História Entre a Escuridão há Esperança - Mensagem

LUCY POV’S

Acordei com um pulo da cama, olhei em volta vendo o ambiente familiar do meu quarto. Como tinha chegado aqui? Sentei-me na cama um pouco grogue de sono, então as lembranças começaram a encher minha mente. Suspirei, pensando como seria daqui pra frente depois daquilo? Decidi começar o dia com um banho para me ajudar a clarear as ideias. Quando acabei, vesti um short e uma blusa de mangas e me sentei no sofá.

Achei que já estava na hora de escrever para minha mãe, já fazia um bom tempo que eu não dava notícias. Sentei na escrivaninha e peguei uma folha.

“ Querida mamãe,

As coisas estavam um pouco agitadas, então só agora eu pude escrever. Ultimamente tenho me sentido estranha, não sei o que é nem o que fazer. Sinto que alguma coisa mudou, mas não sei o quê.

Esses dias foram muito confusos, não sei o que fazer com meus sentimentos em relação ao Natsu, e nem posso dizer que ele gosta realmente de mim. Às vezes eu o vejo conversando com a Lissana e fico triste. Nossa última missão não foi tão boa, eu sou mesmo uma inútil, não consegui nem proteger os meus amigos, e, novamente o Natsu precisou me salvar, tenho certeza que ele me acha fraca. Mas isso irá mudar, vou treinar cada vez mais e mostrarei a todos que eu também posso ser forte.

Ontem, ele me beijou, não sei ao certo o que isso significa, nem o que sentir, tudo é tão confuso que não sei mais onde está meu coração. Esses dias e cada vez mais eu penso que deveria ir embora. Talvez seja melhor esperar um pouco para ver como as coisas ficarão. Eu só espero que tudo bem, embora não tenha tanta certeza, tenho tido sonhos muito ruins, acho até que são avisos. Mas se eles realmente acontecerem, eu preciso estar preparada para tudo. Sinto muito, queria conseguir ser forte.

                                                           Com amor,

                                                                       Lucy Heatfilia”

Enquanto escrevia, sentia as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Quando terminei selei a carta e a coloquei na caixa junto com as outras. Depois de arrumar algumas coisas, saí para comprar algo para comer, já que Natsu e Happy tinham esvaziado a despensa novamente. Quando cheguei em casa já passava da 16hs00min, guardei tudo nos devidos lugares e sentei na mesa da cozinha. Tudo estava tão quieto que não aguentei, decidi fazer um passeio. Saí andando sem rumo, quando dei por mim, estava parada perto da árvore onde achei que Natsu fosse se declarar para mim, eu era mesmo burra, não devia ter criado esperanças. Olhei para o céu e senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha. Ouvi o som de passos e rapidamente enxuguei-a. do outro lado da árvore estava um baixinha de cabelos azuis.

- Oi Levy-chan! O que faz por aqui?- perguntei

- Oi Lu-chan, eu só vim aqui para pensar um pouco. É um lugar bem tranquilo.

- Sei... – olhei para ela segurando um sorriso, sabia muito bem no que ela estava pensando, mas sabia o quanto era ruim pressionar uma pessoa.

Fiquei lá, olhando o céu, até que ela pergunta:

- Então... O que tá rolando entre você o Natsu?- pude ver que ela não aguentava mais segurar a curiosidade.

- Nada. – disse corando e desviando o olhar- Por que a pergunta?

- É que a Mira deixou escapar que vocês tinham se beijado. - ela sorriu ao notar a cor do meu rosto

- Mas ela contou pra todo mundo?- imaginei o inferno que eu teria que enfrentar amanhã se ela tivesse contado

- Não, ela meio que tipo, deixou escapar enquanto a gente conversava. – ela me encarou - E então, é verdade?

- O quê?- tentei desviar o assunto – Por que você não me conta o que está acontecendo entre você e o Gajeel?

Encaramo-nos por alguns segundos e ela desviou o olhar desconfortável, pude ver que seu rosto estava ficando vermelho, como o meu estivera a alguns minutos atrás.

- Não tá acontecendo nada, tenho certeza que ele nem liga pra mim. - pude perceber a dor em sua voz, quando olhei para ela, vi algumas lágrimas caindo, mas ela as enxugou rapidamente. Eu não gostava de ver ninguém daquele jeito.

- Não se preocupe, eu vou tentar dar um jeitinho nisso. - falei sorrindo

- Obrigada Lu-chan! – ela sorriu de volta

Depois de um tempo, achei melhor voltar para casa. Quando entrei no apartamento, encontrei tudo bagunçado, as gavetas tinham sido reviradas, havia marcas de garras no sofá, vários pratos estavam quebrados, o que tinha acontecido? Ouvi o barulho de algo pingando, segui o som até o banheiro, quando olhei para a pia, vi o que realmente era: Sangue. Levantei os olhos para o espelho e, onde antes não havia nada, agora se podia ver uma mensagem:

“ Em breve nos encontraremos.”

Ao lado da mensagem havia um símbolo vermelho desenhado. Virei-me e corri, nunca tinha ficado tão assustada, mas aquilo estava além do que eu podia aguentar. Meus pés batiam com força no chão, produzindo um ruído alto. Senti que havia alguém me seguindo e acelerei o passo, me virei para olhar, mas acabei tropeçando e caí de cara no chão. Tentei me levantar, mas alguma coisa pontuda e fria encostou nas minhas costas. Fiquei paralisada, uma mão agarrou meus cabelos e levantou minha cabeça. Fechei os olhos e, tão rápido quanto tinha aparecido, a sombra sumiu. Respirei fundo tentando me acalmar, eu precisava de algum lugar para passar a noite. Fui para o primeiro lugar que achei que estaria segura, a casa do Natsu.

Bati na porta rezando para que houvesse alguém. A porta se abriu, era o Natsu, me joguei em seus braços e comecei a chorar. Ele não perguntou nada, apenas me abraçou e acariciou meus cabelos. Quando eu me acalmei, ele perguntou:

- O que houve Lucy?

- Não quero falar disso hoje. Será que eu podia dormir aqui?

- Claro. - ele ainda estava curioso, mas escolheu não me pressionar.

Ele me levou até sua cama e preparou um chá para mim. Depois de um tempo, deitou-se ao meu lado e eu me agarrei nele. Ele ficou surpreso, mas entendeu que eu precisava de alguém que me confortasse, passou um braço ao meu redor e levantou as mangas da minha blusa, acariciando de leve os meus braços. Isso me causou arrepios. Minha cabeça estava apoiada em seu peito quente e eu me sentia segura e protegida. Dormi embalada pelo seu calor e pelas carícias.

- Boa noite Lucy! - ouvi sua voz vinda aos sussurros e sorri.