- Vá embora! - uma voz gritava para mim e eu não conseguia identifica-la, eu corria pelo extenso corredor em que me encontrava e nenhuma das portas me dava á algum acesso para sair daquele lugar. Eu precisava sair dali, eu tinha certeza mas não sabia como - Corra! Corra para longe! Não volte nunca mais - ela continuava gritando e eu estava chorando, meu cabelo me atrapalhava um pouco e minhas pernas doíam, eu não tinha para onde correr mas precisava sair.
Acordei com Justin mexendo em meu cabelo e me levantei imediatamente ainda assustada com meu sonho, eu não conseguia reconhecer a voz daquela mulher mas tenho certeza que já ouvi antes. Estava com o longo cabelo que eu tinha grudado em meu pescoço e um pouco em minhas costas, estava com sua camisa e uma calcinha, senti sua mão tocar meu ombro e me assustei.
Me virei de imediato.
- O que aconteceu? - ele perguntou preocupado.
- Um pesadelo - respondi enquanto me levantava e tirava o cabelo que estava grudado em minhas costas o acertando fora da camisa, caminhei até a janela e passei a observar o céu, ainda chovia mas não era algo muito exagerado, o barulho que as gotas faziam quando se chocavam com o chão era um tanto relaxante e o vento que batia em meu rosto me ajudava a ficar menos tensa. Havia sido um péssimo pesadelo, um dos piores que já tive, na verdade.
- Hey - Justin disse me abraçando por trás - você não vai me contar qual foi o pesadelo?
- Eu não sei explicar direito - pausei - eu estava correndo e havia uma mulher que me mandava ir embora e correr o máximo que eu podia mas minhas pernas doíam.
- Que mulher?
- Eu não sei Justin, eu não conseguia vê-la, apenas ouvia sua voz e eu estava desesperada, eu corria, corria e corria mas não chegava a lugar algum, era um corredor enorme e nenhuma das portas dava acesso a saída - suspirei.
Ficamos um tempo daquela mesma forma mas depois ele se afastou, deitando novamente na cama e eu me deitei com ele, em cima de seu peitoral "caminhando" com meus dedos pela sua barriga e o via se arrepiar ás vezes.
- Você pode me fazer um favor?
- Acho que sim - respondi enquanto deitava mais próxima de seu rosto.
- Eu teria que buscar minha irmã no aeroporto domingo, você pode fazer isso pra mim? Eu tenho um compromisso que realmente não posso adiar.
- Claro que eu vou - dei um beijo em seu queixo e sorri em seguida.
- Você não vai mais embora, certo?
- Talvez.
- Eu não quero um talvez, eu quero um "tudo bem Justin, você é lindo e venceu, eu não vou te deixar porque você é o amor da minha vida" - eu não pudi evitar o riso, eu ria alto e a forma que ele piscou no final da frase fez com que tudo tivesse mais graça.
- Acho que sim e nada que você dizer fará minha resposta melhorar - fui sincera.
Ele deu um beijo em minha testa e levantou em seguida dizendo "eu sei que você vai ficar" e eu apenas ri balançando a cabeça. Ele caminhou até o banheiro e assim que ouvi a porta ser fechada eu tive total noção que havia deixado ele ganhar mais uma e me arrependi de imediato.
- Justin!!!!!!!!!!!! - Gritei (/ok pessoal, finjam que ela gritou como a Nicki Minaj em BAAB/) - Não!!!!!!!!!!!! Não foi o que eu quis dizer, você sabe disso!
- Você já disse amor, já era - ele respondeu e em seguida ouvi o barulho do chuveiro.
Ri sozinha e fiquei pensando em inúmeras coisas e por fim caí no sono.
POV Justin
Por mais que eu tentasse eu não conseguia voltar a dormir, ficava pensando no que Jason havia me dito no dia em que fugi do hospital e a raiva me dominava completamente, eu não devia te-lo deixado tomar conta da situação da forma que ele o fez e Verônica estava do lado dele agora, porque Cailtin não estaria também? E se os três estivessem ali, dentro daquela casa agora rindo de mim e tramando contra? Ou talvez ela não tenha nada a ver com isso e eu esteja ficando paranoico, afinal, ela nunca concordou com coisas erradas e acho que agora não seria a hora que ela começaria a faze-lo.
Abby dormia feito uma pedra e saber que ela buscaria Jazzy por mim me deixou um pouco mais aliviado mas eu ainda não tinha total controle sobre o que aconteceria domingo. Me levantei e passei a mão pelo meu cabelo, que ainda estava meio molhado, caminhei até a porta e lembrei que havia jogado a chave pela janela, ri da minha idiotice, eu sou um gênio.
Comecei a mexer nas gavetas e na bolsa da Abby a procura de um grampo e consegui, me abaixei e comecei, eu não era um craque nisso porque eu nunca precisei abrir portas sem chaves e porque só fazia isso - na maioria das vezes - na escola, tentando roubar a prova de matemática antes mesmo da professora passa-la e por fim pedir para que Isabelle as respondesse pra mim. Ri fraco ao me lembrar desta época.
Depois de uns 2 minutos e de foder com o meu indicador eu consegui abri-la e no final fiquei feliz por não ter que arromba-la.
Desci as escadas e tudo estava na mais pura paz, fui até a porta da sala e a abri vendo três seguranças parados ali, apenas checando. Eles me cumprimentaram e perguntaram se havia acontecido algo. Eu estava sem camisa e estava ventando então não fiquei nem 20 minutos ali.
Fui para o escritório aonde, sem querer, deixei que o porta retrato, de uma foto da Jazzy com a minha mãe caísse no chão causando algum barulho mas nada muito alto. Peguei a planta que Chaz havia feito do local em que eu pegaria o carregamento no domingo, não era algo grande e eu os convenci de que faria aquilo sozinho, eu vou entrega-lo a Jason pelo por simples preocupação com a minha mãe e porque não quero preocupa-la mas ele ainda vai ter o que merece e oportunidades para acabar com ele não faltarão, disso eu tenho plena certeza.
Comecei a fuçar em várias coisas que acabei não vendo a hora passar, quando me dei conta o dia já estava claro e no relógio marcavam 09:07, o barulho da porta sendo aberta me fez prestar atenção e Abby entrou.
- É ruim dormir com alguém que não está na cama quando você acorda - ela se sentou em cima da mesa e levei minhas mãos até sua perna.
- Mas haverão outras oportunidades para que eu esteja lá. Não haverão? - perguntei e ela sorriu.
- É, haverão - ela aproximou seu rosto do meu selando nossos lábios.
Continua...
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