História Entre Garotos! - Um peixe fora d água.

Os dois viajantes foram identificados pelo portal de Poseidon.

Aqualad parou ali, radiante. Somente quando voltava é que conseguia ter a dimensão do tamanho da saudade que sentia de casa. Saiu nadando castelo adentro, admirando as pinturas e esculturas que contavam a história de seu povo. Mas não demorou muito para sentir falta de outra coisa, e dessa vez, não tinha nada a ver com Atlântida. Se virou para trás a procura de Superboy.

O clone permanecia parado no mesmo lugar desde que chegou. Parecia apreensivo e envergonhado de estar ali. Assim que notou o olhar preocupado de Aqualad em sua direção, saiu nadando desajeitadamente ao encontro do atlantiano.

– Essa roupa é esquisita. - Superboy puxou um pouco o tecido preto, fino e liso, que formava uma espécie de segunda pele, cobrindo todo o seu corpo do pescoço pra baixo; incluindo os pés – Me sinto como um… um…

– Um peixe fora d’ água? - Aqualad arriscou, arrancando uma gargalhada de Superboy.

– Acho que essa expressão não ficou muito boa, não nessa situação.

– Verdade, não sou bom com esse tipo de coisa. Mas ficou ótima em você, valoriza seu porte físico.

– Sério? - Superboy se aproximou de Aqualad, circundando o pescoço do moreno com um dos braços. – Sabe, de repente fiquei com vontade de tirá-la; toda.

– Eu particularmente não me importo que você a tire, mas seria uma ideia idiota, já que a pressão daqui arrancaria toda a sua pele. - Thula estava lá para recepcioná-los, e, ao contrário da última vez que Aqualad esteve ali, sozinha; sem a presença de Garth. – Aqualad, esperei ansiosa pelo seu retorno.

– Thula, é muito bom te ver de novo. - Aqualad abraçou a atlantiana, sentindo um leve desconforto pela demora do contato. – Então, como estão todos, e onde está…

– Estão todos ótimos, e ansiosos para revê-lo. E você, terrestre, seja bem vindo, espero que sua curta estadia aqui conosco seja agradável.

– Sim obrigado, nós ficaremos por pouco tempo.

– Nós? - Thula levantou uma sombracelha e riu.

– Estamos cansados, a viagem foi difícil para o Superboy. Será que poderia mostrar nossas acomodações?

– Claro.

Aqualad e Superboy seguiram Thula até o centro do castelo, onde se estendia um corredor cheio de portas.

– Desculpe, Kaldur, mas achamos que viria sozinho, como da outra vez, então, não preparamos um quarto para o seu amigo. Espero que não se importem em dividir.

– Não, não nos importamos, até preferimos. - Superboy entrou rápido, analisando o lugar.

– É tudo muito novo pra ele, é melhor mesmo que eu esteja por perto.

– Tudo bem, mas, se precisar de companhia - Thula baixou o tom – Mesmo que seja no meio da noite, sabe onde me achar.

– Sim, eu sei.

Aqualad entrou no aposento fechando a porta. O atlantiano levou um susto ao sentir as mãos de Superboy envolver sua cintura, colando suas costas contra o peito dele.

– As portas aqui não tem trancas. Como vamos fazer para ficarmos mais à vontade?

– Não vamos. - Aqualad se desvencilhou do abraço do kryptoniano – Acho que você não entendeu. Desculpa Superboy, as pessoas daqui são muito tradicionais e conservadoras, por isso precisamos agir da forma correta.

– Tipo a Thula? - Superboy parecia triste e revoltado ao mesmo tempo – Acho que eu não preciso te lembrar que tenho superaudição, preciso? Quer dizer que ela ficar dando em cima de você daquele jeito é tradicional e correto?

– Conversamos sobre isso, não pode ficar ouvindo a conversa dos outros. E eu já senti algo pela Thula, tivemos uma história, é natural que ela aja assim.

– E eu? Você nunca sentiu nada por mim, a gente também não teve uma história; tem?

– Não é a mesma coisa.

– É, tem razão, não parece a mesma coisa.

Superboy se afastou novamente em direção à porta.

– Superboy, onde você vai?

– Fazer o que é correto. Vou dormir lá fora, longe de você.

– Não pode ficar muito tempo fora do castelo, aqui tem uma proteção especial pra você. Seu corpo pode não suportar toda essa pressão.

– Eu sou uma arma viva, meu corpo pode suportar qualquer coisa. Além disso, já tem muita pressão aqui.