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História Entre amor e vingança - Revivendo lembranças dolorosas


Escrita por: RobertaDragneel

Capítulo 65 - Revivendo lembranças dolorosas


Fanfic / Fanfiction Entre amor e vingança - Revivendo lembranças dolorosas

A minha mãe mexia calmamente a massa dos cookies enquanto eu, uma garotinha de oito anos, observava tudo fazendo anotações futuras. Ela serviriam para aprender a preparar os biscoitos, assim a Takara sentiria orgulho de mim. Após colocar a massa na fôrma, seus olhos escuros pairam sobre mim e logo um sorriso gentil surgia.

— Está tarde para você estar acordada.

— E por que a mamãe não foi dormir ainda?

— Eu estou preparando os biscoitos para você levá-los para a escola, amanhã.

Sorrio sem jeito, murmurando um agradecimento até ser “empurrada” para o meu quarto. Takara nunca gostou de me ver dormir tarde, por isso sempre me acompanhava até a cama onde contava alguma história.

— Tenho uma dúvida, mãe.

— Qual?

— Por que a Amaterasu se apaixonou pelo Rei Demônio? Eles são tão diferentes. — pergunto ajeitando-me na cama.

Ela senta ao meu lado, alisando meu longo cabelo preto.

— Porque um quebra cabeça não é completo por peças iguais.

— Como assim?

— Eles possuíam energias diferentes mas, ainda assim, uma sintonia igual. Sem um, o outro não seria o mesmo.

— Então, o amor é encontrar pessoas diferentes?

— Não, o amor é encontrar pessoas que te completem. É uma busca pela sua alma gêmea.

— Alma gêmea? E o que seria isso?

— Eu diria que é o seu melhor amigo, alguém que vê todos seus defeitos e te aceita mesmo assim. Quando você chora, ele permite que seus braços sejam o seu porto seguro. E mesmo que estejam afastados, o sentimento continua. É algo capaz de ultrapassar gerações.

— Woah! Eu quero encontrar a minha alma gêmea logo!

Ela ri abraçando-me fortemente.

— Você encontrará, um dia, então seja paciente. E quando a encontrar, ela irá ser o feixe de luz em sua vida.

 

A última frase da minha mãe formava um eco em uma mente, um looping infinito de suas sábias palavras. Eu amaria continuar lembrando do seu sorriso ou sua voz, mas o barulho do ambiente despertou-me desse transe. Abrindo os olhos repentinamente, acordo assustada por estar em um galpão abandonado. O galpão onde destruíram a minha vida.

Quando tento me mover, percebo que meus braços estão presos em correntes aumentando o meu desespero. Instantaneamente, abaixo o olhar para o meu corpo e suspiro aliviada ao ver que estou com minhas roupas – exceto pela camisa azul do entregador, ficando com a jaqueta preta de couro.

— A bela adormecida não está tão adormecida assim.

Ergo o olhar para as orbes escuras de Thomas Adams e ele apenas sorri com frieza, ignorando a curta distância entre nós. Eu tento avançar contra ele mas as correntes me impedem, então ouço a sua risada.

— Achou que eu seria tão burro de deixar alguma brecha para escapar ou me atacar?

— Não custava nada tentar.

— Eu sou um homem preparado para tudo, Sakura. — dizia apontando para o meu celular, o tesar e a arma em cima de uma pilha de madeira. — Acho que não precisará mais deles.

— Por que me trouxe aqui?

— Por dois motivos simples. Primeiro, eu gostaria de reviver esse momento glorioso e, segundo, uso esse lugar para pensar.

— E no que sua mente diabólica está pensando?

— Em como te matar sem deixar rastros. Será um pouco difícil mas temos a noite toda.

— Como assim?

— Usei seu celular para mandar uma mensagem para o seu pai dizendo que irá dormir na casa de uma amiga.

— Você pensa em tudo, poderia pensar em algo para mim?

— O que seria, minha querida Sakura?

— Pense em uma frase legal para colocar em sua lápide porque quando eu sair daqui, definitivamente, irei te... — fico de pé aos poucos, recuando ao sentir as correntes atrapalharem mas o sorriso frio não some dos meus lábios. — Matar.

Por uma fração curta de segundos, vejo medo nos olhos de Thomas mas some na escuridão de seu olhar sem vida. Em seguida, ele ri mostrando uma visível empolgação.

— Nossa! Eu e os outros fodemos sua vida mesmo, literalmente. Espero que aprecie passar seus últimos momentos no pior lugar.

Então, ele coloca uma fita adesiva em minha boca e segura meu queixo, forçando-me a erguer o olhar em sua direção. Eu sabia, olhando sua alma através das orbes escuras, que esse seria o meu fim se não fizesse nada à respeito. Por isso, dou uma cabeçada dele fazendo-o recuar e xingar baixinho.

Não irei me render para esse lixo! Nunca! Mesmo que eu morra aqui, manterei a minha dignidade intacta!

— Se quer do jeito difícil, nós faremos. Eu estou muito irritado com você, Sakura. Uma simples garota junto com um Yamir com problemas invadiram o nosso sistema e quase levam minha empresa à falência. Na vida, eu adquiri muitos inimigos mas nenhum era tão insistente quanto vocês. Bem, eu preciso aliviar um pouco do estresse, então se me permite...

Havia um túnel com brasa ardente perto dali, onde Thomas enfiava uma barra de metal. Meus olhos se arregalam, relembrando do momento em que fui atingida por esse desgraçado e até hoje carrego a marca em minha pele. O meu coração batia de forma inquieta dentro do peito, como se pedisse para sair junto com minha alma.

Conforme o empresário dava passos se aproximando, via o meu próprio reflexo no ferro quente, o reflexo de uma garotinha assustada. Reviver esses momentos é como se minha alma estivesse presa no inferno, pagando por esse “pecado” inúmeras vezes. Preferia receber uma surra do Ryan Mitchell do que essa tortura psicológica.

Quando ele ergue a barra de metal sorrindo friamente, tento esquivar o corpo para o lado mas sinto como se meu braço fosse ser dilacerado por causa das correntes. Então, a superfície quente atinge a minha pele fazendo-me soltar um grito de dor. Todo o meu corpo vibra, lembrando-se dessa maldita sensação. A minha perna, o alvo dele, pulsava enquanto a pele havia sido facilmente aberta onde uma quantidade significativa de sangue escorria do machucado.

Parece que o miserável gostou dessa reação, arrancando a fita adesiva da minha boca.

Mesmo com toda essa agonia manifestando-se em meu peito, mordia com força o lábio para abafar outro grito de dor enquanto um filete de sangue escorria do canto da minha boca. Thomas divertia-se com minha situação, erguendo o braço para efetuar outro corpo.

Eu não podia reviver esse momento, precisava agir. A Sakura do passado aceitaria ser machucada, mas essa Sakura não!

Por isso, quando ele abaixa o braço, ergo o corpo e dou um chute na barra de ferro. Ela voa longe e aproveito que o desgraçado acompanha o olhar no objeto para chutar uma região específica do peito, causando asfixia. Thomas cambaleia para trás, apoiando as duas mãos no pescoço enquanto abria a boca tentando respirar.

Como o local estava sendo vigiado e protegido, tinha entorno de dez seguranças no galpão e todos voltam sua atenção para o “chefe” deles. Um dos homens aproxima-se perguntando se ele estava bem, mas apenas recebe um grito como resposta:

— Essa vadia acha que está em posição para revidar!

— Ora, parece que o “reizinho” perdeu a compostura. — debocho sorrindo de canto, ainda de pé mesmo com a terrível dor em meus braços. As malditas correntes o puxavam à todo custo para que eu me sentasse, mas relutava com minha pouca força. — Eu esperava mais ou não... Você precisou sabotar o negócio do Raj Yamir para chegar ao topo, então nunca foi um grande homem mesmo.

Eu nunca pensei que os insultos fossem capazes de causar mais prazer do que a agressão física. A expressão de fúria de Thomas evidenciava a sua derrota no combate verbal. Ao menos, em algo estou ganhando.

— Eu não só sabotei a empresa, como a vida dele também!

— Espera, espera. Você sabotou o carro do senhor Yamir?

— Claro, eu pensei que eu seria o escolhido pois fui um funcionário exemplar naquela maldita empresa, mas ele escolheu o filho rebelde.

— O Dinesh... Por isso, você o odeia tanto.

— E tem como não odiar?

Thomas faz um sinal com a mão, dispensando três dos seus capangas para vigiarem o lado de fora do galpão. Em seguida, volta seu olhar frio em minha direção.

— O Dinesh é tão corrupto quanto eu, mas tem esse papinho de querer se redimir. Depois do que ele fez contigo, acha que é possível essa alma ter perdão?

— Não mesmo.

— Por isso, comprarei a empresa dos Yamir’s e os verei cair na desgraça lentamente. Será que a Mahara Yamir irá se matar quando ver o esforço do marido no lixo? Eu realmente amarei assistir essa cena de camarote.

Por um lado, eu apoiava a sua ideia porque também compartilhava um certo rancor pelos Yamir’s; mas odiaria ver a Maya e até mesmo a sua mãe sofrerem. Elas foram tão receptivas comigo, tratando-me como se fosse da família e talvez a tal Mahara não saiba sobre os segredos de seus filhos.

— Você é muito idiota, Thomas. — digo em meio a um longo silêncio. — Não é tão fácil destruir essa família.

— Por que?

— Porque eles são unidos e não desistem dos seus objetivos.

Ele ri amargamente, caminhando em direção à barra de ferro e já se aproxima com ela em mãos.

— Não perderei meu precioso tempo explicando à você minhas estratégias, afinal não passará dessa noite.

Thomas tenta outro golpe e forço meu braço à todo custo contra a corrente, mesmo que eu o quebre preciso sair daqui pois não conseguirei me reerguer com um segundo golpe.

— Eu sempre te achei um covarde, mas não imaginei que fosse tanto assim. — uma voz masculina ecoar entre nós.

Eu e Thomas nos viramos para a tal pessoa, exclamando em uníssono o seu nome:

— Kiran?!

Kiran Yamir POV’S On

Quando eu e o Dinesh raciocinamos o plano do maldito, sai às pressas da mansão sem ao menos dizer uma palavra para o bhaya. Ele tem seus problemas e eu os meus! Ao chegar na empresa, encontro a recepcionista trancando a porta. Após um longo processo de convencimento, uso minhas habilidades para obter informações e acabo me deparando com o local onde toda a história começou: o galpão abandonado.

A frente do galpão estava bem vigiada por três seguranças, mas eu apareci entre eles causando espanto e apelei para uma luta corporal, deixando-os inconscientes em questão de minutos. Infelizmente, recebi um golpe no estômago e quase coloco o lanche para fora.

Ao entrar, busco ser o mais sorrateiro possível encontrando o Thomas conversando com a Sakura e pronto para golpeá-la, se não fosse pelo meu comentário que prendeu a atenção de ambos.

— Como soube que estávamos aqui, Yamir?

— Você ama torturas psicológicas e há lugar melhor do que esse?

— Não sei como alguém com déficit de atenção consegue ser tão inteligente assim.

— Eu já tratei esse meu “problema”, se você insiste considerar um. — digo aproximando-me dele. — Mas, para mim, o único problema é você.

Thomas trinca os dentes, nada contente em ser alvo de uma ameaça. Então, assobia alto e seus sete seguranças restantes apareciam. Eu conheço cada um deles e sei como estão presos às ameaças de Thomas, afinal o miserável não passa de um mafioso disfarçado de empresário. Por isso, não posso matar nenhum deles apenas deixá-los inconscientes, o que seria difícil por estar em menor número.

— Vamos assistir isso, querida. — dizia Thomas sentando em um banquinho improvisado ao lado da Sakura. — Quero que o veja ser espancado até a morte, antes de ser a sua companhia no além.

Estar cercado por sete pessoas com habilidades em lutas corporais era um pouco angustiante, porém não havia outra opção. Quando dois homens se aproximam, tento desvia o corpo para o lado mas recebo um chute na costela do terceiro, cambaleando o corpo para frente e sendo atingido por um soco no rosto do quarto oponente. Devido à força dos golpes, sinto-me um pouco tonto mas consigo dar um soco em um dos alvos, fazendo-o quase cair e então repito o soco, deixando-o inconsciente.

Um já foi, só faltam seis.

O restante avança em minha direção e abaixo o corpo, tentando dar uma rasteira em um mas sou puxado pela gola da camisa até ficar em pé novamente. Triste movimento o meu, porque dois homens seguram meus braços enquanto outro começa uma sequência de socos em minha barriga. Então, ergo a perna chutando-o de baixo para cima e acertando em cheio o seu queixo. Infelizmente, ele não era o único oponente e outro voltou para fazer o “trabalho” dele, reiniciando os golpes. Mesmo endurecendo os músculos do abdómen, ainda sentia a região latejar.

Meus olhos vão de encontro à Sakura, o desespero a aumentava cada vez mais ao vê-la nessa situação. Se eu pudesse voltar no tempo, com certeza a salvaria antes de ter que passar por tudo isso. E agora que possuo a chance de fazer algo, estou imobilizado.

Vamos, Kiran. Você precisa pensar em algo!

A porta do galpão é aberta de forma brusca, expondo uma silhueta alta saindo dentre a escuridão da noite. As lâmpadas precárias conseguem captar perfeitamente o homem de longos cabelos negros e terno da mesma dor. Após jogar o cigarro no chão e o pisar com força, seus olhos negros focam nos homens que me seguram.

— Tirem as mãos do meu bhai, seus filhos da puta! — exclama aproximando-se em passos pesados.

Continuo estático e surpreso com a presença do Dinesh, Sakura não está diferente de mim. O bhaya consegue deixar um homem inconsciente somente com um único soco, o que evidencia a eficiência dos longos anos treinando Muay Thai. Em seguida, ele estala os dedos sorrindo friamente e desvia a atenção para Thomas.

— Depois eu quebro sua cara de Charles Xavier, preciso dar um jeito nesses capangas. Eles parecem que saíram do filme O Poderoso Chefão.

Rio fraco vendo que não perdeu o seu senso de humor.

Então, Dinesh é interceptado por três homens e ria alto divertindo-se com a situação. Quando dois avançam, ele simplesmente segura a perna de um e o vira até bater as costas no chão, já desviando o soco do segundo ainda com a expressão descontraída. Em seguida, puxava com força a perna do homem e o ouvia gritar de dor junto com o som de seus ossos se partindo. A dor é tão intensa que o capanga urina nas calças antes de desmaiar.

— Devia comprar fraldas para seus funcionários, Thomas. — dizia Dinesh ironicamente, desviando de uma sequência de socos. — Sabe como é inconveniente assistir uma cena dessas.

— Você é um miserável! Não tem sanidade alguma?

Dinesh dava uma cotovelada – golpe específico do Muay Thai – em um dos homens, fazendo o maxilar desse quebrar e ir para o lado. É uma cena à qual não quero ver, fechando os olhos.

— Minha sanidade está em falta! — gritava dando um forte soco no terceiro homem mas ele consegue desviar. — Ser queria despertar meu lado louco, parabéns!

Por ter experiência em brigas de rua, Dinesh consegue lutar com vários facilmente. Porém, recuso-me a ficar parado. Por isso, jogo a cabeça para trás acertando um dos capangas que segurava meu braço, fazendo-o me soltar. Em seguida, dou uma chave de braço no segundo até que perca a consciência por falta de ar. Recuando lentamente de costas, choco-me com o bhaya e ele faz joinha sorrindo.

— Sua namorada tem um faro incrível para confusões. — sussurra baixinho.

— Ela não é minha namorada.

— A mamadi gostou dela, eu posso apostar.

O seu comentário é antes de uma tentativa de chute do oponente, mas Dinesh bloqueia com a canela e ri ao ver a careta de dor do homem. Por treinar arduamente no Muay Thai, já recebeu todos os tipos de machucados – principalmente na canela – e aprendeu a absorver a dor, afinal é um dos fundamentos dessa arte marcial. Depois do bloqueio perfeito, ele envolve o braço no pescoço do alvo e o puxa contra o seu, dando uma joelhada em sua barriga. O capanga cambaleia para os lados segurando o vômito em sua boca.

— Ih, Kiran. Faças as honras, por favor. Eu odeio essas coisas. — dizia praticamente me jogando contra o homem.

— Filho da...

Decido deixar o xingamento de lado, acertando o pescoço do capanga e o faço desmaiar sem muito trabalho enquanto o seu vômito sai da boca.

— Argh!

— Kiran, seu nojento, fez o coitado vomitar.

— Foi você, Dinesh! — resmungo com um bico. — Bem, ainda falta aquele ali.

O homem tentava consertar o maxilar, segurando à todo custo a expressão de dor.

— Eu cuido dele, bhai. Vá salvar a Sakura.

Assinto positivamente com a cabeça, correndo em direção à jovem presas nas correntes. Ela evitava contato visual comigo, mas não conseguia parar de olhar para Dinesh. Seu olhar alternava entre surpresa e ódio, então me pergunto o que se passa em sua cabeça. Thomas põe-se na frente de nós dois, encarando-me de forma nada amigável.

— Estou surpreso com sua atitude, Kiran Yamir. Você ficou todo encolhido e chorando quando seu pai morreu, nem quis saber quem fez aquilo.

— Eu sempre soube que foi você.

Sakura solta uma exclamação surpresa mas apenas foco meu olhar no Thomas, se ele ousar fizer um movimento eu o golpeio.

— E por que não foi atrás de mim?

— Meu pai sabia dos riscos do mundo dos negócios e nos alertou sobre eles. Eu estava pronto para o pior, tinha que estar.

— Mas se rebelou tanto assim para salvar a garotinha. Por que?

— Porque eu não estaria pronto para perdê-la. Desde que a vi pela primeira vez, sabia que teríamos algum tipo de conexão.

— E valeu a pena se arriscar tanto?

— Eu faria isso em todas as minhas reencarnações se fosse preciso.

Cansado de diálogos, tento dar um soco no Thomas mas ele consegue desviar segurando a minha mão com força. Lentamente, ele começa a torcer o meu pulso e mordo o lábio, dando um soco em sua barriga. O maldito apenas recua um pouco, puxando da cintura uma arma e a apontando em minha testa.

— Acha mesmo que sou idiota o suficiente para tentar lutar com você? Gosto dos meios mais fáceis.

Fui muito idiota em pensar que seria simples assim.

Permaneço em silêncio porque estou em desvantagem, erguendo ambas as mãos para o alto.

— Eu não sei qual dos dois eu devo matar. — dizia alternando o olhar entre mim e a Sakura. — Vocês se merecem mesmo, duas pessoas ligadas por aquele incidente.

— Por que eu? — questiona Sakura diante do meu silêncio.

— Você era nova na cafeteria, não conhecia nenhum dos clientes.

— Acha que eu merecia ter a vida destruída por vocês?

— Todos sofremos na vida. Conforme-se, garotinha. — ele dizia fazendo pouco caso. — Não é porque alguém te machuca que você precisa declarar vingança. Bem, chega de papo. — destrava a arma, mantendo-a apontada para mim. — Adeus, Yamir de merda.

O corpo de Thomas trava quando sente um cano gelado contra a sua cabeça, olhando para o lado e vendo o Dinesh apontar uma arma para a sua cabeça.

— E você achou que eu iria para a guerra sem estar preparado?

— Você é...

— Eu sou pior do que você possa imaginar. E... — seus olhos expressam total frieza, deixando-me surpreso pois eu nunca vi o bhaya fazer esse tipo de expressão. — Nunca mais aponte a arma para alguém da minha família.

Sakura Mitsuru Pov’s On

Ver o irmão do Kiran ao vivo e à cores era um misto de sensações, dentre as piores até as mais confusas. Por uma fração de segundos, ele desvia a atenção em minha direção e abre um sorriso carregado de tristeza como se pedisse perdão. Eu apenas o encaro friamente, afastando-me dos pensamentos quando sinto Kiran me tirar das correntes.

Então, Thomas tenta vir em minha direção apontando a sua arma mas o Dinesh é mais rápido no gatilho. Uma parte do sangue voa em minha roupa enquanto a mão do homem ensanguentada e a arma é jogada metros longe da gente. O empresário grita de dor, apertando com força a região atingida vendo o buraco na pele.

— Todo seu. — Dinesh comenta entregando-me a arma.

Eu a pego, ponderando se devia atirar nos três ali mesmo mas o meu foco, atualmente, é o Thomas Adams. Após ficar de pé, caminho em direção ao homem e olho no fundo dos seus olhos.

— Você se arrepende do que fez?

— De forma alguma, você era uma peça essencial no jogo; mas é a primeira vez que vejo um mero peão querer ser rainha.

— Pois bem, xeque-mate.

Por causa da curta distância, a bala acerta em cheio a testa de Thomas e assisto o corpo do miserável cair no chão.

O silêncio instaura-se por longos segundos até desviar o olhar para o Dinesh.

— Não pense que irei poupar sua vida. Eu vou atrás de você. — digo entregando a arma para o irmão do Kiran. — E irei te matar, assim conseguirei a paz que tanto procuro.

— Sabe onde me encontrar. — sorria calmamente. — Eu não fugirei do meu destino, estou pronto para morrer. Bem, o horário não é bom para crianças estarem acordadas, então é melhor irem longos.

Dinesh dá as costas acenando enquanto sai do galpão. Esse homem é estranho. O silêncio desconfortante entre mim e o Kiran dura alguns minutos até que ele decide falar:

— Vamos, eu te levo para casa.

— Não precisa. Eu vou sozinha.

— Você está mancando, Sakura! Para de ser teimosa!

— Eu não ligo! Não se aproxime e nem toque em mim!

Kiran solta um longo suspiro, acompanhando-me até a saída do galpão. Mesmo mancando, consigo caminhar o mais disfarçadamente possível e antes de seguir meu caminho, olho o indiano por cima dos ombros.

— Eu continuo te odiando e não irei te agradecer por hoje, mas decidi algo.

— O que?

— Eu darei continuidade à jornada pela pedra do fogo. Há pessoas boas no mundo e estou decidida a fazer uma boa ação. Prepare a nossa viagem.

Antes de receber uma resposta, saio dali para não ouvir a voz dele a qual tanto me irrita. 



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