estava no caminho certo de casa? Decidi entrar em uma loja de música que ainda estava aberta naquele horário. O sininho tintilou, uma moça que limpava as prateleiras da loja se virou para me atender, parecia dois anos mais nova que eu. Seus cabelos arroxeados bagunçados batendo nos ombros, os olhos escuros cansados, seus lábios rachados perguntando melancolicamente o que eu queria.

Perguntei sobre meu bairro e ela tirou sarro de mim perguntando se eu não era riquinha o suficiente para estar ali, fiquei estressada e briguei com ela, fazendo-a rir ainda mais, aquele riso singelo e sem folego. Ela chamou um Uber para mim, me chamou de princesinha e falou para voltar qualquer dia desses.

Quando me apaixonei por ela? Foi quando nós saímos de tarde para ir ao shopping ou quando eu ia nos seus shows vê-la tocar? Com seus olhos contornados de lápis preto, seus dedos dedilhando maravilhosamente bem o baixo em seus braços cheios de braceletes e pulseiras. Foi quando aprendi a gostar de suas músicas de rock pesado ou de observar encantada cada um de seus piercings cheios de pingentes? Não, com certeza foi quando provei daqueles lábios, sua língua dançando na minha boca, e eu senti que poderia a amar pela eternidade.

 

– Vamos dançar Jirou?

 

– Tenho que cuidar do som Momo, você sabe.

 

– Por favor! – Pedi pidona, tentando convence-la – É meu aniversário afinal.

 

– Calma – Desistiu, sorrindo fracamente enquanto se afastava – Vou chamar o Shoji.

 

– O cara musculoso da sua banda?

 

– Sim, sim – Respondeu com uma risada soprada, eu ainda não conseguia guardar os nomes dos integrantes direito.

 

Ele deve ter aparecido uns dez minutos depois, junto com uma grande parte do pessoal, já que as pessoas que estavam até agora eram apenas para encenação, meus pais jamais aceitariam tantos adolescentes de origens desconhecidas perambulando pela casa.

 

– Feliz aniversário princesinha – Sorriu debochada com o apelido, fazendo eu revirar os olhos, fazia tempo que ela não o usava.

 

Apertei sua cintura e nos aproximei, começamos a nos mover pela pista de dança montada naquele enorme salão. Nos separávamos e voltamos a nos encontrar ao ritmo da música alta que entrava em minha cabeça e me deixava estranhamente eufórica. Seus pés vez ou outra atrapalhados pisando no meu, mas seu sorriso enquanto dançava comigo, ali no meio da pista cheia de pessoas, foi por aquele sorriso que eu me apaixonei, foi por aquela garota incrível, eu me apaixonei por Kyouka Jirou.

Muitos falariam que isso é uma atrocidade, que garota gosta de outra garota? Eu, eu gosto, ela também. Foi meio difícil no começo admitir estar apaixonada por ela, eu já namorei o Todoroki antes dele se assumir gay, eu era completamente apaixonada por ele, então por que eu comecei a gostar de uma garota tão de repente?

Eu gosto de garotos, mas gosto de garotas também, eu demorei para entender, mas quando entendi consegui achar o motivo para as coxas da Ashido serem tão atraentes quanto o tronco definido do Yosetsu e está tudo bem. Eu sou uma garota, eu gosto de garotos, mas gosto de garotas também e qual é o problema disso?

 

– Você está linda – Sorri meigamente, vendo o brilho de seus olhos aumentar.

 

– Você também – Acariciou meu rosto suavemente, retribuindo o sorriso – Aniversariante.

 

Ficamos dançando por um tempo, olhos fechados, coração na mão, é como se ela soubesse no que estou pensando. O clima ficou tenso e eu tentei afastar esses pensamentos o quanto antes. Não é tão difícil falar para eles, não é?

 

– Você – Começou a menor hesitante, abri meu olhos e encarei – Vai contar pra eles?

 

– Sim, só estou... – Parei a dança e desviei o olhar, procurando cuidadosamente a palavra que eu iria usar – Esperando o momento certo.

 

– Você disse isso já faz dois meses – Ela se separou de mim e olhou para o chão timidamente – Achei que pelo menos poderia me apresentar como uma amiga.

 

– Eu não quero te apresentar como uma amiga Jirou...

 

– Que droga Momo! Eu tive que vim aqui como uma DJ.

 

– Você sabe que eu queria que você tocasse – Respirei fundo e segurei as lagrimas que queriam sair – Quero te apresentar como minha namorada – Puxei sua mão, a fazendo se aproximar de mim desajeitadamente, beijei a palma de sua mão e sorri – Porque é isso que você é e eu te amo demais para mentir.

 

 – Eu só – Puxou sua mão para o peito, desviou o olhar corada e deu um passo para trás – Não vou esperar para sempre.

 

A vi sumir no meio da multidão, indo em direção ao bar, eu sei que foi, embora não consiga vê-la direito. Isso tudo machuca demais, eu só não sei como contar para meus pais sobre isso, eles vão se decepcionar? Sentirão vergonha de mim? Por que eu simplesmente não consigo fazer isso?

 

*☢*

 

Chegamos no enorme casarão, os portões perolados abertos convidando abertamente para adentrarmos. Por dentro a casa estava toda enfeitada, crepons descendo em cascatas dos tetos e balões espalhados pelas paredes.

Havia um enorme palco com DJ e um bar perto do palco. Uma enorme pista de dança enfeitava o meio do salão, convidado todos para dançar ou seja lá o que rola em uma pista de dança. Me desgrudei do casalzinho e fui em direção ao bar, eu que não ficaria de vela ali. 

Me sentei no estofado do banquinho de madeira, analisei todas as garrafas ali, logo pegando um pequeno cardápio que o barman disponibilizou. Uma garota de cabelos curtos se senta perto de mim, seu rosto mostra um grande descontentamento, seus olhos estão cheios d’ água e ela parece fazer um grande esforço para não chorar.

Ela se senta a dois banquinhos de distância e pede um copo de whisky ao barman que agilmente a atende, mexe no celular, parece atenta ao que escreve em sua caixa de mensagens, se deixa levar. Balbúrdia os dedos no amadeirado do balcão com suas unhas curtas, larga o celular e pega o copo, rapidamente o entornando.  

 

– Vai com calma – A aviso, ela olhou para mim levemente espantada, como se só agora tivesse me notado.

 

– Cuida da sua vida – Resmunga, pede outra dose ao barman e remexe em seu celular novamente.

 

– A minha tá uma droga então pensei em cuidar da sua um pouquinho – Digo ácido, roubando a dose que o barman colocou na sua frente, ela bufa e revira os olhos, me encarando raivosamente.

 

– O que você quer?

 

– Qual é o problema? Namoradinho babaca? – Perguntei sarcasticamente entornando o whisky.

 

– Quase, namorada – Ela dá destaque no “a” do final, é como se estivesse me dado um fora antes de eu sequer ter tentado flertar com ela.

 

– Bem, aposto que tem várias meninas interessantes nessa festa – Giro na banqueta, observando um grupinho de garotas histéricas na pista de dança, torci o nariz.

 

– Eu a amo demais, esse é o problema – Nem ao menos me olhou, estava contornado com o indicador a borda de outro copo com whisky, totalmente focada, um tanto melancólica – E eu não vou trair ela na própria festa.

 

– Ah, você é a namorada da aniversariante – Girei na baqueta novamente, voltando a encara-la – Achei que ela fosse hetero.

 

– Aí que está, ela não me assumiu.

 

– Medo dos pais?

 

– É – Ela se vira, como se para analisar o rosto do homem que está a incomodando, o que tecnicamente é verdade – Estou cansada de esperar ela se decidir e contar.

 

– Como contou aos seus pais? – Perguntei após pedir um copo de caipirinha ao barman, parecia levemente interessada na conversa agora.

 

– Eles flagraram eu quase transando com uma menina no sofá deles – Sorriu de canto, era como se estivesse revivendo o momento, por um instante me lembrei de algo parecido.

 

– Quem nunca – Soltei uma risada soprada e ela me acompanhou, parecendo mais relaxada – É difícil, não sei o que os pais dela pensam sobre isso.

 

– Nem ela, pelo jeito eles não tem uma opinião – Debochou, encolheu os ombro e sua áurea tristonha voltou.

 

– Mas se eu contasse para os meus pais que eu sou pansexual – Tomei um gole, o liquido descendo queimando minha garganta, era bom, criei coragem e admiti o que estava pensando para aquela estranha – Eu nem imagino o que eles seriam capazes de fazer.

 

– Me desculpe – Ela virou o rosto constrangida, quase culpada, remexeu as pulseiras e braceletes em sua mão e suspirou derrotada.

 

– Não é a mim que você deveria pedir desculpa.



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