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História Entre Mundos Distintos - Capítulo XXIII - Aproximação


Escrita por: NahimanaMayfair

Notas do Autor


Heeeeeeeeey people <3

Voltei com mais um capítulo, dessa vez não demorei tanto hahaha ^^
E esse capítulo ficou grandinho O.o kkkk
Não tenho muito o que dizer, então... Enjoy <3

Até já ^^

Capítulo 24 - Capítulo XXIII - Aproximação


— Não é para matá-la, se isso acontecer eu vou atrás de vocês – Butsuma falava de maneira autoritária, para uma pessoa em meio a floresta já escurecida ao entardecer.

— Sabemos fazer bem nosso serviço, Senju-sama, não se preocupe – a pessoa respondeu, esta usava uma enorme capa e um capuz, dificultando a sua identificação, até mesmo para Butsuma.

— Ótimo. Faça exatamente como falei, sequestre a Uzumaki mais velha e peça que a mais nova vá buscá-la sozinha, exija dinheiro para ficar mais real e faça bom proveito dele. Vocês não devem dar tempo para que nenhuma delas use qualquer jutsu de selamento ou estarão mortos – o Senju alertou, entregando em seguida um saco de pano para a pessoa na sua frente — Se tudo der certo, te darei a outra parte depois. Se alguém souber disso eu mato você e seu bando – alertou, dando as costas.

 

(...)

 

Mito conseguira dormir bem na noite anterior, talvez pelo excessivo cansaço que estava sentindo devido ao fato de não dormir tão bem há tempos, ou seria pela gravidez? Poderia ser uma soma de ambos, mas ela não dispunha de tempo para pensar sobre isso, precisava apenas descansar. Sua preocupação com o que Madara lhe dissera era grande, todavia, ela evitava pesar no assunto desde que soube ou poderia não ser capaz de agir normalmente na presença do líder Senju. Madara havia partido logo após a conversa que tiveram, prometendo que voltaria no dia seguinte, algo que deixava a Uzumaki feliz, era bom saber que ele realmente estava preocupado com ela, apesar de achar desnecessária a preocupação, pois Mito saberia lidar com Butsuma caso este tentasse algo, além disso, também havia Hashirama, o filho do líder jamais deixaria o pai machucá-la.

O dia passou tranquilamente, inclusive até rápido demais para Mito, parecia ter faltado tempo pela quantidade de trabalho que tinha e que não conseguira terminar devido aos constantes enjoos que tivera. Um cheiro ameno já era suficiente para fazer o seu estômago embrulhar.

— Hora de descansar – ela falou para si, saindo do complexo médico em direção a sua casa. Quando caminhava até seu destino, sentiu uma fraca energia ruim por perto, mas não deu muita atenção.

“Pode ser alguém que teve um dia ruim” – pensou e continuou andando até chegar em sua casa. Como a energia não cessava, a líder Uzumaki decidiu segui-la, precisava saber do que se tratava.

Andou alguns metros até uma porta de entrada que ficava próxima, de lá viu uma pessoa que parecia tentar se esconder em meio as árvores. Mito andou rapidamente até o local, mas tal pessoa pareceu desaparecer e a energia se esvair aos poucos, porém, no local onde estivera escondida, tal pessoa deixou um pergaminho preso a um galho de uma das árvores. Antes de abri-lo, a Uzumaki o examinou para ter certeza de que não era nenhum tipo de armadilha, se houvesse algo hostil ali, ela saberia, principalmente se fosse algum tipo de fuuinjutsu.

— Kushina! – foi tudo o que dissera, antes de correr novamente até a entrada do clã, para falar com os homens que ali estavam.

— Vocês viram alguém por aqui... Alguém suspeito? – questionou nervosamente.

— Negativo, hime – fora a resposta de ambos homens.

— Droga! – ela murmurou — Um de vocês, peça para alguém levar isso para Minato e entregar somente nas mãos dele – Mito pediu, entregando o pergaminho para um dos homens — Não abram, se abrirem eu saberei! – falou em tom ameaçador e embora não tenha soado assim para os homens, ambos assentiram.

Mito não tinha muito tempo, então apenas correu o máximo que pode pela floresta. No pergaminho havia uma mensagem que dizia que Kushina havia sido pega e sua irmã deveria ir ao local de resgate só. Foi exigido também uma contia em dinheiro, porém, pediram que Minato levasse para um outro local próximo de onde Kushina supostamente estava. O prazo dado na mensagem era curtíssimo, por isso Mito não tivera tempo de pensar muito ou sua irmã poderia ser morta, isso ela não poderia suportar.

Ao chegar no local que indicaram, estava tudo conforme dizia a mensagem. Havia uma espécie de cabana de madeira próxima a uma montanha, não era muito longe do clã Uchiha, algo que fez Mito sentir um frio na espinha.

“Não, Madara não tem nada a ver com isso” – pensou, dando alguns passos para entrar na cabana conforme fora solicitado na mensagem. Não sentia nenhum tipo de hostilidade vinda de dentro do local, então pode entrar sem medo, logo constatando que o lugar estava completamente vazio, não havia sequer sinal de que alguém estivera ali.

— Kushina! – ela gritou, batendo as mãos conta uma mesa de madeira que havia no local, em seguida, lembrou-se do local onde pediram pra que o dinheiro fosse levado, resolvendo ir até lá, porém, assim que saiu da cabana e deu alguns passos, a sensação de hostilidade que sentiu perto de seu clã voltou e não foi preciso que ela andasse muito antes que fosse atingida de raspão por uma kunai.

— Quem é você? Apareça! – Mito exigiu.

— A mensagem por acaso dizia para você sair daqui? É, eu acho que não – uma voz masculina falou, fazendo Mito virar-se para então ver que haviam aproximadamente cinco homens ali.

Quando ela fez menção de ataque, um dos homens falou: — Pense bem no que vai fazer, não quer que sua irmã acabe machucada, quer?

— O que querem de mim? – Mito questionou, olhando para os olhos do homem que falou anteriormente, que assim como o restante, estava com a face coberta por um pano.

— De você nada além de dinheiro – ele falou.

— Mas vocês pediram para levarem para um outro local e...

— Exatamente, caso seu cunhado tente nos enganar, mataremos você e sua irmã – o único homem que falava ali explicou, ele parecia ser o líder.

— E como saberei que a minha irmã está bem? Como sei se ela está viva? – Mito questionou furiosa.

O homem fez um sinal e outro apareceu com Kushina, ela estava com as mãos imobilizadas por correntes aparentemente pesadas, além de sua boca estar tampada por um pedaço de pano e a cabeça com sangue pisado.

— Kushina! – Mito fez menção de ir até a irmã, mas o homem que a guiava posicionou uma espada no pescoço da mesma.

— Não se mexa ou alguém vai perder a cabeça, literalmente – o líder falou.

— Ela está ferida... O que fizeram com ela? – Mito questionou nervosamente. Em sua cabeça passavam milhares de coisas, ela precisava tomar uma decisão, quem garantiria que não matariam Kushina assim que tivessem o que queriam?

“São cinco homens, eu consigo enfrentá-los” – pensou “Mas Kushina... Preciso de uma estratégia”.

Mito analisou bem o cenário. Dois homens estavam mais próximos de Kushina, enquanto os outros quatro mais afastados, portanto, teria que ser rápida em derrubar os que poderiam ferir sua irmã para depois atacar o restante.

— O sinal – um dos homens falou baixo, apontando discretamente para o céu, algo que Mito não deixou de notar.

— Agora você vem conosco, Uzumaki Mito! – o líder bradou — Não tente fazer... – não teve tempo de terminar, pois Mito havia lançado uma kunai, atingindo o peito do homem que apontava a espada para Kushina, atingindo em seguida o segundo no pescoço. — Maldita! Peguem-na! – o líder gritou, voltando-se para Kushina, enquanto seus homens iam até a líder Uzumaki, porém, esta foi rápida em afastá-lo.

Fuuton: Daitoppa (Grande canhão de vento) – ela pronunciou e um tufão de vento foi formado e lançado, afastando todos os homens. 

— Mito! – Minato gritou. A Uzumaki estava tão eufórica que poderia tê-lo atingido também, devido ao susto.

— Pegue a Kushina! – ela vociferou, logo abaixando-se para desviar de uma grande quantidade de shurikens lançadas contra si.

Minato era muito rápido, tanto que conseguiu pegar a esposa antes que alguém chegasse a ela.

“O vento não foi tão forte, mas foi suficiente” – Mito pensou, levantando-se para atacar novamente.

— Mito, cuidado! – Hashirama gritou.

O barulho de armadura e de metal soava alto em seus ouvidos, a batalha havia começado. O Senju se esquivou dos objetos voadores destinados a ele, enquanto corria através dos homens que lutavam por suas vidas. Aquilo o fazia doente e o enfurecia tanto. Só naqueles momentos, apenas naqueles momentos únicos era possível ver um olhar de desdém lançado por Hashirama.

Após derrubar alguns homens, o Senju aproximou-se de Mito, que naquele momento lutava contra um shinobi. Ele parou apenas para observar o quão precisos eram seus movimentos, afinal muito do que ela sabia ele havia ensinado, mas nunca a vira em uma batalha real. Ela era feroz, mas ainda assim temerosa. Um pequeno sorriso surgiu nos lábios de Hashirama por um segundo, antes que corresse até a Uzumaki.

— Mito! – ele gritou novamente, assim que viu o quão dura parecia a sua batalha. Como Hashirama sabia que ela não tinha muita experiência, poderia cometer algum erro grave sem pensar duas vezes.

Mas não era isso.

Ela parecia estar apenas brincando com o rival, como um gato faria com um rato. Um alto grunhido escapou dela quando o Senju pegou-a pelo braço, puxando-a para longe da batalha. Ela estava prestes a terminar com um tolo shinobi, quando sentiu o aperto em seu braço, sendo puxada e forçada a olhar diretamente nos olhos de Senju Hashirama. Os cabelos ruivos da mulher pareciam uma espécie de cachoeira e em sua roupa havia um pequeno rasgo.

Os olhos de Mito fixaram-se nos do Senju por poucos momentos, até que seu oponente emergiu, prestes a atacar os dois, mas Hashirama não estava de bom humor. Um único soco no queixo foi o suficiente para o Senju levar seu oponente a nocaute.

— Mito, eu sei que você é forte, mas você não deve lutar assim, pode ser perigoso para você, é imprudente se esforçar tanto - ele olhou para ela suplicante e logo afrouxou o aperto, quando percebeu que tinha controle sobre ela.

Qualquer choque que a houvesse dominado devido ao toque repentino do Senju, foi substituído por uma expressão de fúria, no momento em que as palavras saíram de seus lábios: — Eu não podia deixar a minha irmã, ela precisava de mim - ela respondeu instantaneamente.

Guerra e paz, em uma época como aquela eram coisas que mudavam dia e noite, em um piscar de olhos. Anos de treinamento intenso e especializado eram suficientes para acalmar qualquer um, em uma falsa sensação de segurança em meio a uma batalha com o desconhecido. Naquela hora, a medida que o sol terminava de se por e a noite caia sobre as planícies queimadas e áridas do País do Fogo, Mito sacudia a cabeça para lembrar-se de que aquilo não era um pesadelo, aquilo era sua vida e naquele instante, mais uma vez, era matar ou ser morta. Ela nunca se sentiu tão inquieta quanto naquele momento, no entanto, Hashirama tinha a audácia de dizer a ela para não lutar? Aquilo apenas reforçava a imagem que Butsuma queria passar, a de que os Uzumakis dependiam do reforço dos Senju.

Inadmissível.

Ao pensar sobre isso, a líder Uzumaki encarou Hashirama de forma desafiante. Mas após alguns segundos se passarem, sem que o Senju lhe dissesse nada, seu olhar se tornou mais suave.

— Este é o meu trabalho, quer você goste ou não, Hashirama - ela resmungou, mas foi interrompida quando pode sentir a chegada de um inimigo, aproximando-se cada vez mais. Ela soltou uma kunai de baixo de sua manga e jogou-a na direção dele. Surpreendentemente, a peça de metal acertou em cheio a testa do oponente, que gritou antes de cair no chão.

Menos um.

Uma bola de fogo foi lançada na direção de Hashirama. Mito saltou na frente para pará-la, colocando as mãos na frente. A Uzumaki preparou-se para o impacto, liberando o seu senjutsu até as palmas de suas mãos. Ele brilhou, mas ainda era como selos invisíveis, algo que ela havia aprendido e aprimorado ao longo dos anos, mas nunca usado, não em uma batalha como aquela. Em segundos, seu chakra de incandescência azul brilhava em sua pele pálida, então o fogo atingiu as palmas das suas mãos e ela enterrou os dedos nele. O calor fez seu corpo estremecer, mas ela não temeu. Seu senjutsu sugava aquele poder lançado de forma tão covarde, forjado de ganância, ódio e desespero, que pouco a pouco se encolhia e desaparecia através das suas palmas, até não sobrar nada.

— Queimar... Os únicos a queimar aqui serão vocês - essa foi a única advertência que Mito deu ao ver que o líder daquilo tudo estava de pé e fora quem havia a atacado. Os selos ainda sobre as palmas das suas mãos, foram apontados para o alto por ela, formando anéis escaldantes de fogo, que voaram pelo céu. Os shinobis inimigos gritaram e tentaram escapar com vida, mas o fogo foi muito rápido e os atingiu rapidamente, os incinerando no primeiro contato. Enquanto isso, um último homem surgiu, com uma lâmina levantada, pronta para acertar Hashirama, que sem perder tempo, fez alguns selos de mão, usando seu mokuton para desmembrar o homem de dentro para fora.

— Maldição – ele falou para si. Hashirama era um homem nobre, com um coração bondoso, porém, no campo de batalha, era conhecido por sua força. Não havia hesitação em seus olhos, nem misericórdia. Ele sabia bem como a Uzumaki estava agindo, era exatamente como tinha que ser: Matar ou ser morto. Hashirama era totalmente preparado para destruir cada homem ou mulher na frente de batalha que atentasse contra a sua vida. Não era maldade, longe disso, era apenas a forma como os shinobis eram criados e treinados.

Alguns segundos passaram, e o Senju percebeu que a batalha tinha terminado quase tão rápido quanto começado. O grupo de oponentes que restavam, recuaram pelas sombras e começaram a seguir seu caminho.

Uma vez que não havia mais inimigos à vista de onde eles estavam, Hashirama virou-se para Mito: — Você é imprudente...

 — O que é? Eu sei me defender, acredite – Mito respondeu, apoiando-se em uma árvore que havia ali. Estava exausta e o cheiro daquele lugar fazia seu estômago revirar, mas ela não podia mostrar isso a Hashirama, então apenas respirou fundo e falou: — E você sempre faz isso, sempre tenta lutar sozinho e eu odeio isso. Desde criança sempre pedi para que me levasse com você, mas você nunca o fez, sempre com medo do pior, você é preocupado demais – ela sorriu — Senju e Uzumaki são uma equipe lembra? Você sempre dizia isso quando éramos crianças... Então como uma representante dessa equipe é meu dever lutar e eu tenho que fazê-lo - houve uma pausa e seus olhos claros buscaram os dele — Acredite em mim quando eu digo que entendo a sua preocupação, eu o faço, Hashi, me preocupo com você também – continuou mais séria, o seu olhar brilhava com uma determinação ardente — Mas eu não posso mais ver você lidar com tudo sozinho, não posso mais ficar como antes, parada em casa aguardando seu retorno junto com... Você sabe, meu pai, Tobirama... Agora somos só nós, nos conhecemos e nos damos bem, não posso me dar o luxo de deixá-lo lutar nossas batalhas sozinho, caso contrário chegará um dia em que você será apenas uma lembrança e eu não terei feito nada, mesmo quando poderia ter feito...

Hashirama apenas sorriu ao ouvir as palavras ditas por Mito. Ele sabia que ela poderia cuidar de si mesma, sabia que apesar de não ser fácil, aquilo fazia parte da função da líder, que ela não era mais uma garota e agora deveria lutar como sempre quis, sabia de tudo isso, mas ainda que soubesse, não se sentia preparado para vê-la lutar daquela forma, principalmente porque temia que ela se machucasse ou até mesmo morresse. Uma dor no peito o tomava, tornando-se quase tangível quando ele pensava sobre isso, ele não queria que a mulher tivesse esse destino.

— Hashirama! – ela o chamou. Seu olhar voltou-se para a mulher, que naquele momento parecia irritada por não tê-la respondido.

— Eu... Eu agradeço a preocupação e compreendo tudo o que diz, me desculpe - ele respondeu sem jeito.

— Você sempre faz isso, se preocupa mais com os outros do que com você mesmo – ela observou.

Hashirama não disse nada a princípio, apenas sorriu vertiginosamente.

— Senju Hashirama, o único homem que pode estar coberto de sangue e pedaços humanos e ainda consegue sorrir como se o mundo fosse apenas arco-íris e flores – Mito brincou — Devo ressaltar a sua capacidade de atenção, essa é realmente um grande mistério da natureza.

— Mito, eu sei disso. Eu sei de tudo o que diz, só... - o Senju levantou a mão, esfregando o pescoço timidamente. Ele nem sabia exatamente o que responder, então apenas sorriu e concordou — Na verdade eu não sei, deixa pra lá. Você está certa, apesar de ser pior do que eu nesses sentidos. Você além de se preocupar demais, fantasia demais, Uzumaki Mito.

— Não me culpe por...

— Você está ferida, deixe-me ver – Hashirama interrompeu, pegando o braço da mulher, observando um lugar onde uma lâmina tinha conseguido cortar.— Está vendo só?

— Isso não é nada – ela falou fracamente — Meu bebê... – ela abaixou a cabeça e olhou para a sua mão, pousada na altura do ventre.

— Você colocou a vida dessa criança em risco, Uzumaki Mito – Hashirama ralhou —  Como pôde não pensar nisso? Sente alguma coisa fora do comum? Mas que pergunta estúpida essa eu...

— Acalme-se, estou bem, dentro do possível. E sim, eu pensei... O tempo todo eu pensei, mas o que eu poderia fazer, Hashi? Minha irmã...

— Eu sei – ele falou nervoso — Você não deveria lutar nesse estado, é perigoso para ambos.

Mito a princípio apenas observou a maneira preocupada como ele falava e se movia. Ela estava cansada, seu coração estava acelerado, sentia que cairia a qualquer momento, mas ainda achava que não era preciso dizer a ele, afinal ela também era médica além de ser uma Uzumaki, sua recuperação era rápida. — Eu aprecio sua preocupação, Hashi – murmurou envergonhada. Para ela, Hashirama era um bom homem em muitos aspectos, além de mais sábio do que a maioria dos homens que conhecia. Ele era um cara estranho, uma pessoa às vezes impulsiva e sensível, podendo ser tão ou mais emocional que Madara, todavia, o Uchiha não deixava transparecer. Ambos eram o farol de esperança em que Mito podia acreditar. Ela sentia-se tola por comparar os dois, nenhum deles era perfeito e na maioria das vezes, mordiam mais do que podiam mastigar, mas ela fazia isso sempre e era ainda pior, Madara e Hashirama eram guerreiros e ela a princesa do clã Uzumaki, aquilo soava tão ridículo que ela não podia deixar de rir, tendo que cobrir a boca com a mão para abafar o riso por pensar naquilo. Mas apesar de tudo, viajar naqueles pensamentos era bom, eles faziam-na esquecer do cenário onde estava.

— Do que você tá rindo? É uma mulher grávida e ferida, onde está a piada? - Hashirama, parecia um peixe nervoso fora da água, enquanto Mito apenas ria de suas comparações estúpidas entre ele e Madara, perguntando-se porque estava fazendo aquilo naquele momento.

— Mito, isso é sério! – o Senju insistiu, perguntando-se por uns momentos se talvez ela não estivesse tendo algum tipo de delírio.

Mito respirou e expirou profundamente algumas vezes, acalmando-se e tentando limpar seus pensamentos ou pareceria uma louca rindo à toa em um péssimo cenário. Mas era inevitável quando se tratava de Hashirama, tudo sobre ele era gracioso, seu sorriso nervoso, seu olhar, a maneira como ele falava, era tudo tão sincero e bonito que a fazia sentir-se tola. Ele era alguém eleito por muitos como perigoso devido ao seu poder e ainda assim não deixava de ser alguém que se preocupava tão profundamente com a dor dos outros. Ela entendeu naquele instante algo que Ashina sempre dizia a ela: Que estando com Hashirama, ela poderia aprender a amá-lo.

Ou não.

Ela havia tentado tanto e tantas vezes amá-lo antes de por os olhos em Madara, mas ainda que fosse próxima ao Senju, o único que a fazia sentir-se plena era o Uchiha. Doía muito pensar em magoar Hashirama, mas era inevitável quando quem ela amava era Madara.

— Me perdoe, Hashi – ela se desculpou — Eu não sei o que está...

— Perdoada. Você está ferida. Por favor sente-se, eu vou cuidar disso – ele pediu, guiando-a para que pudesse sentar-se em uma grande pedra, em seguida, o Senju pegou uma kunai e cortou o tecido ao redor da ferida para abrir a área em torno dela. — Mito, qual é a sua dor em uma escala de um a dez? - questionou baixinho enquanto trabalhava para limpar o ferimento.

— Espere - ao observar os movimentos de Hashirama tentando ajudá-la, Mito lembrou-se de algo e deu ao Senju um pequeno pergaminho. — Sou tão médica quanto você – ela falou baixo, utilizando a outra mão para abrir o pergaminho, liberando o seu conteúdo: Pequenos suprimentos médicos, ligaduras, pomadas, desinfetantes e algumas folhas. — A diferença é que sou especialista em selar coisas em pergaminhos – concluiu com uma piscadela para o homem.

— Uzumakis... – ele resmungou baixo — Não são seus selos ou pergaminhos que me deixarão mais tranquilos, mas sim a sua rápida recuperação - ele falou, enquanto procurava entre as coisas do pergaminho algo que pudesse ajudá-lo a limpar o ferimento, antes de finalmente colocar a mão sobre a ferida — Limpinha, agora vamos terminar com isso – a mão do Senju brilhou com seu chakra de cor verde. Mito fechou os olhos sentindo o chakra de Hashirama fluir. Era como um fluxo de água refrescante num dia de verão, ele estava fazendo o sangue parar de escapar do corte, além de aparentemente absorver sua dor, tudo ao mesmo tempo, em seguida, o Senju fez uma bandagem em torno do ferimento, apertando firmemente. — Irá sumir rapidamente, mas só por precaução o deixe coberto, você sabe... – ele falou, olhando-a nos olhos, percebendo que ela parecia perdida — Mito, você está bem mesmo? Dói mais? Eu fui o mais delicado que pude... – ele parou de falar ao notar que ela sorria e acenava positivamente — Certo – ele murmurou e começou a recolher os itens, colocando-os sobre o pergaminho, ficando de pé em seguida.

— Acho que terminamos, hime...

Mito suspirou aliviada — Três - ela falou — Sobre a minha escala de dor no momento em que perguntou mas... Você foi bem sucedido em seu trabalho, agora é zero, não sinto dor alguma, só estou me sentindo muito, muito cansada mesmo – suspirou — Obrigada, Hashi - ela levantou, ficando na ponta dos pés para beijar a bochecha do Senju, como um sinal de gratidão.

— Mito-chan! – Toka a chamou. A Senju aproximava-se junto a Madara, Butsuma e outras pessoas dos clãs Senju e alguns Uchihas.

Hashirama sorriu timidamente, esfregando o pescoço — Não tem que me agradecer, Mito – ele falou antes de virar-se para encarar as pessoas que ali chegavam.

— Uzumaki Mito, você não deveria estar aqui – Madara falou com autoridade.

— E quem deveria? – ela questionou retórica, sentando-se novamente, respirando fundo em seguida.

— O que houve? Precisa de ajuda, Mito? – Toka questionou com preocupação evidente na voz.

— Deixe que eu a carrego – o Uchiha aproximou-se da Uzumaki, pronto para pegá-la.

— Eu já cuidei dela, não é necessário, Uchiha – Hashirama falou impaciente.

— Está tudo bem, não preciso Toka, mas muito obrigada. E você também não precisa se preocupar, Madara, eu tenho o vigor de dez homens – ela disse sorrindo — Nós Uzumakis fomos feitos para durar – ela então ergueu a cabeça de forma orgulhosa, voltando-se para Hashirama em seguida — Mas sem o Hashi talvez eu não durasse tanto assim...

Madara revirou os olhos pelo comentário de Mito. — Uzumaki, eu preciso saber se você se sente bem o suficiente para voltar para sua casa, não está tão perto e já está escuro demais.

— Perfeitamente! – ela afirmou, ficando de pé. Uma mentira evidente.

— Você vem comigo – Madara falou, abaixando-se e tocando o rosto de Mito — Cuidaremos de vocês.

— O que pensa que está fazendo, Uchiha? – Butsuma questionou irritado.

— Nós podemos levá-la para casa, Madara – Hashirama falou.

— Não exagere, Madara – Mito pediu — Não sou nenhuma mulher indefesa.

— Não disse que era – o Uchiha falou — Mas é mãe do meu filho, não vou deixar que se arrisque por ai.

— Mais do que ela já se arriscou? – Butsuma questionou com raiva evidente na voz — Você a ouviu, Hashirama a ajudou e não você, não tente bancar o herói agora, nós a levaremos para casa.

— Butsuma-sama, o clã Uchiha está mais próximo, talvez seja mesmo melhor... – Toka falava, mas Butsuma não a deixou terminar.

— Não perguntei nada a você, Toka – o Senju falou impaciente — Mito consegue se teletransportar.

— Ela está fraca, Senju – Madara falou impaciente, encarando Mito — Você sabe o que é mais seguro, Uzumaki – sussurrou de modo que só ela o ouvisse.

— Tudo bem. Eu vou com Madara – Mito decidiu — Mas me deixe andar, Uchiha, se for necessário te peço ajuda – ela pediu e Madara acatou.

— Uzumaki-hime, está sendo ingrata a quem te ajudou – Butsuma falou entre os dentes.

— Hashi-kun sabe da minha gratidão e creio que sendo médico também entende a minha situação – a Uzumaki falou, encarando o Senju mais novo.

Hashirama apenas acenou positivamente com a cabeça. — Uchiha Madara, espero que você realmente mereça essa confiança – falou dando as costas — Toka, pai, vamos embora.

— Vai deixar que ele a leve? – Butsuma parecia inconformado, andando atrás do filho.

— Já fiz o que pude – o Senju mais jovem falou sem olhar para trás.

Madara e Mito seguiram para o clã Uchiha, acompanhado dos homens que o líder levara consigo. Antes de entrarem, Madara virou-se e encarou seus homens. — Uma palavra sobre o que ouviram e eu mato vocês – falou sério — Se houverem questionamentos peçam para que façam a mim – finalizou e todos assentiram.

Ambos entraram no território Uchiha, já quase deserto, exceto por uma ou outra pessoa que por ali andava. Madara levou Mito para sua casa, pedindo para uma de suas servas arrumasse para ela um quarto.

— O que está acontecendo? – Sasuke questionou, curioso ao ver a líder Uzumaki ali.

— Boa noite, Sasuke-san – Mito falou educadamente e Sasuke apenas acenou com a cabeça.

— Não está acontecendo nada que seja do seu interesse – Madara foi ríspido — Verei se o quarto está arrumado – finalizou, saindo apressadamente.

— Algumas vezes ele é bastante muito mal-humorado – Mito comentou, sentando-se em um futon que havia na sala — Ficarei aqui essa noite apenas para descansar, não irei incomodar, Sasuke-san.

— Não me incomoda você aqui – Sasuke falou, saindo e deixando a mulher só, sem entender nada.

Mito estava admirada com a organização da casa, não pudera reparar quando fora ali no dia da morte de Izuna, mas agora com calma ela podia notar o quão sútil e harmoniosa era a decoração e organização do lugar, mas não era Madara que cuidava daquilo, disso ela estava certa.

“Ele não parece ser do tipo organizado” – pensou. Logo sendo desperta de seus pensamentos pelo Uchiha, que a chamou e levou até o quarto onde ela ficaria.

— Esse quarto era dos meus pais, se faltar algo que precise me avise – Madara falou o mais cortês possível.

— Banheiro – Mito falou, correndo em seguida para o local onde Madara apontou.

— Madara-sama – Tomoe o chamou — Em que posso ajudá-lo? Me disseram que precisava de mim.

— Tomoe-san, quero que dê uma olhada na Uzumaki-hime, ela está grávida e teve um dia difícil – Madara falou, cruzando os braços e encostando numa cômoda ali.

— Não precisa, Tomoe-san, né? Estou bem – Mito falou sorrindo fracamente ao sair do banheiro.

— Uzumaki... – a idosa murmurou com curiosidade — Outra hospede disfarçada de prisioneira? - questionou

— Apenas faça o que te mandei - Madara falou, recebendo um aceno de mão como resposta da Idosa

— Então, Uzumaki-hime, me fale sobre seu dia e depois terei certeza que está bem – Tomoe falou séria, encarando Mito — Quantas vezes você já vomitou hoje? Me parece abatida. 

— Hm... Isso é mesmo necessário? – Mito questionou sem jeito, recebendo um aceno positivo da idosa — Eu não tenho certeza – falou pensativa, sentando-se na cama — Não acho que alguém conte algo assim... O que posso dizer é que agora me sinto tão tonta e cansada - suspirou, recostando-se contra a estrutura da cama — Isso não é bom... Eu sei que não é.

— A Uzumaki-hime ainda é uma menina – Tomoe falou sorrindo — Sentir-se assim é perfeitamente normal, não se preocupe. Não sei se já conversou com alguém sobre isso, mas seu corpo e organismo sofrerão mudanças.

— Isso é um fato - Madara balançou a cabeça, cruzados os braços sobre o peito — Eu odeio dizer isso, mas você ganhou um pouco de peso, hime.

— Peso? Você está dizendo que eu estou gorda? - ela franziu o cenho para ele, que apenas riu — Vou ignorar seu comentário, já que aparentemente seu bom humor voltou, não é Madara-sama? – falou séria, virando-se para Tomoe. — Bem, eu também sou médica, sabe? Eu entendo sobre os sintomas da gravidez só... Só que eu não estava preparada para eles ainda, se é que me entende.

Tomoe olhou para Madara e dele para Mito — Oh, eu entendo sim, se entendo... Mas acredito que isso não é da minha conta. Me conte, Uzumaki-hime, como foi o seu “dia difícil”?

Mito emudeceu, como se escolhesse adequadamente as palavras para contar sobre tudo. Sentia-se envergonhada, mesmo sabendo que agiu para proteger sua irmã. Foram preciso alguns minutos para que finalmente contasse a Tomoe detalhadamente tudo o que acontecera, enquanto isso, a idosa a examinava como podia.

 Houve silêncio por vários segundos assim que Tomoe ouviu as palavras da Uzumaki, como se ela processasse as informações, para finalmente falar: — Você está aparentemente bem. Mas ouça com atenção – o tom da Uchiha tornou-se autoritário — Lembre-se sempre que agora você é uma mãe acima de kunoichi, não pode arriscar a vida do seu bebê dessa forma. O estresse ao qual foi exposta hoje pode fazer muito mal para ele e acredito que você queira que ele nasça saudável, não é? Eu já cuidei de muitas grávidas, minhas melhores recomendações são: que você coma bem, não passe tanto tempo sem comer, durma bem... Esteja relaxada, descansada, tente não se estressar tanto, será bom para você e principalmente para a saúde do seu bebê e para que você tenha uma gravidez tranquila - ela amezinou o tom, pegando uma das mãos de Mito e segurando-a entre as suas. — Você tem que se cuidar, menina. Pelo visto deve estar sem nada no estômago, pedirei que façam algo ideal para que coma bem e tenha uma noite tranquila de sono – a idosa sorriu para Mito, passando a mão por sua testa — Se precisar de algo mais, peça para me chamarem e verei o que posso fazer – finalizou, levantando-se e saindo dali, deixando Mito a sós com Madara.

— Você deveria ser mais cuidadosa – Madara falou, sem olhar para Mito.

— Era minha irmã, não tive escolha, se é disso que está falando – Mito respondeu.

— Poderia ter mandado outra mulher no seu lugar. Você tem a vantagem de não ser uma kunoichi de rosto conhecido, estou certo de que os sequestradores não saberiam que não era você – Madara falou, negando com a cabeça.

— Eu não tive tempo para pensar direito – ela argumentou.

— Um líder deve pensar estrategicamente mesmo sob pressão.

— Eu sei, Madara, mas não pude.

— Tsc – foi o único som que saiu dos lábios do Uchiha em resposta — Vou me certificar de que farão o que Tomoe pediu. Pode usar o banheiro para tomar banho, verei também se consigo algo para que possa vestir. Se precisar de ajuda me espere – concluiu, saindo dali impaciente.

Mito suspirou pesarosa. Madara estava certo e ela se sentia extremamente culpada por ter se arriscado tanto. Mas o que poderia fazer? Não podia deixar sua irmã correndo perigo.

 

Após ter tomado banho e jantado, era como se Mito fosse uma nova pessoa, sentia-se melhor e mais disposta. Um mensageiro havia entregue a Madara uma mensagem de Kushina, tal mensagem deixou a líder Uzumaki mais tranquila ao saber que a irmã estava bem. O Uchiha tinha levado para Mito uma roupa padrão dos Uchihas: Camisa preta de gola alta com símbolo do clã em suas costas e calças num tom azul escuro; para ela era estranho usar roupas como aquela, mas havia caído perfeitamente bem em seu corpo.

— Estou me sentindo... Diferente – ela falou, encarando Madara.

— Diferente é bom – o Uchiha comentou, olhando-a de baixo para cima — Isso faz de você mais atraente.

— Um elogio? – Mito questionou, sentando-se na cama — Acho que seu bom humor voltou mais uma vez.

— Hm – foi o único som emitido pelo Uchiha em resposta, para em seguida despedir-se — Estou indo, se precisar de alguma coisa me chame, estou no quarto da frente.

— Madara – Mito o chamou, fazendo-o encará-la de forma austera — Me desculpe... Fui egoísta.

— Descanse – o Uchiha finalizou, saindo e fechando a porta atrás de si.

Mito bufou pela atitude do homem. Quem era ele para não desculpá-la? Ele foi quem a levou ali e mostrou-se prestativo e preocupado, algo que ela não havia pedido. Ela queria questioná-lo, mais acima de tudo entendê-lo. Depois de tudo, para ela ainda não estava clara a razão da mudança de atitude do Uchiha para com ela. Não era apenas por causa do bebê, ela via, sentia, mas aquele era Uchiha Madara, uma incógnita ambulante, porém que ela fazia questão de desvendar.


Notas Finais


Então, mais uma vez o tio But tentou causar -q
Qual seria a intenção dele? :o
Bom, agora que a Mito está pertinho do Madara podemos ter uma... aproximação (?)
Veremos...
Logo postarei o próximo capítulo *.*

Espero que tenham gostado
Beijoooooos e até :***


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