Sábado, 30 de Outubro de 1920.
Londres, Inglaterra.
Durante muitos anos, desde nova, fui obrigada a escutar “você nunca deverá se relacionar com os Kim’s. Muito menos olhar em seus olhos"
E foi o que eu fiz, nunca se quer olhei nas órbitas do reino vizinho, não sei se são castanho, negros ou azuis. Apenas sei que eles são a pior espécie de humanos que já se fez existente no mundo desta criação. Bom, pelo menos é isto que ouço pelos quatros cantos do castelo, desdo mais pobre servo, até o rei, vulgo meu pai.
São 18 anos tranca nesse maldito castelo, não saio para exatamente nada! Tão entediante. Meus pais meio que nunca me deixaram ter contato com outras pessoas – a não ser, os serviçais do Palácio –, ambos diziam que, quando se é um princesa, certos cuidados são necessários.
No entanto, apesar de parecer uma vida bastante solitária, eu contenho uma companhia – a única companhia menos desagradável que poderia existir nesse lugar –. Zoe Carter, minha criada. Ela é a única a quem conto meus afazeres, sonhos, angústias e decisões futuras. Talvez eu seja um pouco rude com a garota, mas é apenas meu jeito meio torto de gostar de alguém.
Defeitos? Quem não os tem?
– Senhorita Jasmine! – gritou Zoe, interrompendo o silêncio agradável que se formava no local.
Zoe é aquele tipo de pessoa que não sabe diferenciar um momento agradável, em plena paz, a um desagradável com seus gritos estrondosos.
– Pensei que havia lhe dito para me deixar em paz... – digo mantendo meus olhos fechados.
– Eu precisava ver a senhorita... – falou, enquanto tentava acalmar sua respiração que se mantinha irregular.
– Sim! Esqueci que você é tipo um cachorrinho: me segue para todos os cantos desse castelo. – suspiro, enquanto abro meus olhos a fitando atentamente. – Mas então, o que me conta? O que é tão bom ao ponto de vim me perturbar?
– Então senhorita... – engoliu seco. – Eu escutei uns boatos quando fui comprar umas coisas...
– Yah! Você está me achando com cara de suas amiguinhas para ficar fofocando, Zoe? Por Deus, retire-se daqui antes que eu perca a minha paciência! – elevo um pouco o tom de voz.
– Sim, senhorita... – se curvou e foi se retirando sem protestos.
Mas o que era? Talvez Zoe não me perturbaria se não fosse nada tão importante. Ainda me darei mal com essa minha curiosidade.
- Zoe, espere! – a chamei, fazendo‐a paralisa e volta em instantes ate mim – O que tinha para me contar?
– Mas a senhorita disse...
– Esqueça o que eu disse! – a interrompi – Vamos, desembucha!
– Senhorita, ao que tudo indica, haverá um baile de noivado não muito longe daqui. E todos estarão convidados! – sorriu largo ao concluir.
Puffs... Era isso? Sinceramente. Que grau de importância tem um baile de noivado? Não que eu tenha experiências com tal evento, mas só o nome “baile" já me soa entediante e perca de tempo.
– E você espera que eu te libere para ir? – arqueei a sobrancelha.
Ela balança sua cabeça levemente para os lados, em negação.
– Na verdade, eu queria que a senhorita fosse comigo... Eu não gostaria de ir a um evento tão grandioso sozinha. – sorriu.
– Como? – eu praticamente gritei chamando a atenção dos guardas do castelo. Em sussurros continuei. – Você sabe que não posso ter contato com ninguém! Ordens do meu pai! – suspiro profundamente, isso é tão frustrante.
– A senhorita não acha essa ordem já um pouco ultrapassada?
– Não importa. Eu continuou obedecendo, mesmo que não seja da minha vontade. – reviro os olhos, olhando para outro canto do jardim.
– Se é assim... – suspira –.... vejo que a senhorita não irá. – ditou triste.
– Não.
– Então vou deixá-la, não irei aborrece-la com meus assuntos. – faz um pequena reverência – Com licença. – disse saindo, sumindo pelo calçamento do castelo.
Pensando bem, talvez seja bom ir a esse baile, para ver como é, e o porquê desses eventos serem tão famosos. Maldita curiosidade!
Mas com certeza, papai não irá deixa. Se bem que....
Saio em disparado em busca do meu pai, eu precisava convencê-lo primeiro, pois sendo ele, o ser mais casmurro que conheço, era difícil de lidar e persuadir.
🥀
– Aqueles infelizes!
– Calma Yoongi, nós vamos resolver isso.
– Não me peça pra ter calma, Hoseok! Estou longe de ficar calmo.
– São apenas ovelhas, Yoongi.... Depois compramos mais.
– Se aquele velho rabugento do Namjoon pensa que irá simplesmente sumir com meus cordeiros e vai ficar assim, está muito enganado! Irei dá o troco na mesma moeda.
– Papai? – bato na porta, ficando apenas com um pequeno trecho da porta à aberta.
– Sim, querida? – ambos os mais velhos me encaravam, enquanto eu entrava fechando a pesada porta de madeira.
– Olá, tio Hoseok. – ele cumprimenta com um aceno de cabeça. – O senhor está muito ocupado?
– Um pouco. Aconteceu algo?
– Mais ou menos. Eu queria pedir algo muito importante para o senhor. – digo me aproximando.
– Importante? – franziu o cenho. – E o que seria?
Em passos largos, vou até o meu superior e começo a massagear os seus ombros, em movimentos leves e circulares.
– Nossa o senhor está muito tenso hoje... Precisa relaxa mais.
– O que você quer, Jasmine? Não é do seu costume fazer-me massagem. – me encarou, fazendo com que eu parasse o ato.
– Talvez seja pedir demais? Talvez... – ele batia seus dedos freneticamente na madeira do trono, estava ficando impaciente.
Sem mais enrolações, digo de uma vez, sem arrodeio.
– Eu posso ir ao baile?
– Baile? Que baile? – franziu o cenho, entrelaçando os dedos.
– Um baile de noivado que haverá em alguns dia, ele não será muito longe daqui. – digo com o sorriso mais simpático que conseguir.
Ele me encarava sério, em um absoluto silêncio que já estava me dando nos nervos.
– Não. – ditou sério e seco.
– Por que? – cruzei os braços, batendo fortemente os pés nos chão.
– Você sabe muito bem. Suas saídas estão suspensas e não é de hoje. – disse simplista.
– Mas, papai...! – imploro.
– Já tem minha resposta, Jasmine. Agora esqueça essa estória sem pé nem cabeça e suba pro seu quarto imediatamente.
Olho para meu tio que via a cena o mais sério possível, ele não era muito de opinar em discussão de família. E no fim das contas eu entendo, se envolver em algo nesse ciclo só dá desgosto.
– Argh! Eu odeio você!
Em passos largos vou em direção às escadas, subindo rapidamente, me trancando em meu quarto.
– Por que ele tem que ser assim? – resmunguei sentindo as primeiras lágrima começarem a cair.
– Senhorita? – Zoe falou batendo na porta de meu quarto.
– Vai embora, Zoe! – tentei falar firme, porém minha voz falhou.
– Senhorita... Você está chorando? – perguntou preocupada.
Droga! Odeio chorar na frente de alguém, isso me torna de alguma forma mais fraca. Tentei ficar em silêncio. Talvez ela fosse embora.
– Senhorita... Eu posso te ajudar... – falou depois de um tempo em silêncio.
– Não, Zoe! Não pode! – falei já não aguentando segurar as minhas lágrimas. – Você não pode mudar o passado... Você não pode mudar meu pai! – funguei. – Por que aqueles miseráveis dos Kim's tinham que existir? Por causa deles, eu não tenho a minha tão sonhada liberdade... Eu os odeio! – gritei a última frase.
Fiquei esperando ela falar alguma coisa, porém o silêncio se fez. Talvez estivesse chocada por me ver desse jeito já que nunca conheceu esse meu lado.
Instantes depois, fiquei surpresa ao escutar um batida na porta e com ela uma voz doce se pronunciar – na qual eu conhecia muito bem.
– Jasmine? Sou eu, seu tio. – fez uma pausa. – Podemos conversar?
Corri imediatamente até a porta a destrancando. Meu tio era o único que me conhecia de verdade. O único que conhece a verdadeira Jasmine. O único que conhece meu lado "fraco."
– Tio? – choraminguei indo ao seu encontro o abraçando apertado.
– Porque ele é tão grosso com você? – falou afagando meus cabelos.
– Tio... Eu entendo eles terem essa rivalidade. Mas, eu não posso ficar minha vida inteira trancafiada nesta prisão!
– Eu sei, pequena. – sorriu. – Por isso tenho uma proposta a lhe fazer!
– Proposta? – perguntei o olhando confusa, enxugando alguns lágrimas que insistiam a cair sobre minhas bochechas.
– Sim. Escutei que você estava querendo ir a um baile ou estou enganado? – perguntou arqueando a sobrancelha.
– Não, está certíssimo. – abri um pequeno sorriso. – Você o convenceu?
– Não... Vou propor algo mais emocionante. – me olhou cúmplice. – O que acha de dar uma fugidinha rápida?
– Você está louco, tio? – o olhei seria. – Se ele descobrir, vai colocar um cão de guarda ficar vinte e quatro hora por perto! – resmunguei. – Já basta a insuportável da Zoe...
– Oras! Não fale assim da moça, Jasmine! – me repreendeu. – Não seja tão arrogante. A moça estava preocupada com você. – apertou meu nariz. – Pense com calma no que eu te disse. Me der uma resposta na hora do jantar!
– Yah! – gritei. – Tá certo. – falei recebendo um sorriso do mais velho e logo me deixou sozinha em meu quarto.
Seria o certo a fazer? E se ele descobrir? Oras, deixe de pensar negativo Jasmine!
Uma coisa meu pai tinha que saber: eu não era uma boneca de porcelana e estava longe de ser.
Está na hora de encarar uma nova realidade, longe deste lugar!
– Desculpe, pai. Mas não vou te obedecer! – sorri perdida em meus pensamentos. – Não desta vez!
Continua....
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