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História Entre o Humano e a Besta - O Réquiem de um vampiro. - A hora do Chá


Escrita por: SirenSong

Notas do Autor


Heeeeeeeeeeeeeeello
pessoas maravilindas brilhantes do meu coração

São meia noite, horario perfeito para um cap novo (Espero que não estejam dormindo)

Enfim, to muito animada.
Mas não vou puxar muita conversa, tem alguém que vocês precisam conhecer,
mas corram corram ou vocês vão ficar atrasados (huhuhu~ )

Capítulo 5 - A hora do Chá


Fanfic / Fanfiction Entre o Humano e a Besta - O Réquiem de um vampiro. - A hora do Chá

Eugene estava sentado no sofá, apreciava sua leitura calmamente quando ouviu um barulho ritmado de uma unha batendo no vidro da janela. Todos os servos casa de Nicolai estavam avisados da visita que chegaria naquela noite, mas a campainha não havia tocado.

Do outro lado da janela espreitava uma jovem de olhos vivos, cabelos desgrenhados num loiro mais claro que o natural. Ela tinha em apenas uma das orelhas um brinco comprido de pena e olhava para o homem com olhos de coruja.

A pela descrição, era a pessoa aguardada. Mas não esperava tanto quando Nicolai informou que ela podia não ser muito “convencional”

Eugene abriu a janela e ajudou a jovem a subir. A mão era gelada, mas suave. Ela vestia um vestido rodado amarelo, um cachecol azul claro, meias cobrindo toda a perna com estampas e cores diferentes, sendo uma branca com largas listras roxas, enquanto a outra era vermelha com bolas pretas. Suas botas eram de um marron gasto e estavam despreocupadamente desamarradas.

A jovem parou diante de Eugene com as mãos nos quadris inspecionando-o com um misto de surpresa e confusão: “És um humano?”

— Sim. —  Eugene respondeu meio sem jeito com a objetividade da pergunta. Ela não parecia um vampiro, pelo menos não como Nicolai ou qualquer outra criatura mórbida Eugene já vira visitar aquela casa. Antes disso, ela mais parecia um ser de outro mundo

— E moras aqui? — Continuou disparando seus questionamentos sem qualquer pudor ou segredo.

— Sim.

— Mas essa é a casa de Nicolai! — Constatou.

— Sim, ele é o mestre desta residência.

— Mas … — se aproximando curiosa —  Você sabe o que ele é?

— Acho que sei a que se refere, e sim, sabemos.

— E não tem medo? — Circulando o homem como se o especionasse — O que tá lendo? — Mudando bruscamente de assunto.

— O Fausto, é um livro bem interessante.

— Mesmo? — Inclinando a cabeça com a curiosidade de um animal — Do que fala?

— É sobre um homem que faz um acordo em troca de pod—

— Mas vem cá, tem mais humanos aqui?

— Sim. — A presença dela era cansativa, seu olhar e a forma como ela se comportava parecia não obedecer a algum padrão, mas ao mesmo tempo ela era fascinante como um personagem surreal de um livro. Aquilo era muito—

— Você está sorrindo? —  Ela perguntou o surpreendendo.

— Desculpe. — Retomando a postura.

— Pelo o quê? — Ela indagou afastando-se. Genuinamente intrigada.

— Deseja que eu vá chamar—

— Curioso... Então existem humanos que não fogem… — Perguntou para si antes de se voltar ao rapaz — Por que não fogem? — Eugene estava preparando-se para responder mas ela continuou — E vocês não são todos góticos — Afirmou com admiração —  Vocês tem cicatrizes ou cortes nos pulsos? — Tomando a Mão de Eugene sem pedir permissão.

Eugene pensou em responder que talvez ela estivesse os confundindo, mas talvez ela encarasse isso como uma ofensa então resolveu se concentrar em não criar conclusões e apenas a responder o que era pedido, além de tentar se desvencilhar pra ir chamar seu senhorio.

— Desejas que eu—

— Não, não quero frango. — A jovem respondeu sem pensar, então seus olhos mudaram e ela voltou a notar o rapaz — Vocês jantam frango?

— Talvez seja esse o jantar,  embora eu não tenha—

— Pensei que vocês comessem carne vermelha, beterraba, essas coisas. — saltitando pela sala — Mas, vem cá... o cara do livro, ele faz um acordo com quem?

— Na narrativa, Fausto faz um contrato com um demô—

— Mas por quê lavanda?

— Lavanda? — Perdido na conversa. Não lembrava de ter falado sobre nada do gênero. A garota o encarou mudando sua expressão para um desinteresse punitivo:

— Pra limpar as janelas... — Explicou agarrando uma almofada e mechendo nas pontas dela.

— Oh... A Aba (vó) gosta do cheiro de lavanda. Desculpe a minha falta de compreensão — Manter a conversa com aquela figura era um desafio e tanto.

Ela deu os ombros desanimada.

— Tudo bem, você é apenas um humano, afinal.  — Adentrando na casa ignorando o rapaz. — Onde está Nicolai?

Um leve tom de frustração se abateu sobre Eugene. Frustração e indignação. Ele estava acompanhando cada devaneio, cada mudança de assunto mas bastou que ele se perdesse em uma única pergunta para ser resumido a "apenas um humano"? O que ela esperava?

Nicolai dobrou o corredor com uma feição amistosa. A visitante saltitou animada.

— Hunt! — Correndo para o vampiro, mas logo em seguida interrompeu o passo e fechou a cara — Por que verde?

Eugene não entendeu, Nicolai não estava com nada de cor verde. Seu casaco era preto, assim como a calça, sua blusa branca e seu cachecol era azul escuro, nada era verde.

— Ah... — Suspirou Nicolai ficando ao lado da garota e lhe fazendo uma reverência. — Não encontrei meias de outra cor.

"Mas hoje não é dia de Verde!" Ela protestou ressentida. “O verde hoje está amargo”. A conversa seguiu por um nível de incoerência que Eugene desistiu de acompanhar, sua atenção ficou presa numa pequena peça verde-musgo, uma pequena brecha entre o sapato e a calça do seu senhor.

… Verde …

— — — | — - — - — | — — —

— Eu encontrei uma pessoa que tinha o mesmo nome que o meu... curioso não?! — A jovem “patinava” pelo corredor.

— Curioso... Se bem que "Alice" não é um nome tão incomum. — O vampiro comentou enquanto a guiava até as celas subterrâneas.

— Mas... - Prosseguiu com ar de astúcia — Não era só o nome, ela também queria a mesma coisa que eu.

Nicolai estendeu a mão que ela segurou e usou de apoio para descer as escadas de pedra num animado saltitar evitando todas as juntas ou rachaduras no piso.

— Imagino que o conteúdo da disputa seja um segredo.

— Um segredo é apenas uma caixa fechada. — Soltou triunfante ao pular o último degrau.

Nicolai não entendeu exatamente o que ela quis dizer com aquilo, então encaminhou a conversa para o objetivo da visita.

— A criatura está do outro lado da porta. Acho que já pode senti-la.

— Sim! Ela tem cheiro de Azul. — Constatou animada. Então começou a bater o dedo no lábio de uma forma Pensativa — É uma cor curiosa.

Nicolai se perguntava se tinha sido realmente uma boa ideia trazer Alice, a vampira era um contado extremamente peculiar com quem ele havia tropeçado em algum momento dos anos. Alguns diziam que ela advinha de uma linhagem rara dos "Sombras", que aprendera a dominar uma forma tão abstrata de conexão entre o sangue que poucos compreendiam, outros menos amigáveis, diziam que aqueles como ela advinham de Humanos que foram abraçados em estado de demência. Discussões à parte, o fato é que ela dominava habilidades extremamente úteis apesar de seu comportamento pouco convencional. 

O ponto que fez Nicolai hesitar tanto em chamá-la é que talvez ela talvez fosse peculiar demais para a mente frágil visitante, anfinão não se joga ao sol alguém preso em escuridão por anos a menos que se queira lhe queimar as pupilas. Nicolai gostaria de ser mais cauteloso em suas ações, mas Ross estava lhe tirando dos nervos e a visita do Czar se aproximava. Resultados precisavam ser apresentados se queria ter alguma paz. 

— Ela responde por Meredith, embora não fale a menos que esteja sobre o poder do sangue. Eu preciso saber mais sobre o passado dela e você é a única que eu conheço que pode fazer isso.

— Claro, claro. — Ela respondeu ficando na ponta dos pés — Mas, o que eu vou ganhar com isso?

— Bom, eu soube que você está tendo problemas com vampiros fazendo bagunça perto do hospital. Eu posso lhe ajudar com isso.

Ela girou, uma, duas , três vezes e parou, como quem aterriza de uma queda.

— Por quê você não abriu a porta ainda? — perguntou com impaciência olhando para o vampiro.

— Você ainda não me respondeu…

Ela fez uma careta e depois riu.

— Hunt, eu respondi quando vim. — Ela sorria como uma mãe, quando seu filho tropeça tentando dar seus primeiros passos, então fechou a cara, como se acometida de um pensamento ruim — Mas eu ainda não gosto de lavanda.

— Você pouco ficará na sala ou perto de vidros.

— — — | — - — - — | — — —

A porta de metal se abriu exibindo o quarto de paredes de cimento cru. A garota dentro dele estava aninhada entre almofadas de formatos divertidos: Flores, animais um grande tigre Branco que parecia um colchão. A vampira entrou no aposento de ponta de pés, em saltinhos, como se desviando de algo que ninguém mais via.

— Fufu~ — Soltou Alice divertindo-se cobrindo a boca — Quem diria...  tantos mimos.

— Ela tem alguém que lhe manda presentes. — Nicolai resumiu sem comoção. enquanto encostava-se na parede —  Sinta-se à vontade.

A vampira afundou nos lençóis ao lado da garota.

— Olá Meredith ... — Alice cumprimentou com ar de velhas amigas — Vamos começar… sim?!

 

 

“C'est l'heure du thé”

(É hora do chá)

***

”No que você pensa quando fecha os olhos?”

** *** Uma viagem por dentro de uma mente quebrada *** ***

A fome e a sede

O desespero tem gosto de terra.

O desamparo escorrega pelo corpo como vermes

Os gritos vêm

A consciência vai.

A fome e a dor permanece

O tempo perde o sentido

A garganta é sufocada por barro e cascalho

“Não adianta gritar

Ninguém vai te ouvir”

Ninguém vai vir te salvar

Quando o escuro e a solidão devoram tudo a sua volta

Alice: // Ninguém vai te causar mal.

As lembranças, elas são quem mais castigam

quando a alma está em silêncio

Alice: // Deixe elas fluírem //

Elas vão esmagar você

Como as pedras de um desabamento.

// Não importa, deixe elas virem... //

“Demônio!”

“Monstro!”

Eles gritam

“Você deveria morrer” quantas vezes eu já não ouvi isso... 

"Tudo seria melhor se você não tivesse nascido”

“Demônio!”

“Besta!”

Eles gritam

“O único bem que você pode fazer, é encerrar sua existência”

me disse aquele que seria minha última esperança.

A fome e a dor

o medo e o desespero

Você consegue sentir?

// A fome e a sede

// O desespero tem gosto de terra.

// O desamparo escorrega pelo corpo como vermes

 

// Não existe lugar para onde se possa escapar

// As pedras prendem meu corpo, não tem pra onde ir

//  Não adianta gritar

// Eu não consigo mais gritar.

// Mas ninguém iria ouvir

 

// Fugir

// Fugir

// Fugir

// Eu quero sair daqui/

// Eu preciso sair daqui/

// Eu preciso...

// “Alice!” A voz de Nicolai rasgou meus ouvidos, “Parada!” ele ordenou, mas para onde eu iria? Eu só preciso fugir… Mas meus músculos não se movem.

— — — | — - — - — | — — —

 

 

— Durma! — Nicolai ordenou colocando o braço em volta das costas de Alice para ampará-la quando ela desabasse. A garota fechou os olhos amarelados, apavorados, os olhos de uma fera que começava a perder o controle para escapar de algo que não estava ali.

Nicolai olhou assustado para a jovem sentada no canto do quarto começando a chorar novamente, o que havia acontecido?

“O que você mostrou a ela?”

 


Notas Finais


Beeeeeem, esse final é a Alice dentro da mente da Meredith. A parte em italico é a consciência da Mere e as em negrito consciência da Alice (coloquei ate "//" ), espero que não tenha ficado muito confuso.

Enfim, particularmente eu achei esse capítulo muito legal
Espero que vocês também. ^^

Digam aí o que acharam da Alice.
(Estamos começando a aumentar nossa família♡)

Nos vemos nos Coments
Ou no próximo cap
♡ (⇀ 3 ↼)
BEEEEEEIJUS


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