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História Entre lidas e vidas - Nós, de novo!


Escrita por: gnfeelings

Notas do Autor


Olá, gente. Para escrever essa fic, tomei como inspiração alguns poemas do Zack Magiezi. Tentarei atualizar todo dia. Espero que gostem :)

Capítulo 1 - Nós, de novo!


Fanfic / Fanfiction Entre lidas e vidas - Nós, de novo!

10 de Dezembro de 2017
- Nero?
- Giovanna! Oi.
- Tá podendo falar?
Ele demora a responder. - Tô. Só tava escrevendo algumas coisas, fala.
- Bom, primeiro quanto tempo, né? - Ela sorri um pouco sem jeito. - Como é que você tá?
- Bem, vida corrida, mas tô muito bem. E você? O que a Dona Giovanna anda criando?
- Por enquanto tô tranquila.
- Você tranquila? - Gargalha.
- Mas ó, tô com um projeto para o teatro e preciso de um parceiro pra tocar comigo. Foi aí que pensei: Existe pessoa melhor que o Alexandre Nero pra esse papel? Não.
- Isso foi um convite?
- Quase intimação. - Os dois sorriem.
- Claro que topo.
- Ótimo. Pode me encontrar amanhã?
- Logo amanhã?
- Já tem compromisso?
- É, eu...já tinha marcado. - Desconversa. - Pode ser na terça?
- Pode. Depois te ligo pra acertar o horário, vai ser aqui em casa.
- Na sua casa?
- Algum problema?
- Não, estarei aí. Beijo, tchau!
- Beijo!
Ambos desligam e ficam pensativos. Depois de tanto tempo sem ao menos trocarem uma palavra, a conversa fluiu. No entanto, algo os incomodava. E essa inquietude permaneceu até o dia do reencontro.
12 de Dezembro de 2017
- Pietro, deixou a meia no sofá de novo? - Giovanna grita enquanto atende a porta. - Nero, entra. - Cumprimenta-o com dois beijinhos.
- Mãe, eu já ia tirar.
- Sei, conheço essa história. - Fuzila o filho com o olhar.
- Cheguei em uma hora ruim?
- Não, magina. É que eu gosto de tudo arrumado. - Sorri - Pi, não cumprimenta mais as visitas? - O filho revira os olhos e vira-se para Alexandre.
- Oi, Nero. Vai beijar minha mãe de novo e dizer que estavam ensaiando uma cena? - Alexandre nada responde.
- Pietro, tu não tem dever de casa? Sobe! E só desce quando terminar, ouviu? - Grita para o menino que já subia os últimos degraus. - Q papo é esse de beijar minha mãe de novo, Alexandre? Não me diga que...não! Ale...
- Também senti saudade, Giovanna.
- Ai, desculpa. Tô tão aérea que nem te abracei. - Anda até ele. - Claro que senti falta do meu parceiro. - Engole seco. - Agora, fala.
- Calma, eu vou explicar. - Suspira. - Aquele dia do coquetel aqui na sua casa, que a gente se beijou no seu quarto, é... - Guagueja. - Assim que eu saí do quarto, o Pietro me perguntou porque a gente tava se beijando e eu inventei que era uma cena.
- Mas cena de que? Pelo amor de Deus! Se isso foi no início do ano, a gente não tava fazendo projeto juntos. - Giovanna fala incrédula.
- Eu sei, mas porra, você queria que eu dissesse o que? Ah, eu beijei sua mãe sim, porque meio que a gente está tendo um caso, é isso?
- Não, claro que não, eu só...que merda, cara. - Passa a mão no rosto. - Porque nunca me contou isso?
- Não achei que tivesse importância. Na época, ele pareceu acreditar no que eu disse.
- Se o meu filho, que sabe que sou casada, me ver beijando outro homem, é claro que tem importancia! - Gesticula.
- Desculpa. Tem razão, devia ter comentado.
- Enfim, depois eu converso com ele.
- Acho que não tem necessidade, ele só sente vontade de te proteger.
- Como é que você sabe disso?
- Porque eu também sou filho homem, com duas irmãs. E era assim com a minha mãe. Queria saber tudo, sondava qualquer homem que se aproximasse. - Sorri com a lembrança. - Relaxa. Afinal, já colocamos um fim nisso, né?
- É, claro. - Afasta-se dele atordoada. - Vamos mudar de assunto? Teatro. - Aponta para mesa onde as anotações sobre a peça estão espalhadas.
Passam a tarde inteira conversando. Ela explicando o texto e ele ouvindo atentamente. A cada ideia trocada, percebiam que a sintonia continua a mesma.
- Vamos fazer uma pausa? - Ela estica os braços e prende o cabelo.
- Vamos.
- Aceita um café? Tá quentinho.
- Vou aceitar sim, quase não dormi essa noite, o Noá apagou só de madrugada.
- Hum. - Bebe um gole do café e entrega a xícara dele. - E como é que ele tá em? Deve tá enorme né? Eles crescem tão rápido. - Diz nostálgica.
- Tá enorme, ele é gordinho, puxou a mim.
- Palhaço!
- Já vai fazer dois anos na sexta. Inclusive eu ia te convidar, mas n sabia se já tinha voltado de Portugal.
- Cheguei tem uma semana.
- Então tá feito o convite. E leva as crianças, só vai ter pirralho lá. - Entorna a xícara em um gole satisfatório. - Bom esse café, você que fez?
- Lógico que não, você sabe que sou um desastre na cozinha. - Fala frisando a intimidade que possuem.
- E como foi essa temporada com os portugas?
- Ai, dá vontade de ficar lá pra sempre. Eu amo o clima, a comida, os vinhos...uma delícia. Esses oito meses lá me fez esquecer a correria do Rio.
- Imagino. - Ele se distrai mexendo a colher no café.
- Tá tudo bem?
- Tá.
- No que você tá pensando?
- Nas suas fãs loucas quando descobrirem que finalmente saiu nosso projeto. - Ignora seus pensamentos, introduzindo outro assunto.
- Ah, para! Você não tava pensando nisso.
- Claro que tava.
- Não tava, te conheço.
- Ó, vamos continuar, que ja tá anoitecendo, e eu preciso ir. - Pega os papéis relendo alguns parágrafos.
- Não pense que eu acreditei. - Bate no braço dele de leve.
- Lê aí o negócio.
Ela sorri dando continuidade à leitura. Quando o relógio acusa 19h, Alexandre vai embora. Precisava buscar o Noá na casa da irmã e, posteriormente, encontrar-se com os músicos do seu repertório. Giovanna aproveita que as gêmeas estão na casa da avó, o marido viajando e o primogênito dormindo, para relaxar na calmaria que a casa está. Deita-se na cama e verifica seus e-mails.
"Esqueci de avisar que é festa à fantasia ;)" - Nero envia uma mensagem.
"Só pras crias né!!???"
"Não. Adultos também heheh"
"Posso ir de mulher gato?"
"Mulher você já é, gata também. É FANTASIA, Giovanna."
"Hahahaha <3"
"Até lá!"
"Até!!!!"
Joga o celular para o lado e encosta-se no travesseiro. Sua memória percorre instantes do dia 30 de março de 2017, no seu coquetel de despedida.
"Todos estavam reunidos na sala, conversas animadas preenchiam aquele espaço enorme, gargalhadas sobresaindo, principalmente a do Alexandre, que estava sentado de frente para ela. De vez em quando, trocavam olhares, sorrisos, pequenos gestos que só os dois compreendiam. Giovanna mexia no celular, quando recebeu uma notificação.
'Quero falar com você.' - Ela subiu o olhar e percebeu que ele estava entretido com o aparelho, esperando uma resposta.
'Fala.'
'Só nós dois.' - Giovanna cogita não responder, mas envia e levanta do sofá.
'Me encontra no meu quarto.' - Ele arregala os olhos e a segue sem ser notado.
Ao chegar, depara-se com o quarto à meia-luz. Ele apenas encosta a porta e dirige-se até a poltrona em que ela estava.
- O que você tem pra me dizer?
- Tem certeza que aqui é seguro?
- Tenho. Ninguém vai subir aqui.
- É sobre aquilo que a gente conversou ontem.
- Do que você tá falando?
- Que não dá mais pra gente continuar juntos. - Ela o fita. - Você vai pra Portugal, com seu marido, sua família. Sabe lá quanto tempo vai passar, ou até se vai voltar. - A medida que ele fala, seu coração bate mais forte. - Sabe, e a nossa relação não passa de...
- Não passa de que?
- De um caso.
- Então não significou nada pra você? - Nesse momento seus olhos já estavam marejados.
- Claro que significou. Mas até onde você acha que a gente iria com isso?
- Não sei, não tinha pensado nisso. - Olha pra cima tentando conter as lágrimas. - Mas você tem razão. Eu que sou uma bobona romântica.
- Você é intensa, vive cada momento de uma vez. Foi umas das coisas que fez eu me apaixonar. - Ele limpa a lágrima que escorria do rosto dela. - Acho que a gente merece colocar um ponto final, sem machucar um ao outro. A gente já tinha conversado sobre isso, lembra?
- Lembro muito bem. Acho que foi a pior conversa que tivemos em tanto tempo. - Libera um olhar triste.
- Não faz essa cara, vou me sentir ainda pior.
- Porque despedidas doem tanto?
- Porque os momentos juntos valeram a pena.
- É...vivemos bons momentos né?
- Escondidos, mas vivemos. - Ele ri, arrancando um sorriso dela. - Posso te abraçar?
- Deve. Depois de ter acabado com a minha maquiagem. - Alexandre a envolve em seus braços, um abraço apertado, evidenciando seus sentimentos. - Vou sentir sua falta. Falta de como você tem sempre uma frase inteligente pra me dizer em situações difíceis.
- Nesse segundo não tenho, vou ficar te devendo. - Abraça com mais força. - Mas vou sentir muito a sua falta.
- Nero, posso te pedir uma coisa?
- Pode.
- Na verdade, duas.
- O que?
- Ainda continuamos amigos?
- Claro que sim, nunca pensei o contrário. E a outra?
- Acho que a gente merece um beijo de despedida, né?
- Queria mais que um beijo.
- Devido as circunstâncias, vamos ficar só nele. - Então ele a beija. Um beijo calmo e quente, que demora tempo suficiente para sentir o gosto um do outro pela última vez."
Giovanna sorri com a lembrança, mas logo seus pensamentos desepertam quando ouve o som de alguém batendo na porta.
 



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