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História Entre Medos e Temperos - Capítulo 22 - Cacos


Escrita por: SonhosOcultos

Notas do Autor


Oie pessoal!

Hoje eu não dormi, estou há mais de 48h sem pregar o olho, então se tiver alguma coisa digitada errada, desculpem.

A pessoa que inventou o home office vai arder no inferno.

Obrigada por todas as interações. Todas mesmo! Cês são um amor mesmo ^^

Capítulo 22 - Capítulo 22 - Cacos


Fanfic / Fanfiction Entre Medos e Temperos - Capítulo 22 - Cacos

Capítulo XXII - Cacos

- Grávida?! Como así?!

Jason esticou o braço, entregando-lhe seu celular. Paola já o pegou trêmula, imaginando o tipo de horror que pudesse estar ali. Para sua surpresa, era um vídeo.

- O que é isso, Jason?

- Dá o play.

Paola respirou fundo, sem palavras, diante de um olhar intenso dado por Jason. Ela entendia aquele olhar. O olhar que dizia “como você pode estar grávida se eu não posso ter filhos?!”. Sem questionar, apertou, observando uma gravação péssima, feita de longe, trêmula e que a pessoa usou o zoom de aproximação.

Só então percebeu que foi o momento da gravação enquanto estavam no resort, exatamente quando colocou a mão na boca e saiu correndo, tendo Henrique se levantado logo em seguida. O vídeo não dura mais que 30 segundos, mas, aparentemente, havia viralizado no Twitter. Provavelmente gravado por algum funcionário muito indiscreto do hotel. Era bastante comum que isso acontecesse com ela ou com Fogaça, na verdade, pensou ela.

- Jason, eu no tenho nem idade de estar mais grávida, pelo amor de Deos.

- Tem esse vídeo, e tem comentários, Paola. Vários. Dizendo que você anda enjoando e evitando álcool.

Ela se sentiu embranquecer.

- Comentários...? – ela respirou fundo – Jason, eu no estou grávida. Eu no tenho como estar grávida. Eso son especulaciones, como sempre. Cê sabe como são essas coisas.

Mas Jason não parecia muito convencido.

- Estou tendo algunas crises – admitiu, envergonhada – Crises de pânico. Mas eu no tô grávida, por Dios!

- Panic attack?

Jason suavizou seu olhar, sentando-se ao seu lado. Com carinho, alisou seus cabeços e ajeitou as mexas atrás das suas orelhas. Paola desviou o olhar, porque achava injusto vê-lo tão preocupado com ela daquela forma. Estremeceu.

- Por que você não me contou?

- No faz muito tempo.

Jason se sentiu mal.

- E eu ia te deixar aqui, sozinha... – abraçou-a com força – Me desculpe, querida. Agi como um idiota.

Paola sentiu sua garganta travar. “Eu não mereço... Eu no mereço que me ame assim...”. Jason buscou sua boca, beijando-a com carinho intenso.

- Me perdoa?

“EU?! EU QUEM DEVO PERDOAR?!” Paola sentiu seu coração apertar até ficar do tamanho de uma ervilha. Sentiu sua garganta travar completamente.

- Meu Deus, Jason.

Pegou suas mãos, aquecendo-as.

- Eu sei que está lutando por nós – disse para ela com toda ternura – Acho que isso está te sobrecarregando, não?

“Eu não mereço!” gritou internamente “Meu Deus, eu não mereço isso!”.

- Eu te amo, querida. Eu sou o homem mais feliz do mundo do seu lado. Minha princesa... – disse, alisando seu rosto - ...Não sabe o quanto.

Sem conseguir suportar aquela avalanche de emoção que foi acometida, Paola se desligou dele, levantando-se.

Na verdade, Jason se sentia inseguro. Era tão absurdamente apaixonado por ela, tanto que se sentia vazio só de imaginar perdê-la. Queria estar ao seu lado até o fim da vida. E uma parte gigante dentro de si tinha medo, mas tanto medo, que ela lhe escapasse entre os dedos que queria lutar.

Pelo menos lutar por ela, mostrar-lhe o quanto é amada e querida. O quanto o que tinham era bom e intenso.

- Eu... eu preciso falar com meus advogados para retirarem o vídeo. E... desmentir tudo.

- Okay – disse cabisbaixo.

 

Sufocada, Paola se trancou no quarto, sentindo a ânsia voltar. “Vamos, se controle. Você não pode permanecer assim, pelo amor de Deus!”

A primeira coisa que fez foi desmentir o boato pelo próprio Twitter, mas não deu detalhes. Era suficiente dizer que era mentira, e pronto. Logo em seguida contactou seus advogados, para só então respirar fundo – bem fundo – e abrir a mensagem de Fogaça.

 

Argentina... eu passei o dia inteiro tentando encontrar coragem para falar com você. Talvez eu seja um covarde, mas...

...eu pensei em te ligar, mas fiquei com medo. Pensei em te procurar e falar olhando nos teus olhos, mas fiquei com medo. E até mesmo para mandar essa mensagem, eu fiquei com medo...

...mas, enfim, o que eu quero dizer é...

...que...

[Paola se sentiu arrepiar inteira]

...eu não consigo parar de pensar no que aconteceu. Não consigo. Eu sei tudo o que vai dizer, mas eu iria me remoer o resto da vida se não te falasse...

...que eu gostei pra caralho. E, enfim, se a gente puder conversar... não por aqui, me diz. Por favor.

...qualquer horário. De qualquer dia.

[alguns segundos em silêncio]

É claro, se eu estiver passando muito dos limites, não precisa responder. Já sou bem grandinho para entender uma indireta ou um silêncio.

Eu só... eu não me perdoaria se pelo menos a gente não conversasse.

Droga, já falei demais.

 

Paola leu. Releu. Sentiu sua respiração parar completamente, voltou a ler. Só quem já passou por isso sabe como as mãos tremem, o calafrio perpassa a espinha e sua garganta torce. O estômago embrulha e por alguns segundos, você encara a tela do celular, sem acreditar.

O que ela responderia?! Meu Deus!

 

Henrique olhava fixamente para o celular, nervoso. Sem qualquer resposta dela por mais de uma hora, resolveu colocar-se no eixo e admitir de uma vez por todas que era uma batalha perdida. Ele sabia que as chances eram mínimas, submersas, mas tinha que pelo menos tentar.

Foi esperando pela resposta que se deparou com o tweet de Paola, bugando completamente sua cabeça.

Hã... que porra é essa?

“Meu Deus do céu”.

 

Trancada dentro do banheiro, Paola colocou o celular sobre uma pequena prateleira sob o espelho e discou para uma chamada de vídeo com Ana Paula. Ela precisava conversar e pôr suas ideias no lugar, a ponto de não conseguir organizar sozinha.

- Desculpa – disse assim que a chamada foi aceita – Eu tô te atrapalhando?

- Claro que não, amiga. Espera, deixa eu ir para um local da casa mais reservado...

Ana Paula aproveitou o momento para espiar a expressão de Paola, que parecia tão angustiada que dava dó. Se trancou no seu closet e, mesmo com a sua idade, sentia-se como uma adolescente colegial.

- Desembucha. Finalmente vai abrir o jogo sobre o que aconteceu, né? Por que eu estou muito querendo saber como foi.

- No brinca com isso. En sério.

- Tá – vendo sua amiga morder o lábio, respirou fundo – O que foi?

- Ah, Ana, eu sinto que vou explodir! Eu... tô sem chão, eu no sei que fazer! Espera, vou te mandar um print.

Ana Paula esperou, recebendo a imagem, então ficando verdadeiramente surpresa.

- Olha... vou te dizer... Fogaça está me surpreendendo.

- O que eu faço, Ana?!

- Ué... o que que cê quer fazer?

Paola queria chorar.

- Eu quero contar a Jason, mas estou com medo. Eu tô morrendo de medo, Ana. Eu sé que preciso conversar com Fogaça, eu devo isso a ele. Ele no merece eso. Pero...

- Mas...?

Ana se aproximou da tela, notando Paola corar como um tomate. Não foi capaz de esconder que isso a fez gargalhar.

- Nossa, amiga, cê tá vermelha e não e pouco!

- Jesus Cristo, Ana!

- Foi bom assim foi? – perguntou maliciosa – Ai, conta. Por favor, conta. Eu trabalhei duro por isso.

- Cê é doida?!

- Amada, eu sei que você tá se remoendo por dentro e tá sofrendo porque precisa contar a Jason, mas somos só nós duas. Eu sou zero filtro, você sabe disso. Vai – olhou-a intensamente corar ainda mais – Vai, conta.

Paola cobriu o rosto com as duas mãos.

- Foi bom? – perguntou com os olhos brilhando – Foi bom, né? Dá para ver.

- Bueno, si...

- E...??????????????????????????????

Paola a olhou completamente constrangida.

- A gente transou na cozinha, do Arturito.

- Oh meu Deus... sua safada! Eu sabia que você era dessas, Carosella.

- E foi melhor do que eu imaginava – Paola não precisava se olhar no espelho, ela sabia, pela temperatura do seu rosto, que deveria estar extremamente vermelha.

- Uau, Fogaça.

Paola mordeu o lábio inferior.

- É por eso que eu tenho medo, Ana!

- Medo?

- Si! Medo de ficar sozinha com ele. Medo de me encontrar com ele para conversarmos e... e...

Ana Paula apenas sorria, maliciosamente.

- Cê sabe que isso no pode acontecer. No pode! Eu preciso contar a Jason e implorar que me perdoe. Mas antes eu devo a Fogaça uma conversa séria, adulta. Y... cê pode ir comigo?

- EU?! De jeito nenhum!!!

- Ana...!

- Só se for para assistir com um balde de pipoca, Paola. Deus me livre.

Paola se tremeu inteira. Só de pensar em ficar sozinha de novo com Fogaça a deixava hiperventilando.

- Marca num lugar público, então.

- E sermos vistos, fotografados e filmados? Céus... só de pensar me dá vertigem.

- É, pensando bem...

- O que eu faço, Ana?!

- Cê não pode marcar no Arturito, disso certeza.

- Sua... – as duas caíram na risada - ...en sério, Ana.

- Paola, o que eu acho é o seguinte: se você não tem intenção de continuar nada com ele, se o que você realmente quer é Jason e descobriu que seu casamento é o que quer salvar, então tem que dizer isso a ele logo. Tirar ele desse sofrimento, porque tá doloroso de ver isso. Libertá-lo para seguir em frente, pelo menos.

“Libertá-lo”

Paola se sentiu sufocar.

- Você sabe que eu te adoro e sempre vou te apoiar, não importa o que aconteça, não sabe?

Ela confirmou, mesmo entristecida.

 

Fogaça estava tão entristecido, tão deprimido que já tinha desistido de esperar por uma resposta.

“Melhor assim”

“Melhor assim para você deixar de ser ridículo de uma vez e se colocar no seu lugar”

Então, assistindo qualquer coisa na TV, seu celular vibrou.

 

...Si, precisamos conversar.

 

Seu coração saltou e ele pegou o celular sem acreditar, vendo a tela aparecer “Paola está digitando”. “Meu Deus, mano, parece que eu vou enfartar”.

 

...Cê tá com alguém agora?

 

Paola mordia a unha do polegar, esperando a resposta e sentindo-se se tremer inteira ao ver que ele visualizou e respondeu imediatamente.

 

...não.

 

...Onde cê tá? Posso ir até você?

 

Henrique sentiu um calafrio lhe percorrer. Uma estranhíssima sensação de dejà vú invertida. “Cacete, meu coração vai sair pela boca assim”.

 

...Tô em casa.

 

O que ela vai dizer? Ela não viria até aqui, viria? Ele não imaginava Paola vindo até o apartamento dele. Era surreal. Mas a possibilidade dela vir, daquilo que tiveram se repetir, deixou-o mais inquieto ainda.

“Deixe de ser imbecil. É uma conversa séria. Ela vai te dar um pé na bunda, por que você tá todo animado? Deixa de ser inocente, porra”

Por que ela tá demorando a responder????????????????

 

...Vou passar aí.

 

...Espera. Agora?

 

...Si. Pode ser?

 

Caralho! Henrique foi pego de surpresa. Estava só com uma cueca box, largado no sofá, tomando uma cerveja gelada. Caralho, como podem três palavrinhas como aquelas fazerem seu corpo inteiro estremecer com tamanha violência?!

 

...Pode. Claro.

 

...Oke.

 

Ele sentia o coração sair pela boca. “Caralho, como eu tô nervoso, que porra é essa?”.

Henrique, seja racional. Ela não tá vindo aqui para uma trepada. Deixe de ser doente e se recomponha.

Mas uma parte dele, escondida e bem reprimida, estava se tremendo de antecipação.

“Caralho, a Paola aqui. Meu Deus”.

Era ridículo, mas ele correu para organizar tudo. Tirar o que tinha de bagunça do meio do caminho. Correu para tomar um banho (um banho!). Passou perfume (nossa, Fogaça, como você é ingênuo, meu Deus).

Quando a cigarra tocou, ele parecia a ponto de sofrer um ataque.

“Se controle, homem”.

Abriu, sentindo sua mão tremer.

E perdeu a respiração.

- Oi.

- Oi...

- Eu posso entrar?

- Claro – “por que eu tô tão nervoso?!” – Fica à vontade.

Ela aceitou, e parecia estar passando mal de nervosismo, tanto quanto ele.

- Eu... posso te oferecer alguma coisa?

- No. Estou bem.

“O que é que eu tô fazendo aqui?!” pensou Paola, descobrindo desde já que aquela era uma péssima ideia. Péssima. Ela estava no apartamento dele! Sozinha com ele! Meu Deus, que ideia foi essa?!

- Fogaça, eu...

- Eu já sei o que vai falar.

- Sabe...?!

- É claro que eu sei – ele a viu desviar a atenção, envergonhada.

- Eu... é... eu achei que seria melhor te dizer pessoalmente. Cê merece que eu seja honesta...

Ele não queria ouvir. Não queria.

- Foi bom pra caralho, Paola – disse, antes que ela falasse aquelas palavras duras e cruéis – Você sabe que foi bom pra caralho, não negue.

- Henrique...

Fogaça deu dois passos na direção dela, aproximando-se. Paola se sentiu enrijecer, o coração disparar, e permanecer uma estátua engasgada. Ele estava tão perto, mas tão perto, que podia sentir sua respiração ofegante.

- Olha para mim, Paola – ela negou – Por favor...

Paola sentiu seu corpo inteiro arrepiar quando Fogaça tocou, levemente, roçando apenas as pontas dos dedos, seus antebraços, causando um tremor.

- Olha para mim, Paola. Nos meus olhos.

- Fogaça...

- Eu sei que você gostou. Eu sei disso.

As mãos que a tocavam por micronésios de tecido subiram pela cintura, indo pela lateral, e passavam tão lentamente e tão delicadamente, que o tremor de arrepio lhe varreu o corpo inteiro.

- Paola.

“No. Eu no posso olhar. No posso. No posso!”

A mão esquerda de Henrique alisou-a pela lateral da cintura, indo com o polegar até a curvatura baixa do seio. “Controle-se, Paola. Por que você está deixando?! Pare imediatamente!”

Negando-se a olhá-lo, Henrique deslizou sua mão direita pela nuca dela, e seu polegar roçou seus lábios, tão delicado, que podia sentir o calor ofegante que saia da sua boca.

- Foi bom pra caralho o que a gente teve. Nem se atreva a negar, Paola. Eu sei que foi.

- Henrique, para.

Mesmo dizendo isso, o corpo dela dizia outra coisa. Paola não conseguia se mover, não conseguia nem ir para a frente, nem para trás. Parecia travada, completamente tomada pela sensação inebriante que era sentir as mãos dele passearem por seu corpo.

Ela estava precisando de todas as forças que tinha para não se entregar e repetir o que já sabia ser maravilhoso. Definitivamente não havia se tornado mais fácil saber como era intenso deixar-se levar por aquilo.

- Eu quero você, Paola – disse ele agoniado, com sua boca tão próxima da dela que já se tocavam por uma fração de camada de pele – Eu quero tanto você que dói...

O chão estava tremendo? Era um terremoto? Paola se sentia vibrando, elétrica. Quando Henrique pousou seus lábios sobre o dela, hesitante, com medo, sentiu-se como caindo em um precipício.

Mas arranjou forças para impedi-lo.

- Paola...

- No, Henrique – afastou-se dele, mesmo com as pernas bambas e tonta de tensão – No, no posso. No.

Viu-o entristecer.

- Cê vai negar?

- No, no voy. Eu também te desejo, Henrique. Muito.

Ele paralisou, surpreso.

- Eu vim aqui para ser sincera. E eu vou ser – disse corando, respirando fundo, mas precisou desviar seu olhar – Si, tienes razón, eu me sinto atraída por você. Muito. E me parece que vou ficar maluca com isso.

Quando ele tentou avançar um passo, ela recuou, como se estivesse fugindo do seu pior pesadelo.

- No!

- Pelo amor de Deus, Paola!

- Eu vim até aqui – respirou fundo – Por que eu quero deixar claro para você a mia escolha. Por que eu acho que devo ser sincera com você.

- Diz isso olhando para mim.

Ela se engasgou com um choro travado. Henrique parecia estar sendo destruído por um triturador. Mesmo com a distância que ela se impunha, arriscou chegar mais perto. Tocou sua mão, levemente.

- Diz olhando para mim, Paola.

- No faz isso...

- Diz na minha cara que você está escolhendo Jason, que vai abrir mão disso que a gente tá sentindo. Diz olhando para mim.

- Para!

Ele avançou, buscando sua boca, roubando-lhe um beijo desesperado. Paola tentou lutar, mas os braços dele eram fortes e ela não tinha toda a força de vontade do mundo para vencer. Henrique tinha uma pegada bruta e, ao mesmo tempo, intensa, sem machucar. Sabia pegá-la pela nuca, segurar seus cabelos. Um jeito de invadir sua boca com a língua sem parecer que ela ia se quebrar. Pelo beijo ela sabia o quanto ele estava excitado, o quanto a queria. Parecia uma pulsação vulcânica, devastadora. Se deixasse... se permitisse... eles transariam outra vez, ali, no sofá mesmo.

Mas depois ela se sentiria perdida e com nojo de si mesma, como se sentiu antes. Queria chorar e queria puxá-lo ao mesmo tempo. Queria empurrá-lo, mas queria se entregar. Queria lutar contra, mas queria pedir que a fodesse outra vez.

Conseguiu reunir forças de novo, empurrando-o. Olharam-se trêmulos, ofegantes, surpresos um com o outro.

- Só porque eu me sinto atraída por você, Henrique, no quer dizer que vamos dar certo. Só porque eu me sinto atraída por você, não significa que todo o amor que eu sinto por Jason esteja acabado – disse estrangulada, enquanto o choro lhe escapava com dor – Eu sou apaixonada por Jason, eu o amo desde o primeiro momento que o vi. E eu posso sim estar me sentindo atraída por você, Henrique, mas eu no vou largar tudo o que eu tenho, tudo o que eu construí, para termos um caso! Meu corpo está confuso, mas não meu coração. E eu no quero mentir para você, porque você é incrível! Mas eu no posso! No posso!

- Você vai conseguir negar que a gente teve uma foda fantástica, argentina? Como você consegue...

- Eu no vou negar! Si, foi incrível...

Henrique sentiu sua alma sendo completamente destruída. É como se pudesse ouvir, como um vidro espatifando no chão, o momento exato que seu coração se rompeu.

- Vamos ser realistas, Henrique! Pelo amor de Deus! No que isso pode dar?! Eu sou uma mulher diferente do que cê gosta, y você tem um estilo de vida diferente do meu. O que a gente tem é uma atração, si, muito forte, mas... no passa de eso! – Paola pegou sua bolsa, decidida a sair correndo, antes que aquilo terminasse no sofá – Me desculpa, por favor. Me desculpa. Mas eu no vou fazer isso. No posso. E... e... eu queria... eu queria ser honesta com você... para... para... para que possa seguir em frente.

- Seguir em frente? – perguntou incrédulo – Meu Deus, Paola.

- Eu no posso mais ficar aqui. Eu tenho que ir...

Quando ela pegou na maçaneta, abrindo, Henrique queria gritar de tanta frustração.

- Então, para você, tá tudo bem se eu tiver outra pessoa? – ela paralisou – Tá tudo bem, simplesmente, que eu volte com Carine, por exemplo?

Paola sentia-se tonta. Estava lutando, com todas as suas forças, com tudo que sentia, ela estava lutando para não cair no choro. Cobriu a boca, evitando que aquele som esganiçado saísse, que ele não percebesse o estado em que estava. Se ele visse, não teria chance alguma de resistir.

- Paola.

Ela arrepiou-se ao sentir a respiração dele no seu pescoço. Estava bem atrás dela! Bem ali! Exatamente ali! Seu coração palpitou.

- Mas eu quero você – disse ele, chorando, encostando sua testa contra a nuca dela, querendo tanto impedi-la de ir, passando seus braços em torno da sua cintura – Eu quero tanto que seja você...

- Para, Henrique, por favor.

Ele a virou, lentamente, trocando olhares tão doloridos. Percebendo-a em prantos, assim como ele. Como aquilo era doloroso!

Dessa vez, quando ele pousou seus lábios sobre os dela, não era um beijo violento, nem desesperado. Mas era lento, suave, cadenciado, sentindo-a amolecer e se moldar ao seu corpo. Céus, que loucura era essa? Por que parecia que estava rasgando por dentro? Era um beijo doloroso, com o salgado das lágrimas. Suas mãos seguravam seu rosto, com paciência, deixando que seus lábios a hipnotizassem. Eram macios, quentes, molhados. Podia senti-la se tremer, gemer levemente. Sua boca descia dos lábios, chupando o inferior, indo com fome pela mandíbula, voltando à boca com a sua língua. Céus, como queria repetir o que fizeram. Como queria fazê-la gozar de outras formas, meu Deus...

- QUE PORRA É ESSA, FOGAÇA?!


Notas Finais


A vontade que dá de balançar a Paola e fazer O MINHA FILHA CE TA LOKA é grande.


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