História Entre dois corações - Jeremy

Após o imprevisto de ter que cancelar o jantar com a minha esposa, eu chego ao hospital e logo vou me trocar, sorrio ao me lembrar Helena dizendo que eu fico sexy de jaleco.

-dr. Jeremy, paciente em estado grave sala 118 necessitando de cirurgia.

-idade?

-6 anos.

Eu me orgulhava da minha profissão mas confesso que faço um grande esforço todos os dias para me levantar da cama e vir atender pobres crianças em estados gravíssimos todo o santo dia.

- ligue para o cirurgião Denilson e logo em seguida me encontre no quarto 118.

Ela me entrega a fixa dele e sai quase correndo, entro em um corredor, viro a direita, entro em um elevador e em quatro minutos chego ao quarto.

Me deparo com uma mulher aos plantos, deitado na cama um menino desacordado .

-boa noite, eu sou o dr. Jeremy e estou aqui para ajudá-los, a senhorita poderia me explicar com detalhes oque aconteceu?!

Tomei lugar a sua frente, e comecei a examia-lo .

-ele estava brincando em um escorregador, estava se preparando para escorregar, mas aí veio uma garotinha e o empurrou, ele caiu para fora do escorregador torcendo o pescoço e batendo forte a cabeça e depois disso ele ficou assim... Desacordado.

A mulher voltou a chorar.

- eu sei que isso é difícil, mas você tem que se acalmar para nos ajudar também ok?

Ela não conseguia falar então confirmou com a cabeça.

-agora preciso que a senhorita aguarde na sala ao lado, não se preocupe ele está em boas mãos.

Assim que a moça saiu minha equipe chegou, Nicolas segundo a fixa, tinha batido realmente sua cabeça muito forte, pois sangue saia de seus ouvidos.

Todos dentro daquela sala estavam muito preocupados, desnorteados e pela primeira vez me vi perdido, aquele garotinho... Nicolas poderia ser o meu, o seu ou o filho de qualquer um e agora sua vida estáva em minhas mãos.

Me peguei me perguntando se em alguma parte na faculdade de medicina tínhamos aprendido a lidar com isso emocionalmente.

Tudo ficará bem.

Digo baixinho na esperança de que ele me ouvisse então respirei fundo, olhei para minha equipe e fiz um sinal de afiação.

Todos começaram a fazer suas funções, coloquei minhas luvas e comecei a fazer o meu trabalho, a única coisa que eu conseguia pensar era que eu devia isso a ele e aos meus filhos, se eu não conseguisse salvar o Nicolas, não conseguiria salvar mais ninguém...

Então todos os anos de estusos, esforço e luta que eu passei para chegar até aqui passariam a ser em vão.

Tudo se tornaria nada.