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História Entre ElaEles: Um segredo - Capítulo 05 - Bilhetes e Tentativas


Escrita por: BeaFonseca

Capítulo 6 - Capítulo 05 - Bilhetes e Tentativas


Fanfic / Fanfiction Entre ElaEles: Um segredo - Capítulo 05 - Bilhetes e Tentativas

Depois de um domingo comum e sem estímulos estranhos, finalmente a segunda havia chegado, e não era como se as coisas fossem melhorar, afinal, hoje tudo estaria diferente, de alguma forma.

            Já em sala de aula, evitei, novamente, olhar na direção do trio de amigos, que muito provavelmente, me encaravam. Embora seja por motivos diferentes. Eu sentia seus olhares sob mim. E não era nada confortável. Nunca foi.

            Quando a aula começou, pensei que tudo estaria no seu lugar, mas fui surpreendida com um bilhete, nada discreto, sendo jogado em minha direção. Peguei, sem querer olhar na direção do remetente.

“Você nem é esquisita. Não entendo porque as pessoas falam isso! Gostaria de me aproximar. ”

Ass: TaeTae

            Amassei o papel, pensando em xingar a audácia daquele 4D. Mas achei que seria de um bom senso, responder. Peguei a caneta e desamassei o papel, concentrada em ser bastante clara com minhas palavras.

            “Porque cismou comigo? Não tem nada melhor pra fazer não?”

Ass: A esquisita

            Joguei em sua direção,  esperando que ele pegasse o papel e entendesse a minha indireta. E no momento que o fez, fiquei surpresa por ele sorrir, como se eu tivesse dito a coisa mais engraçada do mundo. Revirei os olhos, voltando a me concentrar no caderno. Mas fui surpreendida com o mesmo papel.

“Eu não cismei com você. Eu só estou tentando ser amigável.

Deveria seguir o exemplo, aluna especial.”

Ass: TaeTae

            Aquela era uma resposta madura demais para um 4D, e tenho que admitir que mexeu comigo. Mexeu mais do que deveria.

            “Seguir o exemplo”. Como se ele fosse algum exemplo de vida.

            “Ser amigável”. Não era uma opção pra mim a muito tempo, e eu tinha meus motivos para ser tão reclusa. E ninguém precisava dar conta disso. Porque ninguém tinha absolutamente nada a ver com isso.

            Amassei o papel. Não estava gostando nada daquilo. Não precisava responder. Já tinha sido demais para uma resposta.

            Recebi outro papel, e desta vez, não foi de Taehyung.

“Achei que não quisesse papo com ninguém. Por que troca recadinhos com Tae e não quer que eu converse com você? Afinal, vai ser minha monitora.”

Ass: Park Jimin

            Era a gota d’agua. Park Jimin tomando satisfações? Eu deve ter entrado mesmo em um mundo paralelo. Ou algum pesadelo. E a propósito.. este sonho estava longo demais. Peguei a caneta e resolvi responder, mesmo a contra gosto.

“Você está falando do seu amigo 4D. Acho que não preciso explicar do porque ele querer conversar comigo. Ele é louco!

E você prometeu.”

Ass: A esquisita.

            Joguei em sua direção, mal recebendo um olhar seu. Tentei me concentrar novamente no caderno, certa de que o professor fazia anotações importantes.

            Mais um papel.

“Pra alguém que se auto-intitula esquisita, fica difícil dar moral quando fala do meu amigo 4D. Não acho que ele seja o único louco aqui, com todo o respeito. Poderia, ao menos, tentar ser mais amigável?”

Ass: Park Jimin

            Agora mais essa. Dois belos foras em poucos minutos. Eu não iria suportar isso. Pra falar a verdade, eu estava começando a me achar uma estúpida por respondê-los, onde eu poderia, simplesmente, ignorá-los.

            “Com todo respeito”. Era meio irônico ele dizer tal coisa.

            Encarei Jimin, certa que descontaria a raiva que eu já estava do Tae, nele. Olhei na direção de Kookie, que, por alguma razão, também me olhava.

— Que foi? Vai mandar bilhete também? – Provoquei. Ouvindo um pedido de silêncio do professor. Em seguida, JungKookie baixou a cabeça, se concentrando no caderno. Envergonhado demais com a minha acusação nada sutil.   

            Alguns alunos me fitarem, abismados com meu comportamento. E não era como se isso não acontecesse sempre.

            A diferença é que agora eu não me importava com nada disso.

***

            O intervalo havia começado. Ainda sem olhar para os três, peguei minha bolsa e saí a passos apressados pelo corredor. Sem antes ouvi pesadas ao meu lado, e uma sombra maior que a minha. Não fiquei surpresa por ser Jimin. Ele mantinha um sorriso largo no rosto, como sempre.

            Não falei nada. Não queria saber. Na verdade, estava com medo do que poderia dizer. Vai ser a primeira vez que passo mais tempo que o necessário com alguém no colégio.

            Suspirei. Seria realmente impossível não falar nada, com ele tão perto. 

— Está preparado? – Perguntei, sem fitá-lo, ainda caminhando até a biblioteca. Percebi, de relance, que ele me olhou surpreso antes de responder.

— Preparado? – Quase tive vontade de revirar os olhos. O que ele estava pensando?

— Para as aulas extras, é claro! – Falei, apressada. Ele sorriu, aliviado. Agora eu estava realmente curiosa.

— Ahh.. claro. – Elevou a postura macho alfa. Não entendia muito bem porque ele fazia sempre isso. Era bastante idiota.

            Pensei em perguntar, já que eu não tinha nada a perder. Mas fomos interrompidos por uma sombra igualmente alta, bem a nossa frente. Parei bruscamente pelo susto da aproximação. Jimin não parecia surpreso.

— Jiwoo! – Era Yoongi, e estava com aquele sorriso doce, que na minha opinião, era, no mínimo, estranho. Ainda mais quando estava direcionado a mim. Corei por pensar ter avaliado demais isso. – Olá, Jimin! – Acenou para o amigo.

— Yoongi..

“Ele realmente havia se lembrado de vir falar comigo?”

— É bom saber que realmente estuda no mesmo colégio. Se estiver precisando de ajuda, não hesite em me chamar para ajudar. – Ria do amigo, que parecia confuso.

— O que?! – Foi a única coisa que falei.

— O que deu em você, seu maluco? – Jimin foi quem se manifestou. Yoongi deu de ombros, dando um tapinha do ombro do platinado e piscando pra mim, antes de ir embora. – O que foi isso? –Perguntou Jimin, confuso.

            Era quase certo de que ele não estava acostumado em ver o amigo abordar estranhos e ser tão amigável.  E eu compreendia sua desconfiança. De fato, Yoongi não tinha um status de popularidade por simpatia, mas por ser capitão do time de basquete.  

— Eu não sei...— Na verdade, eu estava falando mais para mim o que pra ele.

            Foram alguns minutos em silêncio até a biblioteca, refletindo.

— Jiwoo? – Jimin chamou minha atenção, e notei que já estávamos na biblioteca, próximo a uma mesa do fundo.

— Desculpe. – Falei, baixando a cabeça e pegando o material de apoio. Jimin fez o mesmo.

— Você está bem? – Perguntou. Encarei aqueles olhos castanhos tão escuros que pareciam pretos. Era nítida a preocupação. Me senti bem, de alguma forma, com o que havia percebido.

            Lembrei do que Tae, e o próprio Jimin havia dito.

“Talvez eu devesse tentar...”— Pensei.

— Tentar o que? – Perguntou ele, e corei instantaneamente por ter soltado os pensamentos.

— Tentar um método de ensino diferente. – Arrumei uma desculpa qualquer. Ele sorriu, desconfiado.

— Sei... – Continuava a me encarar. – E que método seria esse? – Tive a impressão dele ter usado um tom malicioso.

            Não seria a primeira vez. Park Jimin não tinha fama de galanteador a toa.

— O da interpretação. – Falei, certa de que ele entenderia que eu não estava para brincadeira. – Não basta aprender formulas quando não se sabe interpretar questões, e é isso que vamos aprender hoje. – Expliquei, concentrando a minha atenção nos cadernos a minha frente. Jimin mais nada disse.

            Para a minha surpresa, ele estava realmente empenhado em aprender, para alguém que a três dias, estava reclamando por achar aulas extras uma perda de tempo.

            Durante a aula extra, tivemos a autorização da senhora Abby de comer na biblioteca, já que estávamos dedicados ao estudo. Não fiquei nada feliz com as indiretas nada discretas da senhora Abby em relação a uma possível amizade minha com Jimin.

            No termino da explicação, Jimin e eu já estávamos bem entrosados no assunto, de forma que eu pudesse esquecer, completamente, toda a minha paranoia e crise existencial. Faltando apenas meia hora para a primeira aula da tarde, decidimos fazer uma pausa, assim, ele dedicaria esse tempinho com os amigos, e eu voltaria para a minha realidade.

— Obrigado mesmo, Jiwoo! – Jimin sorria, animado. – Quer que eu te acompanhe até a sala? – Perguntou. Fiz que não, mas desta vez, eu não estava sendo rude. – Está bem! Nos vemos na aula, então. – Finalizou, indo embora na frente.

            Não estava sendo nada torturante para mim dar aulas extras para Jimin. Até aqui, estava tudo indo bem. Amanhã, havíamos combinado no mesmo horário. Posso dizer que foi bastante fácil ajudá-lo. Não era um completo idiota, como achei que fosse.

            Distraída, caminhei até a minha sala, mas fui interrompida por Namjoo que me chamava.

— Jiwoo!!

            “Essa não”— Pensei, envergonhado por ele está chamando tanta atenção. Namjoo era um dos poucos que falava comigo, e eu não estava surpresa por isso. Porque ele sempre interagia com todos de forma muito natural.

— Não veio me derrubar novamente, não é? – Perguntei, tentando fazer graça, e ele parecia nervoso, mas riu mesmo assim.  

 - Vim em paz. – Brincou ele. Sorri de lado. Esperei que dissesse alguma coisa. Afinal, ele era quem parecia desesperado em falar comigo. – Eu trouxe esse achocolatado como minhas desculpas, por causa do ocorrido no sábado.

— Não precisava. – Pensei em recusar, mas lembrei que não seria nada educado. Principalmente quando era alguém mais velho que o oferecia. Ele sorriu. – Obrigada. Realmente não precisava.

— Você não me deu a chance de me desculpar no dia. – Ele soltou, e senti que estava nervoso de verdade. Pela primeira vez, eu via expressões coradas naquele veterano.

            O mundo estava, definitivamente, de cabeça para baixo.

— Estava com pressa. – Respondi, dando uma desculpa qualquer. Ele acreditou. Um silêncio constrangedor se instalou. – Bom... vou pra sala. – Falei, prestes a retomar o caminho, mas ele me impediu.

— Se quiser, sabe... ajuda com qualquer coisa... – Pós as mãos na nuca. Aquilo estava realmente, bastante estranho. – Pode me procurar.

— Obrigada, Namjoo. – Me limitei a agradecer, antes de sair de perto.

            Qual era a dele? Ele nunca agiu assim comigo. Quer dizer, eu sempre o percebi atrapalhado quando me entregava panfletos escolares, ou preenchia meu cadastro para testes ou oficinas. Mas sempre acreditei que fosse por ele ser, simplesmente, ele. Sabe.. o rei da destruição. O atrapalhado Namjoo. Nunca o tinha realmente percebido corado. Nossa conversa sempre estava limitada a perguntas e respostas de formulários mensais. Nada além disso.

            Eu deveria me preocupar? Ficar surpresa? Desconfiar?

            Tudo estava tão diferente. Ainda não estava acostumada. Talvez nunca me acostume. Apesar de entender que eram aproximações perigosas. Ainda não me sentia totalmente ameaçada... Não por eles.

            Por incrível que pareça.


Notas Finais


E então??? Alguma teoria que gostaria de debater sobre alguns comportamentos estranhos e repentinos? Adoraria interagir com vcs!!
Bjss e até o proximooo!


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