Ruby
Como Regina havia dito, não foi difícil encontrar e identificar o que eu precisaria usar naquele momento. Muito menos entender o que tinha que fazer. Materiais genéticos reprodutores. Aquela era a nossa melhor opção e eu teria que fazer tudo de forma ágil, porém cautelosa. Três opções: fecundar o óvulo de Cora com o material genético de Henry e usar o de Regina apenas para potencializar sua eficácia; combinar o material de Cora e Regina, transformando-os em uma coisa só e depois fecundá-lo; ou fecundar o óvulo de Regina com o material genético de Henry, o que era uma ideia meio complexa de entender e processar, mas eu deveria levar em consideração. Três amostras de cada opção, era isso. Teria que funcionar. E iria funcionar.
Fiz tudo como manda o figurino, tomando cuidado para deixar tudo bem sinalizado e não misturá-los. Era o tipo de procedimento que eu já estava acostumada a fazer, mas naquela madrugada, parecia tudo mais complicado do que realmente era. O peso daqueles DNAs, somado à responsabilidade que estava sobre as minhas costas, fizeram minhas mãos suarem dentro das luvas durante todo o procedimento. Precisei parar para respirar em alguns momentos, mas no final deu certo.
— Tudo certo por aqui, meu bem? — a voz de Fiona preencheu o laboratório, arrancando um leve sorriso de mim.
— Sim! Já fiz o que precisava ser feito, agora é apenas esperar que eles atinjam a fase necessária e fazer os testes — respondi, virando a cadeira em sua direção. Murray se aproximou mais, ficando entre as minhas pernas e me abraçou como pode. Logo depois deixou um beijo casto na minha testa.
— Vai funcionar, Ruby! Você é uma cientista brilhante e tem sido essencial para que tudo dê certo — sua fala me causou um formigamento no corpo. Era bom ser reconhecida, ainda mais por alguém que estava se tornando tão especial pra mim.
— Obrigada! — sorri e ela correspondeu o gesto — Sabe… No começo, eu não confiava em você — Fiona fez uma careta e eu prossegui — Você não pode me julgar, até onde eu sabia, você andava com os vilões e poderia muito bem fazer parte do grupo de maldades deles.
— Tudo bem! Eu realmente não posso te julgar — rimos — E o que te fez mudar de ideia?
— Fomos convivendo e você me mostrou que não é uma deles, isso bastou para mudar a minha opinião sobre você.
— Linda! — no momento em que iria me beijar, meu celular tocou em cima do balcão. Nos afastamos e eu o atendi sem ver quem era — Alô!
— Ruby, você já terminou por aí? — a voz Regina parecia meio eufórica e isso chamou a minha atenção.
— Já! Agora é só esperar que a ciência faça a parte dela.
— Ótimo! — pareceu respirar fundo — Preciso de você e da Fiona aqui no subsolo. Ela está aí com você?
— Está sim! — respondi e franzi as sobrancelhas, o que chamou a atenção de Murray — Regina, o que aconteceu?
— Só venham logo e quando chegarem aqui, irão entender — ela não esperou uma resposta, apenas desligou, me deixando com um ponto de interrogação enorme na cabeça.
— Regina precisa de nós no subsolo — informei.
— Logo que você saiu, Regina fez uma transfusão sanguínea para o Neal e doou uma seringa para Henry. Logo depois, Emma entrou no quarto avisado que a Laura entrou em trabalho de parto — falou como se só tivesse se lembrado daquela informação, naquele instante.
— Deve ser isso! A Emma deve estar uma pilha de nervos — comentei já afastando Fiona gentilmente e levantando em seguida — Será que é seguro deixar tudo isso aqui? Alguém pode entrar e levar ou entrar e alterar as amostras.
— Podemos mudar o código de acesso do laboratório, assim ninguém além de nós conseguirá entrar.
— E podemos fazer isso?
— Com o acesso certo… — ergueu seu crachá, enquanto carregava um leve sorriso no rosto — Podemos fazer muitas coisas — sorri com sua fala e fomos para a porta. Não foi difícil mudar a senha, a parte complicada foi escolher uma que faria sentido para Mills. Assim que conseguimos, seguimos na direção que nossas amigas estavam.
Apressamos o passo para chegarmos rápido ao nosso destino. Algo estava acontecendo, eu sabia. Enquanto andávamos pelos corredores, parecia que tinha algo circulando no ar. A sensação, e a quase confirmação, de que tinha algo de muito errado acontecendo, me deixava nervosa. Olhei para Fiona vez ou outra e ela carregava o mesmo semblante preocupado que eu. Estávamos um pouco aflitas e isso era mais que palpável. Não demoramos para alcançar o subsolo e assim que apontamos no corredor, vimos as duas abraçadas. Tinham um semblante cansado e até um pouco triste.
— O que houve? — Murray perguntou antes que eu pudesse processar a ideia de formular uma pergunta.
— A Laura, ela não… — minha amiga parou a frase na metade e balançou a cabeça. Não foi preciso dizer mais nada — Eu sinto muito! — me aproximei mais das duas e sem pedir permissão ou anunciar, as puxei para um abraço apertado. Senti o corpo de Regina tremer um pouco e o de Emma soltar um suspiro profundo.
— Como vocês estão? — perguntei assim que desfizemos o abraço.
— Não consigo pensar nisso agora — Mills foi a primeira a responder — Se eu focar nisso, não conseguirei fazer o que preciso, então… — deu um sorriso sem mostrar os dentes.
— Certo! — eu conseguia ver o quanto aquilo havia abalado a morena. Seus olhos estavam vermelhos, carregavam uma tristeza imensa e até um pouco de culpa. Suspirei — E você raio de Sol?
— Eu não sei o que sentir ou o que pensar no momento… — seria um dia longo, sem dúvidas.
— Bom, então vamos focar no que podemos compreender e quando pudermos, lidamos com isso — as duas assentiram e após um suspiro profundo, Regina voltou a ter a postura que sempre tinha: centrada e quase inabalável.
— E o bebê? — Fiona fez a pergunta que eu queria, mas estava sem coragem de fazer. No momento em que iam responder, uma das portas se abriu e Lilith, a enfermeira que vivia atrás da Emma, apareceu com um bebê no colo.
— Ela está bem! Os exames iniciais apontaram que ela é uma menina muito forte — ela entregou a bebê para Emma e logo em seguida a sua bolsa — Boa sorte, Emma! — percebi o corpo da minha amiga tremer, enquanto um sorriso sem graça surgia em seus lábios. Lilith logo deixou-nos sozinhas outra vez. Um breve silêncio surgiu e ficamos inseridas nele por um tempo.
— O que farão com ela? Sabe que Cora não deixará de procurá-la, ainda mais com aquele contrato em vigor — pela primeira vez, eu estava me sentindo sem palavras. Desde que toda aquela loucura chegou a minha vida, eu não tinha me abalado tanto, quanto estava sentindo acontecer naquele instante.
— Cora não chegará perto dessa menina, nem que eu tenha que dar a minha vida por isso — a voz um pouco mais grave de Emma, nos surpreendeu — Laura confiou a mim a guarda da Hope e eu não a decepcionarei.
— Está falando como uma verdadeira mãe, raio de Sol! — seus olhos arregalaram em minha direção e ali eu percebi que ela não havia associado muito o seu novo status — O que faremos agora? — desviei o assunto e pude ver o alívio nos olhos verdes.
— Precisamos apagar qualquer rastro que possamos ter deixado no sistema nessas últimas horas e tirar a Hope daqui — enquanto falava, Regina já abria uma outra porta e adentrava a sala.
— E como faremos isso? — Mills não me respondeu, apenas seguiu até a única mesa que havia naquela sala e apoiou as mãos ali — Regina? — a chamei e outra vez ela não respondeu. A morena retirou o celular do bolso e o colocou em cima da mesa. Estranhamos aquela atitude, mas continuamos em silêncio, aguardando o que ela iria fazer. De repente, uma voz surgiu do outro lado da linha.
— Alô! Regina? — Belle? Por que ela estava ligando para a Belle?
— Olá, Belle! Tudo bem? — sua voz não estava muito convicta e eu imaginei que ela estivesse receosa.
— Comigo sim, mas com você parece que não — Regina fechou os olhos e ficou em silêncio por um tempo, enquanto nós três a olhavamos ansiosas. Após um longo suspiro, prosseguiu.
— Eu sei que disse que esperaria você vir até mim com sua resposta e que não iria pressionar você, mas precisamos da sua ajuda… — nesse momento seus olhos encontraram os nossos e ouvimos um suspirar pesado do outro lado da linha — Eu sei que é demais, mas não estaria pedindo se realmente não fosse necessário — mais um suspiro.
— Ok! Eu ajudo! — soltamos o ar que, provavelmente, ninguém sabia que estávamos segurando — Do que você precisa?
— Que você entre no sistema do CCSP e apague os últimos relatórios do laboratório de Imunologia e do subsolo — silêncio. Nem Belle respondeu, nem nenhuma de nós se atreveu a se pronunciar — Eu sei que mesmo que a gente não suba o relatório manualmente, ele sobe automaticamente em alguns casos e eu acredito que tenha acontecido isso.
— Eu não posso fazer isso do meu computador, muito menos usando o meu acesso.
— Eu sei e é por isso que você irá usar o meu. Não vai fugir do que eles já esperam e também não vai gerar um enorme farol em você.
— Regina, você tem certeza disso? — Emma praticamente sussurrou, aproveitando que estava mais perto da morena e ela apenas assentiu.
— Mudamos o acesso do laboratório de Imunologia, então ela não vai conseguir entrar lá agora — Fiona informou. Nossas vozes eram baixas, mesmo sabendo que French poderia ouvir os sussurros.
— Fala para ela usar o computador do laboratório de genoma — Mills olhou para Swan com o semblante meio interrogatório, mas minha amiga logo tratou de afirmar sua ideia — Não é como se já não estivéssemos na linha de tiro, Regina!
— Regina, ainda está aí? — Belle perguntou e após um suspiro, a morena respondeu.
— Estou sim! Use o laboratório de genoma, Belle!
— Mas a Emma, ela… — não conseguiu terminar.
— Não se preocupe com a Emma —a secretaria respondeu um "uhum" abafado — Me avise assim que você terminar, Belle. Por favor!
— Aviso! Regina, tome cuidado! Vocês todas!
— Tomaremos! Obrigada! — desligou o celular. Ficamos mais algum tempo em silêncio. Eu tinha a sensação de que tudo aquilo estava prestes a desmoronar e levar todas nós junto. Era como se a qualquer momento, uma bomba pudesse explodir bem ali, no meio daquela sala e abrir uma enorme cratera.
— Você acha que ela é confiável para fazer isso, Regina? — não sabia de onde havia tirado aquela pergunta, mas ela apenas veio — Porque se você não tiver plena certeza, tudo estará perdido em questões de segundos — as três me olharam com surpresa, eu raramente me envolvida daquela forma, mas no pé em que estávamos, não dava mais para não se envolver por completo — O que foi? — perguntei depois de alguns minutos sem resposta.
— Nada! Só é um pouco estranho ver você tão envolvida — Regina respondeu e deu de ombros — No momento, ela é a melhor escolha que temos. Essa brecha não pode ser desperdiçada, então eu colocarei o plano efetivamente em prática — senti um frio subir pela minha coluna — Emma precisa resolver alguns pequenos detalhes, mas assim que possível, me encontrará no interior — olhou para minha amiga e para a bebê, que ainda dormia tranquilamente em seu colo. Emma assentiu, com um leve sorriso no rosto — Fiona, preciso que você fique aqui e tome conta das coisas. Neal ainda precisa de supervisão e as amostras que Ruby preparou precisam de atenção nessas primeiras horas, elas são essenciais — estranhei ela ter pedido para Fiona continuar um trabalho que eu havia começado, mas não a questionei, sabia que sua explicação viria logo, e veio — Ruby, eu preciso que você ajude Emma a tirar Hope e Henry daqui, não posso deixar que continuem aqui dentro — assenti.
— Vou ir para o laboratório, para acompanhar a evolução dos embriões, mas antes passo no quarto do Neal e aviso vocês de qualquer mudança — Murray já estava se agitando para sair. Segurei em um dos seu braços e a fiz virar de frente para mim.
— Cuide bem dos meus embriões, ouviu? — sorri de lado e ela me acompanhou — E se cuide também! — deixei um beijo casto em seus lábios.
— Você também, Luccas! — e saiu. Quando voltei a olhar para Emma e Regina, as duas tinham um sorriso sugestivo nos lábios.
— O que foi? Sempre existe tempo para um beijinho de despedida — Emma riu e Regina balançou a cabeça em negativa — Agora me fala, Mills, como pretende tirar os dois daqui de dentro? Tem câmeras por todo o lugar.
— Você deveria me dar mais credibilidade, Luccas! — sorriu — Sidney Glass, um dos seguranças da noite, ele será o nosso passe livre para fora daqui — tanto eu, quanto minha amiga parecíamos surpresas com aquilo, então apenas deixamos Regina nos explicar qual seria o seu plano — Pedirei a ele para desligar o sistema de câmeras por alguns minutos. Falhas acontecem com frequência, principalmente quando algo suspeito precisa entrar ou sair do prédio.
— Mas se eles não estão aqui, porque ainda precisamos agir como se estivessem? — Swan perguntou.
— Eles podem não estar, mas ainda assim possuem olhos por aqui, Emma!
— E não podemos esquecer da infiltrada deles — pontuei. As duas concordaram.
— Emma continuará aqui com Hope, Ruby vai até o quarto de Henry e o trás pra cá e enquanto isso, eu vou até a sala de vigilância — assentimos — Me avise quando estiver com ele, assim poderei pedir ao Sidney para desligar as câmeras enquanto você encontra a Emma aqui e vão juntas para a saída dos fundos, que dá na rua de trás do prédio.
— Quanto mais eu te conheço, mais eu me impressiono, Mills! — falei enquanto levava uma das mãos a testa, tentando processar todas aquelas coisas de uma vez só — Em que momento da vida você começou a planejar tudo isso?
— No momento em que eu saí da faculdade — respondeu como se não fosse nada. Na verdade, eu sabia e poderia imaginar que era muita coisa, mas aquilo já estava tão intrínseco em sua vida, que já não parecia nada muito alarmante.
— Ok, vamos até a saída dos fundos, mas nossos carros estão no estacionamento principal. Como faremos para sair daqui?
— Vou ligar para a minha irmã, ela irá nos ajudar.
E assim foi. Eu segui para o quarto de Henry, enquanto Regina foi para a sala de vigilância e Emma permaneceu onde estava. Andei o mais rápido que consegui e agradeci pelo fato de não ter mais ninguém ali. Adentrei a sala e o encontrei meio sonolento.
— Oi, Henry!
— Tia Ruby?
— Sim, sou eu, meu amor! — sorri e ele sorriu de volta — O que você acha de darmos uma volta, hein?
— Uma volta? — asssenti — E para onde vamos?
— Para um lugar longe daqui. Eu não sei ao certo ainda, mas tudo indica que iremos para a casa da Regina?
— E o que vamos fazer lá? — perguntou, já mostrando certo interesse.
— O que você estiver afim de fazer. Você topa? — e com um sorriso enorme no rosto, que contrastava completamente com seu semblante cansado, ele concordou. Enviei a mensagem para Regina, avisando que estávamos prontos e logo a sua confirmação de que o caminho estava liberado, chegou. Agora era encontrar Emma e sair o mais rápido possível dali.
Zelena
— Eu aposto que ela só deve estar dormindo, Zel — Kristin tentava me convencer de que estava tudo bem com minha irmã, mas eu sentia e sabia que algo havia acontecido.
— Não, Kris! Eu tenho certeza que algo aconteceu — voltei a afirmar, nada me faria tirar aquela ideia da cabeça — Ela nem me mandou mensagem avisando que havia chegado de viagem. Aconteceu alguma coisa!
— Ela deve estar dormindo, Zelena! Depois de uma viagem cansativa, aposto que chegou em casa e simplesmente apagou — revirei os olhos — E, com certeza, ainda está dormindo.
— Regina não funciona assim! Eu sou a irmã relapsa, Regina é praticamente um reloginho — e no momento em que fechei a boca, meu celular tocou. Atendi já no primeiro toque e coloquei no viva-voz — O que aconteceu, Regina?
— Como sabe que aconteceu algo?
— Eu sou sua irmã mais velha, eu te conheço e sei que você nunca voltaria de viagem e deixaria de avisar que chegou bem — pude ouvir seu riso leve do outro lado da linha.
— Emma e eu chegamos em casa, mas não tivemos tempo para nada. Assim que saímos do banho, tivemos que correr para o CCSP, Neal e Henry não estavam bem — senti sua voz pesar e em seguida um suspiro profundo escapou de seus lábios — Perdemos a Laura e agora eu preciso tirar a Hope e o Henry daqui — senti que viria algo, então me adiantei.
— Claro! O que você precisa que eu faça? — mesmo sem dizer, eu sabia que ela precisava de ajuda e estava disposta a ajudar da maneira que fosse.
— Primeiro, preciso que encontre Emma e Ruby na saída dos fundos do prédio e as leve para a minha casa, estou te mandando o endereço — enquanto minha irmã falava, eu já estava me levantando e indo atrás de uma roupa, precisava me arrumar e logo — Depois, preciso que providencie algumas coisas pra mim. Hope é uma recém nascida e não tem muito além da bolsa maternidade. Henry não tem nada — suspirou — Compre tudo o que eles possam vir a precisar e equipe os dois quartos entre o seu e o meu, para eles.
— Certo, Sis! Assim que eu conseguir fazer tudo isso, eu te aviso — ela concordou — Mais algo?
— Você está com a Kris?
— Estou aqui, Mills! — entreguei o telefone para Bauer e segui para o banheiro. Mesmo de lá, eu ainda conseguia ouvir a conversa das duas.
— Chegou a hora! — senti um frio passar pela minha espinha. Mal podia acreditar que realmente estava chegando o final de todo aquele martírio, mas ao mesmo tempo que saber daquilo me causava alívio, também me deixava aflita.
— Certo! Entrarei em contato com o meu pessoal e mandarei que fiquem atentos, a espreita — voltei para o quarto no mesmo instante em que Kris se levantou, também atrás de uma roupa — Precisamos alinhar toda a estratégia com a Úrsula e a Victória, elas estão apenas esperando o nosso sinal.
— Me encontre naquela cafeteria de sempre! De lá seguimos para Ribeirão Preto e enquanto isso, entramos em contato com elas.
— Certo! — Kristin apenas concordou, mas eu precisava de mais. Precisava saber se ela estava certa daquillo.
— Você tem certeza disso, Regina?
— Como nunca tive antes na vida, Zelena. Já passou da hora de fazermos eles parerem — era posisvel ouvir sua respiração pesada e os seus passos apressados contra o chão — Não vou esperar que mais alguém morra para fazer o que eu sei que posso fazer, o que eu sei que só eu posso fazer — eu nunca tinha escutado Regina falar daquela forma. Além da segurança que ela demonstrava, sua voz carregava um tom diferente. Algo que ainda não tinha presenciado — Se eu sou a pessoa que tem que pará-los, então eu o farei e não deixarei nenhuma brecha para que se ergam outra vez — determinação, era isso o que exalava da minha irmã naquele momento. Toda a sua energia chegou até mim, fazendo com que eu sentisse mais segurança em tudo o que estava para acontecer. Finalmente tudo aquilo teria um fim. Só esperava que fosse o menos prejudicial possível, para todos.
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