1. Spirit Fanfics >
  2. Entre amor e vingança >
  3. Hora de executar o plano!

História Entre amor e vingança - Hora de executar o plano!


Escrita por: RobertaDragneel

Capítulo 63 - Hora de executar o plano!


Fanfic / Fanfiction Entre amor e vingança - Hora de executar o plano!

Depois de um dia cansativo no trabalho, meu pai foi dormir e aproveitei para invadir o seu notebook pela madrugada. Como ele trabalha em uma empresa conhecida na região, provavelmente tem acesso à informações importantes sobre o mundo dos negócios. Então, entro no site da empresa usando o login do meu pai, pesquisando sobre os vínculos dela com as demais da região. Por sorte, encontro a empresa de Raj Yamir, o pai do Kiran.

Em seguida, pesquiso o seu nome encontrando uma matéria do jornal sobre o acidente de carro.

— Aqui diz que, segundo as investigações, houve uma sabotagem no carro. Os responsáveis foram pegos dias depois mas libertos por falta de provas.

Pego-me surpresa com essa afirmação, cobrindo a boca com a palma da mão para abafar a exclamação. Então, o Kiran perdoou os assassinos do pai e decidiu seguir em frente?

Ao pensar nele, sinto um imenso desconforto em meu peito. O Kiran não passa de um desgraçado como eles que contribuiu para afundar minha alma em um poço sem fundo. Por mais que eu tente focar em descobrir mais sobre a empresa, esse sentimento de ser traída não quer desaparecer.

Após alguns minutos vasculhando o sistema, descubro que o Dinesh Yamir está na Índia e volta em apenas um mês. Ou seja, precisava focar por hora em matar o Thomas Adams e depois iria atrás dele. Eu não me importo que seja irmão do indiano, é tão culpado quanto qualquer um naquela noite e se o Kiran decidir ficar em meu caminho, irei matá-lo também.

Eu podia não ter informações pessoais como residência ou família do Adam, mas a empresa dele tem uma relação indireta com a empresa em que meu pai trabalha por ambas fazerem parte do mesmo grupo econômico. Por isso, anoto o endereço em uma folha do papel e desligo o notebook, sem antes efetuar algumas compras pela internet. Então, opto por dormir pois tive uma longa sessão com a psicóloga naquela manhã.

No outro dia, cheguei cedo no colégio apesar do sinal de cansaço. Mesmo decidida a dormir o mais rápido possível, minha mente pregou a peça de lembrar de toda a ajuda do Kiran e descobrir que não passou de um plano dele para me usar. Ao passar pela sala de música, posso escutar uma melodia triste vindo do interior, o que demonstra que um certo alguém teve problemas para dormir.

Não me importo!

Continuando a caminhada, ignorando com todas as minhas forças o som que tenta tocar uma parte do meu coração; mas ele está destruído demais para se preocupar com sentimentalismo.

Mesmo tendo aula de matemática, o meu ânimo estava baixo demais para ser a primeira a resolver os exercícios. O professor percebeu a minha situação e evitou fazer perguntas, porque realmente a áurea negativa ao meu redor era evidente. Ao sinal do intervalo, solto um longo suspiro escondendo o rosto entre os braços.

Infelizmente, a Sayuri está doente e não pôde vir à aula. Eu estarei sozinha no intervalo.

— Você está bem?

Essa voz gentil só podia pertencer ao Yatori e confirmei minhas suspeitas ao erguer o olhar, fitando suas orbes azuis. Em resposta, respiro pesadamente e ele entende o recado pois se senta ao meu lado puxando uma cadeira.

— O que houve?

— O Kiran me magoou.

— Espera, vocês estão namorando?

— O que?! Não, eu não me apaixonaria por alguém sem escrúpulos como ele.

— Então, o que ele fez?

— Eu confiei no Kiran para mostrar toda a minha fragilidade e expus minhas dores, mas ele a usou para o benefício próprio.

O Yatori não está entendendo muito bem, mas não dava para falar sobre o plano da vingança. Ao sentir seu toque sutil em meu ombro, nossos olhares voltam a se cruzar e já estou com os olhos marejados. Então, ele me puxa para um abraço e escondo o rosto em seu peito, soluçando baixinho.

Apesar de ter chorado a noite inteira, ainda estava quebrada. Yatori percebeu o meu estado de vulnerabilidade, apertando-me contra seu peito enquanto se certificava que ninguém notasse minha mini crise. Aos poucos, paro de chorar apreciando o sutil toque de seus dedos nas mechas do meu cabelo, suspirando aliviada. Depois de tudo que houve, ele continua demonstrando uma imensa gentileza.

Quando estou mais calma, afasto-me um pouco e sorrio como uma forma de tranquilizá-lo. Apesar disso, ele continua preocupado.

— Eu sei como se sente, Sakura. Eu também estou triste por tudo o que houve com a gente, mas estou seguindo em frente. Então, reconhecendo a sua força, sei que fará o mesmo e esse incômodo no peito irá sumir.

— Eu espero. — falo entre suspiros, secando os resquícios das lágrimas com as costas da mão. — Estou cansada de sofrer.

— E eu quero te dizer algo.

— O que?

— Independente do que o Kiran tenha feito, espero que consiga perdoá-lo pois ele sempre esteve ao seu lado.

É admirável a atitude do Yatori mas não consigo perdoar o Kiran por ter me traído e, sei que se ele soubesse o que houve, também não o perdoaria. Eu confiei nele até mesmo em entregar a minha vida em busca das pedras do elemento; mas talvez o Kiran nem derramaria uma lágrima sequer se eu morresse.

À partir do momento que descobri os segredos obscuros do indiano, decidi desistir da jornada e só estava esperando o meu coração ficar mais calmo para conversar com o miserável. Enquanto isso, precisava me concentrar no início de outra aula de matemática. Em sinal de acolhimento, Yatori deposita um beijo em minha testa e volta para o seu lugar. Involuntariamente, um sorriso surge em meus lábios pois tenho um ótimo amigo ao meu lado.

Descobrir toda a verdade, ao mesmo tempo que partir meu coração, tirou muitas dúvidas. Agora, eu sabia que Dinesh Yamir é um dos meus alvos e tenho informações suficientes para planejar uma vingança digna, já que sei onde mora e conheço sua família.

Quando o sinal toca e os alunos saem eufóricos, demoro um pouco para arrumar a bagunça dentro da mochila até ir aos portões do colégio onde, para a minha surpresa, Kiran estava apoiado no muro com o olhar cabisbaixo. Eu sei que ele está esperando por mim pois quase não há alunos no colégio nesse momento.

— Sakura! — ele exclama aproximando-se de mim, interrompendo a minha caminhada. — Eu sei que quer se afastar mas preciso me desculpar por tudo que fiz, eu só quer-...

— Saía da minha frente ou eu ligo para a polícia e conto tudo. Eu não quero saber de você e nem da jornada idiota, não me importo se o mundo acabar. Se você morrer junto, já será alívio demais para mim.

Antes mesmo de ouvir outra desculpa esparramada, apresso os passos até estar longe o suficiente do Kiran para respirar com mais calma. A presença dele me causa imenso desconforto e sinto nojo de mim mesma por ter entregado o meu primeiro beijo para esse lixo humano.

Eu precisava me focar nos estudos e na vingança, já que essa seria a mais difícil de todas.

(...)

O meu coração pulsava fervorosamente, porque esse era o dia em que iria invadir a empresa do maldito Thomas Adams e acabar com o líder de todo esse sistema corrompido. O meu pai havia saído cedo para o trabalho e hoje eu não teria aula porque a neve obstruiu as estradas. Então, esse era o momento perfeito para pôr o plano em prática, depois de tantos dias pensando nele.

Ao vestir a roupa preta de couro, sinto a nostalgia invadir o meu peito. Quando o meu foco era o primeiro alvo, Dylan Hall, precisei de uma roupa a qual representasse o meu novo “estado de espírito” e essa coube perfeitamente em minhas exigências. Em seguida, amarro o cabelo em um rabo de cavalo alto e passo bons minutos encarando-me no espelho.

Quando descobri todo o sistema podre que o Kiran escondia, senti-me traída e deixada de lado. Se eu soubesse de tudo desde o começo, não confiaria um fio de cabelo sequer ao indiano mas já confiei minha vida várias vezes. Eu me sentia o ser mais idiota do mundo, por acreditar em palavras e gestos bonitos; mas, provavelmente, sem significado algum. Depois de terminar com o Thomas, iria atrás do irmão dele nem que isso custe a minha vida ou minha liberdade.

Eu nunca o perdoarei!

A única pessoa nessa família a qual é digna de pena é a Maya, a pequena mal sabe como seus irmãos são frios e manipuladores. Eu não sei se posso confiar na mãe dele, ela pode saber de algo já que tem conhecimento até mesmo da missão de purificação da espada.

O meu celular toca, tirando-me dos meus pensamentos. Ao olhar pelo visor da tela o nome “Miku”, fico surpresa e acho melhor atender para não levantar suspeitas.

— Sakura!

— Oi, Miku.

— Você não parece bem, o que houve?

Como minha melhor amiga, ela possui um bom “sensor” sobre minhas emoções e consegue detectar facilmente quando eu não estou bem.

— Só efeito das provas, nada demais.

— Você não me engana, mocinha!

Respiro fundo revirando os olhos.

— Precisa acreditar em mim.

— Eu não irei insistir pois sei que não dirá, mas saiba que sou toda ouvidos caso queira desabafar.

— Obrigada, Miku. Você consegue ser a melhor amiga de todas ainda mesmo em outro país.

— Haha. Eu sou demais, eu sei!

Rio fraco com sua encenação de convencida e depois pigarreio alto.

— Como estão os seus machucados?

— Estão se recuperando rápido. Eu preciso ir ao hospital duas vezes por semana para fazerem exames rotineiros, afinal eu recebi machucados demais e, principalmente, uma pancada na cabeça.

— Desculpa, eu sei que tive culpa indiretamente.

— Sakura, sua boba! Você sabe que nada disso é sua culpa, aqueles homens que eram malvados.

— Quanto a isso... — massageio as têmporas, ponderando as palavras certas a serem ditas. — Eles conheciam o Kiran.

— Eu sei.

Nesse momento, quase deixo o celular cair devido à tamanha surpresa.

— Oi? Como assim?!

Eu sabia que a Miku tinha investigado sobre o meu caso, mas não imaginei ter ido tão longe. Após um longo suspiro, ela começa a falar:

— Eu consegui acessar o inquérito policial do seu caso e esses homens estavam como suspeitos. Pelo menos, quatro deles, os quatros que ficaram no galpão.

Isso explicava muita coisa. Como o Dinesh não estava no momento da tortura, não havia provas suficientes para incriminá-lo além de que os outros coleguinhas dele devem ter ocultado as provas para provarem ser “bons amigos”. É uma estratégia suja de ganhar confiança após o plano deles falharem. E o Thomas Adams planejou isso.

— Eu circulei os sobrenomes deles, incluindo o sobrenome do Kiran porque o detetive suspeitava dos Yamir’s, mas não sabia o motivo. Ao juntar a inicial dos sobrenomes dele, formou um nome.

— Que nome?

— O nome da antiga empresa que tentaram fundar mas falhou. Eu não sei se você sabe, mas o pai do Kiran fundou uma empresa somente para ele e o sócios crescerem, só que devido à lavagem de dinheiro, a empresa precisou ser fechada.

Quanto mais informações eram ditas, mais esclarecida eu ficava dessa confusão. Por isso que foi tão difícil encontrar alguma ligação da família do Kiran com esses homens, eles estão conectados ao passado.

— E então?

— Com o nome da antiga empresa em mãos, consegui mais informações do que pensava. Os dois sócios estavam mortos e eu comecei a desconfiar de você, porque mesmo com tantos inimigos no mundo dos negócios, o comércio atual do Japão é muito pacífico para que atitudes tão extremas sejam tomadas. Então, percebi como o irmão do Kiran, mesmo estando entre os donos da empresa, não estava envolvido no inquérito.

— Eu estou entendendo, descobrir isso só levaria a uma conclusão...

— O Yamir manipulou o caso de alguma forma para que seu envolvimento caísse no anonimato. As peças começaram a se encaixar claramente em minha cabeça, principalmente depois que o Dinesh Yamir tornou-se presidente da empresa.

— Se ele fosse presidente com um inquérito policial nas costas, os outros concorrentes conseguiriam derrubá-lo do poder.

— Exatamente. Surpreendo-me que esteja reagindo bem à tudo isso.

Eu não poderia contar da minha decisão em continuar com o plano de vingança, já que a Miku pensa que estou me redimindo. Infelizmente, depois do acontecimento com a minha melhor amiga e a descoberta sobre o Kiran, não poderia perdoar ninguém.

— Eu descobri o passado do Kiran e o seu envolvimento quando visitei sua casa. O sentimento de traição continua doendo em meu peito, mas preciso seguir em frente.

— E você é capaz de perdoar o Kiran?

— Não, por mim ele podia morrer também.

— Sakura, eu perdoei o Kiran quando descobri tudo.

— Como conseguiu?

— Você é feliz com ele. Se não fosse pelo Kiran, você continuaria a ser amarga com todos, mas esse garoto despertou o seu lado mais humano.

Era impossível acreditar nas palavras gentis da minha amiga, porque eu sabia do que o Kiran era capaz. Ainda assim, fingi cair em seu papo para não perder o meu foco na vingança.

— É... Não posso opinar sobre isso.

— Sei que está machucada mas tudo irá se resolver de algum jeito.

— Sim, eu sei que sim. Então, eu preciso ir.

— Tudo bem, tenha um bom dia!

— Obrigada. Tchau!

Após desligar o celular, deixo uma lágrima escorrer no canto do meu olho enquanto contenho todo o peso em meu peito. Então, pego a mochila preta com os equipamentos necessários e a coloco nas costas, saindo de casa em direção à empresa.

Por causa do clima frio, precisei enfrentar os tremores presentes e os calafrios pelo meu corpo até parar na frente da empresa do Thomas Adams. Ela é em uma região afastada do centro da cidade, por isso esse homem pode fazer qualquer tipo de sujeira sem ser descoberto. Ao dar o primeiro passo, recuo assustada percebendo a presença de seguranças no local.

Parece que ele está preparado para a minha “visitinha”.

Kiran POV’S ON

A mamadi odeia quando não comemos bem, tanto por não ser bom para a saúde quanto por desperdiçar a comida. A nossa família faz doações frequentes à abrigos todos os meses e, por ver tanta precariedade, ela não apoia desperdício de alimentos. Porém, eu não conseguia comer sequer o brócolis – uma das minhas comidas favoritas – por causa das reviravoltas no estômago. Eu já havia perdido a conta de quantos dias não falo com a Sakura e sei que meu desânimo não tem relação com nossas reencarnações, mas porque eu a amo. Quando amamos, a última coisa a qual desejamos é ser odiados por essa pessoa.

E você, Kiran, conseguiu esse “grande” feito.

Após um longo suspiro e olhar de reprovação da mamadi, ela desvia o olhar para a pequena.

— Maya, você já comeu?

— Sim, mamadi.

— Então, poderia ajudar a empregada a lavar a louça?

— Claro!

Maya é muito prestativa e gosta de ajudar, por isso saltou da cadeira recolhendo o seu prato e correndo até a cozinha. Quando a pequena está fora do campo de vista, mamadi foca a total atenção para mim:

— O que aconteceu, Kiran? Você está assim desde que a Sakura veio para cá, mal come e sai de casa.

— Eu e a Sakura brigamos feio.

— Ora, por que?

— Eu menti para ela e não foi uma pequena mentira, não mesmo...

— E você a magoou, certo?

— Muito, eu a magoei mais do que tudo.

— Está arrependido, não é?

— Eu estava antes mesmo dela descobrir, só depois de ver os prejuízos a serem causados que fiquei relutante e não dei continuidade à mentira.

— Então, ela irá te perdoar. Se você demonstrar arrependimento sincero, vindo do coração, a Sakura compreenderá.

— Ela é cabeça dura, mamadi! — exclamo escondendo o rosto com ambas as mãos. — Se ela soubesse como estou quebrado desde o começo, compreenderia melhor.

— Você errou, não tente culpar o que houve contigo no passado.

— Eu sei, eu sei mas...

A Sakura é a garota mais incrível do mundo e possui uma personalidade invejável. Então, por conhecê-la tão bem, sei como nunca irá me perdoar. E ainda perseguirá a minha família.

Desde o começo dessa jornada que me encontro dividido entre proteger a minha família e a Sakura, porque eu sei que um dos dois irá se machucar para o outro sair ileso. No começo, apoiava cegamente minha família pois eles são os únicos que me aceitaram com meus defeitos, inseguranças e problemas. A mamadi nunca recuou mesmo sabendo que sou a reencarnação do demônio da lenda e ela aguentou todas as humilhações sofridas pelos leigos para proteger um garotinho indefeso. O baldi fugiu da Índia quando os prejuízos da tortura iriam se agravar cada vez mais, além de ver o próprio filho ser excluído de todos na cidade. A Maya se tornou uma luz no fim do túnel, empenhando-me em ser mais forte para protegê-la e até mesmo o Dinesh teve um papel importante. Ele deu os melhores conselhos para ser corajoso e não abaixar a cabeça mesmo quando tentavam me ofender.

Contudo, conforme conhecia a Sakura, descobri que ela tinha tantas qualidades quanto todos em minha família. Ela também me aceitou com todas as minhas inseguranças e as tratou como pontos positivos, além de me ajudar a ser mais social. Graças ao seu apoio, eu tenho amigos agora. Com toda certeza, a Sakura ofereceu bons conselhos e me ensinou a viver de uma forma que eu nunca havia visto. E, por fim, ela não é somente a luz no fim do túnel, ela é aquela que ilumina a minha vida.

Mas agora ela quer me ver morto.

— Eu a amo tanto.

— Eu sei. Eu estarei orando para os deuses para que cuidem do relacionamento de vocês.

— Obrigada, mamadi.

Após dar um beijo na testa dela, sigo em direção ao meu quarto mas paro apoiando-me na parede ao sentir uma forte dor no peito. Algo em meu ser dizia que a Sakura precisava de ajuda, mas não podia me aproximar dela. Eu não quero fazê-la sofrer e nem se sentir mal com a minha presença, igual no passado. Então, continuo a caminhada e decido descansar.

Ela ficará bem, eu sei que sim.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...