Boas notícias cidadãos! É previsto que teremos um grande evento de confraternização na nossa cidade. É provável que tenhamos um fim de semana festivo para esquecermos dos problemas. Estou ansiosa para saber o que será, espero ter novas notícias em breve. Até a próxima!
Naquele dia fui pra casa mais cedo. Quando cheguei, todos estavam lá, Josh com a família, Tim, David e Helena. Estavam com cara de que alguém tinha morrido.
-O que aconteceu? -perguntei
-O que aconteceu? -falou Tim ironicamente- Nossa cidade virou globo de neve de um louco!
-Está tudo um caos, Catty- disse Josh- e estamos preocupados com você trabalhando pra ele. Não é seguro.
De repente começou uma discussão, todos reclamavam do Erik. Foi quando eu percebi, que depois desse tempo todo com ele, eu me incomodava com todos criticando, era como se criticassem a mim. Estava indignada. Mas eu tinha o direito de defendê-lo? Ele realmente havia feito um mal a cidade ou não sabíamos a história toda?
-SILÊNCIO! -gritei- parem de falar mal de quem vocês não conhecem!
-Catty? É isso mesmo? Você está do lado daquele maníaco? Desde quando você é tão insensata? - falou David.
Aquilo foi a gota d'água. Ele, mais do que ninguém, tinha o dever de ficar calado. Me enfureci. Não consegui engolir aquilo, pelo menos não vindo dele.
-Desde que você se acovardou e nos deixou de lado!
Todo mundo se calou. Percebi que tinha falado besteira, se não fosse pela suspeita de romance entre nós o disfarce teria ido por água abaixo. Mas ele entendeu. Se levantou da mesa, me puxou pelo braço e saímos da casa.
-Olha, eu confiei em você! O que me garante que você não vai soltar mais uma dessas quando ficar com raivinha de novo? Tenha cuidado com essas suas palavras!
-Não fale assim comigo, covarde!
Entrei, peguei minhas coisas, coloquei em uma mala e fui embora. Não queria mais ver a cara dos meus irmãos que não me defenderam quando David me puxou e gritou comigo. Não queria ver a cara da Helena que zombou de mim com aquele olhar. Não queria ver a cara do David, nunca mais. Fui pro laboratório do Luna, bati na porta. Nada. De novo. Nada. Não sabia mais o que fazer. Estava no meio da cidade, a noite, desamparada. Para a minha salvação, a porta se abriu, e um Luna de pijama, descabelado e descalço apareceu.
-O que está fazendo aqui agora?
-Posso entrar? - falei quase chorando já.
Eu entrei. Ele me ofereceu chocolate quente, disse que quando ele ficava triste a mãe dele fazia.
-Era o melhor remédio para a tristeza… então, o que aconteceu?
Eu expliquei tudo, desde o início. Desde a primeira noite em que nos vimos até a discussão de agora, omitindo, é claro, o fato do David ser Apolo. Quando terminei de falar ele tentou me consolar, do jeito estranho dele, mas me senti bem mais tranquila.
-Você pode dormir aqui enquanto resolve essa situação.
-Obrigada, você ajudou muito.
-É o mínimo que posso fazer por alguém que foi rejeitada pela família por me defender.
Ele deu um daqueles sorrisos que me deixava sem graça e me indicou meu quarto. O quanto ficava entre a cozinha e o quarto dele. Era pequeno e aconchegante. Suíte com refrigeração artificial, uma cama de solteiro confortável, uma escrivaninha, e um guarda-roupas de tamanho suficiente.
-Obrigada, mais uma vez.
-Não há de quê. Qualquer coisa me chame- ele ia saindo mas voltou- e eu tive uma idéia para o evento. Um pouco clichê, mas é bem divertido, acho que vão gostar.
-O quê?
-Um baile.
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