1. Spirit Fanfics >
  2. Enigma do Tempo - Snamione. >
  3. Capítulo 21.

História Enigma do Tempo - Snamione. - Capítulo 21.


Escrita por: Explosiving

Notas do Autor


“É como se David Yates tivesse decidido que o papel não é importante para o cenário geral das coisas, ou seja, não tenho apelo para o público adolescente” — (Carta de Alan Rickman criticando David Yates).

Capítulo 21 - Capítulo 21.


Hermione abriu os olhos e piscou várias vezes, tentando acostumar com luminosidade, contudo, sem identificar exatamente onde estava.  Demorou alguns minutos até compreender o que havia acontecido: tinha sido atingida durante o duelo e desmaiara. Essa era a explicação para se encontrar deitada na ala hospitalar.

Virou o rosto em direção às janelas para ter alguma noção do horário e concluiu que já deveria ser, uma vez que somente conseguia enxergar a escuridão absoluta através dos vidros.

Apoiou as palmas das mãos no colchão da cama e empurrou o corpo para cima, tentando sentar. Sentiu uma dor latejante na região da lombar e nuca, provavelmente resultado da queda, instintivamente tocou a região com a mão direita e constatou um enorme inchaço na parte de trás da cabeça.

— Que bom, você acordou!

Hermione virou assustada na direção em que ouviu a voz e encontrou Madame Pomfrey, a medibruxa, andando em direção à ela, carregando uma bandeja nas mãos.

— Como se sente? — Perguntou Pomfrey, olhando-a atentamente.

— Estou ótima — Respondeu Hermione — Já posso ir?

— Não, antes preciso examina-la — Respondeu a medibruxa — O professor Gregoryforth deu ordens expressas para que a senhorita passasse a noite em observação.

— Eu estou bem! — Disse Hermione, exasperada.

— Isso somente eu tenho competencia para determinar — Disse Pomfrey, passando a varinha pelo corpo de Hermione, da cabeça aos pés — E acho a preocupação do professor adequada, sendo assim, irá pernoitar. Pelo que vejo, tudo está bem, então poderá ir embora pela manhã.

— Ótimo — Respondeu Hermione, com amargura — Posso saber o que motivou o professor a pedir essa observação?

A medibruxa pareceu considerar a pergunta antes de responder, seus olhos antes cheios de censura, tornaram-se mais bondosos e sua expressão facial mais amável.

— O professor disse não ter certeza de qual feitiço atingiu a senhorita, pois foi vítima de um ataque desleal provocado por outro aluno, quando não tinha possibilidade de se defender. Então, quando te deixou aqui, pediu que por precaução eu lhe fizesse aguardar até a manhã seguinte — Respondeu Pomfrey.

— Foi ele quem me trouxe para cá? — Perguntou Hermione.

— Sim, disse que voltaria para saber notícia assim que punisse os responsáveis — Disse Pomfrey, com um tom severo na voz — Aqui está o seu jantar, coma e tome a poção pra dor que está no cálice, irá proporcionar uma noite mais agradável.

Antes que Hermione pudesse dizer mais alguma coisa, a medibruxa já tinha se afastado em direção a sala reservada, que ficava nos fundos da enfermaria.  

A loira não conseguia parar de pensar em qual teria sido a punição escolhida para os alunos. Torcia para que Severo não sofresse qualquer represaria, uma vez que eles estavam apenas se defendendo de mais um ataque infundado dos Marotos.

Tentou de todas as formas comer o jantar, mas se limitou a cutucar o alimento com desinteresse, suas preocupações afastavam qualquer sinal de fome. Contudo, a dor estava aumentando consideravelmente, o que a fez tomar a dose de poção em um só gole, sentindo o líquido descer esquentando sua garganta.

Inclinou o corpo levemente para trás, se recostando nos travesseiros e sentindo um alívio quase instantâneo. Ela adorava magia, a forma como as dores e as doenças simplesmente poderiam desapareciam era extraordinário.

Depois de mais alguns minutos de insistência, desistiu de tentar se alimentar, pegou a bandeja que estava em seu colo e colocou-a sobre a mesa de cabeceira ao lado da cama. Aproveitaria a ausência da dor e a presença do cansaço para deixar o sono vencer, no dia seguinte, descobriria o que havia acontecido.

Ajeitou os travesseiros o melhor que pôde e deitou confortavelmente de lado, puxou o cobertor na altura do peito e fechou os olhos, pronta para mergulhar em um sono profundo. Entretanto, quando estava prestes a adormecer, um barulho chamou sua atenção. Com os olhos semicerrados, viu a porta da enfermaria abrir e fechar rapidamente. Instintivamente procurou por sua varinha debaixo das cobertas, mas não a encontrou em lugar algum.

Fechou os olhos com força na tentativa infantil de se proteger do perigo e respirou fundo, procurando pensar que independentemente de quem tivesse atravessado as portas, estava na enfermaria, e esse era um local seguro.

— Flor... está dormindo?

Abriu os olhos e sorriu largamente, ali, diante de si com uma expressão preocupada no rosto e o cabelo totalmente despenteado, estava o Severo Snape mais lindo que Hermione já havia visto.  

— Estou, Príncipe — Respondeu Hermione — Você está bem?

— Bom, é você deitada na enfermaria, não é? — Retrucou Severo — O que está sentindo? O professor Gregoryforth me deixou preocupado, disse que você fraturou algumas costelas e que passaria a noite aqui.

— Estou ótima — Respondeu Hermione — Ele puniu você? E quanto aos outros?

— Não fui punido, mas aqueles bastardos terão de cumprir detenções até o último dia deles em Hogwarts — Respondeu Severo, com uma satisfação contida — Acredito, na verdade, que fui recompensado.

— Como assim? — Questionou Hermione.

— O professor me convidou para participar de um grupo seleto de alunos, assim como o professor Horácio Slughorn tem o dele — Explicou Severo — Mas esse é mais direcionado a qualidades verdadeiras.

— É como as aulas extras em que ele nos põe para duelar? — Perguntou Hermione com curiosidade.

— Não exatamente, ele deixou claro que nossas habilidades em duelo e especial inteligência são a razão para termos sido selecionados, mas ele se interessa por quem somos, por nossa vida particular — Respondeu Severo — Acredito que logo irá te convidar também.

Hermione se encheu de orgulho por ver Severo ser convidado para um grupo por conta de sua inteligência e habilidade, e não por interesse, como era o caso de Horácio Slughorn, que se aproximava de quaisquer alunos que pudessem oferecer algum proveito futuro.

— Eu gosto do Trevor — Disse Hermione, após alguns minutos de silêncio — Por diversas vezes ele nos protegeu e nos ensinou muito mais do que aprenderíamos com qualquer outro professor, fico feliz que você esteja fazendo parte de um grupo que reconheça o seu talento.

— Obrigado, Flor — Respondeu Severo, com um sorriso — Também estou feliz por fazer parte disso. Agora, você precisa dormir.

— Você poderia dormir aqui comigo — Sugeriu Hermione, com um sorriso travesso brotando nos lábios.

— Eu adoraria, mas se a medibruxa me descobrir aqui, posso não escapar de uma detenção dessa vez — Lamentou Severo — Ficará aqui por muito tempo?

— Não, saio amanhã cedo — Respondeu Hermione.

— Ótimo, eu venho te buscar para tomarmos café juntos, agora tente dormir — Finalizou Severo, inclinando pra beijar-lhe os lábios.

Hermione respirou profundamente quando Severo se afastou após uma última troca de olhares, e deixou a ala hospitalar tão silenciosamente quanto havia entrado. Agora tinha a sensação de que cada segundo que passava longe dele era um erro irremediável.

 Na manhã seguinte, Severo apareceu extremamente cedo na Ala Hospitalar e teve brigar com Madame Pomfrey na porta para conseguir entrar. Hermione acordou com o barulho da discussão de ambos, sentindo-se perfeitamente bem, como se nada tivesse acontecido.

— Bom dia, Flor — Disse Severo animado — Vamos?

Hermione sorriu e balançou a cabeça afirmativamente. Como não tinha jantado, estava faminta e ansiosa por uma boa refeição no Grande Salão.

— Trouxe uma camiseta minha pra você — Disse Severo, estendendo para ela uma peça de roupa preta — Assim podemos tomar café sem que você precise ir ao Salão Comunal se trocar.

Hermione agradeceu puxando-o para um abraço bem apertado, antes de se levantar e vestir a mesma roupa do dia anterior, exceto pela camiseta. Era grande e passava bastante da cintura, atingindo o meio das coxas, mas ela não se importou, se sentia ainda mais bonita dentro das vestes dele.

Foram direto para o Grande Salão e desfrutaram de um café da manhã farto, recheado das mais deliciosas iguarias que só Hogwarts poderia oferecer. Porém, o humor de Severo mudou consideravelmente quando os Marotos chegaram e tomaram seus lugares na mesa da Grifinória, quase em frente ao local aonde estavam sentados.

— Promete para mim que não vai arrumar confusão com eles? — Pediu Hermione, receosa.

— Prometo, Flor — Respondeu Severo — De todo modo, o professor Gregoryforth já me fez prometer praticamente a mesma coisa.

— Fico feliz que você escute ao menos um de nós dois — Ironizou Hermione — Temos muito trabalho pela frente e detenções não vão ajudar.

— Já que tocou nesse assunto — Começou Severo, ignorando a alfinatada — As próximas poções são mais tranquilas e acredito que conseguiremos prepara-las sem grandes problemas. Então, pensei que hoje poderíamos nos divertir um pouco.

— Qual sua ideia? — Perguntou Hermione.

— Como perdemos a visita a Hogsmeade para ajudar Hagrid, acho que deveríamos ir hoje, o domingo ensolarado pede um bom passeio  — Respondeu Severo

—  Acho a ideia fantástica! — Disse Hermione, com um sorriso radiante.

Pouco antes da hora do almoço o casal já tinha se preparado e atravessado a passagem secreta por trás do espelho no quarto andar. Hermione carregava consigo o Mapa do Maroto e a Capa da Invisibilidade como precaução, caso tivessem alguma dificuldade no retorno.

O moreno oferecia um sorriso contido, entretanto, ela conseguia vislumbrar preocupação em sua fisionomia. Decidiu que aproveitaria ao máximo a tarde ao lado dele e tentaria descobrir o que estava acontecendo.

Visitaram várias lojas do pequeno povoado, realizando pequenas compras. Severo escolheu alguns livros que tinha interesse, penas, tinta, pergaminhos, e ainda fez questão de mimar Hermione com guloseimas da Dedos de Mel. Como haviam comido bastante no café, sequer se preocuparam em parar para almoçar, mas quando o meio da tarde foi se aproximando, acharam por bem comer alguma coisa.

— Gostaria de ir comigo à Maddame Puddiffot? — Perguntou Severo, com um largo sorriso.

Hermione concordou, sem acreditar que a tarde pudesse ficar ainda melhor.

A casa de chá Maddame Puddiffot era uma pequena loja de chá, localizada na rua lateral da rua principal de Hogsmeade. O salão continua muitas mesas redondas, decoradas com guardanapos laçados, toalhas repletas de babados e açucareiros com detalhes chineses.  Um pequeno sino sobre a porta anunciava a entrada de novos clientes, produzindo um tilintar melodioso.

Esse era, historicamente, o lugar mais utilizado pelos alunos para encontros românticos.

Severo parecia ter arquitetado tudo com antecedência e estava disposto a fazer com que o dia fosse incrível, e, sem sombra de dúvidas, estava se saindo perfeitamente bem.

Ficaram desfrutando dos encantos do local pelo resto da tarde. Comeram alguns pedaços de torta e experimentaram os mais variados tipos de chás que eram oferecidos no cardápio. Severo parecia mais calmo e relaxado, sendo assim, Hermione achou que era o momento perfeito para questiona-lo.

— Príncipe, posso te fazer uma pergunta?

— Claro — Respondeu Severo — Você sempre pode me perguntar o que quiser.

— Tem algo te preocupando? — Perguntou Hermione, vacilante.

Severo franziu o cenho e olhou atentamente nos olhos dela, quase era possível ouvir as engrenagens dentro da cabeça dele funcionando. 

— Não exatamente, só estou decepcionado — Respondeu Severo, já levantando a mão, pois Hermione fez menção de interrompe-lo — Eu não consegui te proteger do ataque, e isso me deixa muito frustrado.

— Você não conseguiria ter me protegido — Disse Hermione — E não deveria se cobrar tanto, muito menos sobre isso.

— Não concordo — Retrucou Severo — E não importa quanto tempo demore, vou me vingar de cada um deles, principalmente de Rabicho.

— Você prometeu que...

— Eu prometi que não arrumaria confusão com eles — Interrompeu-a Severo — Mas isso nada tem a ver com vingança. São coisas diferentes.

— Não, não são — Disse Hermione, levemente aborrecida — Porém, te conheço o suficiente pra saber que não posso dissuadi-lo dessa ideia. Só espero que tenha cuidado.

— Fique tranquila, Flor, você bem sabe que temos um futuro inteiro pela frente — Respondeu Severo, com um sorriso de canto que fez com que Hermione derreter por dentro.

Decidiu deixar o assunto morrer, pois era realmente impossível fazer com que Severo mudasse de ideia. O temperamento determinado e vingativo do rapaz não era muito diferente do adulto que conhecia, e, de certa forma, foi isso que levou o lado da luz a ser vitorioso na guerra.

 

O mês de abril chegou, e os dias passavam assustadoramente rápido. Hermione tinha a impressão de que quanto mais queria ficar a sós com Severo, menos isso era possível. Agora, todo o tempo livre do rapaz parecia estar voltado para as reuniões do grupo de Trevor, e nem mesmo as poções ele estava conseguindo ajudar a preparar.

Hermione produziu uma quantidade generosa de poção para reposição de sangue e ficou satisfeita com o resultado. Apesar de ter se utilizado das anotações de Severo sobre o assunto, isso não diminuía o orgulho que sentia de seu talento durante o preparo.

Conforme o fim do mês ia se aproximando e suas perspectivas de ficar com seu amado diminuíam gradativamente, decidiu retornar a um velho hábito: Procurar, nos diários de Severo Snape, informações que  ajudassem a ser bem sucedida em sua relação com ele. Desde que iniciaram um relacionamento, não encontrou quualquer necessidade de obter ajuda através das memórias do rapaz, mas agora seria interessante descobrir o quanto o relacionamento deles impactaria no futuro.

Aproveitou uma tarde em que estava sozinha no Salão Comunal — pois Severo se encontrava em mais uma reunião do grupo — e caminhou até o quarto para buscar os diários.

Como já conhecia os volumes até o número quatro, achou por bem procurar nos outros três restantes. De repente, sentiu um enorme frio na barriga: E se encontrasse algo sobre um Severo Snape adulto, que não gostaria de saber? E se fosse algo que pudesse mudar o modo como se sentia em relação a ele?

Sentou-se na cama e ponderou um pouco sobre o assunto, analisando todos os prós e contras. Por fim, chegou à conclusão de que sua curiosidade era maior do que o receio de se decepcionar. Abriu o malão e recolheu os três últimos volumes que desejava. Ao retira-los, viu o pequeno Globo de Neve que havia comprado no Caldeirão Furado, meses atrás, antes de finalizar a fabricação do Vira-Tempo. Agora já não era possível ler qualquer mensagem, o encanto havia de dissipado totalmente.

Olhou atentamente para o objeto, chacoalhando-o levemente, fazendo os pequenos flocos de neve flutuarem. Um barulho no Salão Comunal causou-lhe sobressalto, então achou melhor buscar um lugar mais reservado. Guardou os diários na bolsinha de contas, assim como o pequeno globo, e começou a caminhar em direção ao sétimo andar, onde ficava localizada a entrada da Sala Precisa, seu objetivo era passar o resto do dia no espaço criado para dividir com Severo Snape.

Não demorou para alcançar seu destino e teve facilidade em fazer a porta se materializar. Foi direto para o modesto laboratório e sentou-se confortavelmente na bancada, pegando o diário com o número cinco, logo em seguida.

As páginas iniciais ainda tratavam do sétimo ano, contudo, boa parte era recheada de informações sobre eles em seus melhores momentos. Ficou maravilhada ao descobrir que Severo continuava a escrever sobre ela. Eram passagens curtas, mas que evidenciavam que seus sentimentos puros e verdadeiros. As páginas finais, por outro lado, tratavam da vida do rapaz fora de Hogwarts, sendo assim, também conseguiu descobrir elementos interessantes, como a data do falecimento de Elieen Prince, o que fez seu coração apertar.

Fechou o diário após este acontecimento. Era inquietante pensar que não poderia fazer nada a respeito, não poderia salva-lo de mais essa dor. Pouco tinha convivido com a senhora Snape, mas nutria um forte sentimento de carinho, e sabia o quanto Severo à amava.

Colocou a mão dentro da bolsinha para buscar pelo restante. Recolheu os outros dois diários e o pequeno globo de neve, rodando-o na mão, distraidamente, até ser tomada por uma brilhante ideia: Não poderia estar com Severo nas datas mais importantes para ele, boas ou ruins, mas poderia deixar mensagens de carinho, de cuidado.

Era possível programar para que o objeto exibisse mensagens em determinados dias e horários, e talvez assim ele não se sentisse tão desamparado. Ficou radiante ante a ideia de conforta-lo e, sem perder mais tempo, começou a trabalhar.

Durante horas Hermione encantou o pequeno objeto com todo tipo de frase amorosa e atenciosa que conseguia pensar, além de diversas coisas que gostaria de ter dito, mas não teve oportunidade. Depois, com cuidado, começou a buscar por datas importantes em que gostaria de estar ao lado dele.

Quando estava prestes a terminar o quinto diário, depois de ter revisado várias vezes para se certificar que nenhuma data havia escapado, uma pequena nota sobre Trevor Gregoryforth chamou sua atenção, principalmente por estar absolutamente fora de contexto, afinal, no ponto em que se encontrava Severo já havia concluído os estudos.

“É estranho pensar o quanto minha vida mudou totalmente durante o sétimo ano em Hogwarts, principalmente com a chegada de Hermione. Não sei dizer se as coisas teriam acontecido da mesma forma sem ela por perto, mas ter sido iniciado durante o ano letivo,  facilitou muito meu caminho até o círculo íntimo do Lorde das Trevas.

Hoje tenho certeza de que se Trevor Gregoryforth pudesse ter convidado Hermione para fazer parte disso, ele não teria pensado duas vezes. Ela sempre foi brilhante e seria de grande ajuda ao lado da nova ordem mundial. São poucos os Comensais de Morte realmente inteligentes e com capacidade de contribuir efetivamente para os planos de Lorde Voldemort, a maior parte é composta apenas por soldados, úteis para morrer pela causa.

É um alento ser um espião duplo desde o início, é poder lidar melhor com a culpa. Sei que muitas mortes são minha responsabilidade e muitas famílias foram despedaçadas, mas, no futuro, valerá a pena.

A melhor parte é Hermione nunca ter feito parte disso.”

Hermione fechou o diário logo em seguida, abismada com a descoberta. O apontamento não tinha data, então não conseguia compreender em que momento foi escrito, tampouco a razão. Não conseguia acreditar que Trevor era um Comensal da Morte e estava se utilizando do cargo para iniciar a maior quantidade de alunos que pudesse.

De outra sorte, isso explicava diversas coisas, ficou assombrada por não ter pensado nisso antes. Ele não estava preocupado em treinar os alunos para os perigos que enfrentariam com Lorde Voldemort a solta, mas sim, montando o seu próprio exército, com os melhores e mais capazes combatentes. Ainda, levaria consigo algumas mentes brilhantes.

Teve medo do que mais poderia descobrir se continuasse vasculhando as lembranças de Severo, razão pela qual decidiu parar, por hora. Tinha feito grande progresso com o globo e sabia que Severo apreciaria o seu gesto de carinho, mas não se sentia forte o suficiente para continuar com isso no momento.

Guardou tudo dentro da bolsinha de contas novamente e deu uma última olhada na poção que cozinhava ao seu lado, antes de se retirar do laboratório. Ficou de pé por um tempo, no meio da sala, pensando em qual deveria ser sua próxima atitude.

Antes que pudesse se decidir, viu a porta se abrir e o moreno entrar. Assim que os olhares se encontraram, percebeu que o rapaz estava anormalmente sério e pálido.  

— O que houve, Príncipe? — Questionou Hermione.

— Eu... tenho algo para te contar — Respondeu Severo — É sobre o clube do Trevor.

— Ah... você tem passado bastante tempo lá — Disse Hermione — O que aconteceu? Ele quer que você me convide?

— Acredito que ele nunca vá te convidar, Flor — Disse Severo — Hoje ele levantou a manga das vestes e nos mostrou a Marca Negra. Trevor Gregoryforth é um Comensal da Morte, e quer que todos do grupo também sejam.

 


Notas Finais


Eiiii!
Fico feliz em estar de volta em um tempo bem aceitável. Como estão?

Esse capítulo é importante pra mim em muitos sentidos.
Eu descrevi um afastamento entre o casal, simplesmente por ser um momento necessário na vida dele: Fazer parte de um novo grupo, novas experiências, novas oportunidade, novas vivencias. E ela, apesar de sentir falta da presença dele, em momento algum se opôs e ofereceu todo apoio.

É sobre isso, cumplicidade e equilíbrio. Busque sempre por relacionamentos (amor, amigos, família) que respeitem sua necessidade.
Tenha consciência de que o tempo do universo muitas vezes será diferente do seu. Por mais que pareça injusto, por mais que você tenha se dedicado, as coisas podem não dar certo: E está tudo bem. Nem todos os sonhos são possíveis ou vão se realizar: E está tudo bem. A vida se renova. Somente tenha consciência de que fez tudo o que poderia, o resto é acaso e fim de papo.

Recentemente conquistei uma vitória modesta, mas que fez uma grande diferença pra mim. E tenho certeza que só foi possível porque abdiquei de muita coisa que gostaria, pra fazer algo que era preciso. A vida é muito mais sobre coisas que precisamos fazer.
Nem sempre as pessoas estarão conectadas com você para compreender suas necessidades e eventual falta de tempo, mas espero que você jamais abra mão de si para viver por alguém. Faça o seu, e segure na mão de quem corre do teu lado e te quer bem, se afaste do resto.

Nunca se esqueça: Revoltados gritam, revolucionários agem.

Foi um pequeno desabafo, mas espero que faça alguma diferença. É algo que se eu já soubesse anos atrás, muita coisa poderia ser diferente hoje.

Em tempo, agradeço por cada mensagem de carinho que me deixam e cada comentário, desde os mais simples aos mais elaborados, é maravilhoso demais poder estar próxima de cada um de vocês.
Obrigada por TUDO, sempre! Vocês são incríveis!

Por fim, mas não menos importante, eu quero dedicar esse capítulo para linda @nenadyonisio, que teve uma grande perda no dia de hoje. Espero que minha história possa te distrair um pouco e que o tempo se encarregue de confortar seu coração. Estarei aqui pra tudo e prometo que logo isso vai passar.


Nos vemos nos comentários.
Grande beijo.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...