História Entre Prazeres e Samurais - Capítulo II - Control Your Mind

“-Bom, eu não me apresentei...mas por questões de curiosidades ou dúvidas meu nome é Shiroyama Yuu e eu serei o seu mestre Takanori-kun! ” 

 -P-prazer Shiroyama-san. -reverenciou levemente, olhando o maior dar as costas para si, saindo lentamente do quarto.

 -Por favor siga me! -falou por fim, fazendo o menor correr brevemente afim de alcança-lo.

 -Onde nós vamos?

 -Pro lugar onde você deveria ter ficado! -rebateu para o moreninho ao seu lado, que o retribuirá com um olhar raivoso, que o maior fez questão de ignorar.

Realmente Takanori não estava acostumado com aquele tratamento frio e seco, pois durante sua vida sempre fôra bem tratado por todos e por hora tudo seria diferente.Logo ambos chegaram na curiosa sala no final do corredor direito, onde havia uma almofada no chão no meio do local e a frente um pequeno altar com variadas velas e uma estátua de um dragão dourado centralizada no mesmo.

 -Sente-se. -ditou o maior caminhando lentamente para frente, enquanto o aprendiz sentara ajoelhado no pequeno objeto fofo, olhando atentamente o mestre em sua frente. -Takanori-kun como deve saber, para um samurai viver é estar preparado para a morte, é saber morrer.A partir de agora você tem uma grande responsabilidade em mãos.

 -Hai...

 -Agora...antes de fazer qualquer coisa, você devera aprender a ser leal a um nível supremo, principalmente a mim por hora.Além disso, existem regras para os discípulos...seja silente, obediente e o mais importante...não resista.Silente significa que deve ouvir, feche a boca, mesmo que não concorde.Obediente significa que quando digo:“Faça isso!” você deverá fazer, independente da ordem.E por fim não resiste...significa que não deve protestar, simplesmente assumira aquela tarefa.Entendeu?

 -Hai!

 -Ótimo! Hoje começaremos o primeiro treinamento e lição. -ditava enquanto caminhava lentamente em torno do menor, o mesmo sempre atento as suas palavras. -Um exercício mental...você devera estabelecera paz e o equilíbrio em sua mente.Poderemos começar com uma meditação.Mas antes quero que dê um jeito no Jardim Zen.

 -O que?

 -Vamos até lá, sim? -se virou abrindo as grandes portas, guiando Takanori ate as grandes caixas de areia do lugar, com pequenas rochas nas mesmas.

 -Mas não tem nada de errado...

 -Apenas pegue o ancinho e refaça tudo! -ditou mais sério.

 -Hai... -falou sem ânimo. :“Qual o problema desse velho? ” ,pensou.

 Pegando o ancinho rumou para uma pequena pedra, sentando de qualquer jeito ali e fazendo qualquer coisa naquela imensidão branca embaixo de si.Desenhara tudo sem vontade e ânimo algum na areia, sinceramente aquele velho estava tirando sua paciência a cada minuto, alias o que exatamente ele queria em arrumar um mísero jardim? Ao longe observando atentamente os movimentos nada delicados e indisposição do aprendiz o maior aos poucos se aproximava do aprendiz, realmente aquele garoto seria difícil de lidar.

 “-Sinceramente, ele é pior que Yutaka. ” -pensou consigo.

 -Takanori! Acha que estou brincando? Está fazendo tudo errado!

 -O que, mas estou fazendo como pediu.

 -Não...não está. -ditou já bem próximo do menor, levando suas mãos cuidadosamente para a cintura do menor e o sentando de modo correto, assim como a postura de suas costas, sentando ao lado do mesmo, mantendo-se ainda próximo da orelha do menor. -Takanori, se concentre...feche os olhos, relaxe, abra a mente, sinta o ambiente em que está, ouça com atenção. -sussurrou calmo e rouco, fazendo o menor se arrepiar por inteiro quando as palavras adentraram em seu ouvido como uma melodia, fechando os olhos lentamente.

 Com o ancinho o menor desenhava lentamente sobre a areia esbranquiçada com certa suavidade e delicadeza, subindo e descendo lembrando suavemente os movimentos das ondas.Aos poucos os desenhos e movimentos deram charme ao jardim, desenhos compridos e curvados, passando uma calmaria e tranquilidade observando os mesmos.Yuu estava bem concentrado e atento a cada deslize que o menor fazia sob o terreno, percebendo que o mesmo estava distante e conseguira por fim manter uma certa calmaria em sua mente, mas não o suficiente.

 -Bom trabalho...Takanori-kun. -falou um tanto alto, assustando o outro ao seu lado que virara seu rosto rapidamente fitando o seu...um tanto próximo.

 -A-arigatou.

 -Poderemos meditar agora. -levantou rapidamente deixando o menor um pouco confuso, mas decidiu seguir o maior.

 -M-mestre...o que exatamente queria que eu fizesse? Não faz sentido.

 -Como eu disse mais cedo Takanori-kun, exercício mental...você deve ter o completo controle de sua mente e saber o limite da mesma, mas aquilo não foi o suficiente.

 -Não?

 -Hai, mas com o tempo você verá.

 Ambos retornaram até o templo, afim de meditar e relaxar a mente, coisa que Taka fez com certa dificuldade no começo, mas aos poucos foi se entregando para o clima calmo e extremamente silencioso.Ficaram ali por horas, não percebendo que o tempo passara tão rápido, percebendo que o grandioso e intenso Sol se escondia lentamente sob as grandes colinas ao fundo, ambos cansados e com sono, restando somente irem para seus devidos quartos afim de descansar para o próximo puxado dia.

 -Bom...este será seu quarto nos próximos tempos que estiver aqui.Ha lençóis limpos nos armários e um banheiro estará disponível para você, estarei no quarto no final do corredor, qualquer situação de emergência ou algo me chame, sim?

 -Hai.

 -Boa noite Takanori.

 -B-boa noite. -despediu do maior, permitiu fechar sua porta afim de privacidade.

 Virando para o quarto observou a simplicidade do mesmo, quase vazio, sua cama era nada mais nada menos que um pequeno colchão sobre o relevo, a direita do mesmo um banheiro, mas a frente uma bela visão do belo jardim que se encontrava no fundo do templo.Chegando mais perto dali observara o local atentamente, olhando com certo encanto a natureza ao seu redor, percebendo que o tempo mudara de uma hora para hora, ficando fechado e frio, logo recebendo uma leve brisa em seu rosto, estremecendo brevemente com aquilo, mas nada muito extraordinário.Antes de qualquer coisa o barulhos dos trovões cortaram o silêncio do ambiente, trazendo consigo uma forte chuva, molhando e tocando tudo ao alcance da mesma.

 Mas ao longe naquele jardim a figura do moreno se fez presente, mesmo na intensa chuva que caia agora.Lentamente o maior rumava para uma das grandes pedras que o jardim possuía sentando na mesmo com um curioso objeto em mãos, que o menor com certo esforço conseguiu identificar como uma flauta de bambu.Os olhos do mais novo estavam um tanto vidrados na figura do moreno.A parte de cima de seu kimono estava completamente abaixada de modo que ficasse pendurada no laço de sua cintura, deixando tronco desnudo a mostra, o mesmo de certa forma definido e largo.A imagem ficara mais bela e atraente apenas com as suaves gotas de chuva que caiam sobre a pele morena do outro, assim como seus cabelos negros, agora molhados, deixando o mesmo com um ar mais sexy.

 Lentamente o maior permitiu levar o instrumento em mãos ate a altura de sua boca, sobrando suavemente ali, sem ao menos encostar no objeto, tocando por fim uma suave e tranquila melodia, onde as notas saiam de uma maneira quase aleatória e delicada.O barulho natural da chuva se misturava graciosamente com a melodia tocada, deixando o menor ali mais encantado com o mestre.Bom...talvez ele estivesse errado sobre o maior ser frio ou algo do tipo, mas por hora gostaria apenas de escutar mais daquela música que aos poucos foi cessando, vendo o maior por fim voltar de onde viera, sempre aos olhos de Taka, desaparecendo do campo de visão do mesmo, que com isso deixou um leve suspiro e tentar dormir.

 -Equilíbrio mental, huh?