História Ensina-me a amar. - Explicando e confusão.

Apreensão.

Era o sentimento que me dominava agora. Suspiro, consternada. Tony ainda dormia, e eu pedia para que ele permanecesse assim. Um confronto entre nós é a última coisa que eu queria, tudo estava indo tão bem. Mas, eu era uma vingadora agora e isso era algo que eu não poderia dar as costas. Tony teria que entender, ele mais do que ninguém.

Saí do quarto em silêncio. Era a hora de agir, o Capitão américa precisava de mim.

- Bom dia, Jarvis. Meu traje está pronto? Perguntei, ansiosa.

-Sim, Scarlet. O Sr. Stark e o Sr. Banner terminaram as últimas modificações. Assenti, animada.

- Coloque em uma ‘’mochila’’ para mim, Jarvis. Estou saindo. Afirmei, decidida. Discussões com Tony precisavam esperar, Steve havia sido claro quando disse que Fury estava morto. Se mataram o diretor da Shield e uns dos maiores espiões de todos os tempos, o que eles estariam planejando mais?

Disquei rapidamente o número de Steve. Na segunda chamada, ele atendeu.

- Capitão, qual é a situação? Disse, assim que ele atendeu. Muito formal, talvez.

- Sou procurado pela Shield agora. Disse Steve, apenas. Suspirei preocupada.

- Você já sabe quem matou Fury? Perguntei, apreensiva. Não gostava da morte, mas não a temia. Sabia que era uma força inevitável da vida, porém ainda sim era tudo que eu não representava. Minha força oposta.

Steve suspirou do outro lado, como se estivesse pensando no que iria me contar.

- Foi ele. O cara do braço de metal. Finalizou Steve, me fazendo arrepiar com as palavras. Eu sabia que algum dia, ele voltaria. Não tão cedo, claro. Entretanto, ele voltaria. Confesso que o bracinho de metal tinha um talento natural para me surpreender. Não que eu apreciasse isso, eu era a quem sempre surpreendia.

- Estou indo para aí. Não se preocupe, eu acho você. Disse, desligando o telefone. Acreditem! Eu o acharia. Cada pessoa, tinha uma aura bem peculiar relacionada aos elementos. Quando mais contato com a pessoa, eu tivesse. Mais rápido, a acharia.

Suspirei, pegando a pequena maleta com meu traje que Jarvis havia separado para mim. A dúvida do que eu diria a Tony me paralisou por vários minutos. Eu não queria ele perto do Soldado Invernal. Poderia ser extremamente perigoso. Decidi que era melhor deixa-lo dormindo, eu não gostava sequer de imaginar quando ele acordasse. Deus! Será que ele me odiaria?

Precisava ao menos me justificar. Peguei o papel e caneta que estavam ali ao lado, começando a escrever.

Amor,

Eu sei que não foi esperado... E que você deve estar chateado ou me odiando nesse momento. Não estou fazendo isso por suas costas, mas existe coisas que precisam ser feitas por nós. Afinal, como eu pensei antes de lutar com vocês em NY. Se eu não lutasse, eu seria tão culpada quanto aquele que estavam destruído a cidade... Eu escolhi fazer o certo e principalmente, o justo. Existem coisas que preciso fazer sozinha.

Não se engane, amor. Eu escolhi você! Sempre escolherei. Você é a prioridade do meu coração.  Mas, existem pessoas inocentes que precisam de mim. Voltarei o mais rápido que posso. E depois discutiremos esse assunto.

‘’ Quando se consegue fazer as coisas que eu consigo, mas não faz e aí coisas ruins acontecem. A culpa é sua.’’

Eu te amo, não se esqueça.

Scarlet.

Fechei os olhos, contendo a minha vontade de chorar.

- Jarvis, quando Tony acordar... Avise sobre esse bilhete. Disse, colocando o bilhete em cima do meu coração por alguns instantes e o dobrando em cima da mesa. Saí em direção da sacada da torre, olhando a cidade por alguns momentos, até voar com força e rapidez. Rumo a Washington.

Depois de algumas horas de voo, eu caminhava por um hospital após ter sentindo Steve e Natasha. Eu estava cansada, mas me recuperava gradativamente. Andei por entre os corredores até uma máquina de chicletes e guloseimas, com um boné e óculos escuros.

- Vamos descobrir o que o fantasma quer. Ouvi, Steve.

- Boa coisa não deve ser. E dessa vez, eu não vou aliviar para ele.  Afirmei, entrando na sala. Eles me olharam assustados. Revirei os olhos. Ele não tinha me chamado? – Aliás, desculpe a demora. E então, crianças... Vamos sair daqui? Eu realmente odeio hospitais. Disse, sorrindo.

- Você veio... Disse Steve, surpreso. Assenti. – Tony está com você? Perguntou, apreensivo.

- Não, ele não está. Quero Tony bem longe do quebra-nozes, ele não sabe que estou aqui. Afirmei, receosa. – Mas, ele vai descobrir em breve. Receio que não seremos muitos discretos. E não é como se meu namorado demorasse muito para achar alguém, principalmente se ele estiver determinado. Terminei, os encarando. Eles assentiram.

- Precisamos descobrir o que tem nesse pen-drive. Disse, Steve. Enquanto, saímos do hospital.

- Isso é fácil. Disse, Natasha.

Ao chegarmos no Shopping, eles foram em uma Loja Apple. Decidi ficar do lado de fora, esperando e guardando. Eu me sentia como uma novata na missão, a caçula. E eu era mesmo, a caçula. De repente, comecei a sorrir percebendo o fato. Eu era a mais nova dos Vingadores. Mas, enfim... Foco! Concentrei toda minha energia no ar, tentando sentir e ouvir algo que fosse meramente suspeito. Expandir meus sentidos dessa forma, sempre me deixava um pouco estressada. Era um pouco cansativo! Meu corpo ficou rígido com minhas conclusões.

- Quatro carros, vários homens e uma mulher. Estão armados. Vamos, casal. Sussurrei, entrando na loja e chegando perto deles. – E sim, eu ouvi a conversa. Sorri, zombando. Saímos da loja, a gente daria conta deles. Porém, não seria viável. Três vingadores derrubando uma equipe da Shield em um local cheio de civis? Gente ferida, Tony sabendo onde eu estava, o mundo querendo nós prender... Discrição era necessário.

- Equipe tática padrão. Dois atrás, dois pelos lados e dois vindo pela frente. Eu cuido deles e você pega a escada rolante para o metro. Scarlet, vem comigo. Disse, Steve.

- Acho melhor sermos discretos. Murmurei, tentando não parecer desesperada.

- Calem a boca. Murmurou, Natasha nos olhando. – Me abraça e ri de alguma coisa que eu te disser. Scarlet, finja que olha as vitrines enquanto caminha. Disse, enquanto caminhávamos e eles passaram bem do nosso lado. Bufei, irritada. A situação era uma bela merda.

Manipulei o ar para planar sobre o shopping, quase encostando em seu teto. Steve e Natasha pareciam concentrados em passar o pessoal da Strike, como eu disse estávamos envolvidos em uma bela merda. As pessoas eram tão distraídas, sempre enfiadas em seus telefones que nem percebiam uma vingadora voando dentro de um shopping. Sorri, até Natasha e Steve estavam tentando me achar. Desceram pela escada rolante, enquanto um membro da Strike subia em direção contrária. Eu me preparei para agir. Mas, Natasha tinha a estranha habilidade de me surpreender o puxando para um beijo. 

Caramba! Se Tony visse isso. Nat tirando o BV do Capitão, ele não os deixaria esquecer aquilo. O aperto no meu coração foi inevitável. Como será que ele estava? Será que chateado comigo? Bufei com os pensamentos ridículos. Chateado com certeza, estaria. 

Graças, eles se livraram daqueles imbecis. Saí do shopping o mais rápido possível.  Os achei novamente, Steve estava roubando uma caminhonete.

- Capitão América roubando carros. O dia não para de me surpreender. Sussurro, o olhando. Assim, que aterrisso do seu lado.

- É apenas um empréstimo. Entrem! Disse Steve, tentando se justificar.

Entramos no carro e partimos. 

***

Dormia tranquilamente. Enquanto, estávamos na estrada para New Jersey. Eles conversavam animadamente sobre beijo. 

- Que tal uma amiga? Disse, Steve. 

- Sabe, eu shippo Romanogers. Disse, com a voz rouca pelo sono. - Apenas, de shippar Brutasha também. Acho que gosto de você com qualquer pessoa, menos com o Tony é claro. Continuei, explicando para Natasha. Ela me olhou estarrecida, Steve parecia confuso e constrangido. 

- Você deveria voltar a dormir. Disse Nat, comecei a rir. - E você deve ser a única mulher que ama e aguenta Tony Stark nessa terra. Finalizou, olhando a paisagem fora do carro. 

-  O que é Romanogers e Brutasha? Foi o que Steve disse.

- É a junção do seu nome e da Natasha, Cap. E do Bruce também. Como casais... Disse, explicando calmamente. 

- Acredite, minha cara Scarlet. Steve tem outra mulher no seu coração no momento. Disse Natasha, com aquele ar misterioso. 

- E porque eles não estão juntos? Questionei, curiosa.

Steve olhou para Natasha de forma a censurando. 

- Tem outro cara na vida dela. Esclareceu Nat, somente. 

Suspiro, chateada. O amor era complicado! 

- Não se preocupe, Steve. Tenho certeza que existe alguém para você. E será uma garota muito sortuda. Disse, carinhosa. Depositando um beijo no rosto de Steve, o fazendo ficar sem graça. Eu havia criado um imenso respeito e admiração por ele, Steve tinha caráter e extremamente gentil. A vida não foi boa para ele! Então, torcia mesmo pela sua felicidade. Ele me olhou através do retrovisor e pela primeira vez, seu olhar me desconcertou. 

- Chegamos. Disse ele, calmamente. 

Uma base militar. Parecia bem antiga e abandonada por algum tempo. Steve nos esclareceu que era sua antiga base. Entramos e ele pareceu se perder no tempo, tudo que ele olhava a nostalgia estava presa em seu olhar. 

- Lembranças? Perguntei, curiosa.

- Sim, várias. Afirmou, me olhando. Sorri compreensiva. 

Steve caminhou até um galpão abandonado, alegando que não poderia haver munição tão perto dos dormitórios. Entramos, explorando o local. Procurando qualquer coisa que nos fosse suspeito.

- Parece uma base antiga da Shield. Natasha falou.

- Parece ser a primeira na verdade. Afirmei, curiosa. Steve assentiu, observando.

Conforme fomos andando, Steve abriu a porta. Vimos retratos pendurados na parede. 

- O pai do Stark. Disse Nat.

Olhei imediatamente, para o homem do retrato.

- Porra! Sogrão era um charme. Disse, meio chocada. Steve desviou a atenção dos quadros e me encarou. 

- Howard e olha a língua, Scarlet. Disse, somente. Segurei a gargalhada e assenti. Steve voltou a inspecionar, até achar um elevador secreto que nós levou ao um estranho laboratório com um computador bem antigo. Que Natasha começou a mexer, aquilo não parecia nada acolher e nem um pouco seguro. Explicando referências de jogos mortais para ele, contive a necessidade de revirar os olhos.

- Rogers, Steven. Nascido em 1918. Romanoff, Natalia Alianovna. Nascida em 1984. Resumiu, e apontou a câmera para mim. Sinistro! Contive minha vontade de ir embora. – Cross, Scarlet. Nascida em 1991. Terminou, com aquele sotaque absolutamente irritante.

- É um tipo de gravação? Disse, Natasha.

- Se é uma gravação ou não... Eu não faço ideia. Mas, a voz é absolutamente irritante. Disse, revirando os olhos.

O computador ficou irritado, nos corrigindo imediatamente e avisando que não era uma gravação. Falando que na verdade, era Zola. Um cientista suíço da Hidra que Steve capturou em 1945, que trabalhou para Hidra. A Shield – muito ingênua – o contratou por um valor estratégico, nós já sabíamos que a Hidra tinha voltado. Mas, um super plano e se infiltrar na Shield é demais. ‘’ Zola’’ nos explicou toda a situação, me deixando desconfiada. Até ele mostrar algo, o jornal da morte dos pais do Tony.

- Acidentes acontecem. Disse, nos explicando com aquela voz maligna. Se aquilo era verdade, a Hidra era responsável pelas mortes do pais de Tony. Deus! Não podia ser verdade. Ignorei o aperto em meu coração, só de imaginar a reação dele ao descobrir. Eu contaria para ele? Perdida em meus próprios pensamentos. Não terminei de ouvir a explicação do plano maligno dele para a dominação mundial.

Vilões nunca aprendem. Tentamos descobrir sobre o pen-drive, só que o cara era inteligente demais para entregar seu plano e ouvimos confessar que aquilo tudo era uma distração para nos matar.

- Tem um míssil vindo. Balística de curta distância. Nos atinge em trinta segundos no máximo. Disse, Natasha. Ótimo! Adorava mesmo. Misseis...

- Quem disparou? Disse, Steve perguntando.

- A Shield. Respondeu, somente. Pegamos o pen-drive, e observei um modo de nos tirar dali. Levantei a tampa de metal e os chamei.

- Nos dois, estamos fora do nosso tempo. O computador terminou...

- Lamento desapontar, só você morre hoje. Aliás... Disse, correndo para o buraco. – Hidra é o caralho. Completei, rindo. E criando uma esfera de ar ao nosso redor, afastando o fogo da explosão. Enquanto, Steve nos protegia com o escudo e o barulho ao nosso redor foi ensurdecedor.  Me concentrei, aumentando a esfera para afastar os blocos de concretos e destroços de cima de nós tentando diminuir o impacto sobre Steve. Tirei o bloco de concreto em cima de nós com um aceno.

- Tudo bem? Disse, meio cansada. Eles assentiram, assustados. – Vamos. Disse, saindo do buraco rapidamente. Ouvindo barulhos de carros e helicópteros chegando.

***

Tony espalmou sua mão na cama, a procurando. Sentiu apenas o espaço vazio, se levantou imediatamente. O dia de ontem havia sido perfeito! De longe, uns dos seus melhores aniversários. O cuidado dela com ele o fazia só ama-la ainda mais.

- Jarvis, onde está minha mulher? Perguntou, ainda tranquilo.

- Sr. Stark. Ela saiu com o traje e lhe deixou um bilhete. Jarvis respondeu, solicito.

Tony se arrepiou com as palavras. Ela não teria ido em outra missão sem o avisar, não é? Se levantou, indo até onde Jarvis indicou que o bilhete estava. Leu cada linha e o releu novamente, seu coração se apertando.

- Jarvis, vamos achar minha mulher. Onde ela estiver. Disse, se sentando no computador. – Não entre na festa sem mim, baby. Sussurrou, olhando o bilhete. Querendo que ela estivesse ali e não tão longe, mas sua mulher era teimosa. E ele adorava até isso nela.