História Entre dois Mundos - Imagine Jennie ( 2 Temporada) - Uma noite para esquecer

POV S/N

Continuei parada ali observando o homem que estava parado em minha frente com um sorriso sínico no rosto. Eu não podia acreditar que ele era o tal bruxo poderoso, meu pai um broxo e eu nem sabia.

- Eu não posso ficar aqui. - dei meia volta sentindo as lágrimas já insistirem em cair.

- Filha, espera! Podemos conversar? - ouvi a voz de meu pai.

- Filha? Espera ai que filha? - Jisoo falou confusa.

Senti uma mão grossa segurar meu pulso e tive a certeza de quem era. Me virei com uma certa raiva puxando meu braço com força na tentativa de me soltar.

- Sai da minha vida! Porque você sempre dá um jeito de estragar tudo!! - gritei ainda tentando me soltar, vi então as meninas me olharem confusas.

- S/n não trata ele assim. - Jennie se aproximou segurando na mão do homem – O senhor pode soltar ela por favor?

- S/n a minha intenção não é machucar você, vamos conversar por favor! - ele tentou se aproximar mais de mim e eu cai no choro sentindo um tontura – Você é minha filha!!

O homem se exaltou apertando mais meu pulso, as meninas pareciam ter entendido a gravidade então Rose e Mina seguraram o homem o levando para longe de mim.

- Jisoo assume o controle daqui por favor, eu vou levar a s/n. - Jennie disse abraçando minha cintura e me tirando dali me levando de volta para o elevador.

- Jennie – abracei o corpo da mesma soluçando. Senti os braços dela rodearem o meu corpo me apertando, ali eu me sentia segura de todo o resto do mundo – Por favor me leva de volta pra Seul.

Eu não sabia bem o que estava acontecendo comigo, de uma hora pra outra esqueci qual o real motivo de nós termos ido para Las Vegas, após ver o meu pai eu só queria chorar, todas aquelas lembranças me trazia uma imensa vontade de chorar, aquele lugar, aquela cidade.

Mas estar ali agora abraçada com Jennie me fazia esquecer de tudo mesmo que ela estivesse em silencio acho que sem entender nada.

Quando as portas do elevador se abriram Jennie separou o abraço segurando em minha mão e me guiando já que por causa das lágrimas eu não conseguia enxergar bem o caminho.

- Já resolveram tudo? - ouvi a voz de Lisa – Espera ai, a reunião foi tão ruim assim que a s/n tá chorando?

- Espera ai, ele não vai aceitar nos ajudar? - agora era Dahyun que falava, eu estava com a cabeça baixa.

- Não é nada disso meninas, a Jisoo ficou lá em cima com a Mina e com a Rose, elas vão resolver tudo a partir de agora e eu preciso tirar a s/n daqui. Então fiquem aqui e ajudem as meninas caso elas precisem depois me digam o que ele decidiu no nosso grupo de mensagens! - Jennie explicava tudo.

- S/n o que aconteceu? - senti as mãos de Sana em meu rosto me fazendo olhar para ela. Eu não queria que ela me visse naquele estado e nem queria explicar nada naquele momento então apenas balancei a cabeça negativamente. - Você vai ficar bem mesmo com a Jennie?

- Sim, eu vou Sana. Desculpa mas não quero falar nada agora – respondi e vi Sana olhar de canto de olho para Jennie, ela ainda estava desconfiada com nós duas.

- Qualquer coisa me liga, ok? - Sana disse beijando minha testa – Eu te amo, s/n!

Com certeza Dahyun ainda não tinha falado com Sana sobre o real motivo de estarmos em Las Vegas e isso me deixava em uma sinuca pois eu não podia falar toda a verdade para a minha melhor amiga.

Jennie voltou a segurar a minha mão e me levou para fora da empresa, entramos em um táxi e eu fiquei calada no banco de trás enquanto ela falava o endereço para o motorista.

- Vai ficar tudo bem ok? - ouvi a voz dela e senti um aperto em minha mão – Eu não vou deixar ele te machucar!

Balancei minha cabeça positivamente e fechei meus olhos, os soluços já tinham passado e eu também já tinha parado de chorar porém era só me lembrar do rosto daquele filho da mão novamente que a vontade de chorar voltava.

Depois de um bom tempo no carro finalmente o mesmo parou e eu e Jennie saímos do veículo. Olhei em volta vendo que estávamos em frente a um hotel porém não era o que estávamos hospedadas com as outras meninas.

- Que lugar é esse? - perguntei ainda olhando confusa para o local.

- Vamos ficar aqui hoje, e dormir também! - ela sorrio me olhando e me puxou para dentro do hotel.

Ele não era tão grande e luxuoso com o que estávamos antes mas era confortável. Depois de fazer

Check-in seguimos para o quarto e chegando no mesmo Jennie soltou minha mão, ela não havia soltado minha mão desde que entramos no elevador da empresa daquele homem que eu nem sabia mais se era mesmo o meu pai.

- Aqui fica um pouco afastado do centro da cidade então você não vai se lembrar tanto que estamos em Las Vegas. - Jennie sorrio fraco me olhando – Pode relaxar e se acalmar depois falamos sobre o que aconteceu, mas se você não quiser contar tudo bem.

- Eu só preciso pensar um pouco como vou te explicar isso, ok? - olhei em volta observando que o quarto só tinha uma cama de casal, não queria pensar que aquilo foi uma estratégia de Jennie, ela não faria isso em meio ao rebuliço que eu causei estragando todo o nosso plano. - Me desculpa!

Me sentei na cama e respirei fundo.

- Tudo bem, ninguém iria adivinhar que o poderoso bruxo era seu pai! - ela ficou ali parada em minha frente – A Jisoo e as outras vão resolver tudo, eu confio nelas!

- É, vai dar tudo certo sim.

Um clima estranho se instalou ali, eu não sabia mais o que falar, não sei porque Jennie não pediu para que Sana me acompanhasse e ela ficasse lá resolvendo tudo. Por que tinha que ser ela a vir ficar comigo?

- Eu vou comprar umas roupas pra gente, não trouxemos nada e eu fiquei sabendo que aqui tem umas lojinhas baratas – ela pegou um dos cartões chave do quarto – Você ainda veste o mesmo tamanho que eu né?

Balancei minha cabeça positivamente e me deitei na cama, minha cabeça estava doendo agora e dormir um pouco iria me ajudar com certeza.

                                […]

Uma coisa que não tinha nunca mais acontecido comigo estava acontecendo novamente. Lá estava eu em frente ao piano branco em meio a um breu, eu sabia oque tinha que fazer mas eu não queria fazer. Será que voltar no tempo e impedir que nós viéssemos para Las Vegas seria egoismo de mais? Será que as meninas iriam ficar bravas caso soubessem que eu evitei que elas conhecessem meu pai que do nada virou o maior bruxo do mundo?

Era melhor não arriscar, apenas me sentei no banquinho e comecei a tocar o piano porém escutei gritos vindo do breu, eu não estava sozinha ali.

- S/n acorda! - era a voz de Jennie – S/n isso é só um sonho!

Abri meus olhos e pude me deparar com a mulher segurando meu rosto e me fazendo olhar para ela, senti como se estivesse em um déjà vu.

- Jennie! - me sentei na cama olhando em volta, ainda me encontrava no quarto do mesmo hotel então eu não tinha concluído a minha viagem no tempo. – O que aconteceu?

- Você estava ai gritando o nome do seu pai e do Hope, ai quando eu entrei na sua cabeça você tava em frente a um piano… - ela tinha visto – Ta tudo bem?

- Eu vou ficar bem… - respirei fundo levando minhas duas mãos até minha cabeça, a dor só havia aumentado – Tem algum remédio ai?

- Não não, mas podemos sair para comprar, já é de tardezinha então podemos ir e aproveitamos para jantar logo! Eu vou tomar um banho...vê se você gosta das roupas que eu comprei para ti!

Jennie se levantou da cama e foi em direção ao banheiro, me levantei indo até a mesinha do quarto, abri uma das sacolas e tirei de dentro uma blusa de mangas longas, Jennie tinha um bom gosto para moda.

Depois que nos arrumamos saímos do hotel, só ali percebi que estávamos mesmo longe do centro de Las Vegas, longe dos prédios altos, das ruas iluminadas e cheias. O local era até calmo e me deixava calma também, até que novamente senti a mão de Jennie segurar na minha e nossos dedos foram entrelaçados fazendo meu coração se agitar, mais cedo eu não tive muito tempo de pensar em todo esse contato físico que estávamos tendo mas agora pensando bem era algo muito íntimo para duas ex namoradas, andar de mãos dadas por ai.

Entramos em uma farmácia e seguimos direto para o balcão onde Jennie pediu por um remédio para dor de cabeça e outro para enjoo o que me deixo intrigada pois eu não havia falado nada de enjoos ou algo do tipo, será que ela era quem estava enjoada?

Tomei o remédio ali mesmo na farmácia e saímos de lá ainda de mãos dadas.

- Então quer comer algo agora ou vai espera o remédio fazer efeito? - ouvi a voz calma de Jennie, paramos de andar e eu pude olhar ela rapidamente – Você nem almoçou hoje s/n, não pode ficar assim… sei que seu pai pode ter feito coisas horríveis para você e sua família mas você tem que o enfrentar alguma vez, e não se cuidar não vai adiantar de nada – abaixei a cabeça por me lembrar de que oque a mulher a minha frente estava falando era verdade, eu tinha que o enfrentar uma hora ou outra. - E você tem que ficar forte para enfrentar o velhinho!

Ela sorrio balançando minha mão e eu sorri olhando para ela.

- Isso, prefiro te ver sorrindo assim pois me trás uma energia boa! - ela disse e eu senti minhas bochechas queimarem – Bem, já sei pra onde te levar e arrancar mais sorrisos seus.

Ela começou a andar me guiando, eu não estava em estado de discutir o lugar que iríamos então apenas a acompanhei de bom grado. Observei a rua que estava ficando mais iluminada com o findar do dia, a luz do sol estava indo embora dando lugar para as luzes dos postes da cidade a os letreiros coloridos que se faziam presentes em cada esquina da cidade, o sorriso não saia do rosto de Jennie o que me deixava confusa, eu acabei por dormir quase o dia todo o que ela havia feito nesse meio tempo?

- Pra onde vamos? - criei coragem para falar algo, o meu dia não estava sendo um dos melhores mas eu não podia ficar de boca calado o tempo todo e estragar esse momento com Jennie – Pensei que iríamos voltar para o hotel e perguntar para as meninas sobre como foi lá...deixei meu celular no hotel!

- Vamos esquecer tudo essa noite ok? Pode me fazer uma promessa? - ela parou em minha frente e soltou minha mão, levantou a mão com um dedinho direcionado em minha direção – Jura de dedinho que não vai falar mais nem no seu pai, nem no nosso plano do mundo bruxo? Vamos apenas curtir a noite como duas humanas normais. Você precisa disso e eu também, ficar esses quatro anos bolando ideias para ajudar o lar dos bruxos me fez esquecer que eu tenho uma vida humana também, mas me encontrar com você e com sua família no natal me fez lembrar dez por cento do que é ser humana, pode me jurar isso?

Respirei fundo alternando meu olhar entre o dedo de Jennie e o rosto da mesma que estava acompanhado de um sorriso largo, ela realmente estava disposta a esquecer de tudo por uma noite apenas para me fazer bem? A ex namorada dela.

- Ok, eu juro! - sorri fraco enlaçando meu dedo mindinho no dela – Mas eu quero beber apenas hoje… isso pode me ajudar a esquecer tudo!

- Ok, hoje senhorita s/n você esta liberada para beber e eu cuido de tudo! - voltou a segurar minha mão me guiando para dentro de um estabelecimento.

Olhei bem em volta percebendo que estávamos dentro de um restaurante. Um restaurante coreano?

Me sentei em uma das cadeira na mesa em que a mulher escolheu, olhei em volta vendo que o local era decorado com coisas coreanas e as pessoas ali pareciam a maioria serem asiáticas, voltei meu olhar para Jennie que estava agora fazendo o pedido para a atendente, quando a moça saiu pude falar com a mulher a minha frente.

- Nós saímos de Seul pra vir a Las Vegas e comer comida coreana? - sorri olhando para ela que também sorria – Você é intrigante senhorita Jennie Kim!

- Gostou? - ela piscou para mim e eu senti que queria sair correndo por ela não saber piscar apena com um olho e aquilo era super fofo – Como as lembranças da sua infância não são tão boas e não podemos nos lembrar delas então eu resolvi te trazer para provar o seu amado Bibimbap e lembrar de Seul. Tenho certeza que por mais que eu tenha feito você odiar aquele lugar é melhor do que lembrar de Las Vegas!

O clima ficou estranho após Jennie falar a verdade, por todas as coisas que ela e as meninas tinham dito para mim pensei que elas não tinham consciência de que eu estava machucada e odiava Seul por conta delas e das lembranças ruins com elas. Mas por mais que aquilo fosse verdade eu não queria que ela se sentisse mal por minha causa.

- Então vamos ter que mudar de restaurante – falei em um tom brincalhão – Por que hoje eu também não quero me lembrar de Seul e nem do que você e as meninas fizeram para mim!

Fingi qu eia me levantar e vi a mulher me olhar confusa.

- Serio isso?

- Tô brincando! - me sentei novamente – Quer dizer, não quero me lembrar das coisas ruins de Seul, mas não precisamos ir embora não. Só não vamos falar disso ok?

- OK, vamos falar das coisas boas então. Como o quanto o Kuma gosta do Taewoo! - ela gesticulou com a mão – Acho que aqueles dois tem uma ligação, eu não sei!

- É mesmo, mas o Taewoo também gosta bastante de você! - observei a moça vir trazendo nossos pedidos e nos servir então fiz uma pausa na conversa mas logo voltei a falar quando ela foi embora – Quando ele me vê sempre me pergunta de você e eu confesso que estou ficando com ciúmes, em!

- Não tenha ciúmes, acho que ele só gosta mais de mim porque eu salvei ele naquele dia em que nos vimos pela primeira vez, ele me vê como uma heroína!

- Ei, eu e ele não estávamos tão mal assim. Estava tudo sobre controle! - comecei a comer.

- S/n. - a voz dela ficou séria e eu a olhei vendo ela começar a contar nos dedos – O garoto estava perdido, você não sabia o que fazer, tinha limpado a lancheira dele com o seu casaco e tava sujo, quase deixa ele cair de um escorregador e ainda jogou o sapato dele fora sem motivo algum!

- Ta bom tá bom, eu confesso que cometi alguns enganos mas quando eu tiver meus filhos já vou saber que não posso limpara a lancheira deles com meu casaco! - era estranho falar meus filhos.

- Coitado deles, espero que eu possa estar lá para salvar eles de você – ela começou a comer – Quem sabe eu esteja lá sendo a mãe deles também!

Após ouvir aquilo senti o macarrão travar em minha garganta me fazendo entalar e tossir algumas vezes, como assim mãe deles Jennie Kim, tá doida?

Depois de me recuperar observei Jennie com um olhar preocupado sobre mim mas desviei o olhar antes que eu me entalasse novamente.

- Moça! - levantei minha mão para uma garçonete que estava passando – Pode trazer um pouco de Soju por favor?

Eu tinha que beber para afastar os pensamentos ruins da minha cabeça mas para também afastar os pensamentos impuros com Jennie.

                             […]

Já tínhamos terminado de comer e eu tinha bebido duas garrafas de soju, ainda não estava sentindo nenhum efeito mas decidi parar apenas em duas já que não era tão acostumada com bebidas alcoólicas. A conversa estava boa, falávamos de viagens que tínhamos feito e eu acabei por descobrir que Jennie tinha morado alguns anos na Nova Zelândia por isso seu inglês era tão bom, também descobri que ultimamente ela vinha fazendo aulas de francês uma língua que era me ponto fraco...

- Vamos lá? Quero te levar em outro lugar! - ela levantou a mão chamando uma moça para pedir a conta.

- Eu pago ok? - falei buscando minha carteira mas me lembrei que estava sem bolsa. Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa Jennie já estava entregando o dinheiro a moça.

- Vamos lá, você paga na próxima! - ela segurou minha mão e eu me levantei saindo com ela dali.

A rua estava mais cheia e eu pude ver algumas crianças acompanhadas dos pais no caminho que estávamos seguindo.

- Pra onde a senhorita quer me levar? - balancei minha mão com a de Jennie.

- Você vai ver, é um lugar divertido e eu espero que te deixe mais feliz!

Consegui ver uma roda gigante e senti meu corpo gelar, estávamos entrando em um parque de diversão. Tudo ali era lindo e colorido, simples comparado aos parques de diversões que tinha no centro da cidade mas era o bastante para que eu sentisse meu coração aquecido apenas por saber que Jennie estava pensando em mim e queria me deixar alegre então porque não realizar o desejo dela?

- Então. Gosta desse lugar? - ela me olhou e eu soltei a abracei apertado.

- Obrigada Jennie, obrigada mesmo! - a apertei ainda mais não sabendo se eu estava mesmo sobre o controle de meu corpo ou se a bebida estava fazendo efeito – Eu amo esse lugar, vamos nos divertir bastante!! - separei o abraço sorrindo de um canto a outro e agora segurei na mão dela a puxando. - Vem, vamos no carrinho bate-bate!

Seguimos até a bilheteria onde Jennie comprou várias entradas para os brinquedos e eu a segui até a fila do carrinho bate-bate. Após entrarmos no brinquedo cada uma sentou em um carrinho diferente e eu lancei um olhar competitivo para a mulher.

- Você já era Jennie Kim! - fiz um sinal no meu pescoço como se estivesse a ameaçando de morte. Mas era apenas uma provocação boba.

- Veremos s/n, eu passei cinco anos na Indonésia treinando com carrinhos de bate-bate e vou te destruir! - ela semicerrou os olhos – Você vai fazer POW! - ela fez um sinal de explosão com a mão me arrancando gargalhadas mas logo o sinal que dava inicio a brincadeira tocou e começamos a dirigir.

Findou que Jennie realmente bateu várias vezes em mim e eu acabei perdendo por ficar a maioria do tempo tentando controlar o carrinho e a outra metade do tempo ficava andando em círculos.

Saí do brinquedo gargalhando tanto que até pude sentir dores em meu maxilar, Jennie não estava diferente de mim.

- Você passou esse tempo todo na Indonésia mesmo? - perguntei tentando me conter.

- Não, eu nem sei o que se faz la na Indonésia e acho que não tem estudos pra carrinho bate-bate!

- Verdade, eu viajei na maionese pensando nessa possibilidade! - olhei em volta – Que tal tentarmos aquilo ali? - apontei para o tiro ao alvo – Quem perder vai ter que levar as outras nas costas pra casa.

- Você não se cansa de perder pra mim, né? - ela passou o braço por cima de meus ombros e começamos a andar – Se eu ganhar vou querer o ursinho panda ali.

- Ok e se eu ganhar vou querer o coala! - apontei para o ursinho de pelúcia.

Pegamos nossas armas e observei os alvos começaram se mexer de um lado para o outro, eu não era tão boa assim de mira e o álcool no cérebro também não ajudava em nada, de 10 peças acertei apenas 4 então deixei a arma ali e desviei o olhar.

- Eu só errei por conta da mira dessa arma que tá velha ai tá embaçada, entendeu? - eu expliquei para Jennie mas o moço dono do brinquedo sorrio.

- Ok, vamos ver se a minha também está!

Ela se arrumou apoiando a arma e fechando um olho, começou a atirar e acertou 1, 2, 3 só faltava um para ela empatar comigo. Acertou 4, 5, 6 e não parava até que ela acertou os 10 alvos deixando eu e o moço da barraca de boca aberta, Jennie Kim realmente é incrível com todas as palavras.

- Eu não acredito! - eu ainda estava a admirando.

Jennie deu um gritinho comemorando e abriu os braços para receber o ursinho panda que foi entregue pelo moço. Ela analisou o ursinho com calma e com um sorriso fofo no rosto como se fosse uma criança analisando um presente que pediu pro papai noel.

- S/n, meus três anos treinando no Afeganistão serviram para te vencer nessa mas… - ela se aproximou mais de mim e me entregou o ursinho – Quero que fique com ele!

Segurei a pelúcia o analisando tentando entender o porque de estar recebendo aquilo, mas era melhor não tentar entender e apenas aproveitar. Sorri abraçando o ursinho.

- Obrigada Jennie!

- De nada, que toda vez que você sinta algum medo das suas lembranças do passado você abrace esse ursinho com bastante força e se lembre dessa noite, lembre-se também que você pode superar tudo, tudo mesmo se acreditar em você! Assim sempre que eu não estiver próxima a você o senhor Ruby estará aqui com você então abrace ele pensando em mim!- ela sorrio e eu pude ver não sei bem o motivo mas os olhos de Jennie estavam lacrimejando. Ela desviou o olhar e segurou minha mão – Vamos lá senhor Ruby, vamos levar a s/n pra se divertir na roda-gigante!

Ela segurou na patinha do ursinho o puxando e como eu estava com ele em meus braços os acompanhei sentindo meu coração aquecido o tempo todo. Jennie ainda causava bastante efeito em mim, e eu tenho certeza que não era o Soju que estava causando aquilo.

Após sentarmos na cadeira da roda-gigante eu sentei o senhor Ruby em meu colo e fechei meus olhos sentindo um frio na barriga quando o brinquedo começou a funcionar.

- Mentira que você tem medo de altura né? - a mulher ao meu lado tocou no meu ombro – Não precisa ter!

- Eu não tenho, mas sempre a primeira volta me dá calafrios! - olhei para Jennie evitando olhar para baixo ou então o meu medo iria apenas aumentar .

- Esta com frio? Vem cá então! - ela abraçou minha cintura deitando a cabeça em meu ombro e eu pude me lembrar da noite de natal quando eu senti meu coração aquecido por estar perto de Jennie novamente. Com todas as Palavras Jennie ainda morava em meu coração e eu não podia negar, mas será que ela também sentia o mesmo? - S/n? - ela falou baixinho e eu murmurei um “hum?” - Você…

- Eu? - olhei para a frente.

- Você acredita em meus sentimentos por você? - ela levantou a cabeça para me olhar.

Ela por acaso estava lendo minha mente e sabia que eu ainda estava com duvidas sobre o que ela sentia? Eu já tinha me machucado uma vez com Jennie, por isso mantinha sempre um pé atrás mas ela não tinha direito de ler minha mente.

- Jennie, eu… - respirei fundo observando o rosto dela enquanto tomava coragem para falar tudo. Mas para piorar a nossa cadeira parou no topo da roda-gigante me deixando com mais medo e insegurança ainda – Você sabe que já me machucou né? Você e as meninas mas ser machucada por você foi a pior coisam pois eu te amava! Eu me entreguei para você, virei sua namorada, estava disposta a voltar no tempo para salvar a garota que você gostava! Mas você só estava me usando aquele tempo todo, você e as meninas me usaram e depois que viram que meus poderes poderiam ser perigosos vocês deram no pé e me deixaram de lado e eu me senti um lixo, sabia? Mas mesmo com vocês me abandonando eu ainda fiquei correndo atrás de ti Jennie! Até de dei o Kuma e passei aquela vergonha toda batizando ele cantando a música do rei leão mas você nem ligou pra isso, estava morrendo de raiva de mim por causa de algo que não foi minha intenção – senti um aperto no meu peito e meus olhos se encheram de água. Era melhor parar por ali – Por isso que não, eu ainda não acredito nos seus sentimentos por mim. Porém quero acreditar, quero poder me entregar para você novamente!

Ela não desviou o olhar de mim como eu pensei que faria, ela continuou me olhando fixamente o que me deixou um pouco confusa esperando que ela falasse alguma coisa ou aquilo seria frustrante.

- Eu entendo o seu lado… - ela falou agora desviando o olhar – Eu sei que não vai ser fácil você acreditar nos meus sentimentos agora, mas eu nunca deixei de te amar s/n… nesses quatro anos eu não parei de pensar em você um dia se quer! - ela voltou a me olhar e os olhos delas estavam cheios de água também – No dia em que você ia pegar o voo para Stanford eu corri até o aeroporto, eu corri com todas as minhas forças e tentei te alcançar mas você já tinha ido embora. Eu passei esses meus quatro anos me culpando por ter deixado você, eu te queria perto de mim mas você estava fazendo sua vida eu não podia do nada chegar nos Estados Unidos e dizer que te amava e te queria de volta…

Fiquei surpresa ao saber que Jennie tinha ido para o aeroporto aquele dia, eu não sabia que ela ainda queria algo comigo e nem muito menos que ela ainda gostava de mim. Isso foi uma grande surpresa para mim, mas uma surpresa boa ou ruim? Eu não sabia decifrar.

- Eu iria adorar se você chegasse do nada lá em Stanford dizendo que ainda me amava, eu iria voltar com você para Seul em um piscar de olhos! - sorri e ela sorrio também.

Nesse ponto a vontade de beijar Jennie Kim já era inevitável, nossos rostos estavam próximos e eu podia sentir a respiração pesada dele vir contra meus lábios, os olhos delas as vezes se encontravam com o meu mas eu também podia ver ela fitar meus lábios e aos poucos a distância de poucos centímetros entre nossas bocas foi diminuindo.

Senti um grande arrepio percorrer meu corpo quando meus lábios entraram em contato com os lábios macios de Jennie, senti o brinquedo voltar a funcionara como se nosso contato fosse a fonte de energia para o mesmo. Mas a energia boa que estava percorrendo meu corpo era melhor ainda, sentir novamente os lábios dela nos meus era como um sonho que eu sonhava todo dia mas agora estava se realizando. Eu não consegui explicar em palavras o quando aquela sensação era boa mas em uma tentativa seria tipo “GSHDJ HFURKJNLWSKJ”.

O contato de nosso lábios foi quebrado quando escutamos uma voz masculina e alguns aplausos. Separei o beijo e pude ver algumas pessoas da fila batendo palmas e o moço do brinquedo sorrindo então percebi que nossa volta na roda-gigante tinha acabado.

- Vocês formam um lindo casal mas têm que sair agora! - o moço disse tirando a trava da cadeira.

Me levantei envergonhada abraçando o meu ursinho e escutei Jennie me seguindo.

Depois daquela cena em publico resolvemos voltar para o hotel, até porque já estava tarde e tínhamos que voltar cedo para o centro da cidade para perto das outras meninas.

Chegando em nosso hotel entrei no quarto deixando o ursinho na cama e sorrindo para ele. Durante todo o caminho eu e Jennie não nos falamos muito, não entendi bem o motivo de todo o silencio mas acho que ela como eu estava tentando colocar tudo no lugar e pensar no que tínhamos feito.

Tirei meus tênis e me aprontei para dormir porém a voz de Jennie me desviou do caminho da cama.

- Esquecemos totalmente que você tinha que me trazer pra casa nas costas! - ela estava parada perto da mesa do apartamento – Vai ficar me devendo essa!

- Ah não – fingi estar tendo um desmaio mas logo me endireitei – Moça tenha piedade de mim, eu sou muito fraquinha e por mais que você seja uma pena eu não posso te carregar nas costas – fiz biquinho.

- Ah Claro que é! - a mulher caminho até mim segurando em minha cintura me fazendo arrepiar – Espere só e vamos ver se você é tão fraquinha assim!

Como um velho costume passei meus braços por cima dos ombros de Jennie e tive meu corpo colado ao dela mas logo minha boca também estava colada a boca dela em um beijo mais intenso do que o de mais cedo. Senti leves apertos em minha cintura e uma língua boba já estava surgindo ali no beijo por parte de Jennie, algo tão simples que acabou me levando a pequenos surtos internos, os lábios dela continuavam gostosos como sempre e ela continuava gostosa como sempre o que me deixava mais louca ainda. Em segundos tive meu corpo segurado por Jennie, enlacei minhas pernas na cintura da mesma e a deixei me guiar não sei para onde, senti meu corpo de chocar com uma parede e depois fui posta sentada sobre a mesa do apartamento, continuei com minhas pernas enlaçadas na cintura dela enquanto eu já podia sentir minha intimidade dar alguns sinai…

O beijo fui intensificado mas quando a falta de ar se fez presente tive que separar nossos lábios, porem Jennie não parecia com falta de ar pois desceu os beijos diretamente para o meu pescoço, beijos molhado que deixavam minha pele mais arrepiada, apertei as minhas pernas quando senti a língua quente da mulher entrar em contato com a pele de meu pescoço me fazendo soltar um gemido baixo.

- Jennie, espera ai… - tentei falar normalmente sem ser de uma forma manhosa mas não dava para controlar minha voz ao mesmo instante que eu tentava buscar forças nas minhas pernas que estavam bambas – Não posso agora…

Ainda era muito cedo para que eu transasse com ela, a um dia atrás eu estava namorando com Minnie e por menos que parecesse eu gostava bastante dela como amiga.

Jennie se afastou um pouco frustrada eu posso supor, mas ela parecia ter entendido.

- Eu vou passar uma água no rosto e volto pra gente dormir – ela sorrio sem graça se afastando e indo até o banheiro.

Balancei a cabeça positivamente e olhei para o chão. Eu estava ferrada, ter que me controlar com Jennie Kim dormindo do meu lado.

          DIA SEGUINTE    10:30 AM

Chegando em frente ao nosso hotel no centro da cidade Jennie soltou a minha mão, entramos no hotel e paramos na recepção para esperar as outras meninas que iriam descer. Eu queria subir para o quarto e tomar um banho mas elas insistiram em nos contar o que tinha acontecido na empresa, antes de subirmos.

Ouvi o barulho das vozes e qualquer um já podia adivinhar que eram as loucas de Seul que iam saindo do elevador. Sorri vendo elas vindo em nossa direção e fui recebida com um abraço de Sana.

- Oi meu bebê, esta melhor? - ela sorrio beijando minha testa – A Jennie não te fez nada não né? - ela falou a última frase sussurrando e eu sorri.

- Amor!! - ouvi uma voz conhecida e senti meu corpo paralisar, Sana se afastou de mim e eu me virei avistando Minnie segurando uma mala em uma mão e com um sorriso largo no rosto – Eu estava morrendo de saudades!

A mulher veio correndo em minha direção e me deu um beijo demorado que eu não pude nem retribuir por conta da surpresa meu corpo ainda estava imóvel. Quando nossos lábios foram separados pude ver minhas amigas me olharem confusas e o olhar mais confuso ainda era o de Jennie.

EU TÔ FERRADA!!!!

CONTINUA...